Monthly Archives: December 2005

Feliz Ano Novo

A programação da TV aberta neste sábado tah sendo um verdadeiro suplício. Milhares de artistas se fazendo de simpático, todo mundo esquecendo as diferenças e desejando tudo de bom para todos no ano que se inicia, pessoas que se odeiam se desejando aquelas coisas clássicas (saúde, dinheiro, amor, paz, felicidade…) até para os inimigos, muitos tirando o tempo para rever o que aconteceu no ano que se finda em poucas horas (odeio retrospectivas!!!)… Ahhhh. ACABA LOGO, 2005! 😛

Feliz Ano Novo para todos! 😀
(e, apesar de tudo, também desejo a vocês todas aquelas mesmas baboseiras de sempre…)

Oliver Twist

Finalmente terminei de ler Oliver Twist. Foi uma “tortura” (boa) de quase 20 dias, tentando encarar 515 paginazinhas de uma edição de bolso em inglês. Mas valeu a pena. Que venha logo o filme!
Só fiquei meio de cara com a revista Veja. Na edição de 16 de novembro, eles fizeram tudo conforme manda o figurino: falaram sobre o filme (do diretor Roman Polanski, em uma co-produção Inglaterra/França/Itália/República Checa em 2005), disseram alguma coisa sobre o livro (como a questão das workhouses da Inglaterra século XIX, em que as pessoas pobres eram submetidas a jornadas de trabalho intensas e abusivas em troca de comida e habitação) e sobre o autor (de como Dickens escrevia, de sua obra em geral, e coisas do tipo), e até criticaram as atuações e adaptações feitas pelo filme (como a questão de os personagens serem politicamente incorretos na versão impressa, mas perderem parte de sua liberdade de expressão na tela do cinema). Enfim, a crítica da revista foi perfeita: não contou nada de relevante que acontece no livro, mas ao mesmo tempo serviu para incentivar as pessoas a quererem ver o filme (no meu caso, a ler a obra). O problema ocorreu na edição de 21 de dezembro da revista. Numa reportagem aparentemente inocente sobre censura etária no Brasil, eles resolveram colocar exemplos de como ela às vezes acaba sendo arbitrária e/ou insuficiente. Um dos exemplos era o próprio filme Oliver Twist, que recebeu classificação de 14 anos, mesmo sendo um filme com grandes possibilidades de atrair o público infantil (o personagem principal é um menino). Mas a amabilíssima revista Veja resolveu colocar também o motivo da censura. E foi além: sabe-se lá por que cargas d’água eles decidiram que não bastaria simplesmente colocar “por conta das cenas de violência”, e resolveram contar, com todas as letras, qual a cena que especificamente era o motivo da discórdia. O grande problema é que quando li essa reportagem eu ainda estava na metade do livro, e, de fato, a cena descrita na página da revista, acompanhada de uma foto do filme (que, ironicamente, nem mostra a mesma coisa!) só acontece bem no finalzinho do livro. Basicamente, a Veja contou não o final, mas o primeiro grande acontecimento em direção ao fim da obra. Grrr. Mas tudo bem. Um dia eu ainda me recupero desse trauma 🙂 O livro não perdeu a graça mesmo assim; o lado ruim é que fiquei esperando a todo momento que a cena descrita pela revista fosse acontecer, e isso talvez tenha prejudicado um pouco o resultado final da leitura. Mas não é nada que em uns mil ou dois mil anos eu não vá superar naturalmente.
Okay. Li o livro, li a crítica. Pena que as chances do filme passar em algum dos cinemas a que tenho acesso (cidades do interior, cinemas decadentes) sejam remotamente mínimas.

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Coisas de Ano Novo

Bem legal a campanha publicitária de ano novo da RBS TV. O comercial de fim de ano fala da percepção do tempo, e do quanto quando somos criança os dias parecem ser mais longos, porque tudo para nós é novo, e tudo o que é novo é saboreado até o máximo possível… 🙂 Como não podia deixar de ser, o comercial tem cenas meigas e uma mensagem contundente. É bem típico para essa época, mas um tanto mais longo e criativo que os demais — a mensagem que pretende passar é a que no ano novo devemos viver a aproveitar cada segundo (e assim o tempo parecerá passar mais lentamente :D). O negócio é fugir da rotina em 2006!

Particularmente, prefiro o feriado de ano novo ao de natal. Para o ano novo a gente cria expectativas — que podem muito bem não se concretizar, mas elaborá-las já é suficiente para nos deixar feliz. A gente sempre espera que o ano seguinte seja “O” ano…. que seja aquele em que todos os nossos problemas irão se resolver, e todas as dificuldades serão sanadas (só porque mudou de ano!). As coisas podem até estar mal no ano que finda, mas todas nossas esperanças são depositadas no ano que chega… e basta essa esperança de que tudo vai melhorar para que de fato a gente sinta que tudo está melhorando 🙂 Essa história de trocar de ano de tempos em tempos é verdadeiramente mágica. E no entanto, tudo é a mesma coisa, o que muda é o numerozinho ao final da data no topo da página :}

Enfim, desejo que todos aproveitem ao máximo cada um dos 31 milhões de segundos de 2006 🙂 E também que façam planos, mesmo que impossíveis, e que vivam de sonhos, mesmo intangíveis, pois só assim poderão avançar, curtir e aproveitar cada segundo do ano novo que inicia 😀

P.S.: por falar em segundos, decidiram adicionar um segundo a mais nos relógios atômicos em 2005 (isso é feito de tempos em tempos, para ajustar o tempo humano ao tempo da Terra). E então, já decidiram o que vão fazer no segundo extra de 2005? 😀

Final de ano

Todo final de ano é aquela velha melação de sempre; é aquele período do ano em que qualquer um vira seu velho amigo de infância. Todo indivíduo minimamente conhecido que você encontra na rua te deseja “um feliz natal e um próspero ano novo” (a clássica frase pronta de boas festas). E o entusiasmo é tanto que até alguém que você venha a conhecer nesta época vai te desejar tudo de bom no ano que se aproxima (para você e para sua família!). É um sentimento geral de otimismo tão contagiante que até entedia (– que até enjoa!). E você então aguarda o ano novo com tanta expectativa que, dois ou três dias depois de ele efetivamente chegar, você se sente frustrada porque nada do que esperava realmente aconteceu (simplesmente o tempo passou, trocou-se de mês, e tudo continua no mesmo — você é a mesma; a única diferença é que precisa se acostumar a colocar o numerozinho 6 ao término das datas no canto superior direito das folhas do caderno). Isso também vale para os milhares de planos que você pretendia colocar em prática quando o novo ano começasse, mas, ao final do mesmo, percebe que não realizou nem a metade de tudo (isso quando lembra tê-los feito)!
Enfim, é por isso que não gosto do período de festas de final de ano. Mas não dá para ignorar que elas acontecem. Então, fiquem aí com algo tosco escrito enquanto eu aguardava a meia-noite para poder conectar (só para não dizerem que não falei nada sobre o fofíssimo espaço de tempo compreendido entre a chegada do Papai Noel e a retirada dos enfeites já em pleno ano novo).
Embora eu tenha me manifestado contra frases prontas… reservo-me no direito de, mesmo assim, desejar a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! 😛 (existe outra maneira de dizer isso em menos ou melhores palavras? viva o clichê! \o/)

Receita matemática para um Feliz Ano Novo

Some os momentos felizes
Multiplique as alegrias
Compartilhe as conquistas
Diminua as tristezas
Subtraia as adversidades.
Divida as tarefas
Redistribua os restos
Elimine as diferenças
Equacione as dificuldades
Eleve o amor à máxima potência!
Adicione bom humor na realização das tarefas do dia a dia
Fuja dos ângulos retos: celebre qualquer novo ângulo possível!
Ligue os pontos
Brinque com os polígonos
Invente novas formas geométricas
Sorria em ângulo aberto
Corra de A para B, corra de B para A, corra de B para C. Se cansar, crie novos caminhos: transforme catetos em hipotenusa!
Mantenha a quantidade de amigos na potência máxima
Encare o trabalho como um mínimo múltiplo comum:
A vida é um intervalo aberto
E seu limite é o infinito!

Se for para chorar, que se chore em parcelas
Se for para sofrer, que se sofra em conjunto
Se for para amar, que esse amor seja elevado ao infinito
Se for para querer, que se queira de forma integral
Se for para aproveitar, que se aproveite ao máximo
Se for para somar, que se somem os momentos felizes
Se for para diminuir, que se diminuam as tristezas
Se for para dividir, que se divida o pão
Se for para subtrair, que se subtraiam as adversidades
Se for para adicionar, que se adicione paz ao mundo moderno
Se for para eliminar, que se eliminem os problemas
Se for para equacionar, que se equacionem as dificuldades
Se for para exceder, que o excesso se dê em saúde
Se for para perder, que se perca o medo
Se for para sobrar, que sobre dinheiro
Se for para faltar, que faltem momentos de tédio
Se for para acabar, que acabe log 0

Mas perceba que, embora existam sistemas indeterminados, ao menos nos sonhos, tudo é possível.

A máxima de Occam

Occam’s (or Ockham’s) razor is a principle attributed to the 14th century logician and Franciscan friar; William of Occam. Ockham was the village in the English county of Surrey where he was born.
The principle states that
“Entities should not be multiplied unnecessarily.“”

Trata-se de um princípio científico que diz que quando há dois caminhos que levam a um mesmo resultado, o caminho mais simples é o que tem mais chances de ser o correto. É uma verdadeira lei da simplicidade, que pode ser aplicada a questões físicas como a relatividade (o caminho atingido por Einstein, por ser mais simples, parece mais correto que o de Lorenz).

Entretanto, deve ser usado como meio, e não como fim, na determinação de uma proposição científica ou filosófica.

“The law of parsimony is no substitute for insight, logic and the scientific method. It should never be relied upon to make or defend a conclusion. As arbiters of correctness only logical consistency and empirical evidence are absolute.”

* Curiosidade (in)útil encontrada via StumbleUpon 🙂

Balanço geral dos últimos dias

Nesses dias que passei em Pelotas fui confundida várias vezes com vestibulanda. Também pudera, de domingo a terça aconteceu por lá o vestibular da UFPel, e, numa cidade minada de candidatos (nas ruas, nos bares, nas esquinas, em todos os lugares…), é natural que qualquer um com uma cara de adolescente perdido e cheio de espinhas na cara venha a ser confundido com um sofredor: da exceção faz-se a regra; essa é a grande tendência da humanidade. A confusão foi de vários tipos, desde uma inocente indagação “tu tá fazendo vestibular pra qual curso?”, feita por uma companheira de espera (aliás, interminável) na fila do Circulu’s, com o objetivo nítido de simplesmente puxar assunto; ao taxista de hoje, que, ao nos deslocar de casa até a rodoviária, perguntou o que a gente tinha achado da prova — e até brincou com o fato de que também não teria a mínima idéia de como tratar um frei, que era o destinatário da carta que deveria ser feita na redação do vestibular. O detalhe é que nessa pergunta ele incluiu a minha irmã mais velha, que também foi confundida com vestibulanda, apesar de já se formada e especializada (e mestranda!). Com tanto estresse de vestibular, até me senti bem por nunca ter passado por esse aperto. De certo modo, foi bom “passar sem querer” 😛 (embora seja ruim conviver com a dúvida eterna do “será que é isso mesmo que eu deveria estar fazendo?”).
Mas o ápice da confusão ficou por conta da minha situação hoje de manhã. Saí de casa cedo, com a prova de português e redação da minha prima, para tirar um xerox (coisas da minha mãe…). Como eu já estava na rua, aproveitei para ir na biblioteca da faculdade pegar alguns livros para as férias (não que isso tenha algo a ver com a história, mas gostei da idéia de se poder pegar livros para ler nas férias — o ruim é que eu não tinha planejado o que pegar, e escolhi livrinhos pequenos, do tipo que termino de ler em dois tempos, e tudo volta ao mesmo tédio de sempre! bom, e é hora de fechar logo este parêntese, sob pena de não conseguir mais retomar o fio da história — se é que ela tem um fio, mas falar da existência ou não de um fio nesta história me faria ir muito longe no assunto; aliás, qual é o assunto mesmo? :P), e, aproveitando que já estava por perto, fui ao centro da cidade fazer parte das compras de Natal. Depois de andar a manhã inteira, de loja em loja, eu sem querer senti sede e resolvi — inocentemente — comprar uma garrafinha de água mineral. Agora, imaginem a cena: nas mãos, duas provas de vestibular (no caso, a mesma, em versão original e cópia), alguns livros empilhados, e uma garrafinha d’água a tiracolo… Perdi a conta do número de pessoas que parou para me perguntar se a prova de hoje tinha sido muito difícil! Foi bem engraçado. E dá-lhe explicar que era tudo um mal-entendido, e que de fato eu não era vestibulanda… Em uma das abordagens resolvi levar na brincadeira e até falei da redação, que tinha sido muito difícil, e que eu não sabia(saberia) como tratar um frei. Ainda bem que não pretendo ver essas pessoas nunca mais na minha vida 😛 Uma mentirinha boba dessas não faz mal a ninguém… 🙂
Entretanto, o mais legal de tudo foi voltar para casa num ônibus abarrotado de estudantes. Vestibulando é uma praga que se prolifera como gafanhoto! É incrível! E mesmo com o fato no mínimo curioso (mas esperado) de o ônibus das 14h conter apenas vestibulandos (eu e minha irmã éramos talvez as únicas exceções…) que se deslocavam de Pelotas a Bagé, mesmo assim, mesmo com todos os passageiros indo de um ponto a outro comum a todos, o ônibus não deixou de parar em Pinheiro Machado (a tradicional parada dos 10 minutos) e na Vila Operária de Candiota (o ônibus entrou na cidade, parou na rodoviária por menos de 30 segundos, e prosseguiu viagem — só pelo prazer de cumprir o roteiro pré-estabelecido). E, para completar, o ônibus não podia de ter deixado de entrar pelos fundos de Bagé (característico dos ônibus das horas pares), mesmo que nenhum indivíduo, nenhuma criatura, nenhum ser, tenha tomado a iniciativa de descer no meio do trajeto diferenciado que foi feito. Fizeram isso só para gastar gasolina mesmo. Só pelo prazer de desorientar todo mundo 😛

E a matrícula da faculdade (— a outra), para variar, foi uma verdadeira bagunça. Teve reajuste (embora, aparentemente, TUDO continue absolutamente igual) e a gente levou quase uma hora para fazê-la por conta da incompetência de certos professores (ou do sistema de informática da faculdade — porque faltava para todos uma nota, de uma matéria que é pré-requisito para outra que tentávamos nos matricular). Estou pensando seriamente em abandonar o módulo fechado. Semestre que vem vou ter 7 matérias (no anterior eram 5), e o valor a ser pago, considerando-se o acréscimo de matérias e o reajuste, sofrerá um aumento de cerca de 40%. Ensino ruim + mensalidade cara + bagunça na rematrícula. Só não fico de cara com a “Universidade Caótica de Pelotas” (ou CUPel, como preferir :P) porque gosto de Jornalismo e porque a biblioteca de lá empresta livros durante toda as férias 😀

Faculdade(s)

Em uma conversa com o George ontem no MSN meu sentimento de indignação com relação ao curso de Comunicação Social da UCPel só aumentou. Eu já achava ele bem ruizinho. Mas ao comentar a qualidade das matérias ministradas foi-nos possível constatar o quanto ele é de fato péssimo.
Até agora concluí 3 semestres do curso, mas tecnicamente foram apenas 2: meu 2° semestre foi completamente nulo! (TUDO o que aprendi nos 6 primeiros meses de aula deste ano pode-se resumir ao aprendizado de como revelar um filme preto e branco no escuro; o resto das matérias não serviram para nada, tem até a questão de Estética e História da Arte, em que a sensação que se tinha era a de ter colocado mil reais na lata do lixo — qualquer um teria aprendido bem mais comprando 10 livros bem bons sobre o assunto e usando as quatro horas semanais dedicadas à matéria para lê-los :P). No primeiro semestre até deu para aprender alguma coisa, pois ao chegar numa faculdade sem saber nada, qualquer coisa que se veja é lucro. E quanto ao terceiro, resolvi sintetizar abaixo as conclusões tiradas da conversa de ontem. Considerando-se que a fórmula ideal de uma matéria suficientemente boa seja A + B = C, sendo A, uma aula boa, B, avaliações difíceis, e C o resultado final; e A sendo composto da relação professor bom + matéria interessante, de todas as matérias analisadas, somente uma conseguiu ganhar a “nota máxima” (A + B = C), e mesmo assim, foi preciso desconsiderar certos detalhes que não vem ao caso falar. As demais matérias, sem citar nominalmente cada uma, mas que quem as faz ou fez pode perfeitamente deduzir quais sejam, poderiam ser avaliadas da seguinte forma:
Matéria 2 – A + D (professor bom + nada de avaliações)
Matéria 3 – A + E (professor bom + provas fáceis demais)
Matéria 4 – F + E (professor mais ou menos com o agravante de a matéria ser chata demais + provas fáceis demais)
Matéria 5 – G + B (aulas insuficientes + provas difíceis)
Ao fazer um levantamento do semestre, sem querer constatei que aprendi muito mais nos livros que li por conta própria do que em aula. Pena que não é possível se formar apenas lendo os livros da biblioteca 😛
Hoje mais tarde vai ser realizada a rematrícula para o semestre que vem. Provavelmente ela virá acompanhada de um aumento exorbitante (só que a universidade às vezes “se esquece” de dar a contrapartida; sobem os preços, mas a qualidade do ensino continua sempre a mesma — quando não piora!).
Mas tudo bem. A culpa também é minha — ninguém mandou eu desistir de ir fazer Jornalismo em Santa Maria 😛 E também deveria procurar complementar cada vez mais aquilo que (não) aprendo em sala de aula com atividades extras (ler livros conta? :P).

Obs.: O Direito também não é uma oitava maravilha do mundo… 😛 As matérias de lá, usando a mesma classificação tosca e inútil, seriam duas A + B = C, duas F + B, uma A + E, e uma G + D. Só que lá os alunos conseguem salvar o curso, porque, apesar de tudo, estudam.
A meta para o ano que vem é procurar cada vez mais complementos à gradução, porque ficar só com o que é visto em aula é ter a certeza de se tornar um profissional horrível!

[talvez eu me arrependa e delete este post em seguida 😛 e desculpem pelo desabafo]

P.S.: As críticas se limitaram a questões de sala de aula. Se eu fosse falar da infra-estrutura da faculdade, então, a indignação só aumentaria!