Proteção ao idioma nacional

“Oeuvre en partage” (algo como “obra em partilha”) é a nova denominação para a licença Creative Commons na França. Os franceses são tão protetivos quanto ao seu idioma, que tudo deve ser devidamente adaptado para o idioma francês. No documento da commission générale de terminologie et de néologie, consta ainda que o emprego da expressão “Creative Commons” na França é “desaconselhado”.

Segundo a Wikipedia, a comission générale de terminologie et de néologie é um organismo administrativo francês cuja função é contribuir para o fortalecimento da língua francesa. O órgão, criado em 1996, atua sob a direção do primeiro ministro. A idéia é proteger a francofonia.

Alguns exemplos de termos franceses felizes aplicados à Internet são logiciel espion (para spyware), diffusion pour baladeur (para podcasting), e bloc-notes (para blogs).

Curiosidade: como ficariam termos como “blog”, “podcast” e “spyware”, caso fossem aportuguesados?

E depois ainda reclamam da proposta de reforma ortográfica para unificação da língua portuguesa. Para nós brasileiros, apenas somem alguns acentinhos, caem os tremas, e mudam algumas poucas palavras. Imagina a tragédia que não deve ser para os portugueses ter de abrir mão do “c” charmosinho antes dos “ts” em palavras como “contracto”. E ainda por cima ter de fazer isso em favor de seu ingrato ex-filho mais pobre (e mais populoso).

(Via Jean-Luc-Raymond)

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8 thoughts on “Proteção ao idioma nacional

  1. Bem, a língua não é reflexo da cultura de um povo? Essa situação apontada no post ilustra bem.No Brasil se têm desde dos nomes indígenas (Ibirapuera, Nhambiquaras) até os mais variados tipos de influências linguísticas. Reflexo do povo miscigenado e suas respectivas culturas. A não-adaptação de novas palavras (principalmente no que tange à informática) vem da tradição antropofágica.Enquanto na França, o idioma hermético é justificado com a cultura hermética. Não foram poucos os relatos de turistas maltratados pelos franceses que chegaram aos meus ouvidos.

  2. Hm, é verdade.A cultura de um povo tem tudo a ver com a língua – até porque a linguagem não é algo acabado; ela é construída pelos falantes a cada enunciado.A idéia de aportuguesar influências estrangeiras não daria certo no Brasil. A começar pelo fato de que o próprio português já é um idioma “importado”…

  3. Gosto da maneira pela qual o português brasileiro absorve os “estrangeirismos”, tornando o nosso idioma mais rico e dinâmico. Apenas acho que há exageros em alguns casos, como quando lojas anunciam liquidações com “x% off”. Ridículo. Sobre Portugal, somos mais populosos, há pior distribuição de renda sem dúvida, mas nem de longe somos mais pobres. 😉

  4. Em relação à reforma, uma ressalva pelo trema. Além do meu afeto pelo sinal gráfico, é muito útil para estrangeiros diferenciarem a pronúncia. na verdade, é a função da maioria dos sinais gráficos.Sou contra essa reforma. Nenhuma das partes deveria mudar, e sim levar a nosso repertório a diversidade ortográfica.

  5. A pobreza é algo bastante relativo :DE tem lojas que exageram nos estrangeirismos… 😛 Eu gosto do trema. Ele confere um charme especial a determinadas palavras. E ajuda a saber a pronúncia correta. Não é um sinal gráfico inútil. Mas também gosto dos cs antes dos ts. Gostaria de poder falar contracto sem soar totalmente “século retrasado”.

  6. Tragédia por quê?????
    Vocês não sabem que o Francês, assim como o Português um dia foi Latim??????????
    Que texto mais bobo e sem a menor noção de Língüística!?????????????

  7. O objetivo do post era provocar o humor, não ser um tratado de Lingüística. 😛
    Tragédia no sentido de ser uma transição traumática para os portugueses, tipo, o período de transição vai ser um tanto mais complicado para eles do que para nós. Apenas isso.

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