Vergonha nacional

Ainda não comentei nada sobre a recente vergonha nacional. Passados alguns dias, não tem lá muita graça discorrer sobre os números discrepantes da votação secreta (40 votaram contra, 35 a favor, 6 abstiveram-se, sendo que 41 bastariam para cassar Renan; 41 também é o número dos que afirmaram terem votado a favor da cassação – o que nos leva a duas saídas: permanecer na ingenuidade e aceitar que talvez tenha havido fraude no sistema de votação, ou então constatar a triste realidade política do país – pelo menos 6 senadores mentiram).

Eu poderia ficar horas enumerando históricas coincidências que envolvam o número 40. Ali Babá tinha 40 ladrões. 40 é também o número de mensaleiros indiciados. Mas tudo isso já foi feito blogosfera afora.

Também dava para falar dessa interessante Google bomb iniciada por dois blogs ao mesmo tempo e que foi parar até na mídia, demonstrando o quanto uma rede descentralizada pode se reunir a partir dos extremos para interferir no centro (mas então por que não houve uma mobilização massiva antes da votação?).

Também daria para falar de pizzas (afinal, tudo acaba em pizza mesmo), narizes de palhaço, descrédito com as instituições públicas, situações de embaraço, e tudo o mais que nos levou a essa triste sensação de desilusão coletiva.

Mas não tenho legitimidade para isso. Demonstrar um pseudo-simulacro de consciência política quatro dias depois é o mesmo que nada. (Ainda mais vindo de alguém que não lembra em quem votou para senador na eleição passada…).

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