Viagem de ônibus

Quanto mais eu viajo de ônibus, mais eu admiro o avião. O ônibus que faz a linha Pelotas-Bagé é particularmente terrível. Tinha até me desacostumado ao ritmo errante da viagem (já que fazia quase 2 meses que eu não vinha para casa 😛 — filha desnaturada).
O ônibus parou em tudo quanto é paradinha de beira de estrada. Quando meu estômago estava prestes a se acostumar com o ritmo meio tortuoso de leitura, era só o veículo desacelerar um poquinho para o pacote de Doritos que comi logo antes de embarcar querer sair para fora de qualquer jeito. E dá-lhe concentrar o olhar em um ponto fixo até o enjôo passar! Não bastasse isso, ainda era preciso aturar os passageiros felizes que decidem que o melhor lugar do mundo para colocar uma conversa particular em dia é dentro de um ônibus lotado! Tudo bem que a liberdade de expressão é um direito constitucionalmente protegido e tudo o mais, mas pô, um pouquinho de “Semancol” não faz mal a ninguém. E o direito ao silêncio, aonde é que fica? Aqueles que querem ler precisam se submeter às vontades (soberanas?) dos que desejam conversar? (ou vice-versa?). Haveria uma vontade que se sobrepusesse à outra? Ora, como em toda teoria, há de se ter a tese (direito ao silêncio), a antítese (conversas altas), e a síntese (meio termo — conversas em tom baixo, leituras superficiais). E olha que nem pretendo entrar no mérito das crianças que choram por qualquer motivo, até porque elas não tem culpa de tentar quebrar a barreira do som a cada vez que aquele ônibus sacode… 😛
— Em tempo… A grande vantagem do avião é que, numa hipotética viagem de pouco mais de 3 horas (tipo Porto Alegre-Porto Seguro), é perfeitamente possível ler durante 3 horas. O mesmo tempo de viagem, em trecho rodoviário (leia-se Pelotas-Bagé), torna impraticável a leitura: o ônibus pára em todas as rodoviárias de cidades ao longo da rodovia, em todas as estradinhas transversais, em todas as paradas de ônibus do caminho… E isso enche o saco! (Imagine como seria se o avião obrigatoriamente tivesse de parar em todos os aeroportos no caminho!! Fora a (pseudo-)vantagem gastronômica — um zilhão de lanchinhos infames, yay! — não teria graça nenhuma ficar o tempo todo alternando entre os procedimentos de pouso e decolagem. Tecnicamente, é isso o que acontece no ônibus pinga-pinga — exceto, infelizmente, pela parte dos lanches. E também que não nos avisam quando vão parar — simplesmente param.
Enfim, não fosse pelas (benditas) três horas que me separam de minha família, talvez eu nunca tivesse tido a oportunidade de desenvolver um pensamento próprio (eu penso?). Viva a (bem) (relativa) independência! \o/ (Viva os ônibus? –Blergh… Essa é difícil de admitir… 😛 — “No creo en brujas. Pero que las hay, las hay.“).

2 thoughts on “Viagem de ônibus

  1. Eita! Passei um tempão sem pc mesmo! Olha o tanto de posts! Hehe!! Vamos lá, alguns eu devo comentar. Primeiro… uma vez eu estava lendo no ônibus e uma mulher disse que fazia mal, que eu podia deslocar minha retina ou algo do tipo. Será verdade? Meu conhecimento médico se resume ao povo de E.R. entubando pacientes e dando choques e eu achando legal euhauheuahe. Segundo… ninguém mentiu pra mim hoje. Se mentiram, passou despercebido. Terceiro… eu não gosto de passarinhos, ainda mais quando cantam mto alto ou não tem “educação”. Quarto… o episódio da televisão foi muito bom! Desculpa, mas eu tô rindo de ti até agora! E por último, é bom saber que eu vou poder comprar o brinquedinho do mclanche feliz o/ Mas, provavelmente será uma fortuna ¬¬. No Mcdonalds daí eles tbm vendem 1 maçã por R$1,00? Aff, absurdo. Bom, é isso. Ah, e uma pgta: é vero que a Rory e Logan vão casar? Tô por fora mesmo.

  2. Entendo bem isso… quando viajo de AG pra pel ou vice versa eu passo a viagem toda batendo fotos… uhauhauahcoisa de louco isso.beijo!

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