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Como fazer uma reclamação no site dos Correios

O caso: ultimamente, ao comprar livros na Amazon, eles são remetidos ao Brasil através de um serviço chamado i-parcel. Ao chegar no Brasil, o pacote é postado novamente na modalidade PAC, com um endereço de remetente de caixa postal no Rio de Janeiro. Depois de uns dias, ele deveria ser entregue na casa do destinatário. Só que até agora não recebi efetivamente nenhum pacote.

A novela: Em outubro do ano passado, o sistema dos Correios lançou tentativas de entregas falsas (prédio com portaria 24 horas, toda correspondência passa pela portaria; carteiro se fez de pastel e entregou as demais correspondências normalmente), não trouxe aviso de tentativa de entrega com destinatário ausente (o que deveria ser feito nesses casos) e tive que me virar para conseguir com a i-parcel o tracking do pacote no Brasil, para então poder recuperar o pacote direto na agência local:

Screen Shot 2013-03-19 at 6.13.56 PM

No começo de março, aconteceu a mesma coisa com outro livro. Quando fui buscar, comentei para o rapaz da agência que nenhum pacote meu chegava, e só tinha avisos de tentativas de entregas falsas. O próprio rapaz sugeriu: “entra no site dos Correios e faz uma reclamação contra o CEE Centro, talvez ajude”.

No mesmo dia, cheguei em casa, entrei no site dos Correios, localizei o formulário de reclamação, e enviei. Como as opções eram bem binárias – objeto com destino ou origem nacional, ou objeto com destino ou origem internacional – acabei optando pelo campo “outros” (já que de fato o objeto vem do exterior, mas, no Brasil, recebe um novo código de rastreio). Expliquei a situação na reclamação, coloquei o link de rastreio dos casos recentes (de outubro e de março) e perguntei como fazer uma reclamação contra o CEE Centro de Porto Alegre. O site me deu um protocolo e disse que em até 5 dias úteis viria uma resposta. Nesse meio tempo, outro pacote apareceu com tentativa de entrega fantasma:

Screen Shot 2013-03-19 at 6.13.18 PM

5 dias úteis, e com um terceiro pacote ingressante no ciclo de tentativas de entregas falsas, recebi a seguinte resposta para minha reclamação:

Screen Shot 2013-03-19 at 6.04.14 PM

Ao seguir o caminho indicado, notei que o sistema pedia todos os dados possíveis e imagináveis do remetente do pacote. Como não sabia quem indicar como remetente (se Amazon ou i-parcel no Brasil) e muito menos dispunha dos dados detalhados (CNPJ, CEP, telefone, fax, e-mail), expliquei a situação e perguntei como proceder. Recebi a seguinte resposta:

Screen Shot 2013-03-19 at 6.05.52 PM

Expliquei novamente que a reclamação não estava vinculada a um pacote específico e dizia respeito à situação geral e repetitiva de não ter pacotes entregues. Inclusive mencionei a situação do pacote em andamento, o qual ainda não foi entregue e já possui tentativa de entrega fantasma. Perguntei se haveria como fazer uma reclamação genérica sobre a falta de entrega de encomendas PAC pelo CEE Centro.

A resposta recebida foi a seguinte:

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Expliquei que era um pedido com origem internacional, mas que recebia um novo código de rastreio no Brasil, e que o sistema de reclamação dos Correios não me permitia colocar os dados da Amazon e incluir o código de um PAC, e que eu não dispunha dos dados da i-parcel no Brasil para colocá-la com remetente. Na resposta, além da insistência em se preencher um pedido de informação sobre cada pacote, veio a seguinte informação:

“Informamos que somente com o Pedido de Informação é possível verificar o que ocorreu com o objeto em questão. Sugerimos entrar em contato com o remetente e verificar a possibilidade dele preencher o Pedido ou passar as informações necessárias para o preenchimento do mesmo.”

Desde então, preenchi um formulário de Pedido de Informação com meus dados como remetente e destinatário, e preenchi um formulário de “Dúvidas” perguntando como reclamar nessa situação. Ambos estão aguardando o prazo de 5 dias úteis para resposta. Só falta fazer uma reclamação sobre a impossibilidade de fazer reclamação pelo site dos Correios, mas ainda não descobri como fazer isso. Se alguém souber o segredo de como fazer uma reclamação pelo site dos Correios e puder informar nos comentários abaixo, agradeço.

A estranha lógica dos resultados no Google

Isso acontece todo ano. Ao invés de digitar telesena.com.br, as pessoas rendem-se à legítima preguiça e procuram pelo resultado parcial da telesena de primavera no Google. Como conseqüência, caem neste blog. (Maldita hora em que resolvi fazer uma analogia com telesenas…)

Alguém deveria pesquisar esse fenômeno da dependência pelo Google. Mesmo sabendo o endereço, as pessoas preferem procurar primeiro no Google. E, como os blogs estão tomando conta dos resultados, acabam caindo em postagens que não têm absolutamente nada a ver com o que pretendiam encontrar.

Em tempo: caso você seja um pára-quedista do Google, é possível acompanhar o resultado parcial da Telesena de primavera em www.telesena.com.br.

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Como criar um índice analítico no Word

Muitas vezes, digitamos trabalhos, relatórios ou textos em geral que possuem divisão em capítulos ou partes. Quando o texto é muito longo, sentimos a necessidade (ou somos obrigados a fazer isso por legítima e espontânea pressão de entidades reguladoras como a ABNT, por exemplo) de colocar um sumário numa das primeiras páginas do arquivo indicando as páginas onde se encontram cada uma das partes do texto. Há várias maneiras que isso pode ser feito, e o modo de fazer varia conforme o processador de texto utilizado, o grau de familiaridade do usuário com a interface do programa, e os recursos oferecidos pelo software.

No Microsoft Word*, é possível criar um índice totalmente manual (para isso, basta digitar os itens e as páginas um a um numa das primeiras páginas do texto – trabalhoso, mas extremamente simples), um índice mais ou menos manual (é preciso digitar alguns comandos, mas ao final o processador de texto faz a tarefa árdua de migrar os títulos das páginas em que estão para o início do texto) e de forma automática.

A forma que vou detalhar passo-a-passo abaixo é a segunda: a criação de um índice parcialmente manual, simples de fazer, e bastante útil para criar índices de arquivos de texto relativamente longos sem demandar muito esforço.

Esse índice pode ser criado com o documento já pronto. Na dúvida, é recomendável testar antes com um texto fictício (não quero ser acusada de ter contribuído para a destruição de um documento importante).

Considerando-se um texto hipotético como o que segue:

1. Introdução
Isto é uma introdução.
2.Primeiro item
Este é o primeiro item.
2.1. Subitem
Este é o primeiro subitem.
2.2. Subitem
Este é o segundo subitem.

Eis os passos:

1) Selecione, no texto do documento, a primeira parte do texto que você gostaria de incluir no índice e pressione, ao mesmo tempo, as teclas ALT + SHIFT + O (letra “ó”, e não “zero”). No exemplo acima, bastaria selecionar o trecho “1. Introdução” e apertar as teclas referidas.
2) Na caixa de nível que se abrirá sobre a tela, selecione o nível e clique em “Marcar”. (O nível 1 é alinhado à esquerda, o nível 2 fica mais para dentro, o nível 3 fica mais para dentro ainda… e assim por diante). No caso do exemplo, o item 1 ficaria no nível 1. Observação: ao pressionar “Marcar” pela primeira vez, o modo de exibição de texto será alterado para a exibição com marcadores de espaço e parágrafos. Não é preciso se assustar. Basta apertar no botãozinho correspondente da barra de ferramentas que o texto voltará ao “normal”.
3) Para marcar as entradas adicionais, basta selecionar o texto seguinte, clicar na caixinha aberta na primeira vez em que se pressionou ctrl alt o (e que não deveria ter sido fechada até então, porque este passo-a-passo fajuto ainda não disse para fechá-la ;P), selecionar o nível e clicar em “Marcar”. (Okay, okay. Se você fechou a caixinha logo na primeira vez, não precisa de desesperar: basta apertar ctrl alt o novamente para que ela “ressurja das cinzas”). E assim sucessivamente. No exemplo, o item 2. ficaria em nível 1, e os itens 2.1 e 2.2. poderiam ser marcados em nível 2. Quando você terminar de incluir as entradas no índice, basta clicar em “Fechar”. (Sim, agora é permitido fechar a caixinha de diálogo do processador de textos).
4) Após ter selecionado os itens que irão fazer parte do índice no meio do texto, volte para o lugar reservado para colocar o índice no início ou no fim do documento. Coloque o cursor no local onde você deseja incluir o índice.
5) Vá ao menu “Inserir”, e escolha a opção “Índices” e lá dentro escolha a opção “Índice analítico”.
6) Clique no botão “Opções”.
7) Na tela de Opções, clique no quadradinho para selecionar a opção “Campos de entrada de índices”.
8) Desmarque o quadradinho ao lado da palavra “Estilos”.
9) Clique em “OK”, e você deverá voltar para a tela de formatação de índice analítico. Agora basta escolher os detalhes finais (como o modelo do índice, e o que será usado para preencher o espaço entre a palavra e o número da página) e clicar em OK. Como num passe de mágica, um índice de acordo com as suas especificações deverá aparecer no local indicado no texto. Ele deverá parecer com o esquema abaixo:

1. INTRODUÇÃO …………………… 1
2. PRIMEIRO ITEM ………………… 1
….2.1 SUBITEM ……………………. 1
….2.2 SUBITEM ……………………. 1

Se por acaso você for continuar digitando o texto, e a numeração das páginas se alterar, basta apagar o índice adicionado, e repetir o processo para incluí-lo novamente (a partir do passo 5). Um novo índice será colado com a numeração correta 🙂

Simples. Fácil. Prático. E eu não sei como consegui viver vinte anos da minha vida sem saber fazer isso.

* Obs.: testado nas versões 97 e 2000 do software. Nas demais versões pode haver diferenças mínimas de funcionamento.

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Formas de interagir com o mundo

Há diversas formas das quais um ser humano pode se utilizar para interagir com as coisas, com outras pessoas, enfim, com o mundo. A interação é tão importante que é dela que depende todo nosso conhecimento de mundo. Aprendemos a lidar com as situações difíceis a partir do relato da experiência dos mais velhos, ou compreendemos fenômenos complicados a partir da leitura de um livro.

O ser humano não nasce pronto. Ele precisa interagir com o mundo para aprender a se defender e a se alimentar, por exemplo. Um ser humano leva cerca de dez anos para poder começar a se tornar independente.

Segundo John B. Thompson (em “A Mídia e a Modernidade”), há três formas de interação que permitem o intercâmbio de símbolos (que serão convertidos em conhecimento) entre as pessoas. Primeiro, há a interação face a face, que ocorre entre indivíduos, sem que haja qualquer objeto entre eles. Um segundo nível de interação é a interação mediada, que ocorre quando dois seres humanos interagem com a ajuda de um meio (assim são as conversas pelo telefone, ou a troca de cartas pelo correio). Até mais ou menos o século XIX, tudo o que aprendíamos decorria dessas duas formas básicas de interação.

Entretanto, com o desenvolvimento da mídia impressa, as coisas começaram a mudar. Ao invés de compreendermos o mundo através de interações face a face, ou de interações mediadas com outros indivíduos, aprendemos cada vez mais a partir dos meios de comunicação de massa. O tipo de interação que acontece nesses meios é denominado por Thompson de “quase-interação mediada”. Quase, na medida em que, diferentemente de uma comunicação por telefone, por exemplo, nos meios de comunicação de massa, como na televisão, a transmissão de informação ocorre numa via unilateral. O espectador recebe um grande fluxo de informação, mas participa muito pouco (ou quase nada). Além disso, ele precisa aprender a controlar o excesso de informação, criando estratégias como buscar opiniões consagradas ou de amigos para fazer suas escolhas ou interagindo com outros fãs dos mesmos programas.

Assim, a interação que ocorre nos meios de comunicação de massa não é uma interação mediada propriamente dita porque a pessoa não interage com outra pessoa. Mas não deixa de ser uma forma de intercâmbio simbólico e um instrumento de aprendizagem no sentido de que se recebem informações, que serão processadas, assim como se faz com as informações recebidas numa troca face a face. Dada a larga difusão dos meios de comunicação de massa, o autor diz que nossa “mundanidade” (sentimento de adaptação ao mundo) é cada vez mais mediada – nossa percepção de mundo depende cada vez mais da mediação de formas simbólicas, e não exclusivamente de interações face a face.

A divisão do autor foi feita considerando o nível do desenvolvimento dos meios de comunicação até o começo da década de 90. Ou seja, em sua obra, Thompson praticamente não se refere à Internet.

A forma de interação na rede mundial de computador é um tanto peculiar. O meio, dependendo da situação, tanto pode ser tanto um-um, quanto um-todos, ou todos-todos. No primeiro caso, trata-se de uma forma diferenciada de interação mediada. No segundo, pode-se dizer que há uma quase-interação mediada. Assim, se visito um blog produzido por uma única pessoa, a forma de interação será “um-todos” (há um produtor, e uma audiência, apesar de curta). Se estabeleço um diálogo com outra pessoa (o autor do blog, por exemplo) numa caixa de comentários, a interação muda para o formato “um-um”, ou “alguns-alguns”. Mas a blogosfera considerada como um todo, com todas as suas inter-relações possíveis, pode ser compreendida como um modelo “todos-todos”, visto que, ao menos em tese, todo mundo pode interagir com todo mundo. Nesse caso, a forma de interação seria “interação mediada” pura e simples, ou um modelo especial de “quase-interação mediada”?

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A Máquina do Tempo, versão 2

Como prometido (a mim mesma), fiz algumas alterações na minha nano novel. Mudei algumas passagens ambíguas, principalmente nas primeiras páginas. Também corrigi boa parte dos erros de regência e concordância (sempre erro nesse tipo de coisa). Muitas das alterações ortográficas e gramaticais foram sugeridas pela minha primeira leitora oficial (minha mãe, que leu a obra a partir da única cópia impressa existente no universo :P).
Como adicional, também incluí algumas notas de rodapé, que ajudam a compreender algumas passagens do texto, ou indicam lugares onde se possa buscar mais informação sobre um determinado aspecto abordado no texto. Ao mexer no texto, o “livro” acabou ganhando uma nova página. Praticamente todas as páginas mudaram de número. Ainda bem que fiz o índice pela ferramenta de fazer índices do processador de textos (aguarde: um dos próximos posts tratará desse assunto).
Enfim… a história está revisada. Se alguém tiver interesse em dar uma olhada, o endereço segue sendo o mesmo. Lá é possível fazer o download da versão atualizada em .pdf.

Em tempo: minha leitora #1 disse apenas que o livro é “interessante”. Meio desanimador. Talvez minha (promissora) carreira literária tenha um fim antes mesmo de começar.

— Update: espero que este link alternativo funcione. 😛

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O ócio criativo

O Ócio Criativo”, de Domenico de Masi é um livro-entrevista no qual o sociólogo italiano, que estuda as relações de trabalho na sociedade pós-industrial, fala sobre o crescimento do trabalho criativo, o aumento do tempo livre, e a necessidade que se tem de saber lidar com essas mudanças.
O livro traça uma evolução histórica da distribuição entre trabalho e tempo de ócio, de forma a situar a idéia de De Masi do ócio criativo. Em linhas gerais, a evolução teria se dado da atividade física à intelectual, da intelectual repetitiva à intelectual criativa, do trabalho separado do tempo livre ao ócio criativo. Para ele, o ócio criativo corresponderia à intersecção cada vez mais freqüente entre estudo, trabalho e lazer. Cada vez mais as horas de trabalho tendem a se confundir com estudo e jogo, na medida em que as atividades burocráticas (deveriam ser) passam a ser substituídas por trabalhos criativos. Para o autor, “a plenitude da atividade humana é alcançada somente quando nela coincidem, se acumulam, se exaltam e se mesclam o trabalho, o estudo e o jogo; isto é, quando nós trabalhamos, aprendemos e nos divertimos, tudo ao mesmo tempo”.
As máquinas podem desempenhar muito bem – e com uma precisão superior à do homem – serviços técnicos e meramente executivos. Entretanto, “as máquinas, por mais sofisticadas e inteligentes que sejam, não poderão jamais substituir o homem nas atividades criativas”. Ao se delegar funções monótonas e repetitivas às máquinas, o que sobra para os seres humanos é o trabalho criativo, bem mais interessante, bem mais revigorante, enfim, bem mais humano do que executar sempre a mesma coisa, sempre da mesma forma.
“Uma vez delegadas à máquinas as tarefas executivas, para a maioria das pessoas sobra só o desempenho de atividades que, pela sua própria natureza, desembocam no estudo e no jogo. O publicitário que deve criar um slogan, o jornalista em busca de uma ‘dica’ para um artigo, o Juiz às voltas com a vista de um crime têm todos maior chance de encontrar a solução justa, passeando ou nadando, ou indo ao cinema, do que se ficarem trancafiados nas corriqueiras, tediosas e cinzentas paredes dos seus respectivos escritórios.”
Exemplos de trabalhos que estimulam a criatividade são os trabalhos científicos e artísticos. Segundo o autor, o jornalismo seria uma das “profissões do futuro” (pois envolve criatividade na sua realização).
Assim, a principal inimiga da criatividade é a burocratização. E o cérebro precisa de ócio para criar, para poder produzir idéias. “Existe um ócio dissipador, alienante, que faz com que nos sintamos vazios, inúteis, nos faz afundar no tédio e nos subestimar”. Mas existe também “um ócio criativo, no qual a mente é muito ativa, que faz com que nos sintamos livres, fecundos, felizes e em crescimento”.
Ou seja: é feliz aquele que sabe aproveitar o tempo livre e tem uma profissão na qual possa desempenhar um trabalho criativo.

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A arte de calcular o troco

Operações matemáticas simples qualquer um pode fazer. Desde a tenra infância nos ensinam a somar e a subtrair quantias simples, e, à medida que vamos assimilando essas operações mais simples, vão nos ensinando outras um tanto mais complexas. Mas, de uma maneira geral, todo mundo sabe, por exemplo, efetuar somas e subtrações com os números de 1 a 10, e, por simples analogia, não deve achar muito difícil multiplicar as dezenas exatas (visto que nada mais são que os números naturais pequenos até dez acompanhados de um zero ao lado).

A competência de somar e diminuir, embora pareça abstrata e sem sentido quando nos ensinam na escola, tem bastantes aplicações práticas na vida cotidiana. Usam-se operações básicas em inúmeras situações, que vão desde calcular a quantidade de comida para um determinado número de pessoas, até a capacidade para lidar com o dinheiro.

Saber manusear o dinheiro é particularmente importante. Somente sabendo como somar e diminuir, como acrescentar e retirar valor hipotética e abstratamente, é que se pode garantir que não sejamos enganados na hora de, ao pagar uma conta, receber o devido troco.

Se a conta é de R$7 e damos uma nota de R$10, o corolário lógico é esperar por três notas de R$1, ou uma nota de R$1 acompanhada de outra de R$2 como troco. Do mesmo modo, ao se pagar R$70 com uma nota de R$100, espera-se receber R$30 de troco. Nosso cérebro já está tão acostumado com esse tipo de cálculo simples que o faz automaticamente. Pagamos e recebemos o troco instintivamente. Ás vezes, quando estamos mais atentos, podemos perceber que o atendente, mais desatento que nós, errou na conta. Para mais ou para menos (se bem que quando erram para mais a gente geralmente não reclama… culpa do jeitinho brasileiro). Então, principalmente quando o troco é dado errado para menos, reclamamos, e, muitas vezes sem que tenhamos que insistir muito, o estabelecimento comercial acaba nos dando o valor que alegamos ser-nos devido por direito. Simples assim. Depois de tudo resolvido, podemos sair de lá nos vangloriando por dominarmos as quatro operações básicas.

Mas isso não foi o que uma consumidora gaúcha pensou recentemente ao pagar uma conta numa loja de utilidades domésticas no Rio Grande do Sul. Com o objetivo de facilitar o troco, ela usou uma nota de R$50, outra de R$5 e uma terceira de R$1 para pagar uma conta de R$25,53. A atendente do caixa, julgando ter recebido uma nota de R$20 ao invés de R$50, deu apenas algumas moedas como troco para a consumidora. Indignada, a moça exigiu o restante do dinheiro. Depois de alguma insistência, o gerente da loja pagou o que faltava, e o equilíbrio financeiro foi restabelecido.

Não satisfeita (e talvez achando-se esperta e superior por ter a reles capacidade de calcular o troco), a consumidora resolveu entrar na Justiça contra a loja, alegando danos morais. Pior para ela: em um julgamento talvez inédito, o Tribunal de Justiça gaúcho classificou como “mero dissabor” o fato de receber o troco incorreto em um estabelecimento, e, por isso, a consumidora não teria direito à indenização por dano moral, visto que, ao menos em tese, não houve dano algum.

Resultado: além de não receber indenização alguma, a indignada consumidora ainda teve que arcar sozinha com as custas de um pesado processo judicial (de valor bem superior aos R$30 reais que originalmente tinham-lhe negado como troco no estabelecimento comercial…).

Ou seja: saber calcular o troco é uma arte, e nos ajuda a defender dos possíveis abusos intentados pelos inescrupulosos caixas de lojas estabelecimentos comerciais que pretendem ganhar um troquinho extra às nossas custas. É preciso ser esperto para não ser enganado. Mas processar a loja por se enganar no troco é absurdo.

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Simple Plan no Big Brother

Alguém me explica o motivo de ter tido um show do Simple Plan no Big Brother de hoje? Tem alguma música do grupo em alguma trilha sonora de novela, a Globo pagou para os caras virem ao Brasil para tocar no Big Brother, ou o quê? É a primeira vez que eles vêm ao Brasil (trata-se de uma banda canadense), e o primeiro show tecnicamente seria amanhã, no Rio. Mas acabou sendo no Big Brother de hoje. Eles tocaram umas cinco ou seis músicas, ao vivo, de dentro da casa, para o público seleto dos atuais 13 confinados na casa do BBB, e para todos os demais telespectadores da Globo e do Multishow (o show começou na transmissão de um canal e terminou na do outro).
Tocou até I’d Do Anything, a primeira música da banda com a qual tive contato, ainda em 2002, quando esta era a música de abertura do seriado Maybe It’s Me (dos tempos em que eu escrevia uma coluna semanal sobre Maybe It’s Me para o Séries Online, do tempo em que existia uma seção de colunas no Séries Online, enfim, de tempos muito muito remotos!). Aposto que ninguém se lembra de que seriado se trata, se é que em algum momento da vida tomou conhecimento da existência dele. A série foi ao ar entre os anos de 2001 e 2002. No Brasil, passou na Warner Channel, e depois no SBT. Na emissora de Sílvio Santos, Maybe It’s Me foi vítima de um mal sério do qual padece pelo menos a metade dos seriados americanos que vão parar no SBT: uma péssima tradução do título. Assim, Maybe It’s Me virou “Os Pesadelos de Molly”, não fez sucesso algum (também, com um nome desses!) e acredito que foi tirada do ar antes que a primeira – e única – temporada pudesse ser exibida na íntegra. No total, a série teve 21 episódios. Até a metade, a música de abertura era outra, cantada por uma intérprete do sexo feminino (não lembro qual era a música ao certo, tenho uma vaga lembrança do ritmo). Da metade para o final do seriado, a trilha era a música I’d Do Anything do Simple Plan, que foi tocada hoje ao vivo no Big Brother.
Enfim, não sei por que a banda tocou no Big Brother. Só sei que o fato de eles terem tocado lá, hoje, me fez lembrar de um seriado praticamente já esquecido 😛

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Manifesto do (mau) blogueiro

Estão fartos de que lhes lembrem do quanto mantemos mal nosso blog?
Estão fartos dos velhos conselhos de sempre? (escreva regularmente, tenha uma temática definida, faça entradas concisas, etc…)?

Tendo em vista que:
I. Nunca vamos conseguir milhares e milhares de visitas nem, muito menos, ganhar dinheiro com nosso blog, nem conseguir o prêmio Pulitzer…
II. Não acreditamos que a qualidade de um blog seja medida pelo seu número de visitas nem pela quantidade de páginas que o menciona.
III. Sabemos e aceitamos que 80% das nossas visitas são de nossos colegas, e estamos felizes com isso. (Ou, no mínimo, nos conformamos com o fato).
E, sobretudo:
IV. Não escrevemos para satisfazer milhares de leitores, mas sim para satisfazer nossas ânsias de escrever e de se comunicar. Se a apenas dez pessoas agrada nosso blog, estaremos tão felizes como se agradasse a mil. Importa muito mais a qualidade de nossos leitores do que a quantidade de visitas.
Manifestamos que:
V. O medo que um post não agrade provoca uma forma velada de autocensura. Uma autocensura que impede nossa liberdade artística e comunicativa. Nós não somos meios de comunicação forçados a vigiar nossa popularidade. Temos o privilégio de não ter medo do mercado nem das críticas… Não temos críticas!
VI. É possível que sejamos felizes se um de nossos posts se tornar popular e se difundir por toda a blogosfera. Mas nos comprometemos a não buscar isso, nem escrevendo o que consideramos mais popular, nem de nenhuma outra forma.
VII. Somos pessoas complexas, não máquinas especializadas. Por isso, escrevemos aquilo que nos parece interessante compartilhar, sem importar sua temática nem sua idoneidade.
E, em resumo:
VIII. Este é meu blog.
IX. Eu me pago e me dou o troco.
X. Se alguém não gosta, então que não leia.

Se você é um blogueiro autêntico, faça desse manifesto algo seu!
a. Se não te agrada parte do texto ou deseja acrescentar algo, pode mudá-lo sem medo.
b. Não cite de onde você tirou este manifesto.
c. Não diga quem escreveu este manifesto.
d. Nem pense em colocar um link para este post que está lendo, a não ser que seja para criticá-lo ou para anunciá-lo sem fazer um próprio.
e. É possível que estejas lendo este manifesto em um blog e não saiba se ele foi escrito pelo dono do blog ou não. E isso importa?

Porque todo blogueiro tem o direito de ser um mau blogueiro, e se orgulhar disso!

* P.S.: vou citar a fonte para se alguém quiser “retraduzir” o texto.

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