Tablóides brasileiros

Matéria da Veja de 26 de abril (aliás, qual o sentido de enviar no sábado a revista de quarta-feira? Por que não colocar então a data do próprio sábado em que as revista são remetidas, já que os assuntos estarão desatualizados de qualquer jeito quando chegar a quarta-feira?) fala sobre a tendência atual dos jornais brasileiros de copiarem o modelo de tablóide de jornais ingleses. O objetivo é chamar a atenção do leitor, e a estratégia vem sendo utilizada por jornais tradicionais que perderam parte de seus leitores (como o Jornal do Brasil) ou por grupos jornalísticos que descobriram no jornal popular um filão que gera receitas. Esses últimos são pequenos jornais vendidos a preços módicos (como o Aqui, dos Diários Associados, que circula em Brasília e Belo Horizonte por 25 centavos a unidade) que apresentam matérias pouco aprofundadas sobre os fatos mais importantes de cada dia, geralmente tratando de assuntos de interesse local. Esses jornais têm o tamanho ideal para quem quer algo para ler no trajeto de casa até o trabalho, ou em pequenos momentos de folga na hora do almoço. O objetivo é criar o hábito de leitura nas pessoas que normalmente não lêem jornal (por ser muito caro, ou por uma suposta ‘falta de tempo’), para que depois busquem maiores informações e aprofundamento dos assuntos no jornal tradicional.
No jornal em formato tablóide, o tamanho do papel é reduzido (para uma melhor mobilidade e facilidade de leitura), as matérias recebem tratamento visual diferenciado (tabelas, fotos, gráficos), os textos são simplificados, os temas tratados são de interesse geral, e as cores predominam – enfim, tudo que possa ser usado para chamar a atenção do leitor e facilitar a compreensão do assunto tratado. Será esta uma tendência generalizada? Alguém consegue imaginar a Folha ou o Estadão em formato tablóide?

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