Humanos, máquinas e o CAPTCHA

Com o avanço das técnicas de produção e difusão de informação, novos sistemas informáticos cada vez mais complexos podem passsar a ser empregados para as finalidades as mais diversas, desde a substituição por órgãos humanos até a produção de conteúdo. Ao mesmo tempo que isso abre precedentes fantásticos – como no caso do desenvolvimento da técnica de inteligência artificial, ou na biomedicina – a mesma tecnologia também pode ser empregada de formas maliciosas por pessoas mal intencionadas. E é mais ou menos por aí que surgem os spams nos comentários dos blogs (ok, transição tosca).
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Esse CAPTCHA simpático aí de cima aparece no site do Tribunal de Justiça do RS
Uma das maneiras de se evitar uma avalanche de spams em comentários de blogs é o CAPTCHA. O termo CAPTCHA é na verdade um acrônimo (por isso é escrito assim, em MAIÚSCULAS) para Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Aparts – sim, isso mesmo, um teste para determinar se você é humano. Por meio de uma pergunta simples (teoricamente simples) e que qualquer humano possa responder, a idéia é que o teste seja capaz de diferenciar homens de máquinas (ou humanos de sistemas automatizados construídos para se passar por humanos). Por conta disso, o CAPTCHA (aquele negocinho que aparece quando se tenta comentar em blogs Verbeat, por exemplo – dá uma olhada ali embaixo, ao final do post, ou então ali em cima, na figurinha) é considerado uma espécie de inversão do teste de Turing, na medida em que se trata de um teste que, ao invés de ser usado por um humano para descobrir se se está diante de uma máquina, é empregado por uma máquina para descobrir se está diante de um humano!
De acordo com o HowStuffWorks, não chega a ser algo tão ruim quando um CAPTCHA consegue ser burlado por spammers, na medida em que, “para um teste CAPTCHA falhar, é preciso que alguém tenha encontrado uma maneira de ensinar a um computador como passar por ele. Em outras palavras, toda falha de um CAPTCHA é de fato um avanço na inteligência artificial”.
Diante de um CAPTCHA, somos levados a refletir sobre nossa condição humana, e o quanto a técnica está impregnada em praticamente todos os aspectos de nossa vida. A presença do CAPTCHA está ali, ao final do formulário, hipermediando o processo, não para que nos irritemos e desistamos de ir adiante, mas sim para nos fazer ver que somos humanos, e, enquanto tais, apesar do embaralhamento das letras, apesar das figuras complexas, apesar dos cálculos bizarros (os Mathematical CAPTCHAS), apesar dos sons desfigurados, apesar de tudo, ainda cremos sermos capazes de dominar a máquina superar o CAPTCHA e ir adiante em nosso rumo. (Claro que, idealmente, bem que os sites não precisavam exagerar na dose – aliás, será que um dia precisaremos chegar a este ponto?)

4 thoughts on “Humanos, máquinas e o CAPTCHA

  1. Concordo que o CAPTCHA é algo extremamente necessário para se evitar spam’s, mas tem alguns que abusam da boa vontade.
    Frequentemente tenho confirmar cartas de concessão de aposentadoria no site do INSS e quando e se erra ele apresenta a seqüência correta, ao menos deveria fazer isso.
    Ocorre que inúmeras vezes você tem certeza que digitou o código correto, tomou cuidado para não confundir o “i” maiúsculo com o número “1” ou o “l” minúsculo e dá errado. Então voc~e rola a página até o rodapé e lá ve a seguinte mensagem:
    “Você digitou ‘lTbn’ a seqüência correta é UNDEFINED”
    Se uma falha no CAPTCHA representa um avanço na tecnologia o que o INSS implementou é um retrocesso.

  2. O CAPTCHA é bom pra diferenciar os internautas do globo e aqueles que são os Russos… fala sério! Na Rússia só tem spammers … putz!
    (=D)

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