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Distribuição de conteúdo online

Na quarta parte sobre o modelo de produção de notícias no século XXI (serão ao todo cinco partes), Paul Bradshaw fala sobre uma mudança no modelo de distribuição de conteúdo na Internet. Diferentemente do paradigma tradicional de distribuição de notícias (como em publicações impressas, ou nas transmissões de rádio ou televisão), na Internet, uma mesma pessoa (um mesmo jornalista) pode produzir, publicar e distribuir conteúdo de uma só vez, e a partir de um único clique. E essa especificidade faz com que algumas atitudes precisem ser repensadas na distribuição de notícias online: não se trata de se tentar promover um jornal inteiro, como ocorre nos formatos tradicionais de distribuição. Na Internet, é preciso promover cada página isoladamente.
A idéia é que na distribuição online há um componente a mais a ser considerado: a possibilidade de se passar adiante o conteúdo. Bradshaw reconhece que “É claro, as pessoas sempre passaram adiante jornais, ou contaram aos amigos sobre uma história que acabaram de ouvir no rádio, mas a replicabilidade digital e as tecnologias em rede tornam o processo mais fácil, rápido e – principalmente – mais mensurável para os anunciantes”. E isso implica em pensar em estratégias que facilitem essa distribuição em rede, como a preferência por vídeos ’embedded’ (que podem ser passados adiante até mesmo em scraps no Orkut), a disponibilização de widgets, a inclusão de links externos nas notícias, a utilização de estratégias de SEO (search engine optimization), ou a colocação, ao final do texto, de links que permitam que a informação seja passada adiante com um clique, através de redes sociais, social bookmarking, ou e-mail. Com a distribuição social, o conteúdo se torna mais importante que o jornal em si, e permite que mesmo conteúdos mais antigos possam ser ‘redescobertos’ e voltarem à tona a qualquer momento (meio que provocando um efeito de cauda longa em arquivos jornalísticos).
E o que eu tenho a ver com isso? As mesmas estratégias podem ser/são usadas por blogs em busca de maior visibilidade – principalmente em blogs que buscam rendimentos financeiros. Por que contar uma história de forma tediosa, se você pode dizer a mesma coisa de diferentes maneiras e interagir com seu público? Por que se preocupar apenas com a página inicial do blog, se grande parte das visitas entra direto em páginas internas? Por que dificultar a vida de alguém que tenha gostado de seu conteúdo e queira compartilhar com outras pessoas, se com algumas linhas básicas de códigos é possível permitir que as informações sejam passadas adiante de forma mais fácil? São questões para se pensar…
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