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Por que repassamos notícias

Já parou para pensar por que você repassa uma determinada notícia para seus amigos?
Um estudo desenvolvido na Universidade de Pensilvânia (estudo completo em PDF aqui) procurou buscar compreender o que uma notícia deve ter de especial para ser repassada e constatou que uma das principais razões para o envio está no potencial de a notícia gerar admiração (awe, no original, em inglês). Segundo os autores do estudo, o mesmo princípio também seria valido para motivar o repasse de correntes e lendas urbanas por e-mail.
O estudo analisou a lista de notícias mais enviadas por e-mail no The New York Times a cada 15 minutos durante um período de 6 meses. Além de analisar o conteúdo das mensagens, eles também relacionaram outras variáveis, como o destaque que a matéria recebeu na homepage do site ou na capa do jornal em papel – isso poderia influenciar uma notícia a ser mais repassada que outras, independente de seu conteúdo.
As notícias foram classificadas como contendo informação prática, serem inspiradoras de admiração, ou por provocarem surpresa. Emoção e positividade da notícia também foram avaliados, de forma automática, a partir da proporção de palavras positivas e negativas constantes no texto da notícia.
Os resultados sugerem que processos psicológicos podem ajudar a moldar o que se torna viral. Constatou-se uma grande correlação entre o potencial de a notícia provocar admiração com sua possível viralização. Os resultados também mostram que, em geral, as pessoas preferem repassar notícias positivas a negativas, e preferem repassar notícias longas a curtas (talvez por conterem mais informações). Ao final, sugere-se investigar se há relação entre o conteúdo transmitido no repasse de informações e o relacionamento que se tem com a pessoa, ou as pessoas, a quem se transmite algo.
O que achei interessante no estudo é que ele se diferencia de outros similares por tentar identificar os aspectos do conteúdo que podem levar uma mensagem a ser mais repassada que outras. Porém uma possível limitação é tentar fazer isso apenas a partir do conteúdo das mensagens, desprezando completamente as possíveis motivações individuais de cada um. De qualquer modo, é útil como mais um ponto de vista para tentar compreender os motivos pelos quais determinadas notícias são mais repassadas que outras.
(Via Ponto Media)