Monthly Archives: December 2008

Previsões 2008 revisitadas

No finalzinho do ano passado, fiz um post com algumas previsões para a blogosfera em 2008. Confira abaixo algumas dessas previsões revisitadas:
– 748661719 novos tipos de rankings aparecerão para classificar os blogs.
Em 2008, teve desde uma campanha para burlar o BlogBlogs (e discussão interessante quanto à relevância prática de se fazer isso), até rankings baseados em popularidade, rankings propostos por revistas, e a versão 2008 da já clássica lista dos 50 piores blogs proposta pelo blog O Fim da Várzea. E no meio disso tudo, claro, muito mimimi de quem entrou e de quem ficou fora. Muda o ano e segue tudo a mesma coisa…
– Inspirado nos rankings anteriores, será criado uma versão de tabuleiro de Banco Imobiliário para Blogs, baseada nos rendimentos de cada blog.
A idéia ainda está em aberto. Alguém se habilita?
– A monetização será largamente discutida ao longo do ano, junto com um debate ético sobre a questão dos posts pagos (ou isso é uma espécie de retroprevisão do que já aconteceu em 2007?)
Vide caso blogueiros de aluguel (e o manifesto que resultou disso tudo.)
– Realizar-se-ão diversos eventos do tipo BarCamp, BlogCamp, e alguma-outra-coisa-camp. Como tendência, os eventos passarão a ser cada vez mais localizados, atingindo o interior dos estados (aliás, que tal um BlogCamp Pelotas?).
BlogCamp PR, BlogCamp RJ, BlogCamp PR… Luluzinhacamp? Newscamp? No fim houve mais segmentação em termos de conteúdo do que de lugar. Não fizemos um BlogCamp Pelotas, mas, em compensação, rolaram vários Plurkcontros por aqui.
– Pelo menos um meme de classificação de blogs, com direito a selinho, tomará conta da blogosfera brasileira.
Yahoo! Posts conta? 😛
– O Judiciário vai continuar não entendendo os blogs.
Vide caso Twitter Brasil. Tivemos também censura em blog, e isso sem falar, é claro, de todo o imbróglio do Projeto Azeredo, que (ainda) não chegou a afetar os blogs, mas foi capaz de mobilizar blogueiros em ações coletivas para protestar contra a medida e (tentar) evitar danos maiores.
– A mídia de massa também não vai entender os blogs.
Vide caso Abril Blogs.
– Algum blogueiro famoso (fama é um conceito relativo na blogosfera) irá substituir seu blog pelo Twitter.
Não necessariamente por culpa do Twitter, mas… em julho, Jason Calacanis anunciou que ia parar de blogar (apesar de ter de certa forma, ahm, continuado blogando). Em 2008 também discutiu-se o fim da blogosfera.
– Os blogueiros se unirão em mais uma GoogleBomb de cunho político (possivelmente relacionada às eleições locais).
A Google bomb da revista Veja conta? 😀
– Os plágios descarados continuarão a acontecer, apesar dos protestos.
Entra ano, sai ano, e esse assunto segue sendo discutido…
– No final do ano, todo mundo irá criar listas de retrospectivas 2008 e previsões para 2009.
Ou de revisitação de previsões para 2008. 😉

Em tempo: Faltou prever que esse blog praticamente morreria de inanição… Mas em 2009 (é permitido fazer promessas aleatórias para o ano seguinte, certo?) tudo irá mudar! (Ou continuar do mesmo jeito que sempre foi…).
Falando em previsões para 2009, como assim ainda não começou a rolar a tag #previsoes2009 no Twitter???

60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

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(reproduzida daqui)
No dia 10 de dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos. Marcos temporais como este nos levam, inevitavelmente, a refletir sobre o quanto se avançou em matéria de direitos humanos, e o quanto ainda falta avançar.
Na data, Sam Cyrous, do blog Fênix ad eternum, promoveu a segunda edição da blogagem coletiva de direitos humanos. (Comentei sobre a do ano passado aqui). Para variar, mais uma vez não pude participar na data. Mas novamente a ação coletiva foi um sucesso e reuniu dezenas de blogs em torno de um objetivo comum: refletir sobre a temática de direitos humanos. (A lista completa de participantes pode ser conferida neste post.)
Blogagem coletiva - direitos humanos
Quando comecei a Faculdade de Direito, (ainda) acreditava no ideal de Justiça, e no quanto a igualdade de direitos poderia ser um caminho para a melhoria das condições de vida. Aos poucos, no entanto, esse sentimento foi se transformando em frustração, ao perceber que o curso se tratava mais de um espaço para nos ensinar como aplicar as leis que já existem, do que propriamente um ambiente para se refletir sobre as mesmas e propor mudanças.
Apesar da frustração, trabalhei por algum tempo em um projeto de extensão na área de educação em direitos humanos. O objetivo (meio utópico, mas possível) do projeto era fazer com que a temática de direitos humanos chegasse até professores da Educação Básica – por intermédio de simpósios e cursos – e, a partir disso, fosse multiplicada pelo professor a seus alunos. Tudo isso era feito com base no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, e com apoio do MEC.
Uma das temáticas abordadas no projeto (e que aliás, estranhamente, praticamente não é mecionada ao longo do curso de Direito) era a discussão quanto aos direitos fundamentais e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em especial com relação aos aspectos históricos. Nesse sentido, cabe lembrar que a Declaração foi promulgada logo após a Segunda Guerra Mundial (1948), num período em que o mundo encontrava-se profundamente abalado pelas atrocidades cometidas na guerra. Partindo desse contexto, a Declaração propunha uma lista ampla de direitos que deveriam ser o patamar mínimo assegurado a todo cidadão. Entretanto, atualmente, 60 anos depois, quantos de nós realmente temos acesso à educação? Quantos de nós temos acesso aos direitos políticos? Quantos realmente gozam de um meio ambiente saudável? Quantos de nós somos hoje efetivamente livres?
É inegável que a luta pelos direitos humanos avançou em todas as partes do mundo nesses últimos 60 anos. Mas também não dá para negar que ainda não chegamos ao fim dessa caminhada. Ainda há um bom trajeto por percorrer (nesse sentido, a charge do Angeli reproduzida no começo do post ilustra bem essa situação). E se cada um fizer a sua parte, ainda que mínima – como respeitando o próximo, ajudando a quem precisa – estaremos cada vez mais avançando rumo a um futuro melhor (ou, pelo menos mais digno).
Para encerrar, fica a dica do vídeo abaixo, do Human Rights Action Center (via GJol), para conhecer um pouco mais do conteúdo da Declaração:


Em tempo: estou finalmente em férias (da faculdade) e pretendo, aos poucos, tirar as teias de aranha deste blog.