Category Archives: querido diário

Enfim, mestre!

Tudo bem que o finalzinho do curso de mestrado não justifica o estado de abandono quase completo no qual deixei este blog, mas retorno a este espaço para contar que finalmente terminei o mestrado (Yay!) e já estou matriculada no doutorado. Em breve pretendo disponibilizar minha dissertação por aqui (a temática é circulação jornalística no Twitter), e também falar um pouco mais da minha produção recente (alguns dos artigos estão disponíveis ali ao lado, no item pesquisa; outros serão acrescentados em breve).

No período entre a entrega e a apresentação da dissertação, passei 35 dias em São Paulo participando do Curso Abril de Jornalismo. A experiência foi muito boa e despertou em mim o interesse em trabalhar em uma redação jornalística (bom, no caso, uma que não seja em formato wiki). Aos poucos pretendo compartilhar, ainda que tardiamente, algumas das impressões que tive por lá, sobre a vida na ‘cidade grande’. 🙂

*Sinal de fumaça*

2009 foi um ano um tanto corrido. Talvez por isso tenha aparecido tão pouco aqui pela blogosfera (perdoem-me a hipérbole de ainda considerar este espaço com atualizações esporádicas como “blog” – e, pior ainda, como “blog integrante da blogosfera”). Ou talvez seja culpa das outras ferramentas online, que disputam nossa atenção. Social games, microblogs, wave – fica difícil decidir se passei mais tempo jogando Mafia Wars, dedicando-me à carreira frustrada de fazendeira em Farmville, ou respondendo bom dias no Plurk. De qualquer modo, recuso-me terminantemente a dizer que foi culpa do Twitter (embora indiretamente até possa ter sido, considerando que o tenho como objeto de pesquisa).
De qualquer modo, pretendo, aos poucos, voltar a usar este espaço para reflexões aleatórias sobre temas que me interessam. Não se trata exatamente de uma promessa. Pode ser que vocês voltem aqui daqui dias, semanas, meses, e encontrem este mesmo post, estático. Pode ser que não. Por via das dúvidas, já aproveito para desejar a todos os meus 4 leitores um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo.

Meme: coisas secretas

A Raquel Camargo me repassou o tal meme das seis coisas secretas. A idéia geral é revelar seis coisas que – supostamente – poucos sabem sobre mim. (Vocês já devem estar cansados de ver esse meme por aí, não?)
Eis a listinha:
1. No começo, ninguém colaborava com o site de Gilmore Girls, apesar dos meus insistentes links do tipo “Envie sua colaboração” ao final de cada página do site. Aí comecei a colocar nomes fictícios em supostas colaborações (o mais recorrente era “Lia”, o nome da minha cachorrinha Poodle). E não é que funcionou? Em seguida apareceram vários colaboradores, e com isso fiz várias amizades através do site.
2. Falando em cãs, desde o ano retrasado, além da Lia, tenho outra cachorrinha. O nome? Gaby. Não foi uma crise bizarra de egocentrismo, nem de falta de criatividade crônica (ou: foi as duas coisas ao mesmo tempo?). Ela simplesmente já tinha esse nome quando a compramos, e se recusou a atender por qualquer outro nome. Mentira. Na verdade achei que seria divertido manter o nome.
3. Penso demais antes de enviar um e-mail, publicar um post ou fazer um comentário em blog. E muitas vezes acabo pensando demais e desistindo do envio. (É mais ou menos aí onde foram parar todos os posts inacabados de fevereiro.)
4. Tenho dificuldade em decidir quando colocada diante de opções. Mesmo assim, prefiro ter a possibilidade de escolher a não ter opção alguma.
5. Assinei a revista Veja Kid+ por dois anos. Mais: fui “fera” da revista (quem conheceu a revista talvez lembre do que se trata). Mais ainda: colei o pôster do Lorenzo na parede do meu quarto.
6. Já respondi esse meme antes. E na época era para listar só 5 coisas, então paro por aqui.
Repasso o meme para o Sérgio, que vive me repassando memes, e eu de certa forma vivo escapando deles.

Existe vida depois do TCC*

Depois de passar vários finais de semana em casa digitando no Word (com direito a ficar sabendo de um incêndio na esquina de casa através do MSN, e não pelo cheiro de queimado, ou pelo barulho das sirenes dos bombeiros), depois de várias madrugadas analisando contas do Twitter, depois de quase fazer este blog virar semente na capa da Verbeat… na sexta-fera, finalmente apresentei meu trabalho de conclusão de curso!
Nos últimos meses estive envolvida com a produção do trabalho, e tive que abrir mão de algumas atividades para dar tempo de fazer tudo. Um dos mais prejudicados foi este blog (e todas as demais atividades online conexas). Mas a imersão valeu a pena. Desde meados de agosto do ano passado, quando decidi o tema do trabalho (jornalismo no Twitter) até a última sexta, foram muitas leituras, muitas conversas e discussões sobre o tema, enfim, uma verdadeira primeira grande aventura científica.
Com a correria, não deu tempo de agradecer a todo mundo que contribuiu para o trabalho – desde o Jean-Luc Raymond, o primeiro a quem pedi sugestões de contas jornalísticas do Twitter, e que não só respondeu com contribuições, como também me enviou pelo correio um livro sobre jornalismo na era eletrônica, até, bem, eu não teria dado nem o primeiro passo se não fosse a Raquel Recuero ter concordado em orientar um trabalho à primeira vista mirabolante (querer fazer uma monografia sobre jornalismo no Twitter em agosto do ano passado não parecia algo muito, digamos, viável).
Nesta sexta-feira, apresentei o trabalho, com o resultado de minha imersão jornalística no Twitter. Exceto pelo fato de que é preciso colar grau (e de que o diploma, depois, deve ser levado a registro junto ao órgão do Ministério do Trabalho para que–ok, papo chato de regulamentação de profissão), já praticamente posso me considerar uma jornalista.
A apresentação foi bem tranqüila. Ou melhor, depois que passa tudo parece absurdamente simples. Tive uma excelente banca, com diversos apontamentos pertinentes. Gostaria de agradecer, em especial, a participação do professor Alex Primo, da Ufrgs, tanto pela leitura minuciosa do trabalho, como também – e principalmente – por ter aceitado o convite de participar da banca. As inquietações levantadas pelo professor Carlos Recuero também foram bastante instigantes.
Claro que nada disso teria sido possível não fosse a excelente orientação da Raquel, cujas recomendações, sugestões e críticas não só contribuíram para a produção deste trabalho em específico, como também reforçaram em mim a vontade de continuar pesquisando – servindo de base para constituir esse “protótipo de pesquisadora”, agora (praticamente) graduada, mas que pretende continuar em frente desbravando o ciberespaço.
Obrigada também aos que assistiram – como o Gilberto Consoni, o Jandré, e outros. A platéia era pequena, mas só estava lá quem realmente importava estar lá no dia 🙂 E eu ia transmitir por live streaming para o Jorge Rocha, mas no fim ele não me lembrou e acabei esquecendo. Aliás, obrigada, Jorge, por também levantar questionamentos pertinentes, ainda na fase de elaboração do trabalho. Ainda estou devendo uma incursão pela sociologia do jornalismo.
A programação deste blog deverá voltar ao normal (a normalidade é um conceito relativo) ao longo deste mês.

Em tempo: meu próximo TCC precisa ser entregue em agosto de 2009. É nisso que dá terminar um curso, mas continuar cursando outro. Tenho pelo menos mais um ano e meio de Direito pela frente. Na próxima semana ainda tenho algumas provas de segunda chamada, depois vêm as férias. Me formo, e 10 dias depois voltam as aulas!

* o título do post é em resposta à pergunta feita pela Ariadne Celinne pelo Twitter.

O primeiro dos dois posts de junho

Pelo critério aleatório da diminuição geométrica linear* involuntária da quantidade de posts neste blog nos últimos meses (vide gráfico abaixo), podem esperar, no máximo, duas atualizações para o mês de junho. Ou melhor, esta, e mais uma.
O ritmo “normal” (a normalidade é um conceito relativo) deste blog, juntamente com todas as suas relações blogosféricas conexas, deverá ser retomado apenas em julho.
Gráfico 1 relação entre o número de posts esperado[1] e o número de posts efetivos ao longo de 2008.
Picture 14
[1] média aleatória considerada: um post por dia

Tudo culpa do Twitter, é claro 😛 (direta e indiretamente)

* Valeu, Marcus!

Vários assuntos em um post

Ou… tudo o que eu poderia ter postado ao longo da semana, em pequenas doses, mas não deu tempo…
3a edição da Ciranda de Textos
Ontem aconteceu a 3a edição da Ciranda de Textos – o tema era Jornalismo e Interatividade. Desta vez, não consegui participar. Mas vocês podem conferir os textos produzidos lá no blog Mil Idéias e Ideais de Todos, da jornalista Flávia Reis, que foi o blog-guia desta edição da Ciranda. (Se não souber o que é a Ciranda, pode consultar esta FAQ elaborada pelo Pedro Penido na edição anterior do projeto.)

Meme: Coisas que irritam na blogosfera
A Gisele me repassou a “missão” de listar coisas que irritam em relação aos blogs. Na verdade, era para listar 3 coisas chatérrimas na blogosfera, mas ela acabou aumentando a lista para 5. Eis abaixo a minha listinha:
0. Memes (:P).
1. Excesso de auto-referenciação e meta-postagens (e sim, eu sei que também contribuo para isso)
2. Spam, splogs.
3. Egos inflados.
4. Blogs em que há mais publicidade do que blog. Ou conteúdo fraquíssimo, mas mesmo assim entupido de anúncios.
5. Pedidos de links, ainda que implícitos (o que em certos casos tem ligação com o item 0, mas para explicar isso eu necessariamente cairia no item 1, então melhor deixar quieto).
Repasso para o Gilberto, e para todo mundo mais que quiser “desabafar” sobre o assunto – em seus blogs, ou na própria caixinha de comentários. Sintam-se livres para discordar dos itens acima, ou da própria idéia de se fazer uma lista para dizer o que tem de chato na blogosfera (será que o próprio ato de fazer uma lista já não seria algo por si só chato?)

Mais memes
Ainda na linha dos memes, o Martin, do Blog do Guri, e o Marquinhos, do Palavra de Guri (notem a semelhança acidental no nome dos blogs – isso sem mencionar que ambos possuem praticamente o mesmo layout, e os dois “guris” são pelotenses), me repassaram outros dois memes, ainda no começo de março. Do Blog do Guri, recebi um prêmio intitulado “Arte e Ponta“. A proposta seria indicar 5 outros blogs para receber o prêmio (em um caso clássico de meme tipo selinho). Já do Palavra de Guri recebi a missão de listar 12 palavras com algum significado para mim. Fugindo um pouco do clichêzão de responder com termos como “amor” e “saudade” (o que faria com que a minha lista ficasse parecidíssima com a de muitos outros), respondo com um link para um poeminha tosco que escrevi em 2002, que lista ao todo 8 palavras: The Most Beautiful Word. Bom, e ao invés de indicar os 5 blogs para o selinho, ou alguém para continuar a corrente das 12 palavras, proponho uma inversão: agora o Guri do Blog poderia listar suas 12 palavras, e o Guri de Palavra ficaria com o prêmio (e com a tarefa de indicar outros 5 para recebê-lo). Que tal, Guris?

Reading list
Assuntos sobre os quais teria sido interessante comentar ao longo da semana (ou: leituras de hoje no Google Reader; leia mais nos Shared Items)
O Biscoito Fino e a Massa: Judiciário brasileiro inventa campanha eleitoral sem internet – pelo que diz a resolução do TSE para as eleições de 2008, as campanhas por aqui serão beeem diferentes do que tem sido as campanhas lá dos EUA. Nada de candidatos no Twitter, nada de virais no YouTube, nada de perfis em redes sociais… sem graça ao extremo!
eCuaderno – La Vanguardia se suma a la conversación – desde ontem, o jornal espanhol La Vanguardia, assim como o Público, também utiliza o sistema do Twingly para postar links para blogs nas notícias do site.
Pew – Most Chinese Say They Approve of Government Internet Control – é no mínimo interessante a conclusão desse relatório do Pew Internet & American Life Project sobre a visão dos chineses sobre as restrições ao acesso à Internet na China.
Hedonismos – Notas, leituras e recomendações – o post de hoje do Doni, de onde “roubei” (tecnicamente, foi furto) a idéia de fazer esta listinha 😛

Como não tratar seus clientes

Tivemos um pequeno contratempo nestas férias. No domingo, fomos a uma filial do restaurante Bate Coração, na Praia do Cassino, em Rio Grande-RS (não achei link de referência, apenas para a sede do restaurante, localizada no Centro da cidade de Rio Grande). A comida é boa, apesar dos preços não muito convidativos. Mas a parte ruim aconteceu quando saímos de lá – mais precisamente, ainda no estacionamento (ou no que tudo indicava ser um estacionamento; há controvérsias).
Ao sair de lá, encontramos o vidro do carro quebrado. Não houve grandes danos materiais (notamos a ausência de um radinho a pilha e dos fones de ouvido do celular, que estavam no porta-luvas). Mas o que realmente estragou a noite foi a atitude do proprietário do estabelecimento.
Ora, se um carro é arrombado no estacionamento de um restaurante, o mínimo que se espera é algum apoio do estabelecimento. Mas não foi bem isso que recebemos. A primeira coisa que o proprietário fez (ressalva: não sabemos ao certo se era o proprietário, mas se comportou como tal) foi ressaltar que aquilo não era um estacionamento – apenas uma área livre entre a rua e o estabelecimento. Na verdade, há um muro com o nome do restaurante, fechado por um portão de ferro (o portão fica aberto durante a noite), e lá ao fundo está localizado o restaurante. Os carros ficam entre o muro e o prédio. Havia outros carros lá antes de chegarmos, e há espaço para uns 12 carros. Se isso não é um estacionamento, então me digam o que é.
Isto não é um estacionamento
bate coração
Tudo bem, pode não ser um estacionamento. Mas o proprietário continuou, dizendo que a gente teria que se virar para dar um jeito de substituir o vidro ou tapar o buraco, visto que a concessionária mais perto ficava a 60km. Quando meu pai tentou se auto-consolar com um “espero que o seguro cubra isto”, o dono do restaurante passou a dizer que duvidava que o seguro cobriria aquilo, até porque não era propriamente o vidro lateral, e sim um pedacinho de vidro fixo ao lado do vidro do carona. Reclamamos da falta de segurança no local, e o que ouvimos foi o proprietário contar, como se isso fosse resolver alguma coisa, que no ano anterior outro carro havia sido arrombado da frente do restaurante, e que o outro cliente tinha deixado para o seguro resolver, sem envolver o estabelecimento (o que só reforça a idéia de que o lugar é inseguro, diga-se de passagem).
Enquanto limpávamos os cacos de vidro, o dono do restaurante nos ignorou por completo para falar ao telefone celular. Depois, ele reuniu o máximo de boa vontade possível e nos ofereceu um pedaço de vassoura para limpar os cacos de vidro – e só.
Saímos de lá com mais raiva do tratamento péssimo recebido após a refeição (pena que já havíamos pagado a conta), do que propriamente pelo fato de terem quebrado o vidro do carro.
Ah, sim, Sr. Proprietário… o seguro cobrirá os danos do vidro. Mas, se não cobrisse, a jurisprudência estaria a nosso favor para cobrar os danos materiais do estabelecimento (quer queira, quer não, aquilo é um estacionamento, o que confere ao proprietário do terreno os deveres de um depositário – e a obrigação de restituir o bem depositado nas mesmas condições em que foi deixado).
Não sei o que ele poderia ter feito nessa situação (oferecer um pedaço de papel ou plástico para cobrir o espaço ocupado pelo vidro quebrado seria o mínimo, não?). Mas certamente ironizar sobre a situação não ajudou em nada. Na dúvida, é mais seguro pedir comida por tele entrega, do que ir a um restaurante com estacionamento espaço livre entre a rua e o prédio para se colocar carros com aparência de estacionamento.

Hoje, ao escolher um lugar seguro para almoçar – mais especificamente, um lugar em que pudéssemos estacionar com segurança um carro com um grande buraco na porta do carona sem que terminassem de furtar os objetos ali remanescentes (algo como… o rádio do carro?) -, saiu, sem querer, a piada pronta que a situação toda fornecia:
– E que tal se a gente procurasse um lugar que tenha estacionamento?

Cenas do cotidiano

“Uma galinha, uma galinha, uma galinha, uma galinha”
Agora há pouco, no McDonald’s, uma família finalizou o seu lanche, e a mãe levou as crianças ao caixa para escolher a sobremesa. O menino mais novo notou que, ao lado do caixa, estavam expostos os brinquedos desse mês do McLanche Feliz. Tendo se interessado por uma das opções, a criança começou a gritar, estridentemente:
“Olha, mãe, uma galinha! Eu quero uma galinha, uma galinha, uma galinha, uma galinha”.
Ao que a mãe responde:
“Mas meu filho, já tens o coelho”.
A criança olha para o próprio coelho, olha para o mostruário dos brinquedos, e continua:
“Mas é uma galinha, uma galinha, uma galinha, uma galinha. Eu quero uma galinha, uma galinha, uma galinha, uma galinha”.
Quer saber qual é a galinha que o menino tanto queria? Confira abaixo, do material de divulgação dos brinquedos deste mês:

E então, já descobriu qual deles é a galinha?
O Papa-léguas ou Bip-Bip é, na verdade, uma ave típica do deserto norte-americano, mais ou menos do tamanho de uma galinha (e aqui terminam as semelhanças com galinhas). Nos EUA, é conhecida como Roadrunner. Tanto galinhas quanto papa-léguas pertencem à classe das aves, mas são de ordens diferentes: as primeiras são galliformes, enquanto os últimos são cuculiformes.
Mas, baseando-se apenas na aparência, a criança não errou totalmente ao chamar o Papa-léguas de galinha. Ou acaso vocês sabiam antes que animal era o Bip-Bip?

A conversa do dia
Na mercearia:
“Ficaste sabendo do Beto Carrero?”
“Pois é, menina. E ele tinha a aparência de ser tão mais novo, coitado”
“É, mas mó-reu”.
No Twitter:
“A grande notícia do dia é a oferta da M$”
“A Microsoft quer comprar o Yahoo! para poder rivalizar com o Google!”
“Ai, meu deus, o que será que vai acontecer com o Flickr?”

Vou tirar férias da tecnologia. Até depois do Carnaval 🙂

Procurando lógica no nome dos esmaltes

Fugindo um pouco (completamente) da temática (!) do blog…
Descobri que existe uma cor de esmalte com o meu nome. Quer dizer, eu já sabia que existia esmalte nessa tonalidade, e sabia que o nome dessa cor era Gabriela. Mas nunca tinha parado para pensar no real significado disso. E muito menos tinha me dado conta do grau de falta de lógica na escolha de nomes para cores de esmaltes – e, em geral, para todos os produtos. Ou melhor, para tudo.
Dos mais enigmáticos – como Samba Juliana, Misturinha ou Paris – e o próprio Gabriela (por que não?) – aos que possuem uma relação metafórica um tanto mais óbvia (como Terra, Bege, Jabuticaba ou Framboesa), o que se percebe é que as palavras utilizadas para designar as cores de esmaltes têm as origens mais diversas*. A parte estranha é que elas significam, independente de terem ou não alguma lógica na relação metafórica que estabelecem com a cor que representam. Pergunte a qualquer mulher com uma relativa vivência de salões de beleza, e ela saberá nomear várias cores, inclusive algumas com nomes bizarros bastante criativos (aliás, achei particularmente interessante a história por trás da cor Samba Juliana…).
Na prática, o que acontece é que é o uso da língua que imprime os mais variados sentidos para os nomes. Não há como prever os usos possíveis. O significado vai ser dado pelo contexto do uso. E, quanto maior o uso, maior o peso de uma marca. Às vezes chega a ser tão forte que por vezes o sentido original se apaga: a palavra passa a significar o novo produto que designa. Também há vezes em que o próprio nome do produto passa a designar a coisa que significa (mais ou menos a lógica que nos impele a chamar as fitas adesivas de durex, mesmo que saibamos que, no fundo, se trata de uma das inúmeras marcas de durex fitas adesivas…).
A própria escolha dos nomes de blogs, por exemplo, segue uma lógica um tanto aleatória. Ontem, participava com um amigo em um brainstorm pra a escolha do nome de um novo blog. O nome escolhido foi completamente diferente da idéia original – a escolha do nome passou por vários critérios, inclusive pela disponibilidade de endereço (de nada adianta querer um nome básico e supercomum, se todos os endereços comuns já foram tomados).
Mas o pior não foi parar para pensar e perceber que os nomes dos esmaltes (e dos blogs) são estranhos e aleatórios. O pior foi constatar que os nomes de todas as coisas são estranhos e aleatórios – a língua é arbitrária, as palavras são arbitrárias. O universo é arbitrário, tudo é arbitrário! Às vezes nos sentimos confortáveis ao utilizarmos referenciais familiares. Mas a verdade seja dita: a graça da coisa é atribuir às palavras novos sentidos. Sem que houvesse (re)invenções de sentido, estaríamos condenados a empregar eternamente um pequeno e reduzido número de signos.

* Não sei por que cargas d’água fiz isso (talvez não fosse conseguir dormir tranqüila sem ao menos saber os nomes), mas elaborei uma listinha de nomes de esmaltes (das marcas Risque, Impala e Colorama). Tentei agrupar de uma forma mais ou menos lógica — veja o resultado aqui. Vai dizer que os nomes não são esquisitos [e aleatórios]?

Nova casa: Verbeat

Este é meu primeiro post aqui na Verbeat . E como em todo primeiro post de um blog (que na verdade significa post n° 805, mas vocês podem abstrair os demais posts importados do outro blog e considerar este como o #1), é nessa hora que a gente tenta resumir toda a expectativa com a criação de um novo blog. Também é no primeiro post que se faz algumas considerações sobre o drama da escolha do template (a escolha de cores, a bagunça feita no CSS). Mas achei mais interessante sugerir a leitura de primeiros posts de blogs de dois conhecidos que estão começando agora. De certa forma, as preocupações iniciais deles são as mesmas preocupações de todos os que se iniciam na aventura de um novo blog: a Karina, com sua neura, e o Sérgio, com seu ganha, perde… [Haveria um link para o blog do Jandré, se ele já tivesse criado o dele :P]
Criar um blog é muito mais do que clicar em “create a new blog” na página inicial de uma ferramenta qualquer de blogagem. Criar um blog é assumir o compromisso de participar de conversações na web – escrever, comentar, ser criticado, tentar se superar a cada dia. Criar um blog é um desafio. [E vocês podem esquecer logo toda essa ladainha, porque este blog continua o mesmo. Só mudou de endereço :P]
Enfim, atualizem seus blogrróis e bookmarks para http://www.verbeat.org/blogs/gabrielazago

Agradecimentos especiais ao Tiagón, pelo banner, e pela ajuda no template 😀

Recadinho para o pessoal do feed: para vocês, não muda nada. Mesmo nome de blog, mesmo endereço do feed… 🙂

Deu primeiro no Twitter! [sim, eu sempre quis poder dizer isso!]

E não esqueçam de dar uma olhada no condomínio, que tem um monte de blog muito massa! 😀