Monthly Archives: July 2007

Formas alternativas de buscar por informação

Como encontrar músicas usando o del.icio.us:*
1. Entre em “http://del.icio.us/tag/system:filetype:mp3”. Isso irá mostrar uma lista com todas as mp3s que estejam salvas no del.icio.us.
2. Para buscar música de um artista em específico, acrescente “+NomedoArtista” ao final da URL inicial (http://del.icio.us/tag/system:filetype:mp3+NomedoArtista)
3. Para ouvir, basta clicar no nome de cada uma das músicas. Para salvar uma cópia, clique com o botão direito do mouse sobre o link e escolha “Salvar destino como”.

Essa é apenas uma das formas – e, certamente, não a mais eficiente – de procurar por mp3 sugeridas pelo resultado para “How to Download Free Music” do Mahalo. Na página, há ainda várias outras sugestões interessantes de como encontrar música gratuita na internet.

O Mahalo é uma espécie de sistema de busca cuja proposta é elaborar manualmente páginas de resultado para os 10.000 termos mais procurados na internet. A julgar por alguns dos resultados que já podem ser encontrados, o Mahalo tem tudo para mudar nossa forma de buscar informações na web em um futuro próximo. (O Marcus também fez um post sobre o Mahalo algum tempo atrás).

Outra proposta interessante é a do Hakia, um sistema de busca que procura por semântica. A idéia é apresentar a resposta para o que se procura já na página de resultados, mas sem que haja intervenção humana. Funciona bem em inglês. Entretanto, é só tentar procurar por algo em algum outro idioma que os resultados se tornam desastrosos.

O Powerset, com lançamento previsto para setembro, também é (promete ser) um sistema de busca inovador. A aposta é no modelo open source para construção do sistema. (A página do buscador traz um formulário para que os interessados em acompanhar o desenvolvimento do produto se cadastrem).

Assim como esses sistemas, há muitas outras novas alternativas pipocando por aí. Tudo para tentar derrubar a ditadura do PageRank e acabar com o monopólio do Google!

(Falando nisso… enquanto não aparecem buscadores inteligentes em português, que tal economizar luz usando o bom e velho sistema do Google?)

* tradução livre a partir do resultado equivalente no Mahalo

Para aqueles não abrem mão de usar o bom e velho Google: não percam este post da Carla, sobre dicas de como obter melhores resultados em qualquer sistema de busca.

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Termos jurídicos absurdos, parte 8

Consolidação – nas relações civis, diz-se que há consolidação quando o que já era dono de uma parte se torna dono do todo (ou porque comprou a parte do(s) outro(s), ou por qualquer outro motivo)

Exemplo de aplicação na vida prática:

“Estavam todos discutindo, mas eu comecei a falar sobre girafas e consolidei a conversa”

(Okay, o termo consolidação já tem bastante utilidade prática por conta própria… :P)

Outros termos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

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Comprando um remédio

Eu estava em casa, sem nada para fazer, e tive a brilhante idéia de fazer papel de palhaça ir na farmácia que fica na esquina onde moro para comprar um remédio (na verdade, estava atrasada para chegar na aula, mas isso é detalhe). Cheguei lá e não tinha. Aí o vendedor ligou para outra farmácia da mesma rede, confirmou com o ser do outro lado da linha que o produto estava disponível no estoque da outra loja, e me remeteu ao outro endereço. Cinco quadras adiante, na outra farmácia da mesma rede, chego e pergunto pelo mesmo remédio. O vendedor disse que estava em falta. Então repito toda a situação, digo que o vendedor da outra farmácia tinha ligado para lá e garantiram que o produto estava disponível no estoque. Aí o vendedor, num brilhante gesto de generosidade, ligou para outra loja da rede, uma terceira farmácia de mesmo nome. E sim, supostamente lá teria o remédio que eu procurava. Mas dessa vez não caí na armação deles. Não, eles não me remeteriam a cinco quarteirões adiante mais uma vez, para chegar lá e descobrir que há uma quarta farmácia da mesma rede e que talvez tenha o remédio. E depois me remeteriam à quinta, à sexta… Sabe lá se não seriam infinitos estabelecimentos, num total monopólio de nosso tempo e dinheiro. Reclamei – de leve – da falta de consideração do estabelecimento com seus clientes, e fiz o caminho de volta até minha casa, com a promessa de parar em qualquer farmácia que tivesse no meio do caminho para comprar o remédio. Duas quadras adiante (ou a três quadras da farmácia da esquina da minha casa, como preferir) encontrei uma farmacinha simpática que nunca tinha visto. Entrei, pedi o remédio. E em menos de 30 segundos já estava saindo do estabelecimento com o medicamento em mãos. Simples, rápido, fácil, prático. E garanto que eles não têm várias farmácias interligadas em rede para remeter os clientes na vã ilusão de encontrar logo o alívio para seus sintomas mais insistentes…
Dica para funcionários de farmácias: não façam uma asmática cuja doença se manifesta por esforço físico continuado caminhar várias quadras para comprar o refil do inalador. Vocês correm o risco de perder a cliente para uma farmacinha pequena que fica apenas três quadras adiante.
Máximas de experiência: nem sempre o lugar mais perto de casa representa a melhor opção para comprar alguma coisa.

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Ateísmo como mito

Ontem na faculdade tivemos uma aula interessante sobre a relação entre mitos e ciência. Várias reflexões acerca das múltiplas conexões existentes entre os dois assuntos foram suscitadas. Ambos se relacionam em situações como, por exemplo, no fato de que a ciência pode partir dos mitos para tentar descontruí-los, ou, no sentido inverso, quando os mitos aparecem como óbices ao desenvolvimento da ciência.

Lá pelas tantas, a discussão tomou um rumo religioso. Passou-se a discutir deus e o mistério da vida. Aí o professor começou a criticar os ateus. Não os ateus em geral, e sim aqueles que simplesmente negam a existência de deus, mas sem que tenham uma explicação para isso – para o professor, essa espécie de crença seria um mito muito mais forte que o de alguém que crê em deus, porque a crença do não crer (a força que se faz para não acreditar, mesmo sem motivo) requer muito mais esforço.

Daí comecei, ali mesmo na aula, a repensar meus conceitos. Por que, afinal, não creio em deus? Passei a fazer um esforço mental para recordar os argumentos principais de Umberto Eco no simpático debate com o padre Carlo Maria Martini na obra “Em que crêem os que não crêem”. Lembrei que Eco defendia que os que não crêem em deus ao menos crêem em alguma coisa, talvez não tão sobrenatural, mas algo que dê sentido às suas vidas. Lembrei também que tinha parcialmente concordado com isso à época em que li o livro*.

Quando já estava quase desvendando o mistério da revelação divina, quase (re)encontrando um sentido na vida (e enquanto o professor continuava a atacar os ateus-rebeldes-sem-causa), eis que uma colega minha decide lembrar a todos que eu sou atéia. Todos os olhos se voltaram a mim (sensação de deja vù), e, sob pressão (talvez numa tentativa desesperada de se livrar logo de tanta atenção), não consegui balbuciar uma explicação melhor que “Não acredito em deus, mas não tenho argumentos”. Pronto. Virou obrigação moral minha a partir de agora encontrar argumentos para a não-crença. Preciso acreditar em alguma coisa, nem que seja no poder irrestrito do nosso próprio esforço para mudar nossas vidas…

Detalhe. Note que a discussão toda se deu em uma universidade católica. Mesmo que eu tivesse argumentos, talvez não fosse lá muito saudável expô-los.

* Auto-citando-me, sobre o livro:

“O diálogo é de alto nível, e ainda é complementado pela participação de outros intelectuais europeus. A conclusão que parece chegar o livro é a de que, mesmo aqueles que não crêem (em uma revelação divina), ainda precisam acreditar em alguma coisa. Até o mais ateu dos ateus precisa acreditar que está vivo. Precisa crer que é um ser humano. Precisa confiar nos indivíduos. Do contrário, sua vida estaria perdida. Também é interessante ver/perceber que em muitos pontos ateus e crentes concordam, sem que isso afete como realmente pensam”
(eu, em dezembro de 2005 – reparem que, em 2005, eu também tinha colocado a expressão “alguma coisa” em itálico)

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De como fui abduzida

Eu estava dirigindo por uma estrada de chão, próxima à minha cidade, sozinha no carro, à noite, sem que passasse qualquer outro veículo pelo caminho. De repente, uma luz forte se aproximou, e era tão intensa, tão poderosa, que me fez parar o motor do carro (ou o motor do carro parou sozinho porque a luz era intensa demais?). Era uma luz azul, realmente intensa, brilhante. Tomada por uma força repentina, decidi sair do carro e seguir em direção à tal luz azul. Afinal, azul é minha cor preferida. Não sei ao certo o que aconteceu, só lembro que a luz brilhava muito (já mencionei que era uma luz intensa?). Depois, não lembro de mais nada. Só sei que cheguei ao meu destino com um atraso de quatro horas. E senti sonolência, muita sonolência.
Quer dizer, eu nem tenho como ter certeza de que fui abduzida, porque só me lembro do clarão. O resto são memórias, reminiscências, lapsos de rememoração, algo como ter em mente a imagem fixa de criaturas de aproximadamente meio metro de altura, seres marrons, com pele com consistência de uma casca de árvore, e três olhos (sim, três olhos).
Mas isso também não quer dizer muita coisa. Afinal, toda e qualquer experiência humana é subjetiva.

Versão alternativa: Fiquei dois dias sem postar empolgada lendo os primeiros capítulos de Harry Potter and the Deathly Hallows.

Pronto. Escolham a versão em que quiserem acreditar.

Da série “desculpas esfarrapadas para se dar quando não se tem um motivo concreto para ter deixado de postar por dois dias”.

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Como escrever uma história de ficção 2.0

Quer pegar carona do sucesso de Harry Potter (72 milhões de cópias vendidas em apenas 24 horas) e escrever seu próprio livro de ficção? O Read/WriteWeb traz a dica bem-humorada de como escrever uma história utilizando-se apenas de recursos baseados na Web 2.0.

Há apenas uma ressalva a ser feita: o NaNoWriMo não é tão maluco assim. E, ao menos no ano passado, eles tinham uma parceria com o Lulu.com, o que permitia receber uma cópia impressa da história gratuitamente. Aliás, essa semana o segundo leitor terminou de ler minha história de 2006 (a partir da única-cópia-impressa-que-existe-no-universo). Ele deu algumas dicas de como melhorá-la (seria o cúmulo da pretensão querer ter escrito uma obra perfeitamente bem acabada em 30 dias), e se entusiasmou em escrever uma história também 🙂 Ah, e ele reclamou do final. Eu odeio ter que terminar histórias, daí geralmente ou faço um final muito nada a ver, que encerre de vez a trama, ou então deixo o final em aberto, o que deixa aquela sensação de “tá, mas e o fim?”. Na nanonovel em questão, fiquei com a primeira opção.

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A relatividade da história

ou… “tome cuidado com o que você diz por aí”.

O general Maximiliano Hernández Martínez teria afirmado uma certa vez que “É um crime maior matar uma formiga que um homem, porque o homem reencarna, ao passo que a formiga morre definitivamente”. A frase pode ser perfeitamente lógica, mas seu conteúdo é um absurdo. Para entendê-la melhor, é preciso analisar o contexto histórico em que foi proferida (e também o que passava pela cabeça do maluco que disse isso).

Martínez foi ditador de El Salvador no período entre 1931 e 1944. Seu governo foi marcado por atitudes sangüinárias de extermínio, em especial relacionadas ao racismo (índios, negros e palestinos). Argumentar que o homem reencarna certamente é um bom caminho para justificar uma mortandade massiva. Mas, apesar de sacrificar vidas humanas, o general respeitava um monte a natureza e os outros animais. Martínez era um teósofo. A Teosofia é uma espécie de saber que procura estabelecer uma relação entre Filosofia, Religião e Ciência. Segundo o site da Sociedade Teosófica do Brasil, a teosofia não é nem um credo, nem uma religião – embora tenha servido como embasamento para a criação de algumas correntes, como os movimentos Wicca e New Age. A partir disso, também é possível entender outra pérola proferida pelo ditador, “É bom que as crianças andem descalças. Assim recebem melhor os eflúvios benéficos do planeta, as vibrações da terra. As plantas e os animais não usam sapatos”, em resposta a uma oferta de doação de sapatos a alunos carentes de escolas públicas em seu país.

Também não dá para se basear apenas nisso e achar que o cara era completamente maluco. Afinal, ele também disse que não acreditava na história, porque “A história é feita pelos homens e cada homem tem sua paixão favorável ou desfavorável”.

A frase das formigas é citada no livro “As veias abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano. Galeano se refere a Martínez como “un brujo vegetariano y teósofo”, e enumera algumas outras de suas maluquices, como o costume de enviar notas de condolências aos pais de suas vítimas, ou o relógio de pêndulo que usava para sinalizar se sua comida estava ou não envenenada.

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The 5k

No ano de 2000, um concurso de sites na web inovou a forma de se pensar em webdesign. Para ganhar, ao invés de usar complexos códigos em html, ou explorar ao máximo os incipientes recursos de java e flash da época, o the 5k convidava seus concorrentes a pensar em algo bem mais simples. A regra era fazer um site que tivesse, no máximo, 5kb – o equivalente a 5120 bytes. Para competir, era preciso usar o máximo de criatividade para condensar uma idéia original em tamanho tão ínfimo. De nada adiantava fazer um site bonito esteticamente, mas que não tivesse utilidade prática nenhuma (de fato, a competição contemplava categorias como “funcionalidade”, “aparência”, entre outras, para compensar o trabalho daqueles que se dedicavam a apenas um aspecto em suas produções minimalistas). O vencedor, escolhido por um júri de especialistas no assunto, era o indivíduo que conseguisse fazer a página que melhor conseguisse resumir todos esses requisitos em 5kb de conteúdo. Havia prêmios em separado para aqueles que fizessem a página inteira usando apenas html e os que também se utilizassem de outros recursos.

Histórico do 5k

A partir de uma breve consulta à WayBack Machine do Internet Archive, encontrei as informações relativas ao concursos dos anos 2000, 2001 e 2002. Em todos eles é possível acessar a lista e o resumo dos participantes e vencedores, mas, infelizmente, não é possível acessar a página de nenhum dos competidores. Ainda de acordo com o Internet Archive, a partir de 2003 passou a aparecer na página principal do site do 5k uma nota avisando que os criadores do site não teriam mais tempo para atualizá-lo. Em 2004, a competição teria migrado para este endereço. Em 2005, o site saiu do ar. E, desde 2006, ele tem esse mesmo visual que possui hoje.

Exemplos de sites em 5k

2000

No ano de 2000, a página do concurso estava localizada em outro endereço (diferente do the5k.org). Por isso, ainda é possível acessar uma lista de alguns dos sites participantes.
O site vencedor foi uma loja virtual completa em 5kb.

Alguns sites interessantes:
Tetris
Jogo Guerra (baralho)
Poema “The great figure”, de William Carlos Williams
Galeria de arte
Faça seu próprio quadro de Mondrian
Paródia da famosa obra de Magritte
Teste vocacional

2002

Três dos sites participantes:
Jogo de xadrez
Pixel Ninja
Jogo de ação em primeira pessoa

Em 2001 ou 2002 (não sei o ano ao certo) cheguei a fazer um site para concorrer no 5k. Era uma galeria de fotos de Gilmore Girls em 5kb. A página não está mais no ar, mas as imagens utilizadas são as que constam no menu à direita desta página – os desenhos foram feitos no Paint.

Outros sites realmente muito pequenos

A idéia de fazer sites de tamanho reduzido não é só do 5k. Há outras páginas que seguem essa tendência.

Dentro de uma perspectiva minimalista ao extremo, há o Guimp, que se auto-intitula o menor site do mundo. O conteúdo inteiro é exibido em um quadradinho de 18×18 pixels. Há até mesmo um blog inteiro dentro dele.

Há ainda o TinyApps, um site que reúne softwares realmente muito pequenos, como programas de e-mail, navegadores, comunicadores instantâneos, editores html, editores gráficos, entre outros. Como exemplo, há o TinyPiano, ou um piano na tela do seu computador por apenas 24kb 🙂

Para ir além

Mais informações sobre o 5k podem ser encontradas aqui, aqui e aqui.

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Post-calhau

A probabilidade de se ter uma idéia original do que escrever em um post é inversamente* proporcional ao tempo livre disponível. (Mas diretamente proporcional à vontade de se encontrar um assunto).

* A justificativa é simples:
Quanto mais tempo se tem, mais chance se tem de ser acometido repentinamente por uma crise crônica de síndrome do cursor piscando na tela vazia (tipo eu, agora) – o que, em casos extremos, pode levar a posts estranhos (como este).

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