Monthly Archives: June 2006

Declaração Universal dos Direitos do Estudante

Preâmbulo

          Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os estudantes e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da aprendizagem, do conhecimento e da inteligência,
          Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos estudantis resultam em aberrações educacionais e levam este país a índices alarmantes em rankings de ensino,
          Considerando essencial que os direitos dos estudantes sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o aprendiz não seja compelido, como último recurso, à matação de aula injustificada e à cola nas provas ,
          Considerando que a qualidade do ensino neste país é insuficiente para que se atinjam os níveis mínimos adequados para a convivência harmônica entre os cidadãos de bem,
          Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
          Considerando que eu não agüento mais ler sobre a Declaração Universal dos Diretos do Homem para fazer meu trabalho de Direitos Humanos e que estou de mal com o mundo pelo fato de que me esforcei para chegar na faculdade hoje antes das 8h para simplesmente chegar lá e decobrir que o professor, mesmo estando presente, não iria dar aula,

          Este blog proclama

          A presente Declaração Universal dos Diretos do Estudante como o ideal comum a ser atingido por todos aprendizes e educadores, com o objetivo de que cada estudante, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do diálogo e da conversação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas, se esforce em assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os que aprendem quanto entre aqueles que ensinam.

Artigo I

Todos terão direito ao conhecimento

Artigo II

Não haverá mais provas. Não haverá mais trabalhos. Abolir-se-ão as notas a partir desta data.

Artigo III

Todos serão avaliados conforme o modo como encaram os estudos.

Artigo IV

O aprendizado se dará mediante trocas comunicativas igualitárias entre os sujeitos educativos.

Artigo V

Não haverá disputas por vagas. Não haverá concorrência por nota.

Artigo VI

O acesso a todas as instâncias de ensino será livre para aqueles que desejam aprender.

Artigo VII

Não se poderão impor condições à aquisição de conhecimento.

Artigo VIII

A aquisição de conhecimento será uma conseqüência natural do ato de aprendizagem.

Artigo IX

Todo aprendiz tem direito ao repouso e lazer semanal, em igual proporção ao tempo de aprendizagem.

Artigo X

Todo aprendiz tem direito a um ambiente de estudos harmônico e livre de hierarquias, no qual os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo XI

Todo estudante tem o direito de ser chamado pelo nome por aquele que lhe ensina.

Artigo XII

Ficam proibidas as aulas monótonas e entediantes no período compreendido entre 8h e 12h.

Artigo XIII

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer instituto educacional, educador ou educando, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

Pelotas, 28 de junho de 2006

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O livro mágico

No início deste ano letivo peguei um livro na biblioteca da UCPel com a promessa de terminar de lê-lo tão logo fosse possível. Com tantas coisas para fazer, e como o livro não era lá altamente empolgante e divertido, levei um pouco mais de tempo para conseguir enfim finalizá-lo. Terminei a leitura neste sábado. (Pior que o assunto é tri interessante, não é culpa do livro!!) O livro é A Galáxia de Gutenberg, de Marshall McLuhan, e narra as transformações provocadas pela imprensa na sociedade antes oral e manuscrita (aliás, em algum outro momento até pretendo falar alguma coisa aqui no blog sobre o livro…).
Entretanto, a grande graça da questão não reside no conteúdo do livro em si, e sim no livro que peguei. A edição (2ª, em tradução da Companhia Editora Nacional) é de 1977, e foi adquirida pela biblioteca da faculdade em 1980. Naquele tempo, ainda não existia – obviamente – o sistema de catalogação de livros pelo computador, daí no final do livro tem aquelas velhas fichinhas do tipo “devolva este livro na última data carimbada”. Mas o diferencial é que tem também a listagem das últimas (únicas?) pessoas que pegaram este livro. Na verdade, há apenas 3 entradas no registro. Alguém teria pego o livro em 1984, outra pessoa pegou em 1987, e uma terceira o retirou em 1989. E isso é tudo. (okay, talvez o livro não seja lá muito popular, eu confesso). Não contive a curiosidade e busquei no Google informações sobre os três indivíduos listados. E o mais legal de tudo é que pude ficar sabendo do futuro *brilhante* que todos os que pegaram este livro tiveram. Dos três indivíduos, um se tornou promotor público, outra é escritora, e o terceiro é professor, doutor em história. Basicamente, o que há de comum entre eles é que nenhum seguiu carreira na Comunicação Social ou no Jornalismo. Pelo menos dois deles também fizeram dois cursos universitários simultaneamente. E também nenhum deles se afastou da cidade. Todos, de certa forma, seguem vinculados a Pelotas. Considerando-se que todos que se interessaram por este livro devem ter um parafuso a menos – será este também o meu destino? (permanecer em Pelotas, não seguir a carreira jornalística, mas ter uma profissão interessante? :P).Ah! A última pessoa que pegou o livro tinha a obrigação de devolvê-lo no dia 29/06/1989. Eu teria que devolver o livro nesta mesma data (mas em 2006, dã :P), se não houvesse renovado (pela 7182781ª vez) o livro hoje mais cedo. Mera coincidência? (by the way, não querendo fazer analogias felizes e inoportunas, mas já fazendo,… Mera Coincidência é o nome de um filme que baixei da Internet para assistir no computador assim que me sobrar uma folguinha… parece ser interessante).

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Brasil X Gana

Será que o Brasil vai ter gana suficiente para passar das 8as de final? 😛

Em tempo: ando meio afastada da blogosfera por conta de um *feliz* trabalho de Direitos Humanos (preciso escrever 30 páginas para quarta-feira…). Tô que respiro convenções e tratados há 3 dias, e não dou jeito de terminar… Mas depois que o trabalho for finalizado estarei de volta ao mundo dos blogs, 100% mais humanizada, e a todo vapor 🙂

Átomo

Curiosa a idéia desse cara. Ele tentou fazer uma representação visual mais ou menos em tamanho real de como seria a distância espacial entre um próton e um elétron no interior de um átomo (no caso, o exemplo representado é de um átomo de hidrogênio). Considerando-se um elétron de 1 pixel, a distância entre o elétron e o próton na tela do monitor fica em torno de 11 milhas (o que corresponde a mais de 17 quilômetros de página em rolagem lateral!). Quem tiver dúvidas quanto ao real tamanho da página pode achar interessante dar uma olhadinha no page source 🙂

Momento flashback – nas aulas de química da 8ª série meu professor ensinava que a distância entre os elétrons e os prótons no interior de um átomo era mais ou menos na mesma proporção de uma bolinha de gude perdida no meio de um campo de futebol… Com esse esquema da web, dá para perceber que a analogia feita pelo professor não era tão absurda assim…

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Percepção do tempo

Para encerrar essa verdadeira trilogia sobre o tempo (máquina do tempo, falta de tempo, retorno ao passado na Internet), só faltava mesmo era falar sobre a percepção do tempo. Por que quanto mais o tempo passa, mais rápido parece que as coisas acontecem? Quando éramos crianças, o tempo parecia simplesmente não passar. Tudo era novo, toda experiência era única. A gente começa a crescer e as coisas parecem perder o brilho. A vida acelera, ficamos constantemente submetidos a pressões externas, e metade do que planejamos sequer se realiza – por falta de tempo, obviamente.

Tempo de espera X tempo do acontecimento

O tempo (ou, mais especificamente, o modo como o percebemos) nos prega várias peças. Quando esperamos muito por algo, o tempo parece não passar. Mas depois que acontece, parece então que tudo foi rápido demais e mal se teve tempo de aproveitar (e esse sentimento toma conta da gente principalmente quando se perde muito tempo planejando e pensando no que fazer; muitas vezes, o tempo de planejamento é capaz de superar o tempo de realização do acontecimento!).

Motivação X disponibilidade de tempo – como chegar a um equilíbrio?

Outro fator complicante nessa história é que geralmente a motivação para fazer algo é inversamente proporcional à disponibilidade de tempo para desempenhar tal tarefa. Nunca sei se tenho tempo suficiente para fazer alguma coisa até terminá-la (ou perceber, dias, meses, anos depois — ou nem perceber — que sequer se teve tempo para finalizá-la). Por que quando a gente quer realmente agir, falta-nos tempo, e quando nada queremos, tempo de sobra nos resta? Não seria mais fácil se se fosse possível atingir uma espécie de equilíbrio padrão, que se perpetuasse no tempo?

Tempo ao longo do tempo

O que mais irrita nisso tudo é o fato de que, embora percebamos o tempo de formas diferentes ao longo da história, ao menos em termos físicos, ele é sempre o mesmo. Um minuto terá sempre 60 segundos, tenhamos nós 5 anos de idade ou estejamos comemorando 70 anos. Por que, então, percebemos de forma diferente essa mesma quantidade de tempo ao longo do tempo? Por que 5 minutos para quem espera parecem uma eternidade, ao passo que os mesmos 5 minutos gastos em diversão parecem passar tão rápido?

Viagem no tempo via Internet

(Ainda sobre máquinas do tempo)

Dias desses, stumbleando por aí, encontrei um artigo da Mindjack de Doug Roberts sobre o Internet Archive. O Internet Archive é um projeto que tem a pequena e básica pretensão de arquivar todo o conteúdo da Internet. O site ainda tem um visual meio sem graça, pouco convidativo. Mas basta uma olhada atenta em seus recursos para não sentir mais vontade de sair de lá! Fiquei horas revivendo momentos do passado na Wayback Machine, um recurso que permite fazer uma verdadeira viagem no tempo e acessar as páginas da Internet como elas eram há 3, 5, 10 anos trás! (o sistema retroage até 1996). Encontrei muitas das minhas “marcas” na web que pensei que já nem existiam mais (ao final do post há uma lista com os links mais interessantes que consegui localizar – egocentrismo básico: todos referentes ao meu passado na web). Nessa viagem ao passado, percebi o quanto (não) evoluí na elaboração de páginas na web [na verdade, percebi o quanto simplesmente parei no tempo – embora tenha havido algum avanço, meus layouts (se é que podem ser chamados assim – os layouts que me perdoem!) seguem sendo basic html]. A proposta da máquina do tempo é justamente essa: poder voltar atrás e perceber o quanto a web evoluiu (ou simplesmente mudou, talvez nem sempre para melhor) em termos de design, conteúdo e tamanho.
Para armazenar as páginas, o site utiliza-se de crawlers, espécie de “robôs” que varrem a Internet em busca dos sites para poder armazená-los. O Google se utiliza de um desses sistemas para armazenar e catalogar as páginas da Internet (tente clicar em “Cache” no resultado de alguma busca e será possível ver a data da última versão salva de uma determinada página :P). O robô oficial do Internet Archive é Heritrix, mas o site também se utiliza de bancos de dados fornecidos por outros sites (e outros robôs). Com tantos dados disponíveis, o local de armazenamento do site só podia ser realmente gigantesco.

Meu passado na web:
A primeira coisa que tentei procurar na máquina do tempo foi o meu primeiro blog… mas não encontrei :/ Na verdade, eu nem lembro o endereço dele! Só lembro que eu assinava como “pipoca e guaraná” (?!) e que a hospedagem provavelmente era no weblogger. Enfim, não encontrei o blog, mas encontrei muita bizarra:
Minha primeira página na Internet, em versão de 21 de agosto de 2000 (a página foi criada em 09/09/1999, e segue no ar neste endereço). E outra versão de 17 de abril de 2001.
– O primeiro visual (06/03/2001) que teve meu (ex-)site sobre a série Friends, e outra versão de um ano depois (26/09/2002). E também uma versão de 02/03/2001 de outro site de Friends que fiz (por que cargas d’água eu mantinha dois sites de Frends na Internet??)
– A evolução do layout da página de Gilmore Girls: 23/02/2001, 22/07/2002, hoje (leve retrocesso: o visual é o igual a este blog :P).
– O blog que tive imediatamente anterior a este (não lembro o endereço dos outros para procurar… :/) em versões de 20/05/2004 e 26/09/2004).
– A talvez página mais bizarra que já fiz na web, em versão de 18/08/2000.
– E também encontrei algumas das minhas colunas no Séries Online – eu realmente escrevia muito mal naquele tempo! Eu falavra sobre Gilmore Girls, Maybe It’s Me, e acho que também cheguei a falar um pouco sobre Ed, mas não encontrei nenhum texto dessa época.
– Por fim, esta última página não foi encontrada na máquina do tempo (a menos que se considere a busca do Yahoo! como uma espécie de máquina do tempo :P). Mas vale a pena ser mencionada: é um link para uma opinião que dei há 5 anos atrás sobre o celular que eu tinha na época. É hilário perceber o quanto a tecnologia muda rápido!

Sem tempo

Estou meio sem tempo para postar. Mas só para não deixar passar batido: meu post de blog em versão jornalística 🙂 Até que esse trabalho de Marketing Político rendeu alguma coisa… (também, já era hora… uma quase-50%-jornalista que nunca tinha publicado nada não teria como ser levada a sério 😛 — de que adianta aprender se não for para praticar?).
Em tempo: amanhã tenho 3 provas na faculdade. Torçam para eu escapar ilesa dessa tortura intelectual!
A programação deste blog deverá voltar ao normal na quinta-feira 🙂

Filme: Garfield 2

O filme. Garfield e Odie viajam para Londres escondidos na bagagem de Jon. Lá, Garfield é confundido com um gato da família real, e troca de lugar com ele. O gato rico passa a ter a vida monótona do gato pobre, e Garfield passa a desfrutar de todas as regalias de um gato real. Jon Arbuckle é interpretado por Breckin Meyer, e Liz Wilson, sua namorada, é Jennifer Love Hewitt. A voz de Garfield, em inglês, é feita por Bill Murray, e em português ele é dublado por Antonio Calloni. O filme tem duração de 80 minutos e a direção é de Tim Hill.

A crítica. Há duas óticas possíveis para se observar o filme Garfield 2. Uma delas é levá-lo a sério. A outra é encará-lo como uma mera diversão sem sentido.

a) Considerando-se Garfield 2 como um filme sério:
É decididamente um filme idiota. Se for para encará-lo assim, não assista!

b) Considerando-se como um filme idiota:
É um dos melhores do gênero. Tem todos os requisitos para quem quer se divertir com uma comédia nada inteligente protagonizada por um gato 500 vezes mais sem graça que a versão correspondente em tirinha. Em praticamente todas as piadas do filme é possível rir, não pela graça da coisa dita em si, mas por solidariedade aos bichinhos. Até a própria trama do filme é algo que faz você pensar “poxa, eu já vi algo parecido em algum outro lugar” (e já viu mesmo – o enredo basicamente envolve a troca de vidas entre dois gatos, Garfield, representando o gato doméstico e “pobre”, e Prince, um gato de origem real e “rico” – não consigo me lembrar em qual livro há isso, mas… quer enredo mais batido que esse? :P).
Um dos aspectos menos interessantes do filme é a ruptura que ele faz com o contrato de ficção (não sabe o que é isto? leia Seis Passeios pelos Bosques da Ficção de Umberto Eco). Tudo bem o Garfield falar, a gente aceita isso (pois, embora ele fale, sabemos que os humanos são incapazes de compreendê-lo). O problema é que nesse filme até pato, vaca, cachorro e papagaio falam*! E os bichinhos ainda se entendem entre si! Aí já é extrapolar os limites da ficção aceitável… Aí já é cair na síndrome “A Marcha dos Pingüins” (ou pior: Babe – o Porquinho Atrapalhado)!
Fora isso, o filme é uma excelente distração de final de semana (apesar de tudo, é Garfield!) :). Destaque para o cãozinho Odie que não só consegue perceber a troca de gatos, como também age para que o engano seja percebido pelos humanos. Além disso, ele parece ser o único animalzinho com consciência de ser animalzinho: o Odie, diferentemente de gatos, papagaios, patos, cabras, galinhas, fuinhas, vacas e araras do filme, não fala!

Outro ponto negativo: há apenas cópias dubladas. Blergh.

* P.S.: Não tenho nada contra animaizinhos antropomorfizados. O problema é quando exageram nas características humanas conferidas aos animais!

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A novela dos vírus no Orkut

Depois de muitos vírus rolarem soltos por um tempo razoável pelo Orkut, e de várias pessoas terem seus computadores infectados, agora o sistema emite um aviso de segurança no topo da página de scrapbook:

Warning: Please be careful when clicking on unfamiliar links in scraps or other parts of this site that navigate away from orkut.com.

E o mais legal de tudo: as mensagens com vírus agora aparecem assim (nem todas, aparentemente — vide imagem no canto inferior esquerdo deste post):

Dá uma olhada nas fotos da nossa festa, ficaram ótimas. [SUSPICIOUS LINK SUPPRESSED]

Depois reclamam que o Orkut é malévolo e que só quer o mal das pessoas… Po! Tem até uma corrente circulando pela Internet propondo que no dia 5 de julho ninguém acesse o site para protestar contra os vírus que circula(va)m pelos scraps (como se o sistema tivesse culpa do uso que as pessoas mal-intencionadas fazem dele!)…

Nós temos o direito de exigir do google algum benefício para seus membros, visto que temos que “engolir” cada sapo que acontece no orkut e eles não estão nem aí pra gente.
PROTESTE!!!
PARALIZAÇÃO DIA 05/07/2006 não entre no orkut este dia
O GOOGLE PRECISA DEFENDER SEUS MEMBROS DESSA ONDA DE VÍRUS QUE ESTÁ DANIFICANDO MILHARES DE COMPUTADORES.
NÃO ENTRE NO ORKUT DIA 05/07/2006. NÃO MANDE MENSAGENS. O GOOGLE PRECISA TOMAR UMA PROVIDÊNCIA E DEFENDER SEUS USUÁRIOS URGENTE.
PASSE PARA OS AMIGOS DA SUA LISTA. DÊ CONTINUIDADE A ESSE PROCESSO. PARTICIPE….É PARA O NOSSO BEM…

Como toda corrente que circula por e-mail, essa tem lá seus argumentos, e se encerra pedindo para ser passada adiante. Mas o que nos concede o direito de exigir do Google algum benefício? Só porque voluntariamente engolimos sapos não significa que temos o direito de exigir benefícios. Se o Orkut fosse pago, ainda vá. Mas de graça? 😛 Estão querendo demais esses clicadores compulsivos de links!!
E, bem, esse protesto me parece meio sem sentido. Por que deixar de entrar no Orkut durante um dia? O Orkut nem anúncios tem. O número de acessos não faz muita diferença – ou melhor, com menos acessos, o sistema fica menos congestionado, o que é até uma vantagem para o Google! Se ninguém acessar no dia 5, o máximo de repercussão que pode ter é os indianos terem acesso mais rápido ao site 🙂
(Em tempo – indianos, paquistaneses e iranianos estão com força total no Orkut! Os brasileiros já estão abaixo de 70%, ao passo que os indianos já são o terceiro maior grupo do site, com 5,26%!)

— update 6h01PM – update do update 11h30PM (agora tem um de cada \o/):
E aí, clico ou não clico? 😛 — tem que ser muito tapado para clicar numa coisa dessas!

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Neutralidade na rede

Um assunto que tem ganhado destaque rapidamente na Internet é o debate norte-americano – que aos poucos vem adquirindo escala mundial – sobre a neutralidade na rede[1].
As grandes empresas de telefone e cabo querem poder decidir quais páginas seus usuários abrirão mais rápido que outras e quais simplesmente não irão abrir. A idéia é a de fornecer acesso em “camadas” [2] aos conteúdos da rede. Aqueles que têm dinheiro para pagar mais, terão acesso mais rápido (ou serão acessados mais rapidamente), ao passo que os outros poderão ter seu acesso restringido conforme as políticas de cada provedor de Internet [3]
A neutralidade na rede é o princípio que garante que a Internet permaneça gratuita e aberta para todos[4]. Segundo esse princípio, todas as páginas, ao menos em tese, poderiam ser acessadas por qualquer pessoa, e todas abririam na mesma velocidade. A idéia é a de preservar o direito de livre escolha do usuário de decidir o que acessar, e como isso será acessado. Com a preservação desde princípio, nenhum serviço é privilegiado, e todos os sites possuem iguais condições de acesso.
O princípio é defendido desde muito tempo, mas recentemente adquiriu maior visibilidade em razão da votação da nova lei de telecomunicações nos Estados Unidos. E o debate se tornou ainda mais acirrado na semana passada, quando foi anunciado que o Congresso americano aprovou a lei, mas rejeitou a emenda em favor da preservação da neutralidade na rede! A emenda incluiria cláusulas que obrigariam às empresas provedoras de serviços de Internet tratar com igualdade toda a informação que passe por seus cabos. Embora tal medida não tenha sido aprovado no Congesso, a luta ainda não está vencida. Ainda tem a votação no Senado, marcada para o final de junho.
Muita gente tem se engajado na luta pela neutralidade da rede. Tim Berners-Lee, o criador da Web, já se manifestou sobre o assunto em seu blog, alertando para o perigo que a quebra da neutralidade pode representar. Até o Google está defendendo a idéia. Há inclusive uma petição (de assinatura exclusiva para os diretamente envolvidos – no caso, os norte-americanos), que já conta com mais de um milhão de assinaturas.
E o que a gente tem a ver com isso? Bom, os Estados Unidos são como o pulmão da Internet. Uma boa parcela de todo o tráfego de dados da América Latina passa por servidores norte-americanos. Se algo acontecer lá em cima, certamente nos afetará de algum modo. A idéia é espalhar a informação, e garantir que o Senado americano se sinta pressionado o suficiente para incluir alguma ressalva quanto à neutralidade na rede na nova lei de telecomunicações.

[1] A idéia de “net neutrality” é defendida por movimentos como o It’s Our Net e Save the Internet, personalidades como Alyssa Milano, e sites como Google, eBay e Amazon.com.
[2] Cf. “A internet em camadas”, do Observatório de políticas públicas de infoexclusão
[3] Este vídeo do YouTube.com apresenta um exemplo bem didático de como isso poderá se refletir no nosso dia-a-dia na web.
[4] Para mais informações sobre a neutralidade na rede, consulte a Faq do site Save The Internet, e também as definições da Wikipedia e Congresspedia.

[obs.: tomé conocimiento del facto gracias a los blogs de lynz y maltut – recomiendo la visita a ambos :)]

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