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Privacidade na internet

Os EUA estão pressionando o Google para que libere informações sobre pesquisas realizadas por seus usuários no site de buscas. Esse duelo ainda vai dar muito o que falar. O governo americano alega que os dados serão utilizados para combater a pornografia. Outros grandes sites de busca já concordaram em liberar as informações solicitadas, mas com restrições. O único que se nega terminantemente a ceder qualquer tipo de informação é o Google, pois isso iria contra a política de privacidade do site.
Essa exigência judicial de fornecer dados abre caminho para uma discussão sobre privacidade na rede. Uma coisa é liberar dados pessoais dos usuários quando eles agem acreditando estarem protegidos pelo manto da confidencialidade. Outra situação completamente diversa seria avisar aos internautas (— que palavra bem horrível… credo!… por que não chamá-los de intenéticos? interneiros? internatos? —) que a partir de um determinado momento em diante todas as suas pesquisas online não estarão mais protegidas. Claro que isso abriria caminho para que aqueles que cometem irregularidades consigam sair impunes disso tudo, e outros tantos partiriam em busca de sistemas para burlar a escancaradice do sistema, mas ao menos todos estariam agindo com a mais pura transparência.
Enfim, o que o governo americano está querendo fazer, do jeito que está sendo feito, seja quais forem as reais intenções, é uma grande sacanagem… (mas nem por isso eu deixo de achar que tudo seria mais simples se não houvesse essa tal cláusula de sigilo quanto a que tipo de coisa as pessoas procuram em sites de buscas :P)

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Mais trabalho, menos pagamento

No meio de tanto escândalo político nesse país, é de se admirar que tenham surgido projetos como o que propõe o fim de pagamento de subsídios por convocações extraordinárias do Congresso Nacional, e o que reduz o período de recesso anual, de 90 para 55 dias.
O primeiro, já inteiramente aprovado, visa a melhorar a imagem do Poder Legislativo perante a sociedade, tão abalada(s) com os recentes acontecimentos. Nesse sentido, o Legislativo seria como a mulher de César; não basta ser, é preciso também parecer honesta. O sentimento atual é o de que se está pagando (caro) e os congressistas não estão fazendo nada (de útil). Além disso, o desprestígio do Congresso fora agravado com a recente convocação que fora feita desconsiderando os preceitos constitucionais — as convocações fora do período ordinário deveriam ser feitas com um propósito específico, e não genericamente para dar prosseguimento às votações que não puderam ser concluídas em tempo hábil. Bom saber que na próxima vez ninguém estará sendo pago para cumprir algo que não vai muito além de sua obrigação…
Nesse mesmo sentido, a proposta de emenda constitucional que propõe a redução do recesso dos parlamentares de 90 para 55 dias já foi aprovado na Câmara. Resta apenas passar pelo crivo do Senado. A emenda vem em boa hora para tentar resgatar a imagem do Legislativo, tão desgastada com os recentes escândalos políticos, como o do mensalão. A idéia de reduzir o tempo de descanso também é bastante promissora. Atualmente, os deputados e senadores são eleitos para mandatos de 4 e 8 anos, respectivamente, e, considerando-se os absurdos 90 dias de recesso anuais e o fato de que os congressistas acabam efetivamente trabalhando durante 3 ou 4 dias da semana, é como se eles estivessem cumprindo apenas 1/3 de seus mandatos. A redução ainda é pouca (um trabalhador ordinário, regido pela CLT, goza de míseros 30 dias de descanso anuais), mas representaria um total de 140 dias de trabalho ao longo de uma legislatura. De grão em grão, a galinha enche o papo. E a idéia já está rendendo frutos; a Assembléia Legislativa gaúcha (e muitas outras) já tem propostas similares de redução do período de recesso.
Enfim, todo mundo sai ganhando com o fim do subsídio para convocações extraordinárias do Congresso Nacional e com a redução do período de recesso. Ganham os deputados e senadores, que terão suas imagens melhoradas; ganha o povo, que terá mais tempo para cobrar efetivos resultados de seus representantes; ganham os cofres públicos, com o dinheiro que se vai economizar… (Entretanto, é como se as duas coisas praticamente anulassem-se mutuamente: com menor recesso, reduzem-se as necessidades de se fazer convocações extraordinárias…:P).

Volta às aulas em janeiro

Não sei se a culpa é do professor (que aderiu à greve), da faculdade (que deixa a critério de seu corpo docente participar ou não de movimentos em prol de melhorias financeiras), da reitoria (que deixou a situação fugir ao controle e permitiu que se entrasse em recesso), do governo (que não remunera suficientemente seu quadro de funcionários e repassa pouca verba para as universidades), do sistema (que “inventou” a tão-renomada profissão de advogado, e suas variantes as mais diversas), da sociedade (que sempre deu tanto valor aos jovens que demonstram interesse em cursar Direito), da borboleta (que bateu as asas neste exato momento do outro lado do planeta), dos meus pais (que encheram tanto o meu saco para que eu fizesse Direito) ou se é minha mesmo (quem mandou em aceitar ser manipulada e fazer vestibular para o curso de Direito, e ainda por cima numa universidade pública, suscetível a paralisações e a tudo o mais?), mas fato é que semana que vem acaba a greve e retornam as aulas. Até não pareceria tão absurdo ter aulas em pleno janeiro, das 8h às 11h40, com um misto de 5 ou 6 matérias em aulas extremamente tediosas, em manhãs que se derretem lentamente em um calor de 40°, com todos os alunos aglomerados em torno de caquéticos ventiladores de teto que tentam inutilmente produzir vento a partir do bafo. O grande problema é que todos já estã(m)o(s) aprovados em 4 matérias. Apenas um (maldito) professor entrou em greve, e é essa matéria que retorna dia 23. Como se não bastasse o fato de ser uma única matéria, é ainda por cima a mais chata de todas (generalizar é sempre uma coisa perigosa), e a única cuja freqüência era de uma vez por semana (duas horas-aula combinadas, toda terça, às 10h da manhã). E, considerando-se o fato de que o professor entrou em greve já lá pelo final do ano, descontando-se os feriados, digamos que no total tenham nos faltado cerca de 5 ou 6 aulas. Agora não sei o que é pior: encará-las todas de uma vez só, numa espécie de maratona, com a bendita quarta avaliação faltante ao final, ou então sofrer a doses homeopáticas, com uma aulinha por semana, no horário normal de todo o ano. Tortura lenta e ritmada: uma hora e quarenta minutos ouvindo sobre receita e despesa pública. Tortura lenta e demorada: cinco ou seis semanas de sofrimento. Tortura lenta e cruel: é impossível não estar em férias apenas um dia por semana; ou se está em férias completamente, ou não se está. Raiva, cólera, irritação, fúria, impaciência, frustração, ira, furor, iracúndia (vida longa ao Aurélio de bolso!), todas essas palavras, em outros contextos tão impactantes, parecem vazias de sentido na hora de enunciar meu sentimento atual (ou acaso isso tudo seria simples capricho de uma alma já acostumada ao ócio das férias? :P)… Enfim, também ainda não está nada definido. Certos detalhes ainda precisam ser acertados antes de assinar o cartão de mudança de endereço. Dado o inusitado da situação, a gente ainda tem que esperar a primeira aula para ver como as demais serão posicionadas. O que é (menos) pior: todas de uma vez só, ou uma a cada semana?

P.S.: Tenho percebido que só os estudantes de Direito conferem ao curso o status de algo que deva ser escrito com LETRA MAIÚSCULA. As demais pessoas parecem não se preocuparem em dar ao curso tamanha relevância. E, muitas vezes, a palavra passa batida, disfarçada de contrário de esquerda, ou oposto de algo que está torto. Prefiro dizer que faço Direito e Jornalismo (shift D, shift J, ou caps lock, como preferir). Assim mesmo, de igual para igual. E seria bacana se todo mundo fizesse o mesmo (desse jeito eu não me sentiria errada por me referir ao curso com o d maiúsculo).
(Definitivamente, o mundo está irremediavelmente torto…)

Da inexorável necessidade de consenso entre as partes

Metade de mim quer voltar às aulas logo. A outra metade ainda não sabe o que quer.

(Obs.: dia 23/01 – possível “volta às aulas” na UFPel (disciplina de Direito Financeiro, apenas)
… também provável data da prova de direção veicular
— é possível estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo?)

Maldita greve. Uma única matéria. Uma única aula por semana. Grrr.

“Tudo o que eu queria era poder viver entre aspas… (!)”

Exigência incomum

O prefeito de Cachoeira do Sul-RS, Marlon Santos (PFL), exige que todos os funcionários municipais que ocupam CCs leiam ao menos um livro por mês. A escolha do tema fica a critério do leitor, mas os servidores precisam entregar um resumo da obra escolhida, como comprovante de que efeturam a leitura. A iniciativa é louvável. Pena que neste país as pessoas ainda tenham de ser obrigadas a ler.

Troféu Joinha

Projetos de lei bizarros viraram motivo de piada. Os mais excêntricos de todos os apresentados à Câmara de Vereadores de São Paulo em 2005 foram reunidos pelo Instituto Ágora, e agora qualquer um pode escolher o seu preferido em uma simples votação online.
Entre os candidatos, há desde um vereador que propôs que o papa receba o título de cidadão de São Paulo, até os que sugerem que se criem os dias oficiais de equipes paulista(na)s de futebol. Tem que rir para não chorar 😛

Impunidade?

Tudo indica que os policiais britânicos que atiraram no brasileiro Jean Charles em Londres em meados do ano passado não serão acusados de nada… Sofrerão “apenas uma repreensão”.
Em tese, eles não fizeram nada: agiram a mando de alguém. E essa pessoa que deu as ordens, não deveria ser punida? Ou vão se aproveitar do jogo de culpas e dizer que, se não fosse pela má visão dos policiais, nada disso teria ocorrido?
(E por que será que sempre se tenta encontrar um culpado para as coisas? Não dá para simplesmente aceitar que, fortuitamente, o rapaz tinha que morrer para o mundo perceber que as ações antiterrorismo já estavam indo longe demais?)

Segurança Online

Uma legislação específica* para delitos praticados na esfera virtual faz falta aqui no Brasil. Basta dar uma olhada no relatório de incidentes reportados ao CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil) em 2005 para ver como a todo momento a segurança online pode estar sendo afetada. Embora o total de incidentes tenha diminuído com relação a 2004, o número de fraudes online cresceu 600%!
* (Sobre o problema da tipificação penal dos crimes virtuais é interessante ler este artigo.)

Filme: Guardiões da Noite

Guardiões da Noite“, de Timur Bekmambetov, é um filme bem legal. Quer dizer, é um filme russo completamente confuso e sem conteúdo (fala de um tema muito batido: a eterna luta entre o Bem e o Mal), mas que tem fotografia e efeitos bem bacanas. A história é baseada em um livro, e a idéia é transformá-lo em uma trilogia. Até que o filme fez sucesso em sua terra natal (Rússia) e, ao julgar pelo fato de ter alcançado bilheterias internacionais (chegar a Pelotas é uma verdadeira façanha!), se eles melhorarem um pouquinho a adaptação da história original, até que dá para ganhar um bom dinheiro com a história 🙂
No mundo pintado pelo filme, as pessoas estão divididas entre os humanos e os Outros. Estes seriam aqueles indivíduos que têm poderes especiais (como visões, ou a capacidade de se transformar em animais). Em busca de trégua, em uma guerra milenar entre o Senhor da Luz (Gesser) e o General das Trevas (Zavulon), ficou estabelecido que cada um dos Outros seria chamado a seu tempo a fazer uma escolha entre o Bem ou o Mal, entre a Luz ou as Trevas. Os guardiões da escuridão são os guerreiros da luz, enquanto que os que guardam a luz são os guerreiros das trevas. Há quem prefira o mal, visto que para escolher o caminho do bem é preciso combater o mal por toda parte, ao passo que para penetrar no caminho do mal, basta eliminar de si a bondade interior.
O enredo desse primeiro filme/livro é meio sem graça, e gira em torno de uma profecia antiga de que, quando nascesse um tal de “escolhido”, o equilíbrio entre as forças estaria prejudicado e uma batalha apocalíptica teria início. O filme começa com o nascimento do “escolhido”, que deverá até o final fazer sua escolha entre o Bem e o Mal. O protagonista é Anton (Konstantin Khabensky), um guardião da noite, cuja tarefa é guiar o menino em sua escolha entre as forças.
Apesar da trama confusamente sem graça, muitas cenas são fenomenais. Um exemplo é a curiosa transformação reversa da coruja em humana, com a conseqüente explosão de penas e gosmas por todos os lados. A idéia de mostrar as engrenagens de um elevador agitando freneticamente, como uma forma de demonstrar que o elevador se encontrava em extremada velocidade, também foi bem interessante — a cena é de tirar o fôlego, e o efeito visual conseguiu torná-la bem mais realista. Mas há também algumas passagens um pouco indigestas, como quando Anton toma sangue de porco, antes de combater um vampiro (ou quando o tal vampiro morre, tendo sua cabeça explodida). E a única passagem divertida que consigo lembrar é de quando o menino, pouco depois de contar a sua mãe que vira um vampiro de verdade e que estava com medo, liga a tevê e o que está passando é um episódio de Buffy, a caça-vampiros, com a presença de Drácula: sutilmente hilário.
Embora a história do filme seja meio viajante, e certas passagens fujam demais da realidade, o mundo criado pelo filme é bastante interessante e diferente (embora ao mesmo tempo seja igual a muita coisa que já se viu por aí, em outros filmes do gênero). Enfim, vale a pena conferir, por ser um ponto de vista diferente — ao menos ele foge um pouquinho dos tradicionais roteiros das megaproduções hollywoodianas 😀

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Aviso de (in)utilidade pública

Atenção moradores de Bagé e arredores: minhas aulas práticas de direção veicular iniciam nesta sexta-feira. Tomem cuidado! 😛