E o vento levou…

Levou as esperanças, os anseios, as alegrias e os desejos de muita gente… E também a ilusão de que vivíamos num mundo “domesticável”.

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O que é essa loucura total do tempo? Alguém sabe se amanhã vai fazer sol, chover, esquentar, esfriar, ou se vai passar um furacão? Estou em dúvida se gasto meu dinheiro com um guarda-chuvas ou um protetor de orelhas. E vá que eu precise de um ventiladorzinho desses portáteis, ou algo do tipo. É tão difícil tomar uma decisão.

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Confesso que ri quando ouvi a manchete “Chuva destrói Muitos Capões”. Não pude deixar de me divertir pela ambigüidade da frase, ao menos ao ser proferida oralmente (porque na forma escrita é indiscutível a referência a uma cidade com esse nome tosco).
Ri pela bizarrice de um local chamado Muitos Capões. Imaginem a [falta de] criatividade de quem criou esse nome*.
Mas as risadas param por aqui.
O que está acontecendo com o clima do mundo é preocupante. Já não temos as quatro estações (que saudades da primavera!). E fenômenos naturais que antes eram “privilégio” dos países ricos (tempestades de raios, furacões, tornados, terremotos) começam a pipocar por aqui.
Tá certo que [não querendo causar polêmica] sou a favor da ação da natureza como forma de controlar o superpovoamento do mundo (!), mas também há limites para isso. Uma coisa é você morar numa área de risco, sabendo que a qualquer momento podem te pedir para sair de casa por um furacão estar se aproximando. Outra, completamente diferente, é você ter de sair às pressas no meio de uma tempestade, quando percebe, tarde demais, que o teto está [literalmente] desabando em cima de sua cabeça.
As forças da natureza são incontroláveis. Mas até certo ponto. Elas são, em grande parte, fruto de nossas ações sobre a face da terra, reflexos de nossa atuação desenfreada sobre o globo terrestre. Tsunamis, por exemplo, já eram previstas para acontecer, mas daqui uns 20 ou 30 anos. Se a coisa está acontecendo agora, imaginem o que não estará por vir nos próximos anos. Ninguém mais está seguro, nem mesmo em sua própria casa!
Mas o jeito é se adaptar. A presença constante de ventos fortes no estado vai abrir mercado para empresas seguradoras, construtoras que se disponham a construir casas a prova de vendavais, e tudo o mais (a inclusão deste trecho é totalmente intencional: tenho prova de Marketing hoje à noite, e os conceitos de micro e macroambiente de marketing começam a pulular em minha mente, como que se pedissem, implorassem para ser incluídos em todo e qualquer texto que eu possa vir a produzir no dia de hoje).

Os cientistas se dividem quanto ao que pensar a respeito do assunto. Alguns alegam que já era previsto que o efeito estufa viesse a causar eventos extremos, como ventanias intensas e chuvas diluvianas (não confundir com Delúbio… :P). Outros alegam que ciclones e tornados sempre ocorreram no Rio Grande do Sul, a diferença é que agora eles têm se concentrado em zonas urbanas, e também o fato de que a mídia (é sempre culpa da mídia!) esteja nos causando a sensação de que haja mais tornados por conta da maior divulgação dos mesmos pelos meios.

E também, com tanta massa de coisa ruim vinda da Argentina se chocando com massas de praia, férias sol e mar vindas do oceano… só podia acabar em porcaria mesmo!

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Falando em forças de marketing… o Banrisul já está concedendo crédito às vítimas dos temporais. Bagé foi incluída na lista de cidades que poderão contar com o benefício. (Lá em casa quebrou todo o teto de vidro da sala com as tais pedras de granizo do tamanho de ovos de galinha…] Pois bem, acho que agora entendo o que diz o dito popular “Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra”. 😛

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* Da Zero Hora de hoje, sobre a localidade de Muitos Capões:
“O nome se deve obviamente à existência de uma quantidade grande de capões (ilhas de mato) nos campos da região.”
Arrá! É falta de criatividade mesmo 😛

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