Infração virtual, julgamento real

E para não fugir totalmente da temática ‘oficial’ deste blog…

A empresa Eros, especializada em produtos para, ahm, diversão sexual, iniciou um processo contra Volkov Catteneo por violação de copyright. Até aí não há nada demais na história, exceto pelo fato de que a Eros cria produtos virtuais, e que Volkov Catteneo é, na verdade, um avatar de Second Life.

O processo, iniciado no começo deste mês, corre em uma vara cível da Flórida. Representantes da empresa de produtos adultos virtuais alegam que o avatar em questão teria encontrado uma forma de violar o impedimento de se fazer cópias dos produtos feitos pela Eros.

Embora a Linden Lab tenha uma mentalidade quadrada e mantenha o código do Second Life fechado (o futuro é open source), a propriedade intelectual é resguardada a tal ponto no Second Life que a cada um é assegurado todos os direitos sobre suas criações. São os criadores dos produtos que decidem se ele será copiável livremente, ou se terá acesso restrito. É possível, por exemplo, determinar a aquisição mediante pagamento em L$, mas com uma cláusula que impeça a reprodução do produto.

As cópias não autorizadas feitas por Catteneo estariam provocando uma diminuição nas vendas (e, conseqüentemente, uma perda nos lucros em dinheiro real) da empresa Eros. E é nesse ponto que a questão se torna relevante para se acionar o Judiciário: embora se trate de um mundo virtual, lida-se com dinheiro real.

Quanto ao réu, consta no processo apenas o nome do avatar, e uma presunção de que se trata de um cidadão americano. Não se tem maiores detalhes sobre Catteneo, e, por isso, os advogados da Eros solicitam que a Linden Lab ou o PayPal liberem dados do usuário.

E aí, o Second Life “é só um joguinho”?
(Talvez, para levar a sério a demanda, seja preciso abstrair o fato de que se trata de uma empresa que vende produtos sexuais em um ambiente virtual tentando processar um avatar, algo que soaria totalmente absurdo alguns anos atrás, mas que poderá se tornar rotina, à medida que novos e complexos ambientes virtuais surjam… O futuro digital é bizarro)

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2 thoughts on “Infração virtual, julgamento real

  1. ainda não desceu redondo essa de second life.o ambiente é feio, por vezes lento. não me agradou em nenhuma das duas vezes que entrei. e foi mais de um mês de intervalo entre elas.pode ter muita coisa acontecendo no SL, mas ainda acho q muita gente apenas se cadastra, dá uma olhada e nunca mais volta.

  2. Você participa no SL ou apenas acompanha a muvuca?Acho que tem que processar sim, desde que tenha bons advogados e $$$.Estou em estado de êxtase absoluto. Como escrevi, melhor, quise escrever, old cocks rock! Mas ia pegar mal.Acho que a essência é –Tudo que fatura via tua arca é teu. Se não quiser dar o dinheiro processa.

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