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Número de seguidores e influência no Twitter

O número de seguidores pode ser usado para determinar se um usuário é influente no Twitter? Aparentemente sim, mas não é o suficiente.
Um estudo de pesquisadores de diversos países – incluindo um brasileiro – observou que o número de seguidores de um usuário no Twitter é insuficiente para, sozinho, determinar o grau de influência daquele indivíduo na rede. O resultado é baseado em uma análise de mais de 1 bilhão de tweets do mês de agosto de 2009 e traz implicações práticas diversas, como no caso de ações de marketing viral desenvolvidas na ferramenta.
Os autores partem do que foi chamado de “a falácia de um milhão de seguidores”, proposta em um blog por Adi Avnit, segundo a qual alguns usuários seguem outros de volta apenas por etiqueta (como por reciprocidade). Além disso, seria impossível ler todas as mensagens postadas pelos contatos, especialmente quando se segue muita gente. Assim, ter um milhão de seguidores não é o mesmo que ter um milhão de leitores, o que resulta no fato de que ter apenas muitos seguidores não assegura que um usuário do Twitter seja efetivamente influente.
Para os autores, a análise de três medidas de influência trariam uma melhor compreensão dos diferentes papéis que os usuários desempenham numa rede social:
– O número de seguidores representa a popularidade do usuário, ou o tamanho de sua audiência em potencial. Os perfis com maior número de seguidores incluem jornais e celebridades.
– Os retweets representam o valor do conteúdo de um tweet, ou a capacidade desse conteúdo ser passado adianet. Os perfis mais retwittados tendem a ser aqueles que postam links, como agregadores e jornais.
– A quantidade de menções representa o valor do nome desse usuário, ou sua capacidade de se engajar em conversações. De acordo com o estudo, os perfis com maior número de menções seriam os de celebridades.
Após analisar os dados, os autores concluíram que os usuários mais conectados não são necessariamente os mais influentes, ao menos no que se refere a se envolver em conversações ou a ter suas mensagens retwittadas.
Eles também observaram a influência (a partir de retweets e de menções) através de tópicos e no tempo, e constataram que perfis influentes sobre um determinado tópico costumam ser também influentes em vários outros tópicos (como no caso de jornais, que são retwittados durante grandes acontecimentos, mas também recebem retweets normalmente em outras situações), bem como a construção da influência requer esforço por parte do influenciador.
(Para ler o estudo completo, siga o link > Measuring User Influence in Twitter: The Million Follower Fallacy)
O estudo de certa forma demonstra com argumentos quantitativos o que é possível se observar na prática no Twitter. A influência – e também a reputação do indivíduo – pode ser construída a partir dos relacionamentos que ele mantém com outros indivíduos, ou ainda dos valores que podem vir das informações por ele postadas. A quantidade de conexões pode servir para identificar um indivíduo como central para a rede, mas isso talvez não signifique na prática que as mensagens que essa pessoa posta sejam efetivamente relevantes para os indivíduos (ou, pelo menos, lidas). Lembram de quando a twittess usou um script para inflar seu número de seguidores? Ter vários seguidores pode ser “cool”, mas não saber quem são nem obter qualquer reação deles não teria a mínima graça. 😛

Assunto paralelo: Tentei postar alguns dias atrás, mas meu post foi engolido pelo Monstro do Malware.