Monthly Archives: September 2007

Explorando o Twitter

O Twitter é um microblog. Um microblog é uma ferramenta que permite atualizações rápidas e curtas, e, se possível, a partir de uma multiplicidade de suportes diferentes (é possível atualizar o Twitter, por exemplo, pela web, por IM, ou até mesmo pelo celular – por SMS ou Internet móvel). Há outras ferramentas de microblog por aí, como o Pownce e o Jaiku (o que mais se assemelha ao modelo do Twitter), mas o interessante do Twitter é a limitação de espaço. As micropostagens não podem ultrapassar 140 caracteres (é o mesmo tamanho máximo para o envio de uma mensagem de celular por SMS).

Há ainda o Tumblr, que tem um formato interessante, e permite não apenas textos, mas também imagens, fotos, citações, diálogos, links e vídeos. Mas, dada a multiplicidade de formatos que aceita, o Tumblr se situaria na verdade em uma categoria intermediária entre blogs e microblogs (os tumblelogs).


busca comparada por quatro microblogs via Google Trends.

O Twitter existe desde o ano passado. Criado em março de 2006 e tornado público em agosto do mesmo ano pela Obvious, o Twitter teve um crescimento rápido ao redor do mundo. No Brasil, o hype só foi começar mesmo lá por meados de agosto de 2007. Foi em agosto também que surgiu o primeiro ranking para mapear o crescimento e a popularização dos usuários em língua portuguesa.

O que se pode fazer com o Twitter

A idéia original do Twitter é a de se postar o que se está fazendo no momento. O tamanho reduzido da postagem aliado à multiplicadade de modos de se poder atualizar poderia levar a uma prática que beirasse ao voyeurismo. Poderia. Entretanto, a parte mais legal do Twitter é o fato de que seus usuários têm se apropriado da ferramenta para fazer usos interessantes do sistema. E um desses exemplos é o uso do Twitter como ferramenta jornalística.

Desde o final de agosto, está no ar o ReporTwitters, um site dedicado a jornalistas que queiram utilizar o Twitter como ferramenta de trabalho. A idéia é mostrar os bastidores da produção da notícia através do Twitter, ou então usar o próprio Twitter como meio para encontrar e entrevistar fontes espalhadas pelo mundo.

vários outros usos possíveis para o Twitter, como usá-lo para fazer a cobertura ao vivo de um evento, para notícias, para falar sobre si mesmo (a proposta inicial), para comunicação entre integrantes de um grupo de trabalho, para escrever uma história de ficção experimental em trechos de 140 caracteres, para fazer perguntas (embora os demais twitters tenham a tendência a crer que toda e qualquer pergunta é meramente retórica), como um miniblog genérico (dá até para postar links, cujas URLs são automaticamente compactadas por serviços terceirizados como o TinyURL)… enfim, há uma infinidade de possibilidades. E todas elas requerem uma mega readaptação por parte do usuário ainda não acostumado a reduzir frases e idéias complexas a míseros 140 caracteres.

Um uso interessante possível para o Twitter é estabelecer diálogos coletivos de modo assíncrono. Para isso, basta colocar uma @ antes do nome do usuário para quem se quer dirigir uma determinada atualização, e essa pessoa será notificada da nova mensagem.

Assim, embora na prática não haja a possibilidade de se adicionar comentários a uma determinada postagem – como nos blogs -, o Twitter consegue manter a possibilidade de conversação entre indivíduos a partir do envio de mensagens direcionadas.

Indo além do próprio Twitter

O Twitter tem a plataforma aberta, o que significa que qualquer um pode utilizar o código do sistema para buscar usos criativos. Há uma infinidade de sites e programas derivados do Twitter. Um exemplo é o TwitterDigest, que permite criar feeds de periodicidade diária a partir das atualizações de um número limitado de pessoas. Há também o Twittervision, que se propõe a situar as últimas atualizações ao redor do mundo em um mapa mundi. É possível até mesmo programar o Twitter para lembrá-lo de fazer alguma coisa importante, como se fosse um serviço de timer.

(Alguns aplicativos que surgem acabam sendo um tanto inúteis, como o Twitter Comic Book, que mistura as atualizações do Twitter de uma determinada pessoa com fotos aleatórias encontradas via Flickr)

Dentre os recursos do próprio Twitter, é possível obter uma interessante visualização em 3D de suas atualizações em conjunto com a de seus amigos e amigos dos amigos através do Explore Twitter.

O site ainda não tem uma versão em português. Mas há o Gozub, um microblog totalmente brasileiro. A cópia é tão descarada que a frase-mote do site brasileiro é “O que você está fazendo?”. O Gozub também adota a terminologia de “seguidores” e “seguidos”. Enfim, é praticamente uma versão brasileira do Twitter. Mas com funcionamento independente, o que contribui para que constitua apenas um gueto, na sua maioria de jovens com idade inferior a 18 anos.

Já o jornal 20minutos, da Espanha, resolveu ser feliz ao extremo e criar seu próprio serviço de micropostagens – limitado a 150 caracteres e com grandes semelhanças com o Twitter.

Explorando ao máximo sem sair do próprio Twitter

É fundamental aprender bem as regras de funcionamento do site para poder explorar o Twitter ao máximo. Os comandos são simples, e podem ser usados a partir do celular, de um programa de mensagens instantâneas (como o Google Talk), ou pela web. Para acessar na web do celular, basta apontar o navegador para m.twitter.com. SMS e IM podem ser configurados a partir do site do Twitter. Por enquanto, ainda não há um número de SMS no Brasil para fazer as atualizações, o que acaba encarecendo um pouco o uso do Twitter por essa via.

Enfim, talvez o Twitter não seja o microblog mais eficiente que existe. O próprio Pownce apresenta bem mais utilidade. Além de
postagens curtas (e não tão limitadas em tamanho quanto no Twitter) também é possível administrar uma rede de contatos e enviar e receber arquivos (de até 10Mb) pelo Pownce. Mas o diferencial do Twitter é o público… E o uso criativo que essas pessoas fazem da ferramenta.

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Novidades sutis no Orkut e no Google Reader

Quer saber quando seus amigos atualizam seus perfis no Orkut sem ter que se dar ao trabalho de abrir página por página? Agora é possível! O recurso é meio Facebook, mas não deixa de ser interessante. O Google Reader também apareceu hoje com algumas mudanças sutis, como mostrar o total de feeds não lidos. Era menos assustador abrir e ver “100+” ao invés de “857” na quantidade de novos itens…

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Todo dia é dia de blog

(ou BlogDay, 4 dias depois…)

Como hoje não é o dia cujos números formam a palavra Blog (31/08), sinto-me no direito de subverter as regras e simplesmente indicar 5 blogs, genericamente considerados. Talvez o único referencial para que não seja completamente qualquer coisa menos um BogDay seja o fato de que são 5 blogs. E que são blogs. O resto… nem sequer consegui entender (e isso desde o ano passado) se precisam ser 5 blogs ‘novos’ no sentido de que a própria pessoa que indica não os conhecia antes, ou apenas novos no sentido de que não constaram na lista do ano passado. E, ao menos em tese, deveriam ser blogs espalhados geograficamente. Mas a maior parte dos blogs estrangeiros que leio já foi citada no ano passado. Enfim, sem maiores enrolações… eis a lista: (em ordem aleatória, e constando apenas blogs que eu não costumava ler em agosto do ano passado – ou porque não existiam, ou porque ainda não os conhecia)

Universo Anárquico – blog da Tina Oiticica Harris. O ponto forte são os relacionamentos que a Tina, blogueira-anfitriã de mão cheia, estabelece com seus leitores.

Marmota – blog do jornalista André Rosa (e que atualmente está em férias). Foge da idéia de que jornalista-precisa-ter-blogs-jornalísticos. O Marmota fala de tudo, e fala de tudo muito bem .

Dossiê Alex Primo – blog do professor e pesquisador Alex Primo. Promove verdadeiras conversações na blogsfera.

Atmosfera – blog coletivo. Impressões sobre o clima, a partir de várias partes do mundo.

Read/WriteWeb – só para não dizerem que não tem nenhum blog estrangeiro na lista (embora, tecnicamente, a Tina more nos States, e o Atmosfera receba contribuições eventuais de fora do país). Blog coletivo sobre novidades na web. Média de 2-3 posts por dia. Lots of geek stuff.

Aliás, agosto teria sido um verdadeiro BlogMonth, dada a quantidade de acontecimentos ligados à blogosfera, como a discussão a partir da veiculação da infeliz campanha publicitária do Estadão, ou a realização do BlogCamp.

Sobre o BlogDay
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Em tempo: não fui só eu que perdi a data. O Tiagón, por exemplo, fez um divertido BlogOntem.

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Intercom 2007

Sobrevivi a cinco dias sem usar computador. Mas valeu a pena. Nos últimos dias, estive em Santos, São Paulo, participando do Intercom. O Intercom reúne todo ano milhares de estudantes, professores e pesquisadores em Comunicação – são vários eventos relacionados às Ciências da Comunicação acontecendo ao mesmo tempo, como oficinas, palestras, apresentações de trabalhos e mostra competitiva.

Até tinha computador por perto. Mas eu me recusava terminantemente a pagar o valor exorbitante cobrado pelo nosso hotel para usar no máximo meia hora de Internet. Preferi limitar-me a breves incursões virtuais via Opera Mini. Como eu não lembrava de jeito nenhum a palavra necessária para postar no blog por e-mail (e também não consegui acesso ao Blogger via mininavegador), continuei atualizando o Twitter (as três últimas atualizações do microblog aparecem ali ao lado no menu do blog – de forma tosca e um tanto caótica). Até tentei fazer uma microcobertura hiperlocalizada de uma única sessão de um evento, mas ninguém estava acompanhando, e acho que, por conta da impossibilidade de edição imposta pelo tempo real, acabei exagerando na crítica – ao menos foi uma experiência interessante. Mesmo que ninguém estivesse acompanhando 😛

A única coisa talvez um tanto sem graça (ao menos para mim) no Intercom deste ano tenha sido o Intercom Júnior. Mas ano passado também foi assim. Além de nos isolarem em um prédio separado dos demais eventos (também foi assim em 2006), havia pouquíssima gente na sala (este ano, era, literalmente, só os que iriam apresentar, e o coordenador da sessão; ano passado pelo menos ainda tinha uns 3 ou 4 indivíduos constituindo uma ‘pseudoplatéia’). O agrupamento de trabalhos se dá mais ou menos por tema, o que é interessante – embora eu tenha me sentido meio deslocada para falar sobre jornalismo na Internet para uma platéia que sabe apenas sobre jornalismo. As críticas/sugestões/idéias foram todas no sentido de dar continuidade ao trabalho de forma diferente, explorando novos ângulos jornalísticos – como na idéia de estudar o enquadramento das notícias.

Enfim, cada vez me sinto mais estudante de Comunicação, e menos estudante de Direito; mais acadêmica, menos profissional. Pena que após o congresso a gente precise voltar à (ir)realidade cotidiana, não tão cheia de coisas interessantes a serem feitas ao mesmo tempo…

Em tempo: só fui perceber que Santos é uma ilha quando já estava dentro dela. Minha noção de geografia é terrível.

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