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Nesse meio tempo, voltei a trabalhar – com pesquisa, desinformação e notícias, mas fora do ambiente acadêmico – e continuei a criar dois filhos.
Trabalhar em tempo integral e criar dois filhos pequenos longe da família tem seus desafios. Agora entendo por que muita gente nos EUA deixa de trabalhar pelos primeiros cinco anos de vida dos filhos. Ainda estamos abaixo dessa idade. Desde então já enfrentamos múltiplas trocas de escola e três expulsões de escolinhas.
Mas sobrevivemos. Entramos 2024 com uma situação tranquila – empregos, escolas, tudo finamente parecendo se encaminhar. Ao mesmo tempo que quero que eles “cresçam logo” para ficar mais fácil, também quero poder aproveitar cada segundo enquanto eles ainda são pequenininhos.
Desejo um 2024 tranquilo, sempre em movimento mas sem pressa de chegar a lugar algum. Aprecie a jornada e pare para respirar sempre que possível. Vai dar tudo certo. As coisas se ajeitam. Valeu 2022-2023!
]]>Então se você não tem interesse em ler mais um relato nesse sentido, pare por aqui. Obrigada por ler este post, volte sempre. Ultimamente tenho postado mais ou menos uma vez por ano, então até 2022! _o/
Se você continua por aí, senta que lá vem história…
Tive dois partos completamente diferentes e achei que seria interessante relatar por aqui. Em ambos os casos, tive meninos com o exato mesmo peso ao nascer (3.150). Mas as semelhanças acabam por aí.
O primeiro filho estava sentado (posição pélvica). Com 37 semanas fizermos um procedimento chamado versão cefálica externa, para tentar virar a criança por fora da barriga. O procedimento é feito no hospital, por um médico, e com a sala de operação pronta pra um parto de emergência se qualquer coisa der errado. No fim não foi possível virar o rapaz, e dali já saí com uma cesárea marcada para duas semanas depois, com 39 semanas exatas. Assim, minha primeira experiência de parto envolveu chegar na hora marcada e fazer uma cirurgia.
O parto em si foi tranquilo, mas a recuperação nem tanto. Fiquei 3 noites no hospital, levei 24 horas para conseguir levantar da cama, perdi tanto sangue que precisei de uma transfusão de ferro. E por semanas a fio, o local da incisão doía, muito. Levantar e sentar doía. Se abaixar, então, era melhor nem tentar. E mesmo quando por fora parecia estar tudo bem, era preciso se lembrar que várias camadas de tecido foram cortadas, e seria melhor pegar leve por um bom tempo para garantir que tudo melhorasse por dentro. Cheguei a escrever num caderninho, logo após o parto: “nota mental: não tentar ter outro filho”. Mas a gente esquece e eventualmente até pensa em passar por tudo de novo…
Como meu primeiro parto foi cesárea por um motivo que não necessariamente se repete, o segundo poderia ser parto normal. Não é todo médico que topa fazer parto normal após cesárea, mas se todas as condições são favoráveis, dá para receber sinal verde. Não é recomendado induzir o parto após cesárea, e meu médico não queria deixar passar da data prevista (40 semanas), então o parto normal só aconteceria se o bebê resolvesse vir antes sozinho por conta própria.
No final da semana 38, minha bolsa rompeu. Eu achava que quando a bolsa estourasse seria como nos filmes, com um rio de líquido escorrendo pelo meio das pernas. Mas não foi bem como aconteceu – a água foi escapando as poucos, e se manifestou na forma de uma vontade de ir no banheiro a cada 15 minutos. Liguei para o consultório médico achando que seria algo tipo uma infecção urinaria. A enfermeira que me atendeu do outro lado da linha apenas exclamou “querida, você está em trabalho de parto!”. Eu estava na rua, caminhando com o cachorro.
Cheguei no hospital no final da manhã. A dilatação foi lenta mas progrediu aos poucos. Como a qualquer momento o parto poderia virar cesárea, passei o dia sem comer ou beber nada, estava com 2 acessos intravenosos (um ativo, e um reserva para a cesárea), e era fortemente recomendado fazer uma anestesia (que poderia ser aproveitada para a cesárea, caso necessária).
No final da tarde pedi para fazer a anestesia peridural. No começo da madrugada cheguei na dilatação esperada, mas as contrações ainda estavam muito espaçadas, então me deram oxitocina para acelerar. Comecei a fazer força no meio da madrugada (olá, 3:18), e o bebê nasceu de manhã cedo. Mesmo com anestesia, foi uma dor horrível, não achei que iria conseguir. Mas uma coisa que a médica disse no meio do processo ajudou a chegar lá – como o bebê já tinha começado a sair, não tinha mais chance de virar cesárea. As únicas opções eram o bebê sair por conta, ou usar vácuo. O negócio foi fazer sair por conta e evitar ao máximo a manobra invasiva.
Apesar de toda a dor, uma coisa porém foi mágica. 1 hora depois eu estava de pé. Sem dor. Sem problemas para sentar, abaixar, ou o que fosse. A recuperação foi infinitas vezes melhor. Não foi perfeita – tive laceração de segundo grau, levei pontos lá embaixo, acabei com uma fissura anal chata e insistente. Mas ainda assim um pouco de desconforto foi bem mais tranquilo de lidar. E o mais incrível – 24 horas depois já estávamos todos em casa.
Algumas pessoas me perguntaram qual experiência achei melhor, cesárea ou parto normal. Existe uma certa comodidade em poder escolher a data de aniversário da criança e chegar para o parto como se estivesse fazendo check in em um hotel. Mas eu ficaria com a dor do parto normal 500 vezes antes de optar pela cesárea, a recuperação foi infinitas vezes mais tranquila, o que me permitiu curtir mais os primeiros dias de se ter um recém nascido em casa, sem deixar de dar atenção ao primogênito que viu seu mundo totalmente alterado com a chegada de um irmãozinho.
]]>Muitos negócios não sobreviveram, muitos sonhos tiveram que ser adiados ou reconfigurados, mas também muita gente ignorou tudo e continuou fingindo que nada estava acontecendo.
Por aqui, ficamos em casa, evitamos saídas desnecessárias, e evitamos ver pessoas de fora da nossa “bolha”.
Algumas novas práticas talvez sejam interessantes de manter a longo prazo – eventos e aulas a distância (participar de eventos acadêmicos de vários lugares do Brasil e do mundo sem sair de casa foi um ponto bastante positivo da pandemia), fazer compras online (acabamos de receber a última entrega de supermercado do ano), comer comida de restaurante em casa (aplicativos de entrega de comida salvaram o ano). Outras talvez não vejamos a hora de voltar “ao que era antes” ou, pelo menos, a um novo formato que as torne possível – junção com os amigos, festas de aniversário, viagens, ou basicamente tudo que envolva estar junto e próximo de outras pessoas.
2020 começou bem e terminou mal. Ao menos 2021 já vai começar sem expectativas – se melhorar, ótimo. Se continuar como está, ao menos já sabemos como lidar.
Desejo a todos um 2021 feliz, dentro do que for possível 😛
]]>Na falta de uma tradução literal precisa, podemos mais ou menos traduzir como desinformação, ou, conforme a definição do site, “informação falsa que é espalhada, independente de haver intenção de enganar”.
Embora esse termo tenha sido escolhido por um site norte-americano, ele diz muito sobre a situação vivida no Brasil ao longo de 2018. Durante o período eleitoral diversos casos de “desinformação” puderam ser observados. Era possível ver informações falsas circulando em todos os lados do espectro político – principalmente a favor e contra os principais candidatos.
Esse termo deve continuar a ser relevante nos próximos anos, também, à medida em que os novos candidatos assumirem o governo. Seguirá relevante, ainda, em escala mundial, e em outros contextos que não a política.
Os sites de rede social e os algoritmos de propagação de conteúdo facilitam a disseminação em massa de informações falsas ou errôneas. Assim, mesmo que não se tenha a intenção de espalhar informações falsas, como a definição do termo sugere, pode-se acabar compartilhando uma informação sem saber ter sido criada com o intuito de gerar discórdia. A informação falsa, muitas vezes, parece verdadeira. Ela é feita para parecer verídica – muitas vezes até cita fontes sérias para parecer verdadeira.
Porém as informações falsas não são novidade da era das redes sociais. Boatos, correntes, notícias falsas, tudo isso já circulava nos primórdios da internet (e até fora dela). Antes dos sites de rede social, as correntes falsas eram distribuídas por email. Antes do Facebook, circulavam via scrapbook e mensagens no Orkut (inclusive esse assunto já foi abordado inúmeras vezes neste blog aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
O que muda com os sites de rede social é a escala da distribuição. Se antes se dependia de passar o email de uma para outra pessoa, para um consumo privado, hoje, com um clique em um botão, é possível espalhar essas informações falsas para vários contatos ao mesmo tempo, e até para potenciais desconhecidos (nossas audiências invisíveis), num consumo semi-público das informações.
Outra novidade dos tempos contemporâneos são os bots, ou contas automatizadas dedicadas a postar e compartilhar notícias falsas. As notícias falsas compartilhadas pelos amigos (sabendo ou não se tratarem de notícias falsas), combinadas com as informações falsas postadas pelos milhares de bots, acabam por criar uma falsa ideia de consenso. Passa-se a achar que “todo mundo” pensa como nós, quando, de fato, pode se tratar de uma mera combinação de algoritmos com informações falsas sendo disseminadas – a tal da desinformação.
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Em tempo: Percebi que, sem querer, desde 2014, tenho feito apenas um post por ano neste blog.
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Além do ingresso para o The Voice, também tínhamos ingresso para ver The Big Bang Theory na mesma data. Acabamos optando pelo programa ao vivo mais pela experiência de ser ao vivo mesmo (o Big Bang é gravado, e a “participação” da audiência se limita às risadinhas ao fundo).
A seguir descrevo o processo para obter os ingressos para os dois programas, e também comento um pouco mais sobre a experiência de acompanhar o The Voice.
O programa que fomos assistir era ao vivo – vimos o Top 12 da temporada 13 do The Voice. Por se tratar de um programa ao vivo, as dicas e restrições são bem mais complexas. Eles também enviaram instruções de estacionamento e tipo de roupa esperado (arrumadinho estilo festa/jantar legal, mas sem que apareça nenhuma marca ou logo). Os estúdios da Universal ficam dentro do parque da Universal, então eles enviaram um passe de estacionamento para estacionar de graça dentro do parque e depois instruções de onde ir para pegar o trenzinho para o estúdio. Para o The Voice, foi necessário chegar 3 horas antes do início do programa – e o programa em si teve duração de 2 horas (era ao vivo, então ao menos sabíamos ao certo quanto tempo ia levar). Eles providenciam algumas formas de entretenimento enquanto se espera, então não é tão cansativo assim. E fornecem água à vontade. Só tem banheiro químico – mesmo no estúdio – o que é um pouco desconfortável, mas nada absurdo. Não faz muita diferença chegar mais cedo do que a hora indicada no ingresso ou não. Como o programa é ao vivo, eles fazem uma seleção bem cara de pau na hora de entrar. Eles olham para a cara da pessoa e colocam uma pulseira de uma cor específica. Na hora de posicionar as pessoas no estúdio, eles fazem isso conforme a cor da pulseira. Jovens bem arrumados e que ficam bem na TV vão parar de pé ao redor do palco. Pessoas mais velhas, ou mais mal arrumadas, vão parar em pontos onde a câmera mal pega, no topo da arquibancada. Nós sentamos numa área atrás dos jurados – o que significa que praticamente não aparecemos na tv, mas ao mesmo tempo significa que podíamos ver o palco de frente.
Em ambos os programas, não era possível entrar no estúdio com celular ou qualquer equipamento eletrônico. Eles recomendavam ir de carro e deixar eletrônicos no carro – ou usar um dos armários de aluguel do parque da Universal.
Também foi interessante ver o top 12, pois tivemos a oportunidade de ver 12 artistas cantarem (depois de tê-la visto cantar ao vivo, não consigo acreditar que a Janice Freeman acabou saindo na semana seguinte, foi sem dúvida a voz mais “poderosa” de se ouvir ao vivo – mas talvez na TV não soe tão impressionante). Como era o primeiro programa ao vivo, também tivemos um “bonus” – um mini show do Maroon 5 (uma música, cantada duas vezes porque a primeira não ficou muito legal na câmera, que no fim das contas acabou sendo exibido em um programa futuro).
Também é interessante observar o comportamento dos jurados nos intervalos. Blake Shelton e Adam Levine ficam no celular. Miley Cyrus sai para caminhar, conversa com os outros jurados. Jennifer Hudson estava o tempo todo comendo umas frutas, o prato de frutas voltava a cada intervalo.
Na saída, estávamos todos na fila esperando o trenzinho para voltar para o estacionamento quando uma camionete grande estava sofrendo para dar ré para sair. Todos os outros carros saíram do caminho, e um segurança foi tentar ajudar com gestos o motorista com dificuldades. No final, quando o carro finalmente saiu da vaga, Miley Cyrus abriu o vidro e agradeceu a ajuda – era ela quem estava dirigindo.
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Sim, sinto falta de trabalhar na minha área, sinto falta dos amigos, sinto falta dos contatos profissionais, sinto falta da família. Mas não sinto falta da sensação de insegurança ao andar pela rua, ou daquela pulga atrás da orelha ao achar que todo mundo está tentando obter vantagem ou te passar para trás a todo momento.
Aqui, as coisas funcionam. Os pedidos chegam. O correio é meio atrapalhado, mas dá conta do recado. O custo de vida é menor, então mesmo ganhando menos, dá para viver bem.
Sentir-se segura ao sair na rua para passear com o cachorro às onze da noite com o celular na mão enquanto captura Pokemons não tem preço.
]]>Atenção: a reflexão a seguir contém spoilers. Ligue a TV, pegue uma xícara de café, e volte aqui quando tiver visto as 6 horas do revival de Gilmore Girls. De nada.
Meu nível de fanatismo com o seriado pode ser resumido com o fato de que eu tinha um site sobre a série, mantido atualizado de 2001 a 2007, enquanto o seriado esteve no ar. Quando comecei a assistir Gilmore Girls no final de 2000, eu era uma adolescente de 14 anos que acabou se identificando com as inseguranças da dedicada estudante Rory, então com 16. De lá para cá, foram anos atualizando, aprimorando e refinando o site e assistindo aos episódios duas, três, quatro vezes em busca de referências. Conheci muita gente, fiz muitos amigos. Com o tempo, formamos uma base de colaboradores para manter o site no ar. Em termos de conteúdo, tinha de tudo – galeria de fotos, entrevistas, notícias, fanfics, tradução de scripts de episódios, legendas, jogos, referências, e o que mais se pudesse imaginar. O site se chamava The Gilmore Girls BR – tal qual o título do livro da Rory, inicialmente, o seriado iria se chamar The Gilmore Girls, mas acabou perdendo o “The” logo em seguida. O site não. Foi fiel ao título original. O seriado acabou influenciando bastante nas minhas escolhas de vida (como ao escolher cursar Jornalismo – não apenas por causa da Rory, mas principalmente por causa da experiência com o site).
Minha primeira reflexão ao assistir novamente aos mais de 100 episódios da série e aos quatro episódios do especial foi perceber o quão diferente é assistir ao seriado anos depois, mais velha e morando nos Estados Unidos. Muitas das referências agora fazem muito mais sentido – é uma realidade a qual estou experienciando diretamente. Não vivo numa Stars Hollow, mas Vancouver #sqn não deixa de ser um típico subúrbio americano com ares de cidade pequena. As experiências de vida também influem. Quando eu era uma adolescente da idade da Rory, achava o Dean o máximo e torcia para que Rory ficasse com ele (Narcoleptic – mas também sempre fui JavaJunkie). Agora, fico dividida entre um mundo ideal em que o Logan não fosse um canalha prestes a se casar com uma pessoa escolhida pela família (sério?) e o Jess.
O especial teve alguns pontos altos e baixos. Achei interessante a tentativa de trazerem de volta a maior parte dos personagens. Entretanto, algumas entradas talvez tenham sido um pouco forçadas (como ao trazer a Life and Death Brigade, ou então forçando a aparição do Tristin em Chilton). A explicação para a ausência da Sookie nos três primeiros episódios pareceu improvisada demais (a personagem merecia uma explicação melhor). A presença dela no finalzinho do último episódio também não adiantou muita coisa – com uma cena apenas, não deu nem tempo para a atriz entrar na personagem.
Curti bastante o “Easter egg” de escalação de elenco. Ao longo do especial, tinha achado o rosto da empregada da Emily muito familiar. Mas foi só depois que me dei conta de quem era. Aliás, a própria trajetória da Emily nesses quatro episódios foi bem interessante. Gostei bastante dos rumos que foram dados à personagem – de finalmente se dar bem com uma empregada, até largar tudo para viver em outro lugar, com outros valores e outros interesses. Ela se saiu muito bem no papel de voluntária no museu.
Episódios longos também têm suas vantagens e desvantagens. Adorei terem mostrado boa parte do filme do Kirk (melhor personagem – mas estava esperando que ele também estivesse na equipe da Stars Hollow Gazette!!!!), porém senti que dedicaram tempo demais ao ensaio do festival de Stars Hollow. Em alguns momentos, parecia que estavam tentando preencher de qualquer jeito os 90 minutos de cada episódio. Em outros, parecia que estava correndo demais. Como nos minutos finais, em que temos Sookie, término com Paul, e as benditas quatro últimas palavras.
Confesso que de início fiquei um pouco desapontada com as quatro últimas palavras. Mas depois de ler a intenção de Amy Sherman-Palladino, criadora da série, passou a fazer um pouco mais de sentido. A ideia era fechar um ciclo — tal qual sua mãe, Rory também será mãe solteira (possivelmente) de um pai rico mais ou menos ausente que se dedica aos negócios famíliares. (Vamos apenas torcer para que o filho não seja do Wookie!).
Não sabemos se haverá uma nova temporada da série — seria bem interessante se o Netflix pudesse fazer uma continuação no mesmo estilo, talvez daqui uns 2 ou 3 anos — mas na nossa imaginação com certeza teremos ensaiado várias continuações possíveis. Prefiro acreditar na teoria de que o Jess é o Luke da Rory — nessa linha de raciocínio, ela seria mãe solteira de uma filha do Logan (Lorelai, a quarta), mas eventualmente acabaria ficando com Jess.
]]>Três anos adiante, entretanto, retiro o que disse – o Judiciário brasileiro continua sem entender a internet.
A decisão recente (que chegou a ser posta em vigor por algumas horas) que bloquearia o Whatsapp no país por 48h é o exemplo mais emblemático e absurdo dessa falta de compreensão. Entendo a motivação para a decisão – a ferramenta se recusou a quebrar o sigilo de dados numa investigação criminal em andamento – mas a compensação parece desproporcional (bloquear o Whatsapp no Brasil inteiro, por 2 dias??? o que os usuários, que ficaram sem o serviço, têm a ver com o problema judicial???).
Além dessa questão específica, também tem a preocupação das operadoras com as chamadas de voz via dados (inicialmente, chegou-se a cogitar que o bloqueio seria por causa disso). Mas nesse caso é mais provável que a redução do uso do telefone como … ~telefone faça parte de uma tendência mais ampla que não tem absolutamente nada a ver com o Whatsapp. E, igual, nesse caso, não se trata apenas de prejuízo para as operadoras, uma vez que os usuários tendem a usar mais dados, e dados, no Brasil, é algo que ainda tem um custo muito alto.
De qualquer modo, é sempre interessante ver a reação da internet – que foi desde procurar ferramentas alternativas até reagir ao bloqueio com humor.
]]>A comunicação intrapessoal está na base da pirâmide, tanto por ser a mais primordial quanto por ser a mais frequente. Ocorre o tempo todo. Precisamos apreender a conviver conosco mesmo. E precisamos aprender a controlar os devaneios dessa conversa incessante com nós mesmos para conseguir focar. Essa é uma das questões abordadas por Daniel Goleman, no livro “Foco”. Para o autor, “Não é a conversa das pessoas ao nosso redor que tem mais poder de nos distrair, mas a conversa da nossa própria mente”. Há uma “tendência de a mente divagar sempre que é deixada à sua própria sorte”. Essa tendência seria tão forte ao ponto de se considerar a mente divagadora “como o modo-padrão do cérebro — aonde ele vai quando não está trabalhando em alguma tarefa mental”.