O Pêndulo de Foucault

Conspirações, planos mirabolantes, sociedades secretas e muita história.
Grande parte dos acontecimentos de “O Pêndulo de Foucault”, de Umberto Eco, dão-se a partir do que acontece no dia-a-dia de duas editoras, pertencentes a um mesmo dono, a Garamond – para livros científicos, mais sérios, e a Manuzio – que mantém uma fachada de renome, mas que no fundo se dedica a publicar autores a expensas próprias (aqueles que pagam pela própria publicação). O fato principal do livro decorre de uma iniciativa conjunta das duas editoras de publicar obras sobre ocultismo. A Garamond publicaria obras sérias sobre o tema, ao passo que à Manuzio seriam encaminhadas as obras de menor qualidade. Cabe a três funcionários da Garamond auxiliar na triagem dos manuscritos – Causabon, Belbo e Diotallevi. Enquanto lêem as histórias, que basicamente tratam das mais absurdas ligações entre eventos históricos e fatos obscuros, eles decidem criar uma própria teoria conspiratória, a qual chamam de “O Plano”. O problema é que a conspiração é tão bem feita que outros (e até eles próprios) passarão a acreditar nela.
O livro é interessante, e consegue prender o leitor do início ao fim. Mas bem que dava para o autor condensar as mais de seiscentas páginas em umas quatrocentas (confesso que teve trechos que tive vontade de saltar – mas não saltei, resisti bravamente), e as duzentas páginas seguintes poderiam ser ocupadas com a continuação da história (porque ela acaba num ponto bem interessante…).
Em relação ao restante da obra de Umberto Eco, mantenho O nome da rosa no topo da lista de ficção (acompanhado de Seis Passeios pelos bosques da ficção no topo da lista de, ahm, não-ficção – embora seja uma obra que trate especificamente sobre ficção :P).

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