Monthly Archives: October 2005

Dilemas morais

Durante a palestra de hoje do “II Simpósio Sul-Rio-Grandense de Bioética” (pretexto pomposo para matar aula de Perspectiva Ético-Antropológica) eu só conseguia pensar em uma única questão fundamental:

O que o Snoopy faria em caso de morte cereBrown?

O tema dos debates era o aborto. Amanhã (também conhecido como “hoje de manhã”) vão falar sobre a eutanásia. É interessante ouvir diferentes pontos de vista acerca de temas tão controversos (início e fim da vida…) 😀

Ação X Emoção

Acordou. Quis voltar a dormir. Bocejou. Relutou. Irritada, deu-se por vencida. Esfregou os olhos. Esticou os braços. Levantou. Deu dois passos. Suspirou. Desligou o despertador. Apreciou o silêncio novamente. Dirigiu-se ao banheiro. Abriu o armário. Bocejou. Pegou a escova. Colocou a pasta. Escovou os dentes. Enxaguou a boca. Foi até a sala. Abriu a janela. Viu o sol. Sentiu o vento. Sorriu. Caminhou até a cozinha. Colocou água e pó de café na cafeteira. Abriu a geladeira. Pegou os frios. Fechou a geladeira. Parou no balcão. Partiu o pão. Preparou um sanduíche. Voltou à geladeira. Guardou os frios. Ouviu a cafeteira apitar. Serviu uma xícara. Mordeu o sanduíche. Tomou um gole de café. E percebeu que era domingo…

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Ao abrir a janela, certa manhã, Lili sentiu-se renovada. Esperava ver um dia feio, nublado e cinza, como houvera sido os outros da mesma semana. Mas, para sua surpresa, quando abriu a cortina deparou-se com um maravilhoso dia de sol. Não era um dia quente, deveras, mas o solzinho tímido cismava em aparecer por entre as nuvens, e ninguém poderia tirar de Lili a idéia de que aquele seria um grande dia. Sentiu o aroma suave das flores. Ouviu o piar dos pássaros, há dias abafado pelo tilintar das chuvas. Era tão lindo ver o sol novamente que desejava secretamente que chovesse mais vezes, só para poder desfrutar novamente de momentos mágicos como aquele. Estava prestes a ter uma epifania quando lembrou-se de que precisava correr. Tinha acabado de acordar, e no entanto já estava tremendamente atrasada.

Conspiração

Parece idiota, mas no início do ano assinalei no calendário do meu celular a data de 20/10/05 (porque os números estão dispostos numa exata razão inversa de 2, e achei que era uma data bonitinha — esteticamente falado). Vinte do dez do cinco. O que será que vai acontecer quando estivermos na metade da segunda hora, naquele momento do seu primeiro e vinte e cinco centésimos de segundo…?

O cunhado infiel

Isto é uma história irreal. Qualquer semelhança com pessoas, fatos ou acontecimentos reais poderá não ter sido mera coincidência (mas, mesmo assim, faça de conta que é :P).

Dorisgleison vinha arquitetando seu plano há meses. Estava decidido a matar Tércio desde o dia que o vira sair do bordel acompanhado de duas loiras. Na verdade, nem bem lembrava o motivo que o implantara essa certeza de que o cunhado deveria morrer — se a raiva por saber que sua irmã estava sendo traída por um canalha infiel, ou se pela inveja de vê-lo andar pelas ruas altas horas da madrugada acompanhado de duas mulheres estonteantes enquanto ele bebia cerveja com amigos fracassados na calçada.
Dorotéia estava grávida, e isso pesou bastante na decisão de Dorisgleison de matar o marido da irmã. Mas ele resolveu que seria mais fácil trabalhar e sustentar o nascituro do que ver a moral da família ameaçada. Além do mais, ao invés de estar provendo o sustento da esposa, Tércio estava freqüentando bordéis de madrugada, o que reforçava a cafajestice do rapaz.
A idéia era simples. Como não tinha acesso a armas de fogo (isso mesmo — esta história situa-se no hipotético, utópico e maravilhoso mundo da vitória do SIM \o/), e matá-lo a facadas ou estrangulamento seria óbvio demais, Dorisgleison decidiu que iria envenená-lo. Conseguiu com o Seu Jangão da esquina uma boa quantia de veneno de ratos sob o pretexto de, bem, matar ratos (que outra desculpa usaria? “preciso de um pouco de veneno para que eu possa matar o marido da minha irmã” era impraticável). Aí era só arranjar uma maneira de colocá-lo na comida, e Tércio morreria de forma lenta e sufocante (como dizia em letras garrafais no rótulo do produto, logo abaixo de uma caveira macabra e assustadora).
O problema era conseguir envenenar apenas a comida do cunhado. Não queria cometer o engano de matar a própria irmã, ainda mais estando ela grávida! Um duplo homicídio causaria remorso suficiente para umas três ou quatro vidas.
Dorisgleison era crente. E, para garantir sua entrada no paraíso, doou uma quantidade considerável de seus rendimentos para a Igreja, de modo que o pastor lhe assegurara um terreno no céu. Mas não queria arriscar. Lera no texto sagrado que matar os pais era crime escabroso, que levava direto ao inferno, sem escalas. E quanto a matar irmãs? Por tão caro, não valeria a pena arriscar.
Então ele decidiu que a única forma de executar seu plano seria colocar o veneno diretamente no prato de Tércio (e não na panela de comida, como o concebido originalmente no plano de assassinato, esboçado em um guardanapo de bar durante uma noite de bebedeira). Como não queria que o crime acontecesse depois que seu sobrinho nascesse (e dado o adiantado estágio da gravidez), Dorisgleison passou então a visitar sua irmã em ritmo regular, de modo a captar os detalhes que envolvessem o processo de preparação de alimentos. A irmã passou a desconfiar da presença do irmão quase todos os dias para almoçar, mas não reclamava. Afinal, era família. E família serve para essas coisas.
No começo, Dorisgleison sentia-se incomodado na presença do cunhado adúltero, mas com o tempo acostumou-se. Ao cabo de 2 meses, ele já tinha um esquema mental perfeito de como se processavam as refeições na casa da irmã, que incluíam desde as variantes do começo ao fim do mês (logo depois do pagamento, havia fartura na mesa, e à medida que se aproximava o fim do mês, a comida rareava), nos diferentes dias da semana (domingo era sempre o dia em que a comida era menos farta, em comparação aos demais dias da semana, e quarta-feira era dia de fazer feijão, que era requentado e retrabalhado ao longo dos demais dias da semana, e vinha a acabar novamente só lá na segunda-feira, quando esgotava-se também a criatividade de Dorotéia em fazer pratos com feijão requentado) e nos diferentes horários de refeição (o almoço era mais elaborado, enquanto que o jantar era sempre bem mais simples — muitas vezes havia apenas um prato). Dorisgleison também observou que o cunhado tinha o estranho costume de separar a comida por cores no prato, e comer a salada na ordem das cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo e verde — e provavelmente seguiria comendo azul, anil e violeta, caso houvessem verduras e legumes com essas cores). E também percebeu que Tércio parava de comer o feijão lá pela terceira ou quarta versão requentada, dando seu prato para o cachorro quando a esposa não estivesse olhando. Isso era importante, pois Dorisgleison não queria correr o risco de desperdiçar uma dose cavalar de veneno para ratos num cachorro bobo e patético como o Bob (onde já se viu, cachorros que gostam de feijão requentado?).
Dorisgleison decidiu que poria o veneno em algo vermelho — assim o cunhado morreria mais rápido. Decidiu também que o melhor dia era quinta-feira, de preferência logo no começo do mês — e na hora do almoço! Então Dorisgleison escolheu a data de 9 de março (de 2006, para já estar vigorando o patético resultado do referendo do Desarmamento :P) para dar fim à vida do cunhado. Visitou a irmã, como de costume. Foi-se ficando para almoçar. Falava de política e corrupção, de vez em quando, para disfarçar o nervosismo incipiente. E, por fim, inventou a esfarrapada desculpa de que devia aprender a fazer comida para parar de importunar a irmã, e foi para a cozinha observá-la a cozinhar. Dorisgleison até fingia estar prestando atenção, inclusive fazia perguntas bobas para manifestar interesse (do tipo, “quantas colheres de sopa equivalem a uma xícara de chá?”) e seus olhos brilharam — feito criança que ganha o brinquedo que esperava no Natal — quando viu sua irmã pegar um punhado de tomates para montar a salada. Certo que aquilo seria a primeira coisa que Tércio ingeriria na refeição! Dorisgleisson, a partir de então, observou e analisou cada movimento da irmã meticulosamente, e, por fim, sugeriu que ela já montasse os pratos para servir à mesa, para facilitar a distribuição igualitária dos alimentos entre os que iriam comer (como o irmão era sempre muito justo, Dorotéia não objetou sua interferência, e seguiu a estranha sugestão como um conselho de um sábio irmão mais velho). Tércio chegou em casa no horário de costume (12h17), com um guarda-chuva debaixo do braço e reclamando que não chovera como dissera a previsão do tempo no dia anterior. Sentia-se um verdadeiro palhaço quando carregava o guarda-chuvas em dias de sol (…mas isso não vem ao caso) 😛
Os pratos já estavam prontos, tapados com outros pratos e tinham sido posicionados delicadamente pelas mãos de Dorotéia no forno do fogão, enquanto esperava pelo marido. A idéia apareceu-lhe como um estalo, e Dorisgleisson ofereceu-se para levá-los à mesa enquanto marido e mulher conversavam na sala. Perfeito. Era só colocar a dose de veneno nos tomates de um dos pratos e posicioná-lo no lugar do cunhado à mesa. A única testemunha seria o idiota do cachorro (e, como isto não é um conto infantil, o cachorro não sabe falar). Dorisgleison apressou-se em colocar o veneno no tomate, e cuidou para que o mesmo se dissolvesse antes de dirigir-se à mesa. O tomate perdeu um pouco de sua cor (talvez por conta do efeito cáustico do veneno, mas isso é apenas uma presunção subjetiva), e Dorisgleison disfarçou colocando um pouco de feijão requentado com farofa por cima do tomate, cuidando para que parecesse displicentemente colocado, como uma verdadeira obra do acaso.
Na mesa, Dorisgleison lembrou-se de colocar o prato ligeiramente bagunçado na cabeceira. E então chamou a irmã e o irmão para comerem.
Dorisgleison não tinha muito interesse em comer. Ficou observando o cunhado, que se demorava muito em começar, como se pressentisse que iria morrer naquele dia, ao mesmo tempo que sabia que ele não tinha como sequer imaginar isso. Por um instante, ao ver a cara de sonso do cunhado diante do prato de comida, sentiu um pouco de pena, e q
uase se arrependeu do que estava prestes a acontecer. Mas em seguida a imagem dele saindo com as duas loiras do cabaré lhe voltou à mente, e detestou novamente o marido da irmã com todas as suas forças.
Finalmente, Tércio decidiu-se a comer. Começou pelo tomate, como previra Dorisgleison, que vibrava silenciosamente, aguardando o momento em que estivesse sozinho para poder celebrar.
Após a primeira garfada, Tércio pediu à mulher que fosse buscar sal na cozinha — seus tomates estavam com um gosto estranho. Dorotéia prontamente atendeu. Não se sabe por que cargas d’água Dorisgleison resolveu ir junto à cozinha, mas Tércio ficou sozinho na sala, numa cena deprimente, saboreando seu tomate vermelho esmaecido ao som da TV caquética ao fundo.
E, quando Dorisgleison e Dorotéia estavam na cozinha, ouviram um estrondo muitíssimo alto, como se um avião estivesse caindo logo ao lado. Imediatamente, nuvens de poeira espalharam-se pela cozinha, e tudo de repente ficou cinza. O teto da sala desabou, e Tércio morreu esmagado.

Moral da história: em virtude de causa absolutamente independente e superveniente, Tércio morreu, mas Dorisgleison foi inocentado 😀

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Conto em homenagem à semana oficial de recuperar aulas perdidas de Direito Penal: terça, quarta, quinta e sexta-feira \o/

P.S.: Para refletir:
– O cachorro sobreviveu?
– Tércio come beterraba?
– Alguém é fiel hoje em dia? 😛
– Se Dorisgleison matasse a irmã por engano ele mereceria ser preso (erro sobre o agente não exclui a tipicidade), ou bastaria o remorso como pena para o resto da vida?
P.P.S.: Não sei escolher nome de personagens.
P.P.P.S.: O excêntrico exemplo “colocar veneno na comida de alguém e essa pessoa morrer em virtude de um desabamento exclui a imputabilidade” foi dado pelo professor hoje em sala de aula 😛 (A conduta de “A”, embora ilícita, não é condenável, pois não foi causa direta do resultado morte em “B”)
P.P.P.P.S.: Encare o texto também como uma leve crítica à fofíssima campanha do Sim pelo Desarmamento. Vai dizer que não é meigo um mundo onde as pessoas, ao invés de se matarem com armas de fogo, utilizem-se de meios alternativos felizes — como mesas, garrafas de vidro, facas, rojões, arco-e-flecha, pedaços de pau e tomates envenenados — para se ferirem uns aos outros?! 😀
P.P.P.P.P.S.: Viva o post scriptum! \o/

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“Mas os textos nem sempre são tão maldosos e, em geral, tendem a conceder ao leitor o prazer de fazer uma previsão que se revelará correta.” (Umberto Eco, em “Seis Passeios pelos Bosques da Ficção“)

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Eu vi um coelho branco!

“Sentada, com os olhos fechados, quase acreditou estar ela mesma no País das Maravilhas, mesmo sabendo que quando abrisse os olhos novamente tudo voltaria a ser a chata realidade de sempre…”

Cheguei à conclusão que eu devia ter lido Alice no País das Maravilhas antes.

Como?

Tudo começou numa tarde ensolarada (sempre são ensolaradas as tardes das estórias! [oh!]) com uma inocente pesquisa sobre o que é Análise do Discurso. Aí no site onde obtive a resposta, encontrei um artigo legal, intitulado “Do Texto ao Hipertexto” de Alberto Lins Caldas (o blog dele é muito legal também… fala da liberdade de expressão e outros assuntos que também me interessaram). A epígrafe do artigo continha um trecho do livro Alice no País das Maravilhas, e ao longo do texto o autor retomava a análise do excerto apresentado.
Saí de lá com destino ao Google, onde procurei por sites que tivessem o livro “O Príncipe“, de Maquiavel, para download. Acabei caindo no site da Biblioteca do Futuro da USP (que é bem legal, tem de tudo, até livros em áudio — mas não tinha o livro que eu queria, ironicamente) e por curiosidade dei uma espiada na seção de livros traduzidos. Uma das poucas tradições disponíveis era Alice no País das Maravilhas, e, lembrando do artigo que eu tinha lido antes, resolvi baixar o livro e ler. Aí percebi que nunca na minha infância eu tinha lido essa versão (a original) do livro, e sim meras adaptações toscas, em desenho animado, filmes, livrinhos com figurinhas e tudo o mais. Aí me arrependi por ter crescido (longitudinalmente) tão depressa e quase saí correndo e gritando desesperadamente aos quatro cantos na esperança doida de que o grande maquinista dessa piada (a vida só pode ser uma piada!) me ouvisse e parasse essa roda gigante que é o mundo para que eu pudesse descer, voltar um pouquinho no tempo, apreciar a paisagem, e depois continuar rodando. Mas tudo bem. Ainda vou superar isso 😛
Daí fui pesquisar sobre pensamento lateral para postar aqui no blog, e indo de site em site, parei num que recomendava o acesso ao site de um autor de livros de lógica (famoso por dar dicas para exames psicotécnicos) em cuja página inicial me deparei com frases e cenas do filme/livro Alice no País das Maravilhas, incluindo o gato do sorriso e o sorriso do gato.
O mundo dá voltas — e eu estou tonta.

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Enfim… Alice no País das Maravilhas.

A história original é alegre, divertida. Pinta um mundo infantil bastante utópico, uma terra onde agir ainda não traz conseqüências. Você chega num lugar estranho, bebe uma garrafa de um líquido esquisito, e fica em tamanho reduzido. Mas aí é só dar-se conta que, se comer o bolo que estava no chão, você pode voltar a crescer. Mas cuidado! Se você não se controlar (porque o bolo é muito bom!) você pode crescer demais e bater com a cabeça no teto. E não adianta chorar, pois então você vai produzir um rio de lágrimas, e, quando voltar a diminuir de tamanho após pegar o leque e as luvas de coelho que passou correndo, terá de nadar muito para encontrar a saída. Não é um mundo perfeito? Não seria legal se tudo isso fosse possível? E é. A lição de Alice no país das maravilhas é que, na imaginação e nos sonhos, tudo pode acontecer! 😀 E Alice sente-se tão envolvida na história que chega a achar estranho quando as coisas acontecem de modo natural 😛
Além disso, o livro é cheio de reflexões filosóficas, como na conversa de Alice com a lagarta roxa:

” Quem é você?”, perguntou a Lagarta.
Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: “Eu – eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento – pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.

Ou no papo toscamente ambíguo com o Gato:

“O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde…”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“…contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.
“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”

Alice é arrogante, e como toda historinha infantil, o livro tem músicas toscas e personagens bizarros antropomorfizados (coelho branco, falsa tartaruga, duquesa, rainha e rei de copas, chapeleiro, lebre de março :P). Mas, mesmo assim, o livro é muito legal — do tipo que eu gostaria de ter lido na infância (*suspiro*) 😛

E, como diz um outro artigo [tosco, mas legal] que encontrei por aí, sobre criatividade e inovação, “talvez seja essa uma alternativa, voltarmos a pensar como crianças para termos de volta o lado lúdico perdido.”

Antes que eu enlouqueça… alguém tira do meu alcance a possibilidade de acessar sites altamente contagiantes como Wikipedia e Google?


Obs.: Dica — mais uma “maravilha tecnológica” descoberta via StumbleUpon… se você vai ao Google em busca de uma simples definição de algo pode pesquisar mais rapidamente usando o comando “define:” antes do termo a ser pesquisado. Isso poupa bastante o tempo perdido, porque pelo método de pesquisa tradicional você precisaria abrir vários sites até encontrar exatamente aquilo que busca. Ainda são poucas as definições disponíveis em português, mas sempre que procuro em inglês encontro o que necessito. Exemplo: pesquisa de “define:ASCII” dá como primeiro resultado “American Standard Code for Information Interchange” (Yes, nós temos bananas — seguido de definições em português :P).
E o mais legal de tudo é que ele procura definições também dentro da Wikipedia 😀

Três vivas para o Google! \o/ \o/ \o/

Obs.: Nenhum animalzinho foi sacrificado ou entrou em extinção para a elaboração deste post, mas foram acessados e lidos pelo menos vinte e três sites 😛

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Pensamento lateral

Num dia entediante qualquer cliquei no botãozinho do StumbleUpon e caí num site sobre Lateral Thinking (Pensamento Lateral). Lá havia uma breve explicação do que se trata, seguido de 20 probleminhas para serem resolvidos, com solução.
Segundo Edward de Bono, o pensamento lateral é a geração de soluções novas para problemas antigos. É a capacidade de adotar perspectivas diferentes para resolver os impasses do dia-a-dia. Enfim, é pensar diferente, mesmo diante de coisas comuns 🙂
Como na página que visitei já constavam as soluções dos problemas apresentados, não perdi muito tempo pensando em cada uma, e corri logo para ver a resposta — por isso que das 20 só acertei 1. Mas como vocês que visitam este blog têm todo o tempo do mundo para pensar e refletir num domingo cinza e nublado como hoje… vou colocar as duas primeiras questões, sem resposta (e sem o link para a página que contém as respostas… 😛 rá!). Aí se alguém tiver interesse é só entrar em contato via comentário, scrap, sinal de fumaça [em dia nublado?], ou, sei lá, código morse [?], que forneço a respota correta… 😀

1. Um homem mora no décimo andar de um prédio. Todo dia ele usa o elevador para descer até o térreo e ir trabalhar, ou fazer compras. Quando ele volta para casa, ele pega o elevador até o sétimo andar, e sobe de escada até seu apartamento no décimo andar. Ele odeia subir escadas, então por que ele faz isso?

2. Um homem entra num bar e pede para o atendente um copo d’água. O atendente aponta uma arma para o homem. O homem diz “obrigado” e sai. Explique.

[Obs.: Ri muito com a resposta da primeira. E a segunda, apesar de parecer absurda, tem uma resposta tremendamente lógica.]

O plano malévolo da biblioteca da UCPel

É incrível o descaso da Universidade “Caótica” de Pelotas (UCPel) com relação aos livros. Antes eu achava que a Biblioteca de lá tinha um bom acervo de obras, e apreciava o fato de elas serem relativamente atualizadas (se comparadas às da pré-histórica Biblioteca da Faculdade de Direito/UFPel). Mas foi só eu resolver começar a ler esses livros para perceber que a realidade não é bem assim.
Como se não bastasse o fato (já bastante desencorajador) de a esmagadora maioria dos livros vir com anotações, trechos sublinhados, orelhas, marcas as mais diversas e manchas voadoras não identificadas, há uma lei de Murphy que diz que a vontade de ler um livro é inversamente proporcional às chances de encontrá-lo disponível para locação.
Hoje depois da aula de Perspectiva Ético-Antropológica fui com a Alessa na Biblioteca Central procurar alguns livros sugeridos pela minha mãe, e outros tantos que estavam na minha interminável lista de leituras. De todos que procurei (e não foram poucos!), só encontrei 3. Um deles só estava disponível na biblioteca de Jaguarão! (arrã… quem sabe eu vou lá buscar??), outro não foi localizado nas estantes (incompetência dos atendentes ou negligência dos alunos? :P), e o terceiro era o menos favorito da lista de “prováveis leituras de final de semana”, mas tudo bem: ao menos ele existe. Peguei também um livro de um autor sugerido por minha mãe, mas não exatamente o livro que ela disse para eu ler (porque não tinha, é óbvio).
Mas o que mais chama a atenção é que não são livros raros, ou absurdos. Há falta de livros-chave para um curso de Comunicação Social! “1984” é um clássico de George Orwell. “Obra Aberta” do Umberto Eco está até na relação de bibliografia básica da disciplina de Semiótica!! “Admirável Mundo Novo“, de Aldous Huxley, é outro clássico! Aliás, dias desses digitei na telinha localizadora de livros da biblioteca todos os títulos das bibliografias básicas de Semiótica e Teoria da Comunicação II. Não encontrei nem metade dos livros! E, pela lei de Murphy, os que não encontrei eram exatamente os que eu mais tinha interesse em ler. Estou começando a achar que isso é um plano maligno e malévolo para me fazer enlouquecer a partir da tentativa de me obrigar a ler livros com títulos sem graça e que nunca teria interesse em locar, mas acabo pegnado por total falta de opção… (Conspiração pura! :P).

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