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Vontade de blogar

Esses dias uma colega fez uma pergunta e respondi, instantes depois, com um link para um post de quatro anos atrás daqui do blog. Nao sei se fiquei mais fascinada pelo fato de a pergunta ter me feito lembrar do post (e o Google ter confirmado que o post realmente existia!), ou por ter sido lembrada de que blogs podem ser excelentes repositórios de ideias.

E entao senti vontade de blogar. Não de fazer um post qualquer – este post, por exemplo – mas de voltar a registrar, periódica e sistematicamente, minhas impressões aqui neste espaço.

Blogar ajuda a registrar como pensamos sobre determinados assuntos em um determinado momento. Sinto falta disso, de ter um espaço onde possa encontrar longas (ou curtas) reflexões sobre os assuntos que me interessam. O Twitter até tem alguma coisa, mas não é a mesma coisa, entende? Blog é mais completo, blog é mais bem acabado. Sinto falta de ter um espaço para registrar impressões mais longas, aquilo que nao cabe em 140 caracteres, aquilo que não necessariamente deveria permanecer disponível apenas até ser suplantado pelo Like seguinte.

Não sei se vou conseguir voltar a blogar regularmente neste espaço, mas prometo tentar. Ano novo, impressões novas. Que 2012 venha com tudo!

Projeto de lei (pretende) regulamentar os blogs

Saiu ontem no jornal Diário Popular, de Pelotas, uma matéria sobre o projeto de lei 7.131/2010, de autoria do deputado federal Gerson Peres (PP-PA), sobre responsabilidade civil e penal em blogs. Dei uma rápida entrevista sobre o tema para o jornal, mas acho que seria interessante aproveitar este espaço para discutir um pouco mais o projeto.
A proposta do deputado traz pelo menos três pontos importantes para discussão: a obrigatoriedade de um cadastro nacional de blogueiros, gratuito e através do registro.br; a responsabilização do blogueiro no caso de comentários anônimos ofensivos em que não se consiga identificar os autores dos comentários; e a obrigatoriedade de que todo blog faça a moderação de seus comentários. O descumprimento dessas medidas, conforme prevê o projeto, poderia levar a uma multa de 2 a 10 mil reais.
A tentativa de imposição de um registro obrigatório, com nome, identidade e CPF, de certa forma é incompatível com a liberdade de expressão propiciada pelos blogs. Assim como haveria muitos que não se registrariam, também haveria outros tantos que buscariam estratégias para burlar o sistema, como vincular seus blogs a outros países, ou sei lá o quê. (Não podemos subestimar a criatividade dos blogueiros :P) Ainda que essa medida fosse implementada, ela não seria eficaz.
A questão dos comentários anônimos é um tanto espinhosa. Se por um lado pode-se dizer que o blogueiro assume o risco pelo conteúdo ao se permitir comentários anônimos, por outro não permiti-los fere a liberdade de expressão. Como o artigo 5º, inciso IV da Constituição Federal estabelece ser “livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, na prática, a jurisprudência já vem reconhecendo a responsabilidade do dono do blog por comentários ofensivos anônimos nos quais não se consegue identificar o autor do comentário, mesmo que não haja ainda uma lei específica regulando essa questão. Ao menos foi o que constatei na minha monografia do Direito, sobre a responsabilidade civil de terceiros em comentários de blogs e em comunidades do Orkut. O terceiro, especialmente o anônimo, muitas vezes escapa impune, pela dificuldade em identificá-lo.
Já tentar obrigar todo blog a exercer moderação de comentários é um tanto complexo. É quase como impor censura prévia a um espaço que é tido como, em tese, democrático. Qualquer um pode criar um blog, ou expressar sua opinião em um comentário. Limitar essa liberdade chega a ser um contra-senso. Transformaria blogs em qualquer outra coisa que não um blog.
Dentre as medidas desse projeto de lei, a única a que tendo a concordar é com a responsabilização do blogueiro pelo comentário anônimo ofensivo, mas desde que antes sejam esgotadas todas as possibilidades de identificação do autor do comentário.
De qualquer modo, acho pouco provável que esse projeto vire lei, ao menos com a redação original. E, mesmo que vire, é pouco provávlel que seja eficaz. Tentar regular um espaço tradicionalmente auto-organizado com imposições de cima para baixo, sem que haja uma discussão nas bases, tem poucas chances de dar certo.

Tudo o que perdi de comentar desde maio

De maio para cá, a Petrobrás abalou a imprensa ao lançar um blog que, dentre outras coisas, publica a íntegra das entrevistas que a empresa fornece para a mídia. Viajei a Belo Horizonte para participar da Compós, conheci pessoas legais, reencontrei velhos amigos. Michael Jackson morreu (mas continua vivo na mídia), assim como vários outros artistas – mais uma constatação de que todos somos meros mortais. O caso Twitter Brasil foi encerrado, com uma sentença terminativa sem julgamento do mérito, já transitada em julgado (desculpem, não resisti ao juridiquês). Manifestações de ativismo contrárias ao presidente do Senado José Sarney pipocaram em todos os cantos do ciberespaço – com destaque para a atuação desastrada dos chamados “Piratas do Twitter” e para o blog protesto do vizinho Flávio. A gripe suína se espalhou pelo país inteiro, eventos foram cancelados, aulas foram suspensas em escolas e universidades (devo ser a única pessoa que ainda está em aulas – minha universidade optou por começar a suspensão apenas na semana que vem). O Ministério Público Federal entrou com ação contra a governadora do Rio Grande do Sul. O blog Nova Corja parou suas atividades por conta de inúmeros processos judiciais. O Twitter saiu do ar, junto com Facebook e LiveJournal – YouTube e Google também ficaram mal das pernas – num verdadeiro ataque em massa contra sites de redes sociais, que, na verdade, supostamente tinha apenas um único alvo. E ainda não terminei de ler o jornal e os feeds de hoje, então não sei exatamente o que há de novo por aí.

Previsões 2008 revisitadas

No finalzinho do ano passado, fiz um post com algumas previsões para a blogosfera em 2008. Confira abaixo algumas dessas previsões revisitadas:
– 748661719 novos tipos de rankings aparecerão para classificar os blogs.
Em 2008, teve desde uma campanha para burlar o BlogBlogs (e discussão interessante quanto à relevância prática de se fazer isso), até rankings baseados em popularidade, rankings propostos por revistas, e a versão 2008 da já clássica lista dos 50 piores blogs proposta pelo blog O Fim da Várzea. E no meio disso tudo, claro, muito mimimi de quem entrou e de quem ficou fora. Muda o ano e segue tudo a mesma coisa…
– Inspirado nos rankings anteriores, será criado uma versão de tabuleiro de Banco Imobiliário para Blogs, baseada nos rendimentos de cada blog.
A idéia ainda está em aberto. Alguém se habilita?
– A monetização será largamente discutida ao longo do ano, junto com um debate ético sobre a questão dos posts pagos (ou isso é uma espécie de retroprevisão do que já aconteceu em 2007?)
Vide caso blogueiros de aluguel (e o manifesto que resultou disso tudo.)
– Realizar-se-ão diversos eventos do tipo BarCamp, BlogCamp, e alguma-outra-coisa-camp. Como tendência, os eventos passarão a ser cada vez mais localizados, atingindo o interior dos estados (aliás, que tal um BlogCamp Pelotas?).
BlogCamp PR, BlogCamp RJ, BlogCamp PR… Luluzinhacamp? Newscamp? No fim houve mais segmentação em termos de conteúdo do que de lugar. Não fizemos um BlogCamp Pelotas, mas, em compensação, rolaram vários Plurkcontros por aqui.
– Pelo menos um meme de classificação de blogs, com direito a selinho, tomará conta da blogosfera brasileira.
Yahoo! Posts conta? 😛
– O Judiciário vai continuar não entendendo os blogs.
Vide caso Twitter Brasil. Tivemos também censura em blog, e isso sem falar, é claro, de todo o imbróglio do Projeto Azeredo, que (ainda) não chegou a afetar os blogs, mas foi capaz de mobilizar blogueiros em ações coletivas para protestar contra a medida e (tentar) evitar danos maiores.
– A mídia de massa também não vai entender os blogs.
Vide caso Abril Blogs.
– Algum blogueiro famoso (fama é um conceito relativo na blogosfera) irá substituir seu blog pelo Twitter.
Não necessariamente por culpa do Twitter, mas… em julho, Jason Calacanis anunciou que ia parar de blogar (apesar de ter de certa forma, ahm, continuado blogando). Em 2008 também discutiu-se o fim da blogosfera.
– Os blogueiros se unirão em mais uma GoogleBomb de cunho político (possivelmente relacionada às eleições locais).
A Google bomb da revista Veja conta? 😀
– Os plágios descarados continuarão a acontecer, apesar dos protestos.
Entra ano, sai ano, e esse assunto segue sendo discutido…
– No final do ano, todo mundo irá criar listas de retrospectivas 2008 e previsões para 2009.
Ou de revisitação de previsões para 2008. 😉

Em tempo: Faltou prever que esse blog praticamente morreria de inanição… Mas em 2009 (é permitido fazer promessas aleatórias para o ano seguinte, certo?) tudo irá mudar! (Ou continuar do mesmo jeito que sempre foi…).
Falando em previsões para 2009, como assim ainda não começou a rolar a tag #previsoes2009 no Twitter???

A blogosfera vai acabar! (E daí?)

Dizem por que a blogosfera vai acabar (ou cheguei tarde e já acabou?). Tudo por culpa de uma ranquinite aguda que assola os mais altos escalões da monarquia bloguística blogosfera dessa massa esférica amorfa resultante da união de todos os de alguns blogs em torno de uma conversação única múltipla, digo, de várias conversações em torno de vários… enfim, quem se importa?
Para a Wired, blogs são muito… 2004 (!). Tem coisa muito mais legal por aí, tipo, Facebook, YouTube e Twitter (em um ponto concordo com a Wired: o Twitter meio que diminui hierarquias; o post de todo mundo tem, ao menos em tese, o mesmo peso – mas como nada é plenamente democrático em termos de web, assim como em outros meios, o pessoal top top que possui muito mais seguidores tem, digamos, muito mais chance de ser lido.)
Para o Economist, Twitter, Facebook e outros, também são bem mais legais que blogs. Mas a culpa para o declínio da blogosfera é atribuída ao fato de que os blogs têm se tornado muito mainstream (seja lá o que isso signifique para o pessoal que não está nem aí para o mainstream e que desejaria simplesmente… continuar a blogar).
Para Nicolas Carr, ninguém matou a blogosfera – o que aconteceu foi uma morte natural (o que significa que a blogosfera já acabou, e estamos perdendo tempo tentando discutir isso.)
E agora?
Deixemos os apocalípticos de lado, continuemos (voltemos) a blogar e aproveitemos enquanto os blogs ainda existem. Enquanto houver blogs, haverá blogosfera (ou, pelo menos, blog-linha entre duas pessoas, ou blog-microesfera entre um grupinho de amigos). Depois que a blogosfera acabar a gente bota a culpa em algo ou alguém. (Só vai ser um pouco complicado argumentar em pequenas doses de 140 caracteres.)

Bônus track: Como os jornais* anunciariam o fim da blogosfera (adaptado da piadinha clássica que circula por e-mail desde antes de o e-mail ter sido inventado)
O Globo
Pequena nota lá pelo meio do jornal: “Governo anuncia fim da blogosfera”
Folha de S. Paulo
Disponível apenas na versão online, “Saiba como será o fim da blogosfera”
O Estado de S. Paulo
Nova campanha publicitária: “Macacos põem fim à macacosfera”
Zero Hora
No ZH Digital, reportagem, recheada de depoimentos: “Gaúchos ficam de fora da blogosfera”
Correio Braziliense
“MBB (Movimento dos Blogueiros sem Blogosfera) convoca audiência pública para discutir a constitucionalidade do fim de sua esfera”
Veja
EXCLUSIVO:
ENTREVISTA COM CALACANIS
– Por que a blogosfera durou tão pouco
– Especialistas indicam como encarar o fim da blogosfera
Playboy
“Ex-blogueira revela tudo”
Info Exame
“100 dicas do que fazer com seu blog com o fim da blogosfera”
Época
Os 80 blogs que você não pode perder de visitar antes de a blogosfera acabar”

* porque até lá os blogs já terão sido extintos – os jornais vão acabar só em 2043

Da série: assuntos que perdi de discutir porque fiquei quase 20 dias sem postar porque não levei meu computador a um evento de cibercultura.

Technorati e o Estado da Blogosfera

Você sabia que existem cerca de 133 milhões de blogs (até abril de 2007 eram 70 milhões), e que apenas 1,5 milhão foi atualizado ao menos uma vez nos últimos sete dias? Ou então que a maior parte dos blogueiros são homens, predominam blogs pessoais e cada vez mais há blogs com alguma forma de propaganda?
O Technorati publica, anualmente, o relatório sobre o estado da blogosfera. Este ano a novidade fica por conta de que, além de apresentar dados quantitativos, também foi feita uma pesquisa qualitativa com blogueiros. Os resultados estão sendo apresentados em partes, uma parte por dia. Ontem saiu a parte sobre quem são os blogueiros (alguns resultados foram questionados pelo ReadWriteWeb). Hoje sai a parte sobre motivações para blogar. Amanhã vem a parte sobre como se bloga. (Para os interessados por monetização, depois de amanhã vem a parte sobre blogando por lucro, e no dia seguinte vem a parte sobre marcas na blogosfera.).
O último relatório, publicado pelo Technorati em abril de 2007, pode ser acessado aqui. (O relatório é publicado anualmente desde 2004).
Para saber mais, acompanhe os comentários da Raquel Recuero sobre o relatório deste ano.

Yahoo! Posts

Entrou no ar hoje o Yahoo! Posts, uma editoria dentro do portal Yahoo Brasil que se propõe a reunir links para posts de blogs sobre temas variados. Os posts são selecionados por quatro consultores e um editor, inicialmente a partir de um grupo de cerca de 100 blogs (a lista dos blogs pode ser conferida aqui).
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Alguns pontos interessantes da proposta:
– Os links apontam para o post original, sem interferir no conteúdo dos blogs (permanece a independência editorial; ninguém ia ser doido a ponto de tentar impor regras para se escrever posts de blogs!);
– A seleção inicial reúne blogs de temas bem variados meeesmo (tem os blogs clássicos, aqueles famosos que figuram em tudo quanto é lista de top-qualquer-coisa, mas também há blogs interessantes, mas pouco conhecidos; aos poucos, outros blogs também serão incluídos).
– Com essa seção, o Yahoo! passa a fornecer uma seleção diária de posts variados para o seu público – vale lembrar que o público que freqüenta um portal tende a ser bastante diferente do público que acessa regularmente esses blogs.
– Em contrapartida, os blogueiros cujos posts forem linkados podem vir a receber visitantes novos em seus blogs, o que pode gerar novas conversações.
– Como apontado no Remixtures, diferentemente de outros sites, que se baseiam no crowdsourcing ou em ferramentas automáticas para seleção de conteúdo, a escolha dos posts que irão constar na home do Y!Posts é feita por um conselho editorial, formado por cinco blogueiros, que faz sua escolha a partir do conteúdo publicado nos 108 blogs pré-selecionados para o projeto.
A página entrou no ar ainda com algumas partes faltantes (como a FAQ), e o pessoal chiou no Twitter. Reclamaram tanto da parte técnica que esqueceram de comentar a idéia, o conteúdo… De qualquer modo, o buzz gerado logo na estréia foi considerável.
A proposta parece interessante. Resta saber como irá se desdobrar, e isso só o tempo poderá dizer. Para saber mais sobre o projeto, consulte a FAQ do site (que agora está no ar!). Este post do Ian traz uma boa explicação geral do projeto (mas praticamente assassina o nome deste blog, chamando-o de Jus Comunicatio – tudo bem, ninguém mandou colocar um nome tão esquisito em um blog :P).

Sobre a Tina

Demorei um pouco para aceitar a morte da Tina. Vi o post do marido dela assim que ele apareceu em meu Google Reader, mas esperei algum tempo para me manifestar. Vai ver eu tinha entendido mal ou algo parecido. Como assim a Tina tinha falecido dois dias antes de seu aniversário? Simplesmente não fazia sentido.
Quando apareceram os primeiros comentários ao post, vi o quanto a situação era séria. Ontem no Twitter, em um momento de catarse coletiva, diversos tipos de sentimentos afloraram com relação ao acontecido. E embora alguns tenham tido reações infantis, muitos lamentaram o ocorrido.
Pelo fato de ela freqüentar vários blogs, ela era odiada por uns, tolerada por outros, e amiga de muitos. Nesses últimos anos, a Tina Oiticia Harris constituiu uma parte importante da blogosfera. Era incrível como alguém conseguia comentar diariamente em tantos blogs, relacionar-se com tanta gente. A Tina era alguém que, apesar de conviver com diversos problemas de saúde, via na blogosfera uma válvula de escape e uma maneira de se socializar, de se sentir entre iguais. E sua participação não se limitava só a comentar em blogs. Ela enviava mensagens pelo Twitter, e-mails com recomendações de posts, também trocávamos links no del.icio.us (era a Rede Anarchic_Universe no del.icio.us, como ela gostava de frisar), chegamos a conversar pelo telefone algumas vezes. Em uma dessas ocasiões, ela me ligou porque achou que eu estava de mal com ela porque a tinha removido como contato no del.icio.us. Conversamos por horas até ela ver que não tinha nada de errado entre nós. Depois que a adicionei de volta, ela me enviou um cartão virtual em agradecimento – um gesto bastante simpático de sua parte. Até hoje tenho esse e-mail marcado com uma estrela no Gmail (o que significa e-mails lidos, mas não respondidos). Senti-me mal ao constatar que não havia respondido não só este como mais de metade dos e-mails que recebi dela ao longo desses últimos anos. Agora é tarde demais.
Na época da “treta” com o Kid, ainda não conhecia a Tina. Mas acompanhei de perto a confusão com o Marcus – e embora tenha achado que, na ocasião, nenhum dos dois tivesse total razão (sorry, Marcus), foi a partir daquela situação que passei a compreender melhor a Tina – como um ser único, peculiar, com uma baita bagagem cultural, e que levava muito a sério os relacionamentos que mantinha na blogosfera (e talvez por isso ela acabasse se metendo em tanta confusão). Foi ela quem me apresentou a muitos dos blogs que acompanho atualmente. E aposto que muitos chegaram aqui a partir das recomendações insistentes dela.
Ela me perguntava várias vezes sobre as faculdades, sobre quando eu iria me formar, e chegou até mesmo a ler um dos meus trabalhos, dando-me sugestões de estilo e formatação. O último comentário que recebi dela neste blog, no próprio dia de sua morte, foi esse, me parabenizando pela formatura:
“Meus parabéns, Gabriela!
Passarei aqui daqui a 18 meses para dar parabéns de novo!
E agora, em que área você atuará?
Beijos e felcitações, uma vez mais.”
Infelizmente, ela não retornará daqui a 18 meses 🙁
Lamento pela morte, e espero que sua família – ela deixou marido e filho – consiga superar a perda.
A Tina, sem dúvida, fará muita falta para a blogosfera.
Finalizo o post com a frase com a qual ela me respondeu quando disse que não tinha tempo para fazer o mesmo que ela (comentar em seu blog diariamente):
“Você é responsável por aquilo que que cativa”.
Obrigada por tudo, Tina! E peço desculpas, ainda que tardias, por não ter dado em vida toda a atenção que merecias.

A Luciana, do Cintaliga, fez uma bela homenagem à Tina. O post do Doni também é belo – e critica aqueles que só se limitaram a falar mal da Tina, mesmo sem conhecê-la.
Mas também há o outro lado. Não dá para deixar de mencionar as tão aguardadas manifestações do Kid e do Marcus.

Cresce o número de prisões de blogueiros

Blogs são um meio democrático e livre para manifestar opiniões? Em termos. De acordo com o relatório da WIA (World Information Access), elaborado por alunos da Universidade de Washington – baseado em buscas por informações na própria Internet -, desde 2003, no mundo todo, pelo menos 64 pessoas já foram presas por conta do que disseram em blogs. Boa parte dessas prisões é relacionada a assuntos políticos. E engana-se quem pensa que isso só acontece em países lá do *distante* Oriente. De fato, China, Egito e Irã, respondem por mais da metade das 64 prisões identificadas. Nos últimos anos, entretanto, blogueiros de países como EUA, França e Canadá, embora em número bem menor, também foram presos.
Os crimes cometidos? Há desde blogueiros presos por denunciar casos de corrupção e de violações aos direitos humanos em seus países, ou por expressar opiniões políticas contrárias ao governo, a gente que foi presa por simplesmente postar relatos e fotos de protestos e movimentos sociais, ou por violar normas culturais vigentes em um determinado país.
Algumas prisões são realmente justificadas – como por postar material relativo a pedofilia, ou por incitar a prática de crimes. Mas a maior parte dos motivos alegados parece, para nós, verdadeiros afrontas à liberdade de expressão, como no caso de um blogueiro do Irã preso por criticar a prisão de outros três amigos blogueiros, ou um chinês que, aparentemente, foi preso por defender os direitos humanos em seu blog.
Segundo o relatório, as penas de prisão impostas a esses blogueiros duram, em média, 15 meses. A maior pena encontrada pelo estudo é de 8 anos. Só em 2007 foram 36 prisões. O relatório estima que em 2008 o número de prisões poderá ser superior ao de 2007, pelo menos em relação ao número de prisões por motivos políticos, tanto pelo crescimento do uso do blog como meio de comunicação, quanto pelo fato de que há eleições em países como China, Paquistão, Irã e Estados Unidos. (Eles perceberam que, em 2007, ano de eleições no Egito, o número de prisões de blogueiros nesse país aumentou consideravelmente.)
É possível acessar o relatório da WIA no site do projeto. Uma versão simplificada, com gráficos e informações sintetizadas, pode sera acessada diretamente neste link [PDF].
Via Bitacoras.com

Como medir o sucesso de um blog?

Tradução do post “How do you measure a blog’s success“, no
Online Journalism Blog. O texto foi escrito no começo de abril, a partir de temática sugerida pelo próprio autor do blog (basicamente, apenas executei a idéia de comparar os blogs britânicos em mais de um ranking). 

Há muitas maneiras
de se medir o sucesso de um site
. Algumas usam um método mais
quantitativo, e outras são mais qualitativas. É possível dizer que um weblog é
popular por muitos motivos, como:

–  tráfego (page views, visits,
visitors
);
– discussões (comentários, trackbacks, linkbacks);
  posição em sistemas
de busca
 (page
rank
);
  leitores (assinantes do feed, presença em blogrolls) e
  reputação (algo um tanto mais subjetivo, baseado no que
as pessoas pensam de um website,
e nas qualificações da pessoa que escreve para ele).

Se você pegar todos esses dados e elaborar rankings baseados
nesses diferentes tipos de informação, ha grandes chances de que nem todos os
blogs listados irão aparecer na exata mesma posição em cada um desses rankings.

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