Brasil: Eleições 1.0?

Picture 4 Na Itália, alguns dos partidos dos candidatos a primeiro-ministro possuíam terrenos no Second Life, mas suas terras ficavam praticamente desertas (em um clássico exemplo de que não basta criar a conta na ferramenta; tem que usar). O ponto alto das campanhas eram as páginas dos partidos. Alguns partidos chegaram a disponibilizar vídeos no YouTube e apostar no conteúdo gerado por usuário.

Debate Second Life Na Espanha, houve até um debate entre os candidatos que aconteceu primeiro no Second Life – e só depois foi feito um debate “presencial” na televisão. (Ainda dá para acompanhar o que rolou no debate em um video no YouTube.) Os candidatos também usaram Second Life e YouTube para ações diferenciadas. E o uso do Second Life foi apenas uma das muitas inovações que pôde ser observada nas eleições do país – cabe ressaltar, entretanto, que a maior parte das iniciativas de Web 2.0 das eleições na Espanha vieram dos veículos de comunicação, e não dos próprios partidos. (Okay, talvez falar sobre eleições e Second Life fosse um tema pertinente a outro blog.)

Nos Estados Unidos, o uso criativo das ferramentas da Web 2.0 pelos pré-candidatos à presidencia fez com que se criasse um verdadeiro ambiente de “Eleições 2.0“.

E no Brasil? Por aqui a gente tem se envolvido em discussões mirabolantes sobre o teor de uma resolução do TSE que, aparentemente, não permite a utilização de ferramentas da Internet para as eleições municipais de 2008. Por uma interpretação estrita da resolução n. 22.718 do TSE, a princípio, só se poderia falar de eleições no próprio site oficial dos candidatos (na verdade, tem também a questão de um parecer encomendado por um pré-candidato, que, embora ainda não tenha sido emitido em caráter definitivo, proíbe expressamente a utilização dessas ferramentas). Nada de ações criativas em blogs. Nada de virais no YouTube. Nada de Twitter. Nada de Second Life. A princípio, teremos (teríamos) eleições completamente 1.0 – a menos que o TSE esclareça em que termos não se pode publicar conteúdo fora da página dos candidatos. (Se bem que… há controvérsiasas regras valeriam apenas para os candidatos, o que não impediria, por exemplo, que eles se utilizassem de “laranjas” para poder publicar conteúdo em sites de redes sociais). De qualquer modo, a resolução não atingiria manifestações espontâneas de cidadãos em mídias sociais (ou seja: nada impede que pessoas comuns falem sobre candidatos e eleições em blogs ou no Twitter – ou que postem no YouTube videos bizarros – mas com alto potencial de viralização – declarando sua paixão por um candidato, por exemplo).

Afinal, como você acha que vai ser o uso da Internet para as eleições municipais deste ano? Pesadas restrições impostas pelo TSE, ou liberdade de expressão assegurada? Campanha 1.0, ou utilização criativa das ferramentas da Web 2.0?

3 thoughts on “Brasil: Eleições 1.0?

  1. Acontece quen o Brasil a propaganda eleitoral não sai do bolso do candidato, ou isso mudou? Aí fica estranha a coisa, o governo pagando por propagandas e mais propagandas.
    Aqui nos EUA, o minuto na TV comum vale uma fortuna. Daí o estardalhaço gerado pela Tina Fey, descendente de gregos como eu, que fez propaganda para a Hillary no SNL,
    “Bitches get things done.”
    Se candidatos dependessem do Second Life para que os conhecesse só no ano 3.000 🙂
    Meu nome é Enéas 🙂

  2. Muita gente no Brasil ainda tá preso na idéia de “o acesso à Internet é privilégio de x% da população”. Acho que não vai ser muito comum priorizar essas práticas.

  3. A Internet deveria ser usada como principal plataforma eleitoral. É um espaço livre onde todos os candidatos poderiam usar mais ou menos as mesmas ferramentas, só dependeria deles e de uma equipe de comunicação. Muito melhor do que sujar as ruas com santinhos e cartazes.

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