Prometendo o impossível

Ao acessar aleatoriamente um artigo do Le Monde Diplomatique Brasil, deparei-me com a matéria “A fábrica de desejos” de Ignacio Ramonet, datada de maio de 2001, criticando (detonando) a publicidade. Para ele, a publicidade seria reducionista, no sentido de que oferece uma versão condensada do mundo – ao recorrer sempre aos mesmos estereótipos para significar a vida, para nos impor desejos. O que a publicidade faz é uma promessa a qual é muitas vezes incapaz de cumprir:

“A publicidade promete sempre a mesma coisa: o bem-estar, o conforto, a eficiência, a felicidade e o sucesso. Ela reflete uma cintilante promessa de satisfação. Vende sonhos, propõe atalhos simbólicos para uma rápida ascensão social. Fabrica desejos e exibe um mundo em férias perpétuas, tranqüilo, sorridente e despreocupado, povoado por personagens felizes que possuem, enfim, o milagroso produto que os fará belos, impolutos, livres, sãos, desejados, modernos…”

E nós, os idiotas consumistas, acreditamos (ou melhor, fingimos acreditar) que aquele mundo maravilhoso proposto pela publicidade é, na verdade, um mundo possível 😛

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One thought on “Prometendo o impossível

  1. Na verdade não acreditamos em papai noel, já há muito tempo, mas fingimos que sim por medo de nos tornar chatos, o único de passo certo no meio do batalhão, e nos lançamos a consumir.

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