Monthly Archives: November 2005

Fatos da vida

1. E então o tempo voltou a correr — Meu relógio foi consertado. Finalmente o ponteiro do começou a andar (Pena — eu gostava de quando o tempo não passava).

2. Entrei em férias de duas matérias: Direito dos Tratados e Direito Constitucional. Até o final da semana que vem pretendo entrar em férias em mais cinco. Até que a coisa está fluindo 🙂

3. Minha sala já está quase pronta. Ganhei tapete, o outro sofá e um quadro 😀 Segunda-feira chega o novo sofá, e dessa vez, terei uma tesoura afiada para desembalá-lo 🙂

4. Vou tirar a nota mais baixa de minha vida em Foto II 🙂 (ééééé… tem que rir para não chorar :P). Eu não sabia nada na prova escrita (queria ter podido aprender mais…) e não estou conseguindo tirar fotos legais para a prova prática… (maldito sol que vive a se esconder!).

5. As aulas de Penal acabam sabe-se lá quando (a primeira prova foi remarcada para o dia 25 de novembro… o calendário oficial do curso dá como última dia de aula o dia 23!).

6. Pesquisei tanto sobre os Happy Tree Friends para o trabalho de Semiótica que já estou virando especialista no assunto 😛 Em breve estarei prestando consultoria na área 😉 hehe

7. Passei a semana inteira sem ter idéias do que postar no blog. Também pudera: não li jornais, não usei a internet… Foi tudo em função das provas. Alguém tem interesse em saber como se dá o Processo Legislativo? (oh, que empolgante!!)… Tem a iniciativa (geral ou popular), a deliberação, a votação, a sanção (ou veto), a promulgação e a publicação da lei 😀 Os quórum para uma leizinha normal qualquer é de 10% para colocar em votação, maioria absoluta para votar, e maioria simples (da maioria absoluta presente) para aprovar 😀 Aí tem aquelas frescurinhas básicas, do tipo que se a lei for complementar, o quórum para aprová-la sobe para maioria absoluta, se for emenda constitucional, o presidente não tem poder de veto, pois não possui poder constituinte (só constituído)… e mais uma parafernália toda de detalhezinhos tão irrelevantes mas que na prática fazem toda a diferença… 😛
(viu só? é um assunto nada interessante…)

8. Esqueci o que eu ia dizer… Vá para o fato número 9.

9. Eu deveria estar fazendo um trabalho de Filosofia sobre Direito Natural neste exato momento. Mas como é um assunto tão, mas tão, tão tãããão legal… É mais divertido estar aqui na internet não fazendo absolutamente nada… 😛

10. É, não tem 10 coisas para dizer. Viu como minha vida não é nada interessante? 😛

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Prognósticos de novembro

Eu estou irritada, mas não me lembro por quê. Odeio quando isso acontece. Passei o dia inteiro de mal com alguma coisa que ainda não sei o que é. O que foi que eu fiz de errado comigo mesma? 😛

Início das provas = menos posts

Seria bom se fosse possível congelar o tempo em um curso, fazer direitinho as provas e trabalhos de final de semestre do outro, e depois retomar as provas do primeiro 😀 Não me importaria nem um pouco em desdobrar essas próximas 3 semanas em 6. Tenho uma prova em cada curso intercaladas de modo ad eternum… Começa com Foto amanhã, Constitucional na Sexta — seguido de um sábado-domingo-Trabalho de Semiótica isolado na segunda-feira do feriadão-terça, e retomando com trabalho de Filosofia Jurídica e prova de Teoria da Comunicação na quarta, Direito Civil na quinta e Perspectiva Ético-antropológica na sexta. A semana seguinte vai ser uma salada mista geral, porque vou estar em férias em pelo menos 50% das matérias. Tem prova de Semiótica na segunda, a PRIMEIRA prova do semestre de Penal (!!!!!) e sabe-se lá quando vão ser as provas de Francês, e a segunda prova de Direito Penal. Dia 23 é a data em que tecnicamente o Direito entra em férias (o Direito Penal é um mundo à parte :P). Declaro-me em férias na UCPel logo após a prova de Semiótica (dia 21). E as férias do Francês e de Penal são uma verdadeira incógnita… 😛
Acresça-se a tudo isso o trabalho de Marketing (para a segunda-feira no meio do “feriado”), as fotos da prova prática de Foto II (acho que podem ser entregues até a semana que vem), e o fato de que ainda não sabemos como vai terminar a novela do Direito Financeiro — a única matéria que está em greve…

Até que vou ter um novembro bastante agitado 🙂

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Mais pontos: 23

Menos pontos: 14

Pronto. Se eu não fosse atéia, neste momento eu diria que teria acabado de garantir meu passaporte para o céu.

Eis o resultado final da tele sena de primavera 🙂

(Ninguém mandou eu usá-la como metáfora num dos posts do blog. Agora metade de quem entra aqui vem em busca dessa bendita combinação de numerozinhos.)

O analfabetismo virtual existe — eis uma prova de que as pessoas não sabem utilizar os buscadores na internet:
Vá em www.google.com.br, digite “resultado parcial da telesena de primavera“. Em qual resultado você clicaria? 😛

As estatísticas confirmam: das últimas 20 pessoas que acessaram meu blog, 2 chegaram aqui ao realizarem essa mesma pesquisa (nos mais diversos buscadores possíveis). Maldita hora em que fui falar sobre telesenas de primavera… 😛

Alguém deveria ensinar essas pessoas a usar a internet de forma correta… 🙂 (sei que a escola já faz “muito” em cuidar das crianças e ajudá-las a serem menos burras, mas não seria legal se ela também fornecesse uma espécie de educação para a mídia? :D)…

A arte de viajar de ônibus

Acho que tenho um ímã para atrair pessoas que não têm a mínima consideração pelos outros em viagens de ônibus. Na ida para Bagé, atrás de mim havia uma criança irritante (mas feliz) que achou divertido dar socos na poltrona a sua frente. Virei saco de pancadas sem saber 🙂
Do resto da viagem nem me lembro. Acho que a criança (e sua respectiva família leniente) desceram do ônibus e eu comecei a ler, em paz…
A viagem de volta foi mais interessante. Ao sair de Bagé, fiquei observando o comportamento de um bebê que se encontrava (com sua mãe, é claro) no jogo de poltronas ao lado (e à frente) da minha. É curioso notar o agir de uma criança em seus primeiros dias de vida, com olhos que tudo olham mas que nada vêem. Depois de um certo tempo olhando ao redor com uma cara típica de “Quem sou eu? Onde eu estou?”, a menina (estava de suéter rosa… se não for menina, tem uma mãe de muito mal gosto :P) acostumou-se com o ritmo da viagem. Dormiu. Mas ao falhar-lhe o balanço costumeiro, quando o ônibus parou, inadvertidamente, não teve outra escolha senão berrar. Mas em seguida o veículo retomou sua velocidade normal, e a criança pôde descansar feliz. Ainda bem que o ônibus era semi-direto! 🙂 (modalidade máxima do trajeto Pelotas-Bagé-Pelotas).
Na metade do trajeto, embarcou no ônibus um casal que se sentou nas poltronas ao lado, logo atrás. Eles vinham discutindo em voz alta uma suposta tradução de inglês, com um dicionário em mãos. Fiquei num misto entre interromper a conversa e ajudar, ou me irritar por não poder ler. Por fim, acabei me redimindo e aproveitando a oportunidade para apreciar a paisagem da beira da estrada: um lindo pôr-do-sol, digno de cartão postal. Com direito a um sol laranja e gigante, desses que as casinhas da beira da estrada cismam em esconder, mas que é insistente, e não deixa de aparecer a cada esquina, a cada vão, a cada falha na tentativa humana de ocupar todos os espaços sobre a superfície da terra.

Estou gostando dessas minhas viagens com leitura “temática”. Da última vez que fui a Bagé, estava lendo “Viagem na Irrealidade Cotidiana”, de Umberto Eco. Desta vez, o livro era “Se um viajante numa noite de inverno”, de Italo Calvino. Acho que nem preciso dizer que ambas as obras são umas verdadeiras “viagens”… (no sentido “adolescente rebelde de 12 anos” da palavra…). Sobre o primeiro já falei aqui no blog. Do outro, ainda preciso terminar a leitura (restam cerca de 50 páginas). Mas já adianto que o livro é bem interessante, e nele se sobrepõem diversos trechos de obras fictícias, intercaladas com uma estória de um Leitor (com letra maiúscula) que se perde num emaranhado de leituras — e que bem que poderia ser o leitor (com letra minúscula) que lê a obra e se perde junto 🙂

No relógio: 6h40

Tenho gostado cada vez mais desses meus dias em que as horas são sempre iguais. A grande vantagem de se ter um relógio que só marca os minutos é poder viver na ilusão de que o tempo simplesmente não passa (o mundo [e o ponteiro] apenas “gira”, mas a cada hora retorna, invariavelmente, a seu ponto inicial).

Feira do livro

A visita à Feira do Livro de Porto Alegre contribuiu para tornar minha lista de leitura ainda mais interminável:
Se um viajante numa noite de inverno (Italo Calvino)
O homem que confundiu sua mulher com um chapéu (Oliver Sacks)
Oliver Twist (Charles Dickens) — meu primeiro Penguin Classics 😀
The Picture of Dorian Gray (toscamente retold para iniciantes em estudos da língua inglesa )

Nunca tinha visto tanto livro reunido em um único lugar. Fica difícil tomar uma decisão de compra eficaz quando você dispõe de tempo e recursos financeiros limitados e opções as mais variadas 😛

E eu ia escrever sobre a viagem em si, mas não encontrei nada muito interessante para contar.
O ambiente interno da van escolar (dessas com faixa amarela e tudo o mais) estava tão divertido que traduzi-lo em discurso acabaria com o encanto.
Na saída de Pelotas, pegamos um desvio bizarro — era uma estrada de chão que percorria uma vila onde o tempo parecia ter se esquecido de acontecer, com olarias, velhas chaminés ainda operantes e casebres de madeira. Como o sistema de ar defenestrado da van não era lá muito eficaz, a gente literalmente comeu muita poeira.
De resto, a paisagem era bem… verde (no sentido lato da palavra :P).
E da viagem de volta as lembranças incluem um pôr-do-sol maravilhoso, indizível, e que minha máquina fotográfica (encostada no vidro a 80km/h) foi incapaz de captar em seu total esplendor.

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Tirinha do Snoopy

Indo em busca de um produto midiático para fazer o trabalho de Semiótica (“aplicar a teoria de Barthes, Eco ou Peirce a um produto midiático qualquer”), acabei caindo sem querer na página de tirinhas em outros idiomas do site dos Peanuts (esqueci o nome do desenho em português… só lembro os personagens… Snoopy, Charlie Brown…). No site, fixei-me na primeira tira apresentada. Era uma cena do Charlie Brown e do Snoopy, numa poltrona. Com o texto em alemão.
Como meu conhecimento do alemão é, literalmente, o de alguém que faz o curso “por correspondência” (no caso, pelo site da Deutsche Welle), encarei durante alguns instantes o primeiro balãozinho, para tentar entender o que o personagem dizia — ou seja, comecei a aplicar a teoria do Umberto Eco, instintivamente. Ele diz que as coisas só são signos quando alguém as interpreta, colocando todo o peso da semiótica nas costas do intérprete. Então eu estava empenhada em fazer com que aquelas palavras virassem um signo, que elas significassem algo para mim. A primeira grande interpretação que fiz da tirinha foi perceber que se tratava de uma tirinha em alemão. Talvez se eu nunca tivesse tido contato com a língua eu falhasse em perceber o fato — mas mesmo assim o site me ajudaria a recordar, visto que acima da tira há uma legenda indicando de que idioma se trata 😛
Eco também diz que, ao interpretar, a gente faz inferências e abduções. A inferência seria captar o sentido óbvio das coisas, através dos sentidos. Aquilo que salta aos olhos. Já a abdução ocorreria sempre que tivéssemos que decidir por algo diante de uma regra prévia, ou inventar algo de novo. A abdução pode ser supercodificada, quando todos os elementos necessários para a interpretação já estão disponíveis (de cara, ao olhar a tirinha, percebi que o Snoopy estava dormindo no colo de seu dono, e o fato da tirinha ser em alemão não muda em nada essa situação — supõe-se que, na Alemanha, os cachorros também durmam no colo das pessoas :P). Mas também pode ocorrer uma abdução subcodificada, quando poderíamos entender do que se trata, mas falta-nos o contexto correto — imagine como se eu estivesse olhando a tirinha pela primeira vez, e não soubesse quem sejam Snoopy e Charlie Brown. Também não soubesse de que contexto a tirinha tinha sido extraída. Se num livro de protesto contra os animais, provavelmente eu poderia aduzir que o mocinho está prestes a estrangular o cão. Pelo fato de o menino estar falando com o rosto virado para a esquerda, poderia também crer tratar-se de um gesto de repúdio ao animal… No entanto, minhas experiências de infância (eu adorava o desenho do Snoopy) acusam que se trata de uma cena de afeto entre um dono e seu cão. Há também a possibilidade de se fazer abdução ex novo, ou seja, quando o intérprete cria, inventa algo a partir do que está diante de si, quando lhe falta o contexto e a regra. Eu poderia inventar uma série de diálogos para o menino e o cão. Como no caso de se a tirinha estivesse numa revista de repúdio aos animais, Charlie Brown poderia dizer: “Cachorros são malvados e merecem morrer”, e Snoopy responder “Oh, não, tende piedade de mim!” (considerando-se a hipótese de o cão ser como um daqueles toscos animais antropomorfizados de historinhas infantis bestas). Charlie Brown está com uma cara de preocupado. Poderia também pensar que ele está dizendo “Eu não sei cuidar de cachorros, alguém pode me ajudar?”, e o cachorro pensar “Que idiota!”… Enfim, há várias possibilidades 🙂
Mas há um fato que saltou-me aos olhos em seguida, assim que parti para a leitura dos balõezinhos… A palavra “telefon” encontra-se no meio da frase de Charlie Brown. Telefon deve ser o nosso telefone… (dedução feliz :D). Então há um telefone envolvido na história. E talvez o fato de o personagem estar olhando para a esquerda possa significar que ele está falando com alguém que se encontra fora da cena. Opa.. Dois dados novos: Há um terceiro indivíduo e um telefone envolvidos na história.
E então eu parti para um nível um tanto mais avançado da leitura da tira, e comecei a reconhecer algumas palavras do idioma alemão (minhas aulas virtuais não foram de todo vãs, afinal!)… Charlie Brown fala “ich” (eu) três vezes. Deve haver algo relacionado a ele, que envolva o telefone e o cachorro. Também percebi a presença dos verbos kommen (ir) e schläft (dormir). Antes de telefone há uma negação (nicht). Qualquer que seja o papel do telefone na história, ele está sendo negado. Ora, quem dorme é o cachorro. O verbo ir provavelmente refere-se ao telefone. Ir ao telefone? Ou não ir ao telefone? A negação de repente passou a fazer sentido! — Não ir ao telefone. E que tal estabelecer uma relação causal com a frase seguinte? Não ir ao telefone porque algo dorme. O cachorro está dormindo, logo, Charlie Brown não quer ir ao telefone porque Snoopy dorme. Uau. Para quem não sabia nada ao ver pela primeira vez o quadrinho, isso já é um grande avanço! 😀
Na segunda vez que passei os olhos pela frase, tentei deduzir novos significados de palavras. A primeira palavra da tira, wer, provavelmente, é quemSag deve ter algo a ver com o verbo sagen (dizer). Ist é o verbo ser. Quem – ser – dizer… Diga quem é? — Bom, deixemos essa frase para depois…
Na fala do cão (sim, ele também fala! — ou melhor, pensa — o mais legal no personagem do Snoopy é que o tempo todo ele tem consciência de sua condição de cachorro :P), consegui identificar a palavra tag (dia), repetida e separada pela partícula zu. E sua frase termina em reticências, o que demonstra não se tratar de um pensamento acabado (ou, sei lá, Schulz talvez tenha usado o recurso para demonstrar que o cão está em estado hipnótico de sono…).
Voltando novamente ao primeiro balão, notei um verbo novo: kann (poder). Na verdade, a segunda frase (após o ponto) começa com “Ich kann nicht”. Eu não posso! O que Charlie Brown não pode? Telefone! Ele não pode telefone. Telefonar? Opa. Mas tem o verbo ir. Ir ao telefone? Ele não pode ir ao telefone!
Enfim, resumo da ópera… quando eu estava talvez prestes a deduzir o significado global da história (para finalmente poder partir de uma abdução subcodificada, à primeira vista, para uma supercodificação futura da tira…)…. tchanrãn… Rolei a página e vi que logo abaixo encontrava-se a tradução
Então, o que Charlie Brown dizia era algo como “Quem quer que seja, diga que não posso atender o telefone, porque meu cachorro está dormindo no meu colo, e não quero incomodá-lo”. Então, sim… há alguém fora da tirinha. E sim, há uma relação causal entre o telefone e o cachorro!
A fala do cão talvez eu nunca fosse aduzir corretamente… É algo do tipo “A vida fica melhor a cada dia…”
P.S.: A versão da tirinha em português, disponível no site, na mesma página, logo abaixo, diz bem menos que a versão em alemão. Charlie Brown pronuncia apenas: “Diga que não posso atender o telefone porque meu cachorro está dormindo no meu colo!”. Observa-se uma considerável redução em termos de significação… Em alemão, o dono do Snoopy se preocupa também em não incomodá-lo… Isso quer dizer que os alemães são mais sociáveis? (Se a é b, e b é c, logo, a é c 😀 Viva o modus ponens!! \o/)
Ah, mas mesmo sabendo o texto da tirinha… cada um ainda pode interpretá-la a seu jeito. Para mim, o fato de Charlie Brown não querer se levantar demonstra o tanto que ele tem
de afeto por seu cão. Eu mesma me reconheceria no papel do menino se o cão em questão fosse a Lia (ou o Snoopy mesmo :P). Mas talvez quem não tenha uma relação tão íntima com cachorros falhe em perceber esse laço… E isso nos leva de volta para a idéia inicial do Umberto Eco, de que tudo o que significa só tem sentido em função de um intérprete…

No fim, depois de toda essa viagem, eu ainda não encontrei um elemento para a análise. Eu e a minha dupla (o trabalho é em dupla :P) ficamos de pensar em algo até sexta-feira. Alguém aí tem alguma dica de algo produzido pela mídia que possa ser analisado? 🙂

P.S.: Fui parar no site do Snoopy depois de ler o capítulo “O Mundo de Minduim”, na obra “Apocalípticos e Integrados“, de — adivinha quem! — Umberto Eco… =)

Já é Novembro!

A sensação que tenho é que a primeira metade do ano passou lenta e vagarosamente, enquanto o semestre atual voa como um pássaro. À medida que o tempo avança parece que ele o faz cada vez mais rápido. Talvez seja por conta dessa estúpida idéia que alguém teve um dia de contar o tempo de trás para frente (faltam X dias para tal coisa) ao invés de apreciá-lo na ordem em que aparece (hoje é dia X). Claro que seria complicado deixar de perceber que “faltam só 20 dias para acabar as aulas”, mas também posso adotar uma visão um tanto mais otimista e considerar que hoje é a recém dia 1°. Tenho a opção de entrar em desespero por ter uns 10 trabalhos para fazer e entregar nesses próximos 20 dias. Mas tenho também a alternativa de começar a fazê-los, e só se realmente faltar tempo, reclamar. Tenho a opção de me irritar por ter tanta prova marcada para as próximas semanas, mas também posso me redimir e começar a estudar. (Já notaram como a vida é toda feita de escolhas? 😛)
É preciso ser otimista. Mas também não preciso ser tão feliz — como o meu relógio — ao ponto de dizer que toda hora é 6 horas, e que o tempo simplesmente não passa…
Ainda não sinto necessidade de férias (mas isso não é nada que umas 5 ou 6 provas na corrida não resolvam :P), tenho a sensação de que não aprendi nada de novo nos últimos meses e parece que nunca dá tempo de fazer nada direito (fica tudo pela metade). Paradoxalmente, a disponibilidade de tempo livre tem se apresentado como inversamente proporcional à capacidade de fazer tudo o que se quer/precisa. Queria poder ler mais, estudar mais, dormir mais… E, no entanto, parece que estou presa num mundo bizarro onde todo dia é hoje e toda hora é 6 da tarde. É como se o tempo não avançasse, e, ao mesmo tempo, corresse sem parar.