Vida pós-referendum

No fim, o referendo não foi tão inútil (apesar de seguir tudo como está). Ganhou o não, não muda nada para o comércio de armas de fogo e munição. Mas o que muda é a posição da população diante da temática da criminalidade.
Por intermédio do referendo, deu-se a oportunidade às pessoas de participarem da elaboração do texto da lei. Pode ser que não tenha sido possível acabar com a criminalidade, mas o povo refletiu bastante sobre a temática, e está apto a cobrar do Estado ações efetivas — mediante manifestação se preciso –, para que sua segurança seja assegurada.
A mídia se deu mal. Achei que a Globo fosse acabar convencendo as massas a votar pelo sim, mas pelo visto a campanha feliz e meiga deles não deu muito certo. Se bem que em todo o resto do que vi, li ou ouvi (na verdade, li, li e reli, porque não vejo TV nem ouço rádio :P) percebia-se, ao menos implicitamente, uma certa “quedinha” pelo não, de extremos como a Veja (e suas capas nada imparciais) a coisas mais sutis como as abordagens sistemáticas da ZH. Só a Globo foi idiota 😛
Claro que ia ser perfeito um mundo sem armas, um mundo de dedos cruzados num gesto de paz e amor, onde ao fim todos se dessem a mão num abraço grupal, ao som de John Lennon e com o perfume de flores no ar. Mas o povo brasileiro [ainda] não está preparado para isso. Há um longo caminho pela frente, que inclui investimentos em saúde, segurança e educação. Mas não é impossível: apenas vai ser difícil chegar lá (mas quem disse que a vida tinha que ser fácil? :P).

P.S.: Em respeito aos que chegam aqui procurando por coisas as mais absurdas em buscadores (este post é em homenagem ao infeliz que chegou aqui em busca do resultado final da telesena de primavera), resolvi retomar a temática do blog (sabe.. aquela do título… ius – direito + communicatio – comunicação? :P). Portanto, assistam à queda do número de “eus” nas mensagens, para a ascensão da incessante busca pela impessoalidade 😀

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