Romance

A idéia era escrever um romance bobo, estilo água com açúcar… e ficou uma droga mesmo 😛

Sonhos adolescentes (título provisório)

Desde que chegou à festa, Maria não parava de olhar para o João. E seu olhar parecia ser correspondido. Cada vez que disfarçava para olhá-lo (num disfarce suficiente para não parecer que o olhava, ao mesmo tempo que fosse perceptível que o via), notava que João meneava a cabeça, como se se esquivasse rapidamente, com medo de ser flagrado olhando a ser olhado. Por um instante, Maria chegou a crer que seus olhos se encontraram. Mas foi por uma fração tão ínfima de segundo que em seguida passou a crer tratar-se de ilusão.
A moça estava deslumbrante. Embora não fosse muito bonita, transbordavam-se os elogios. Maria estava com um lindo vestido de seda e tafetá azul, que ela mesma desenhara e costurara, contando com uma pequena ajuda de sua irmã mais nova para os ajustes do bordado. A irmã mais nova ficara em casa. O baile era restrito para maiores de idade. Maria sentia-se feliz por finalmente ter completado 18 anos. Sentia-se livre. Finalmente poderia penetrar no mundo dos adultos. Finalmente poderia observar João sem culpa. Poderia vê-lo a todo instante, poderia freqüentar os mesmos salões que ele. Vinham do mesmo nível social. Não sabiam, mas tinham os mesmos gostos para música e livros. Entretanto, João tinha o triplo de sua idade. Era o melhor amigo de seu pai.
Mas a jovem parecia desconsiderar esse detalhe. Amava-o, como nunca antes amara ninguém. Desejava-o, sem nem ao menos entender o que era ou de onde vinha esse desejo, a princípio puro e inocente, como tudo o que poderia vir da mente virgem de uma menina de 18 anos.
Quando começaram as músicas no salão, Maria afastou-se de suas amigas, de modo a ficar em um ponto estratégico, onde pudesse ser vista por João. João a notaria sozinha a um canto e correria para os seus braços. O plano era perfeito! De fato, João percebeu que Maria estava sozinha no meio da dança. E foi mais por cordialidade que qualquer outra coisa, em respeito à amizade de anos com seu pai, que João decidiu aproximar-se de Maria e convidá-la para dançar. Maria estava delirante. Durante a dança (meia dança, pois a música aproximava-se do final), esforçava-se por disfarçar seu nervosismo, engolia a seco toda vez que se achava prestes a suspirar e apertava firme as mãos de João quando suas pernas ameaçavam bambar. Perto do final da música, sentia que seu coração estava prestes a saltar-lhe pela boca, tamanho era o êxtase que vivia. Queria que aquele momento durasse para sempre! Era um sonho adolescente a se concretizar. Por fim, João despediu-se secamente, recomendando que Maria desse lembranças a seu pai. Maria entendeu a despedida como uma maneira disfarçada de dizer que também a amava, e que talvez tivesse intenções de pedir-lhe a mão a seu pai. E passou a amá-lo ainda mais.
Voltou para onde estavam as amigas. Mas recusou-se a contar o que o largo sorriso dos seus lábios cismava em querer denunciar. Parecia que Maria era cúmplice da confissão não proferida de João. Maria era também a única cúmplice de seus próprios pensamentos. A magia corria o risco de sumir se por um acaso alguém mais soubesse de sua paixão secreta por João. Amor escondido é mais divertido. Afinal, não era culpa de Maria que tudo o que fosse proibido acabasse por ser assim. Ela suspirava sem cessar. As amigas perguntavam. Maria não cedia. Por fim, para despistá-las, disse que suspirava por Jerônimo, seu vizinho irritante cheio de espinhas na cara. E, de tanto insistir na mentira, acabou virando verdade. Naquele instante, passou a ver o amigo com outros olhos. Chegou ao ponto de convidá-lo para dançar. Jerônimo recusou. Disse que Maria parecia uma amora estragada, num vestido estranho e tão cheio de panos quanto aquele. E então Maria esqueceu-se de João, e pôs-se a chorar.

2 thoughts on “Romance

  1. A moda agora é lançar livro pongueiro né? Por exemplo temos o livro “O código Da Vinci”, depois dele surgiram vários outros “decifrando o código da vinci”, “decodificando o codigo da vinci, “esmiuçando o codigo da vinci”. Enfim, pensei eu… lançá-lo-ei o texto: “interpretando os sonhos adolescentes”. Trata-se pois de uma história que se passa a muito tempo atrás, haja visto a preocupação da autora em descrever a o vestido de Maria, como também o salão onde a garota dançara. Porém, a confirmação da época a qual se passa a história está na frase: “mente virgem de uma menina de 18 anos”. Hoje em dia uma garota de 18 anos com a mente virgem é impossível.hehehehe, acho q empolguei ó… legalzinho o texto Gabi, me senti no salão vestido a caráter, quase até chamei a moça pra dançar. vc mesma quem fez? bjinho

  2. qnd vi q os personagens eram “joão e maria” pensei q fosse uma daquelas historinhas românticas besta hehehehehemas ta mto bom o texto.. como ja disse, vc escreve mto bem 😉 só n gostei do final! tipo…. logo no final vc acelerou pra acabar! aff.. deveria ter entrado mais em detalhes!!bjão!

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