Monthly Archives: February 2006

Camiseta de blog

A dica é da Zero Hora de hoje (ontem): no site SnapShirts é possível criar uma camiseta estampada com as palavras mais freqüentemente utilizadas em seu blog. Mesmo quem não tem dinheiro sobrando para jogar para o alto (vestir seu próprio blog sai por 18 dólares) vale a pena entrar no site para simular como ficaria a camiseta personalizada 🙂
A minha ficaria assim:

(o tamanho das palavras é proporcional à freqüência das mesmas no blog)

Ah, e o mesmo jornal também fala da “fusão” dos serviços do Google Talk com o Gmail. Ainda não entendi qual a relevância prática de tal integração (além de ter contribuído para que o Gmail fique ainda mais lento) — mas isso deve ser porque em todas as vezes que entrei no meu e-mail não havia ninguém online para testar a função 😛 (a propósito, existe alguém no mundo que use o Google Talk ao invés do MSN?). Talvez assim a ferramenta de comunicação do Google consiga, finalmente, adquirir um pouquinho de fama 🙂

Você vai pular também?

20 de julho de 2006 será o World Jump Day. A data escolhida é a mesma em que, 37 anos antes (20/07/1969), o astronauta norte-americano Neil Armstrong deu o primeiro pulo na Lua. A idéia é todo mundo (ou ao menos 10% da população da Terra) pular ao mesmo tempo em uma superfície sólida, com o intuito de mudar a órbita da Terra.

“Scientific research has proven that this change of planetary positioning would very likely stop global warming, extend daytime hours and create a more homogenous climate.”

O site do evento ainda se propõe a enviar aos participantes um e-mail de lembrete um dia antes do grande pulo.
Ah, fala sério! 😛

Filme: Oliver Twist

Já faz bem mais de uma semana que fui assistir à versão mais recente de Oliver Twist no cinema. Mas vale a pena falar dele! O filme de 2005, uma versão de Roman Polanski para o drama do menino órfão criado pelo escritor Charles Dickens no século XIX, é considerado por alguns o melhor dos Oliver Twist criados até agora — e isso é relevante, principalmente se considerarmos que a versão Oliver!, um musical de 1968, faturou até um Oscar!
Oliver, brilhantemente interpretado pelo ator-mirim Barney Clark, vive numa workhouse (espécie de asilos para pobres da Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde as pessoas tinham de trabalhar em troca de abrigo e comida) e é expulso de lá após cometer a heresia de pedir mais comida (com o clássico bordão “Please, sir, I want some more.”). O menino é então vendido a um fabricante de caixões, mas foge de lá após se meter em uma briga com os moradores da casa. Ele sai com a pretensão básica de chegar a Londres, à pé. E olha que a distância a ser percorrida era de mais de 100km! Quando finalmente chega a seu destino final (!), bastante fraco e com fome, Oliver conhece um ladrãozinho astuto, de nome Dodger (a tradução do nome é tosca, mas curiosa — Ardiloso), que oferece a ele comida (obviamente roubada) e abrigo — e então Ardiloso acompanha Oliver até a casa de Fagin (Ben Kingsley), um macabro senhor de ladrões e prostitutas. A partir daí, a inocência de Oliver vai gerar muitas risadas, e quando ele finalmente percebe para quem está trabalhando, já é tarde demais para escapar.
A história é legal, o personagem-título é cativante, os cenários do filme são muito bem feitos (dá até para se imaginar andando na Inglaterra dos séculos passados), a fotografia é bem interessante (embora bastante similar à de outros filmes de Polanski)… mas o que estraga mesmo é aquela abertura tediosa (longa, parada, monótona), e uma cena da fuga a pé de Oliver em que aparece um lindo sol, grande, amarelo, raiado, brilhante, redondo…, enfim, bem mais falso que um sol de Photoshop! 😛
Apesar de terem cortado muitas partes bem legais do livro (é nisso que dá ter lido o livro bem pouco tempo antes de assistir ao filme; além de já saber tudo o que vai acontecer, tem-se ainda um arsenal de reclamações a se fazer), o filme é muito bom 🙂
E quase que nos enxotaram do cinema por dar risadas em volume elevado (principalmente do sol de Photoshop). Que mal tem em alguém se divertir com um bom filme?

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O respeito às religiões e a liberdade de expressão

Interessante o conflito gerado entre liberdade de expressão e fundamentalismo religioso por conta da publicação de charges do profeta Maomé em diversos jornais europeus.

“O Islã não permite representações de Muhammad, mesmo que seja uma imagem respeitosa, pois considerar que pode levar à idolatria.” (Folha Online, 29/01/06)

As charges foram publicadas inicialmente em setembro do ano passado, no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Mas o que gerou toda a polêmica foi a reprodução das mesmas por outros jornais europeus, primeiramente por um polonês. Mesmo assim, estranha o fato de que algo aparentemente tão simples tenha conquistado tanto espaço na mídia e gerado tantos protestos no Oriente. Se é para condenar as caricaturas do profeta… o que dirão os muçulmanos de possíveis caricaturas da figura de deus? Ah, fala sério! (E, aliás, por que toda essa necessidade de dividir o mundo entre orientais e ocidentais? Não somos todos, por mais estranho que possa parecer, e por mais díspares que sejamos, habitantes de um mesmo mundo? :P)
Embora eu seja contra a liberdade de expressão total (se é que ela é possível…; nem tudo pode ser dito), acredito que ela deva ser cultivada nas democracias, sob risco de se cair em tirania. Os meios de comunicação devem ser supostamente livres para que se prestem informações supostamente independentes. Mas, convenhamos, para que publicar charges logo sob esse tema? O jornal dinamarquês foi um pouquinho longe demais. A caricatura que associava o profeta islâmico ao terrorismo (com uma bomba saindo do turbante em sua cabeça) era de muito mau gosto. Mas é liberdade de expressão, mesmo assim… Quem dera os muçulmanos se mobilizassem de tal modo para combater certos exageros cometidos por certos fundamentalistas que praticam atos de terrorismo…
Okay, foi cruel o que fizeram, não deveria ter sido feito (ao menos não do jeito que foi feito), deviam ter respeitado as religiões, mas… NADA justifica a violência. Os manifestantes revoltados incendiaram hoje embaixadas de países europeus em Damasco, na Síria. E os mais revoltados começaram também um boicote a produtos dinamarqueses.
Os dois estão errados: países europeus por difamarem a cultura muçulmana, e muçulmanos por reagirem de forma violenta (e infantil). Mas não é nada que um pedido de desculpas formal (de ambas as partes) não possa resolver. O jornal dinamarquês já deu o primeiro passo:

“In our opinion, the 12 drawings were sober. They were not intended to be offensive, nor were they at variance with Danish law, but they have indisputably offended many Muslims for which we apologize.”(Open letter to Fellow Muslim citizens, 30/01/06)

Enfim, não leva a nada ficar dividindo o mundo entre aqueles que apoiam o ato e os que condenam.
Talvez a liberdade de expressão seja melhor efetivada se forem respeitados certos limites…

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Tudo via Internet

Uma prova de que o Direito e a Comunicação Social andam juntos:
Os Ministérios das Comunicações e da Justiça, e o Superior Tribunal de Justiça assinaram hoje (ou ontem — dependendo da concepção de ‘dia’ que se adote) um acordo para a criação de um serviço que possibilite que as pessoas possam propor ações judiciais pela Internet.
A iniciativa será lançada pelo Gesac (Serviço de Atendimento ao Cidadão, não sei se confio na tradução encontrada para essa sigla), um programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações. Também faz parte do projeto disponibilizar computadores com acesso à Internet a uma maior parte da população brasileira.
Arrã. A proposta vem do mesmo Ministério que ainda não se decidiu quanto a que padrão de TV Digital adotar no Brasil… (imagina como seria se eles tivessem que criar um padrão próprio!)
Computador ao alcance de todos, Justiça via Internet, TV Digital… É só eu, ou alguém mais acha isso tudo utópico demais para se concretizar nos próximos meses (ou até mesmo anos?)?
Enfim… em ano eleitoral, tudo é possível! 😛

“An optimist thinks that this is the best possible world. A pessimist fears that this is true.”