De volta ao mundo real

Passei os últimos dias em outro “país” (se é que dá para considerar o Uruguai como exterior – em tese, a fronteira fica a menos de 60km daqui, embora na prática a gente tenha viajado quase 500km), totalmente desplugada do resto do mundo. Não é que fosse impossível habilitar o celular para funcionar por outra operadora, que o quarto do hotel não tivesse televisão, ou que não houvesse cibercafés por lá, mas simplesmente preferi passar o período inteiro longe de toda e qualquer bugiganga hightech. Nos primeiros dias foi difícil resistir à tentação de entrar em contato com o resto do mundo. Mas lá pelo terceiro dia já parecia que a existência do computador, do telefone e da Internet já não faziam mais sentido. No quarto dia, comprei um El País para saber o que acontecia ao meu redor (no fundo, queria desesperadamente saber sobre os fatos do mundo). Ainda bem que no jornal predominava a narração de fatos ocorridos no próprio Uruguai, praticamente ignorando o que acontecia nos outros países – tinha uma breve nota sobre o Carnaval no Rio, e uma que outra linha sobre as insanidades que as celebridades cometem para chamar a atenção da mídia. No quinto dia (também conhecido como “hoje”), voltei. E percebi que ficar cinco dias longe de tudo faz uma baita diferença em termos de organização e de produtividade.

Conseqüências bizarras da escapada tecnofóbica:
– Pela primeira vez em quatorze anos de estudo faltei a um primeiro dia de aula. Eu acho divertido ir a primeiros dias, primeiro porque ninguém vai, e também porque geralmente é nesse dia que são mostradas as diretrizes gerais que irão nortear o período letivo (okay, desisto… ir ao primeiro dia é completamente inútil);
– Absolutamente ninguém me telefonou ou mandou mensagem durante o período em que meu celular permaneceu fora da área de cobertura (ao menos é isso que atesta a total ausência de mensagens de aviso de ligação perdida ou algo parecido ao ligar o telefone quando estava no Brasil). Em compensação, bastou eu ligar o aparelho para que ele tocasse umas três ou quatro vezes na corrida. Lei de Murphy ao contrário?
– Um zilhão de e-mails não lidos, dos quais pelo menos 70% é puro entulho propagandício. E preguiça total para lê-los (melhor: falta de ânimo para tentar – como diria o presidente Lula – separar o joio do trigo).
– Uma péssima notícia de falecimento ocorrida no período. Embora fosse parente relativamente distante (tia avó, mas com nível de afetividade e idade para ser simplesmente tia), tratava-se de uma pessoa muito bacana, o que permite refletir: por que as pessoas boas morrem por motivos cruéis? (no caso, foi câncer – com direito a sofrimento longo e tortuoso).

Enfim, a vida continua. Amanhã (re)começa o retorno à rotina, tanto acadêmica quanto do blog. Por que a primeira lei de Newton insiste em atacar em fim de férias?

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3 thoughts on “De volta ao mundo real

  1. Carnaval no exterior!! o/ Uhull!!Espero que tenha sido divertido! O carnaval aqui em São Miguel não tem NADA de divertido… : Só a minha irmã… esta sim é garantia de risos!Só volto para a rotina acadêmica na segunda-feira e não me sinto culpada, já que esta é a minha única semana de “férias plenas” e não as costumeiras semi-férias. Estou tão absorta no Plano de Descanso que nem comprei meu “material escolar” ainda :PJá entregou o presente para o Superman??ahiuahiuahuiaBjosPS.: Em 14 anos de estudo eu NUNCA fui a um primeiro dia de aula! Ok… nunca é demais… talvez eu tenha ido ao primeiro dia de aula da 1ª série… 😛

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