Duas soluções para o Brasil

I.

Muitos sustentam que já é hora de jogar 17 anos de conquistas no lixo e elaborar uma nova Constituição no Brasil, de modo a acabar com a corrupção. Mas será que a mera inclusão de uma ou outra palavra é capaz de resolver um problema histórico no país?
Se for para fazer uma nova Constituição, então que se faça alguma alteração drástica, algo como mudar o regime político para uma Monarquia Presidencialista (Democrática e Federativa!). Ora, a justificativa seria simples: um Rei não depende de mensalão para se manter no poder, muito menos de uma base aliada, ou de qualquer tipo de partido político — apenas de “sangue azul”.
A separação dos cargos de Chefe de Governo e Chefe de Estado (que no Presidencialismo convergem na figura do Presidente) já acabaria com metade da burocracia no país (enquanto o Rei fica viajando pelo mundo, o Presidente fica em Brasília, editando Medidas Provisórias, sancionando leis, vetando projetos, enfim, fazendo toda aquela parte chata e monótona de ser Presidente de uma nação).
Dependendo do grau de abstração que se pretenda, dá para imaginar um projeto social de iniciativa do gabinete da Primeira Dama, mas com apoio de Sua Excelência, a Rainha de Terra Brasilis (depois de tanta transformação, mudar o nome do país será mera conseqüência…). Já temos o ouro estampado no amarelo de nossa bandeira, como que num prenúncio subliminar do que estaria por vir. É só incluir um capítulo sobre o regicídio na lei de crimes hediondos, separar parte da verba pública para sustentar a família real, escolher quem vai ser o primeiro Rei, e deixar que a sucessão hereditária acabe com as mazelas do país.
A partir daí, as grandes preocupações da imprensa passariam a ser outras. Nada de depoimentos intermináveis em CPIs incontáveis. As grandes fofocas seriam quanto a quem pertence o coração da princesa, a rebeldia do jovem príncipe, e as extravagâncias da rainha. Não teríamos nem tempo de pensar em corrupção!
Mas não é preciso ir tão longe para salvar o país: basta uma reforma na Constituição atual para aplicar os dispositivos que ainda requerem legislação complementar. A chave para a democracia está aí. Não basta chamar o Presidente pelo apelido, liberar geral a criação de partidos e meter meio milhar de deputados dentro de uma sessão. É na efetiva aplicação da lei que tudo se resolve!

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II.

E tem também a proposta do Luis Fernando Veríssimo, da Zero Hora de ontem (05-09-05):

“A idéia de um recomeço é atraente. A gente podia devolver o Brasil aos índios, desde que eles concordassem em devolver os espelhinhos, e fundar outro Brasil – onde? Sugiro Paris. Já tem até praia no Sena.”

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Enfim.. o que não dá para admitir é que as coisas continuem do jeito que estão… 😛

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