Anencefalia

Que confusão essa história de transplante de órgãos de feto anencéfalo. Primeiro, liberaram. Depois houveram certas barreiras. Por fim, venceram-se os obstáculos, nasceu a criança, mas o coração do doador era muito pequeno e ficou tudo na mesma.
A questão da liberação ou não do transplante é meio controversa. Alguns alegam que isso poderia estimular a “produção em massa” de bebês anencéfalos (mais quem seria tão cruel, por exemplo, ao ponto de privar uma mulher de ácido fólico — a ausência ou deficiência de tal ácido é apontada como uma das causas da anencefalia em fetos). Outros defendem que os órgãos de um bebê sem a mínima chance de (sobre)viver (por conta da falta de cérebro) poderiam ser usados para salvar uma outra vida, (bem) mais viável.
E tem também a questão de autorizar ou não o aborto nesses casos…
O que parece mais justo seria deixar a própria mãe decidir se leva ou não a gravidez de anencéfalo até o final (por questões psicológicas, se não houver riscos, é preferível que se leve até o fim — pois é melhor ter tido um filho, que morreu, do que nunca ter tido um filho, e talvez viver com o sentimento de que o tenha matado). E, então, tendo optado por levar até o fim a gravidez, a própria família do bebê deveria poder optar se doa os órgãos ou não. É o que parece ter sido o ocorrido na família do suposto doador no caso recente (pena que não deu certo). Mas o transplante segue autorizado. Assim que nascer um bebê com coração compatível, o pequeno Arthur poderá ainda ser salvo 🙂

[E por que será que eu (ainda) me importo com isso? Vai saber… Meu blog tá ficando cada vez mais chato mesmo… :P]

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