Você sabia que existem cerca de 133 milhões de blogs (até abril de 2007 eram 70 milhões), e que apenas 1,5 milhão foi atualizado ao menos uma vez nos últimos sete dias? Ou então que a maior parte dos blogueiros são homens, predominam blogs pessoais e cada vez mais há blogs com alguma forma de propaganda?
O Technorati publica, anualmente, o relatório sobre o estado da blogosfera. Este ano a novidade fica por conta de que, além de apresentar dados quantitativos, também foi feita uma pesquisa qualitativa com blogueiros. Os resultados estão sendo apresentados em partes, uma parte por dia. Ontem saiu a parte sobre quem são os blogueiros (alguns resultados foram questionados pelo ReadWriteWeb). Hoje sai a parte sobre motivações para blogar. Amanhã vem a parte sobre como se bloga. (Para os interessados por monetização, depois de amanhã vem a parte sobre blogando por lucro, e no dia seguinte vem a parte sobre marcas na blogosfera.).
O último relatório, publicado pelo Technorati em abril de 2007, pode ser acessado aqui. (O relatório é publicado anualmente desde 2004).
Para saber mais, acompanhe os comentários da Raquel Recuero sobre o relatório deste ano.
O Blog agorinha mesmo, nesse exato momento, virou também um instrumento de reconhecimento do poder do usuário sobre a tecnologia. Não deixa de ser um capital simbólico. Quem tem um passa a ser o cara de dentro da tela, o que faz a “máquina funcionar”, passa a ficar sujeito a busca e interesse dos outros dentro da internet. Já era sujeito passivo no polo dessa relação, se ” blogorificando ” vira sujeito ativo, só na Internet existe esse ausência de hiposuficiência na relação. Qualquer um pode ser provedor de serviço.
Ser sujeito ativo, só por ser sujeito ativo, é tudo que muitos usuários de internet querem, ganhar um pouco de atenção e não importa muito como.
Claro, qualquer um pode ser sujeito ativo, verdade…. mas pra tanto algum talento e noção de como o maquinário funciona é algo que se pede…. Basta ver a quantidade de blogs que dura 3,4 posts.
Pelo fato de o trabalho escrito ser mais laborioso, demanda certas qualidades com a qual a maioria dessa meninada ainda não tá habituada.
Porém, enquanto a primeira turma que não sabe formar uma frase sai, de missão cumprida pq fez do blog uma espécie de Myself Media, também sai de saco cheio…. ” imagina meoooo fica escrevenu todu dia “… o blog é um alvo de consumo, existe muito gente que tem, pega e depois joga fora como qualquer produto.
Ah Gabi, necessariamente, mas aí é um exercício mais de ler o texto partindo de outras premissas, dando uma olhada beeeem a fundo, mas todo blog ao cabo é uma maneira de falar de si mesmo.
Desde discussões chatérrimas sobre o papel do enxadrista russo no séc 21, ou sobre coisa séria, uma eleição, o mundo quebrando, ainda uma menina falando do seu corte de cabelo novo. Esta blogueira se esmerou e sangrou pra colocar no blog/diário dela. Com a óbvia diferença que a exposição de si feita pela menina do cabelo novo é explícita.
Quanto aos blog$, caras que colocam links do tipo CLICA AQUI NO PATROCINADOR OU O BLOG ACABA, ou ainda são blogs que não tem esse mercenarismo por trás de si, simplesmente é um blog duma empresa que profissionalizou o ato de blogar. Aqui entra até um desvirtuamento daquilo que é um blog. O blogueiro institucionalizado na verdade quer acessos, acessos e mais acessos, não existe e nem passa pela cabeça dele o diálogo com os outros Éternautas. Esse diálogo que é a essência do blog….
De profissionalização do blog, confesso que não sei o quão confiável é o artigo da Revista Imprensa do mês passado.
– BLOGUEIRO NÃO É JORNALISTA – tinha na capa.
Adoro teus comentários maiores que o post :DDD
Vamos lá: qualquer um pode criar um blog, mas nem todos conseguem mantê-lo. Fato. Ter um blog não é só criar um, postar duas vezes, e nunca mais dar as caras (e aí as estatísticas se tornam realmente enganosas – quanto desses 133 milhões de blogs são realmente ativos no sentido e produzirem conteúdo, quantos não produzem coisa alguma, e quantos só reproduzem o que os outros dizem??).
Olhando sob essa perspectiva de que o blog fala de si, de uma faceta de si ao menos (aquela que se decide passar através do blog), o resultado é que praticamente todos os blogs seriam diários pessoais. Interessante. Dá o que pensar. 🙂
Os blogs-empresa se desvirtuam um pouco disso, pq perdem o lado de diário virtual, para se tornarem “aquilo que os leitores querem”, ou aquilo que se pensa que os leitores podem querer (ou o que se pensa que os leitores querem, enfim). Isso é ser blogueiro profissional, ou blogueiro profissional é aquele que ganha dinheiro produzindo o conteúdo que quer (como blog diário pessoal), mas que possa vir a interessar, ainda que acidentalmente, outras pessoas?
1º ponto estamos Even-Steven, total de acordo 😛
2º Eu acho que se eu tu escrevermos num post a fórmula de báscara vai ter a nossa pegada e a de qualquer um que cometer um ato tão impessoal.
A diferença tá justamente naqueles que nitidamente sofrem duma carência patológica e precisam se mostrar, os que mostram a si como consequência do texto ( que não necessariamente é uma fórmula de álgebra… 😀 ) são vítimas de um processo inevitável e nem um pouco danoso.
3º Bem colocado, pelo fato do blog ter como primeira missão fazer dinheiro, não necessariamente faz de todo os blogs assim meros caça-níqueis. Não joga ninguém na lixeira. Entre os profissionais tem muita coisa de bastante qualidade.