Monthly Archives: January 2006

Exigência incomum

O prefeito de Cachoeira do Sul-RS, Marlon Santos (PFL), exige que todos os funcionários municipais que ocupam CCs leiam ao menos um livro por mês. A escolha do tema fica a critério do leitor, mas os servidores precisam entregar um resumo da obra escolhida, como comprovante de que efeturam a leitura. A iniciativa é louvável. Pena que neste país as pessoas ainda tenham de ser obrigadas a ler.

Troféu Joinha

Projetos de lei bizarros viraram motivo de piada. Os mais excêntricos de todos os apresentados à Câmara de Vereadores de São Paulo em 2005 foram reunidos pelo Instituto Ágora, e agora qualquer um pode escolher o seu preferido em uma simples votação online.
Entre os candidatos, há desde um vereador que propôs que o papa receba o título de cidadão de São Paulo, até os que sugerem que se criem os dias oficiais de equipes paulista(na)s de futebol. Tem que rir para não chorar 😛

Impunidade?

Tudo indica que os policiais britânicos que atiraram no brasileiro Jean Charles em Londres em meados do ano passado não serão acusados de nada… Sofrerão “apenas uma repreensão”.
Em tese, eles não fizeram nada: agiram a mando de alguém. E essa pessoa que deu as ordens, não deveria ser punida? Ou vão se aproveitar do jogo de culpas e dizer que, se não fosse pela má visão dos policiais, nada disso teria ocorrido?
(E por que será que sempre se tenta encontrar um culpado para as coisas? Não dá para simplesmente aceitar que, fortuitamente, o rapaz tinha que morrer para o mundo perceber que as ações antiterrorismo já estavam indo longe demais?)

Segurança Online

Uma legislação específica* para delitos praticados na esfera virtual faz falta aqui no Brasil. Basta dar uma olhada no relatório de incidentes reportados ao CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil) em 2005 para ver como a todo momento a segurança online pode estar sendo afetada. Embora o total de incidentes tenha diminuído com relação a 2004, o número de fraudes online cresceu 600%!
* (Sobre o problema da tipificação penal dos crimes virtuais é interessante ler este artigo.)

Filme: Guardiões da Noite

Guardiões da Noite“, de Timur Bekmambetov, é um filme bem legal. Quer dizer, é um filme russo completamente confuso e sem conteúdo (fala de um tema muito batido: a eterna luta entre o Bem e o Mal), mas que tem fotografia e efeitos bem bacanas. A história é baseada em um livro, e a idéia é transformá-lo em uma trilogia. Até que o filme fez sucesso em sua terra natal (Rússia) e, ao julgar pelo fato de ter alcançado bilheterias internacionais (chegar a Pelotas é uma verdadeira façanha!), se eles melhorarem um pouquinho a adaptação da história original, até que dá para ganhar um bom dinheiro com a história 🙂
No mundo pintado pelo filme, as pessoas estão divididas entre os humanos e os Outros. Estes seriam aqueles indivíduos que têm poderes especiais (como visões, ou a capacidade de se transformar em animais). Em busca de trégua, em uma guerra milenar entre o Senhor da Luz (Gesser) e o General das Trevas (Zavulon), ficou estabelecido que cada um dos Outros seria chamado a seu tempo a fazer uma escolha entre o Bem ou o Mal, entre a Luz ou as Trevas. Os guardiões da escuridão são os guerreiros da luz, enquanto que os que guardam a luz são os guerreiros das trevas. Há quem prefira o mal, visto que para escolher o caminho do bem é preciso combater o mal por toda parte, ao passo que para penetrar no caminho do mal, basta eliminar de si a bondade interior.
O enredo desse primeiro filme/livro é meio sem graça, e gira em torno de uma profecia antiga de que, quando nascesse um tal de “escolhido”, o equilíbrio entre as forças estaria prejudicado e uma batalha apocalíptica teria início. O filme começa com o nascimento do “escolhido”, que deverá até o final fazer sua escolha entre o Bem e o Mal. O protagonista é Anton (Konstantin Khabensky), um guardião da noite, cuja tarefa é guiar o menino em sua escolha entre as forças.
Apesar da trama confusamente sem graça, muitas cenas são fenomenais. Um exemplo é a curiosa transformação reversa da coruja em humana, com a conseqüente explosão de penas e gosmas por todos os lados. A idéia de mostrar as engrenagens de um elevador agitando freneticamente, como uma forma de demonstrar que o elevador se encontrava em extremada velocidade, também foi bem interessante — a cena é de tirar o fôlego, e o efeito visual conseguiu torná-la bem mais realista. Mas há também algumas passagens um pouco indigestas, como quando Anton toma sangue de porco, antes de combater um vampiro (ou quando o tal vampiro morre, tendo sua cabeça explodida). E a única passagem divertida que consigo lembrar é de quando o menino, pouco depois de contar a sua mãe que vira um vampiro de verdade e que estava com medo, liga a tevê e o que está passando é um episódio de Buffy, a caça-vampiros, com a presença de Drácula: sutilmente hilário.
Embora a história do filme seja meio viajante, e certas passagens fujam demais da realidade, o mundo criado pelo filme é bastante interessante e diferente (embora ao mesmo tempo seja igual a muita coisa que já se viu por aí, em outros filmes do gênero). Enfim, vale a pena conferir, por ser um ponto de vista diferente — ao menos ele foge um pouquinho dos tradicionais roteiros das megaproduções hollywoodianas 😀

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Nova geração de serviços online

Duas noticiazinhas básicas encontradas em um passeio desinteressado pelo Google News: uma fala sobre as constantes interrupções a que estão sujeitas os sites da chamada “Web 2.0” (que fornecem serviços de hospedagem de determinadas coisas de interesse do usuário — como o próprio Blogger, que hospeda blogs :P). Bem interessante. É realmente frustrante quando isso acontece. A outra fala dos serviços de favoritos online. Sinceramente, não gostei muito dos sites que foram ali descritos (sou muito mais StumbleUpon.com, porque permite também comentar e compartilhar sites :P). Mas até que o tal de del.icio.us, apesar do nome, não é lá tão esquisito 🙂

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A todo vapor

2006 já iniciou com a corda toda! 🙂
Comecei minha interminável (e extremamente utópica) lista de planos e metas para o ano que se inicia, e incluí nela toda uma aglomeração de desejos, sonhos e anseios, que é como se eu depositasse toda uma carga exagerada de responsabilidade ao ano que se inicia, quando, na verdade, tudo permanece a exata mesma coisa de sempre (a única diferença — não me canso de repetir –, é o numerozinho ao final da data no topo da página :P). Sei lá, vai ver entrei na onda. Estou sentindo que 2006 será, de fato, um bom ano 😀 (e alguém duvida?)
Minha lista de leituras também já está bem extensa (digamos que haja algo em torno de um livro para cada dia do ano). Mas é bom elaborar planos (bem) acima da expectativa (assim a gente fica feliz de poder realizar boa parte deles — se bem que o ideal seria fazer o exato contrário ¬¬ Ah, enfim, viva 2006! \o/).
Também entrei na onda de elaborar previsões infundadas (se os pseudo-videntes e economistas podem, por que eu não poderia? :P), do tipo: “um país europeu vencerá a Copa do Mundo” (talvez a própria Alemanha!!), “Lula será reeleito” (fica fácil supor uma coisa dessas quando, em janeiro de ano de eleições, nenhum outro candidato em potencial ainda não tenha se consolidado na mídia), “algum sertanejo vai morrer” (tá bem, essa foi cruel… mas já é clássica nas listas de previsões das videntes graduadas :P), “um grande desastre natural irá arrasar com alguma cidade qualquer do planeta” (triste, mas possível), e “um novo planeta será descoberto” (ué, por que não?).
Também arrisquei coisas mais facilmente conjuráveis, em nível pessoal, como prever que vou passar de ano (uau!), não farei nada de extremamente útil em 2006 (a preguiça sempre reina, por mais que se tente escapar dela), vou me irritar novamente com a linha editorial da Zero Hora e parar de assiná-la por alguns tempos (em 2005, minha raiva com o jornal durou cerca de 2 meses), vou tirar notas baixas em francês (esse idioma simplesmente não entra na minha cabeça bilíngüe) e continuarei a ser, mesmo que de forma involuntária, extremamente anti-social (ao menos é o que 19 anos de experiência atestam…). Mas essas coisas são tão simples que nem vale a pena chamá-las de “previsões” 😛

Aliás, por que ninguém mais se importou com a adição de um segundo a 2005?
No Brasil não deram muita importância à notícia, aparentemente. Ou acaso alguém saberia me dizer a que hora, exatamente, o segundo extra foi adicionado? (ein, ein ein???) 😛
Mas tudo bem. Um segundo a mais, um segundo a menos… que diferença isso faz na vida de todos nós, pobres mortais? Talvez só tenha relevância para operações que lidem intimamente com a questão dos horários. Para o homos medius, tanto faz que haja um segundo a mais no mundo. Os sistemas de computador e um aeroporto de grande movimentação podem até entrar em um colapso momentâneo. (Mas para um doente em estado terminal numa UTI, um segundo faz toda a diferença…).

Sinto que preciso viver um pouco mais. Assim eu teria sempre o que postar aqui no blog, e não precisaria recorrer a enrolações para encontrar o que dizer 😛 É. Essa parece ser uma boa meta, para encabeçar a lista de planos para 2006:
1. Viver mais.
(Seguido de um imenso espaço em branco… pois viver mais já engloba tudo quanto eu tinha planejado colocar na minha lista de metas — unf, que sem graça! :/ — paredão: elimino ou não elimino o item 1 dos meus planos? :P).

Preciso rever minha lista de metas no 43things.com. Muita coisa que tem lá já nem tenho mais vontade de fazer. É, nossas cabeças mudam (embora, aparentemente, tudo permaneça igual).

Enfim. Aos que chegaram até aqui: Feliz Ano Novo! 🙂