Um rio de notícias

Baseado na idéia de que as pessoas que procuram notícias na Internet querem novidades (‘news’) e não velharias (‘olds’), Dave Winer, um dos precursores da tecnologia RSS, criou o formato por ele denominado de “rio de notícias” (newsriver). Nesse formato, as notícias são dispostas em ordem cronológica inversa. Há um link para a matéria, seguido de um brevíssimo resumo do acontecimento. Fatos de mais de 24 horas atrás são removidos da página. O resultado é um rio de notícias, em que as informações mais atuais aparecem no topo da página. Pense no Twitter (de acordo com Winer, “um grande rio com todas as pessoas que você segue”). Pense em um “minuto a minuto” que cubra todos os fatos do dia.

Doc Searls (um dos autores do The Cluetrain Manifesto) fez um texto em seu blog elogiando a idéia de Winer. Para ele, “Notícias são um rio, e não um lago. São ativas, e não estáticas. Trata-se do que está acontecendo, e não do que aconteceu. Ou não apenas do que aconteceu”.

Um “rio de notícias” não serviria para todo e qualquer tipo de notícias. Ainda haveria a necessidade de se produzir matérias completas sobre determinados fatos. A idéia é usar o modelo de rio apenas para notícias do estilo atualização contínua, para fatos recentes, enfim, para acontecimentos ‘novos’.

De acordo com Betsy Devine, “Sim, é claro que os leitores também querem matérias bem escritas com análises cuidadosas. Mas quando nós estamos ansiosos para saber o que está acontecendo agora, nós não queremos essa informação em ritmo mais lento e misturada com um monte de outras coisas que não nos interessa”

Para entender a idéia de Winer na prática:
Experimente abrir o NYTimesRiver em um navegador de celular. Você terá apenas as novidades do dia, e nada mais. O público-alvo é bastante específico: pessoas que querem saber o que está acontecendo agora, e apenas isso.

Também dá para navegar por palavras-chave. Da mais popular à menos freqüente. Basta parar o mouse em cima dos numerozinhos para saber o título da notícia. A lista de palavras-chave é atualizada de hora em hora, e renovada uma vez por dia (“After all this is news, not olds”…).

Marcadores: ,

6 thoughts on “Um rio de notícias

  1. Os que não gostam nada disso: historiadores, arquivistas e… bibliotecários. Tadinhos, não compreendem que as pessoas têm pressa.Acredito que jornais diários e mais completos sempre existirão. Só espero que eles mudem de vez para o formato eletrônico. É MUITO difícil conservar um jornal por mais de 500 anos. Espera-se que as informações digitais e digitalizadas durem mais…

  2. Bacana. Assim podemos separar os factuais das histórias interessantes com personagens e das análises. Tem muito factual ocupando espaço nos jornais e que já ficaram velhos qdo eu vou à padaria comprar pão de manhã.

  3. E o Yahoo! Pipes seria o quê? Uma canalização de um conteúdo já represado? E a represa pode passar por rios? E se eu quiser acompanhar um feed de um ‘lago’?Altas metáforas aquáticas… 😛

Leave a Reply to Gilberto Pavoni Junior< Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *