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Atlas de Jornalismo Online

Paul Bradshaw, do Online Journalism Blog, iniciou em seu blog uma espécie de Atlas sobre jornalismo online ao redor do mundo. A idéia é que pessoas de diferentes partes do mundo possam ajudar a completar um wiki que ter por objetivo mapear iniciativas interessantes que envolvam o jornalismo digital nas diferentes partes do globo — meio que como uma forma fugir um pouco da visão norte-americanocêntrica que costuma predominar quando se fala em jornalismo online. Vale dar informações sobre sites tradicionais, sites colaborativos, ou até mesmo blogs. O formato da contribuição é livre. Os textos também serão publicados no blog.

Para dar início ao projeto, Paul postou um texto meu sobre o Brasil. Na verdade, cabe aqui fazer uma grande ressalva. O texto foi escrito em meados de setembro, na época em que o contatei para fazer uma entrevista para a disciplina de Jornalismo Digital – por isso as referências à campanha do Estadão ou ao lançamento do ZeroHora.com, coisas que hoje, mais de dois meses depois, podem parecer meio sem sentido. Ele pediu um texto sobre jornalismo online no Brasil, sem dar muitos detalhes. Só meses mais tarde, já como integrante do “OJB team”, é que fui saber da idéia do Atlas.

De qualquer modo, uma de minhas funções é tentar contatar pessoas de outros países para contribuir no wiki. Então fica o convite para quem quiser colaborar ou indicar alguém que possa colaborar, inclusive (e principalmente) para reescrever, substituir, ampliar ou fazer correções na entrada que já tem lá sobre jornalismo online no Brasil 🙂

Em tempo: novos projetos estão por vir. E um deles tem muito a ver com este post do Nicolas

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Um blog aos 95 anos de idade

A notícia é [relativamente] velha, mas não deixa de ser interessante. A vencedora do Best of the Blogs (The BOBs) na categoria melhor weblog em espanhol, tanto por voto popular quanto pelo voto do júri, foi María Amelia, com o blog “A mis 95 años”. — Eis uma prova de que blogar não tem idade.

Em seu blog, María Amelia narra histórias vividas ao longo de seus 95 anos de vida. A espanhola conta com a ajuda do neto para digitar seus textos e acompanhar a repercussão do blog.

O The BOBs é um concurso internacional de blogs promovido anualmente pela Deutsche Welle. O vencedor na categoria weblog em português, voto pelo júri, foi o Blog do Tas. Já o vencedor na categoria weblog do ano (considerando-se todos os idiomas) foi Foto-Griffaneurei (Foto Mania), de Xenia Awimova, uma aspirante a fotojornalista de 23 anos que vive em Minsk (capital da Bielorrúsia).

Via eCuaderno.

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Os melhores blogs do Brasil 2

A Revista Bula publicou o resultado da “maior pesquisa de opinião pública já feita no Brasil sobre blogs”. É mais ou menos como a pesquisa anterior, só que, desta vez, a pergunta foi feita a mais pessoas. Na primeira edição, perguntou-se a universitários quais os blogs que eles costumavam ler. Nesta segunda versão, procurou-se “buscar um caráter mais científico”. Para isso, eles entraram em contato com 704 706 pessoas, de dez estados do país e das mais variadas áreas de atuação.

Cada pessoa podia indicar no máximo 5 blogs. 211 disseram que não lêem blogs, e os outros 495 apontaram os seus favoritos.

O resultado? Deu Pensar Enlouquece de novo na liderança. Mas alguns dos outros blogs constantes da relação dos 21 melhores do país mudaram. Caiu o número de blogs escritos por jornalistas – mas aumentou a diversidade de assuntos abordados.

Em tempo: caráter mais científico? Pessoas de profissões diferentes? Uma dica para a próxima vez [se houver uma próxima vez, já que esta é apontada como a listagem definitiva]: perguntem a profissão da pessoa que está respondendo. E o Estado. Só para conferir… (E, sim, eu votei no Inagaki, e ajudei a perpetrar o status quo da web).

Dados interessantes sobre a blogosfera brasileira podem ser acessados na Pesquisa Blogosfera Brasil, realizada em 2005, pela Verbeat. Não tem uma lista dos blogs mais influentes, mas o relatório traz informações sobre os hábitos dos blogueiros e leitores de blogs do país – como o fato de 95,4% acreditarem ser possível conhecer pessoas através de blogs 🙂

Update 27/11 — o pessoal da Revista Bula publicou hoje alguns dados adicionais da pesquisa (incluindo o número de votos que cada blog recebeu), além de ter aumentado a relação de blogs de 21 para 31. Também há uma nota explicando que rankings costumam ser bastante subjetivos (!), e que nesse procurou-se mostrar algo que fosse além do que pensa a própria “umbigosfera” – por isso, 90% dos respondentes teriam sido usuários de Internet não leitores de blogs.

Agora apenas uma sugestão: que tal transformar isso em uma espécie de seção permanente da revista, refazendo a pesquisa de tempos em tempos (6 em 6 meses, talvez?) para observar como se comporta as preferências dos usuários? — tipo, considerando o fato de que a blogosfera é líquida e as relações virtuais são instáveis, por que não respeitar isso e criar uma pesquisa de opinião que também seja mutável?

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Nova capa Verbeat

Já está no ar a nova página inicial da Verbeat Blogs, em versão sabor limão [leve sensação de deja vù, embora uma coisa não tenha absolutamente nada a ver com a outra…]. Dentre as novidades, maior destaque para os últimos posts, e visual mais leve (para passar a idéia de que ler flutua). E o mais legal: dá para assinar um feedzão de tudo 😀

O redesenho ficou a cargo da Olivia Maia.

Em tempo: Este post faria mais sentido em um blog Verbeat. Mas eu não me sentiria à vontade, na qualidade de avatar, para falar de assuntos blogosféricos 😛

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Número de assinantes do feed

Quer saber o total de pessoas que assinam um determinado feed pelo Google [leia-se Google Reader + iGoogle + Orkut]? Uma maneira óbvia de saber o total é através das estatísticas do FeedBurner. Mas isso vai depender de o feed ser do FeedBurner. Para consultar os índices de outros feeds, ou então para comparar o que diz o FeedBurner – que usa um cálculo aproximativo para determinar o total de feeds – com o total real de assinantes do feed (incluindo os inativos), basta procurar pelo nome do blog no campo “Add subscription” do Google Reader. O resultado irá mostrar o número de assinaturas via Google para o blog pesquisado.

Não consegui encontrar o índice para o meu próprio blog [okay, tenho acesso a essa informação via FeedBurner]. Mas não deixa de ser interessante poder saber quantos assinantes possuem os demais blogs que acompanho.

Via eCuaderno.

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Pára-quedismo em ação

Esses dias, durante uma aula no laboratório de informática, notei que uma colega estava fazendo sucessivas buscas no Google, ao invés de realizar a tarefa proposta. Lá pelas tantas, olho para o lado e percebo que ela está lendo este blog (reconheci imediatamente pelos toscos risquinhos azuis à direita; nota mental: já está na hora de providenciar um novo layout para o blog).

Perguntei à colega o que ela estava fazendo ali (também conhecido como “aqui”). Ela olhou para o endereço. Olhou para o nome na parte inferior do post. Olhou para mim. Olhou para a tela. E fez uma gigantesca cara de interrogação. O motivo: a colega tinha chegado ao blog pelo Google, a partir de uma busca por um livro. E estava lá, empolgada, lendo a resenha, sem nem ao menos se dar ao trabalho de conferir quem tinha colocado aquela informação na Internet… Se eu não tivesse olhado para o lado, talvez ela nem teria se dado conta de que o texto que tinha encontrado na web, na imensa e longíqua web, tinha sido escrito por alguém que, naquele momento, estava exatamente ao seu lado…

Então quer dizer que é assim que funciona com todos os demais pára-quedistas do Google? Para eles, nós, macacos, somos uma grande massa de anônimos na web? Importa mais a informação buscada do que o local onde ela se encontra?

Com toda essa confusão de globalização e pós-modernidade (modernidade líquida, hipermodernidade, ou qualquer outro termo feliz para designar os confusos tempos que estamos vivendo), é efetivamente possível que eu esteja lendo o blog do meu vizinho sem nem ao menos saber a) que é o meu vizinho ou, pior, b) quem é o meu vizinho? Essa perspectiva assusta…

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Como afundar um blog

Muitos blogs por aí trazem dicas de como melhorar um blog. Mas pouco ou quase nada é dito sobre como afundar um blog.

Confira abaixo as 10 dicas furadas de como transformar um blog de sucesso em um grande fracasso:

1. Mude completamente de foco e passe a blogar sobre as peripécias de sua irmãzinha de 3 anos (se não tiver uma, invente). Em miguxês, KlaRuUuu.

2. Comece a visitar blogs de assuntos completamente diferentes do seu e deixe comentários do tipo “olá! gostei muito do seu blog. visite o meu. http://endereço_do_seu_blog”

3. Peça links. Para todo mundo. Indiscriminadamente.

4. Faça posts falando mal de postagens de outros blogs. Com trackback.

5. Mude as configurações do seu feed para que ele mostre apenas um pedaço do conteúdo dos posts (e não o texto inteiro). Ou – melhor ainda – elimine o feed.

6. Troque a combinação de cores do layout para algo como vermelho com ciano (dá um contraste horrendo).
exemplo de gif piscante terrivel
7. Encha a página inicial do seu blog com widgets, e links para tudo quanto é serviço de Internet relacionado ou não a blogs.

8. Espalhe gifs piscantes no meio dos seus posts. Com hotlinking.

9. Bote para tocar automaticamente uma música em .mp3 de alguma banda estridente.

10. Deixe scrap para seus amigos no Orkut pedindo para que eles comentem no seu blog. Anuncie seu último post como se fosse a próxima maior maravilha do universo.

Seguindo essas dicas, com azar, você poderá figurar no próximo ranking dos 50 piores blogs do Brasil (com sorte, o blog afunda mesmo).

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Protestos em Myanmar

Myanmar, Mianmar, Mianmá, Burma, Birmânia – mais uma vez, a mídia nos traz informações sobre um país que poucos sabem onde fica (fora os que nem sabiam que o país existia). E as notícias por lá não são nada boas. Protestos, imprensa censurada, fronteiras fechadas…

Myanmar é um país situado no sul da Ásia. A língua oficial é o birmanês. A capital do país foi mudada recentemente. Desde 2006, é Naypyidaw. A maior cidade – e ex-capital – é Yangon (antes Rangum). Ex-colônica inglesa (independente desde 1948), e atualmente governada por uma junta militar, a Birmânia foi palco de violentos combates durante a Segunda Guerra Mundial. Desde 1989, o país se chama Myanmar.


Exibir mapa ampliado

A população de Myanmar iniciou uma onda de protestos em agosto, depois que o governo aumentou o preço dos combustíveis. Os protestos contra a degradação da economia se intensificaram recentemente com a adesão dos monges budistas. A população foi às ruas em maior quantidade, e se envolveu em conflitos com o Exército. A situação se tornou tão instável que a ONU enviou um representante ao país para tentar restaurar a ordem.

Mídia cidadã

Com a repressão, tem se destacado na mídia o papel do jornalismo cidadão. A partir dos países vizinhos (já que a imprensa do país é militarmente controlada), jornalistas exilados de Myanmar enviam informações sobre o conflito para o resto do mundo.

Destaca-se ainda nessas transmissões o papel das tecnologias móveis, como câmeras de celular e satélites. Em 1988, o país viveu uma situação de conflito semelhante. Entretanto, na ocasião, as informações sobre o conflito só chegaram ao resto do mundo três dias depois, a partir da mídia oficial. Com a Internet, tudo fica mais rápido – inúmeros blogs têm mantido o mundo informado dos acontecimentos (talvez tenha sido por esse motivo que o governo bloqueou o acesso à Internet no país na sexta-feira).

O site da Democratic Voice of Burma (DVB), uma organização midiática que divulga notícias sobre o país (mas localizada fora dele), pede que pessoas do mundo inteiro enviem mensagens para a população de Myanmar. As mensagens serão exibidas na DVB TV. Outro veículo do país – que tem recebido contribuições via celular dos participantes do conflito – é o Mizzima News. O canal participativo da CNN – I-Reporter – também tem se mostrado bastante ativo.

Os Estados Unidos coordenam uma grande campanha para salvar o país. Há até um vídeo no YouTube, estrelado por Jim Carrey. A campanha também pede a libertação de Aung San Suu Kyi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 1991.

Em tempo: blogueiros de todo o mundo estão se unindo para, no dia 4 de outubro, postar em defesa de Burma. Se você tem um blog, não deixe de participar da campanha “Free Burma!”.

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