Pensar pequeno

“It is the small groups of people that have started the revolutions. It is the small companies that become the industry disruptors. And finding your small group to speak to could be the biggest thing you’ve ever done.”
Isso foi dito por Spike Jones, da Brains on Fire, no contexto de mensagens publicitárias. A idéia é de que uma mensagem focada a um grupo pequeno, bem circunscrito, tem mais chances de ser ouvida (assimilada, compreendida e respondida) do que uma mensagem ampla dirigida a muitos de uma vez só – visto que a massa já está acostumada a receber muitas mensagens amplas, o que pode fazer com que mais uma não seja percebida. Em síntese, pensar pequeno pode fazer com que se vá longe.
Spike Jones parte do texto de Seth Godin “Small is the new big“, originalmente aplicado ao contexto das empresas (cuja premissa básica é: pequenas empresas podem ir longe desde que pensem grande). Godin também se refere aos blogs: “Small means you can tell the truth on your blog”.
Spike convoca-nos a pensar pequeno, no sentido de produzir mensagens para pequenos nichos de pessoas, de modo a se fazer ouvido (na verdade, ele só quer vender o seu peixe, mas abstraia o fato de que ele falou isso no blog de uma empresa). Saindo um pouco do mundo corporativo e dos anúncios publicitários, isso talvez possa ser usado para refletir quanto à quem, efetivamente, gostaríamos de dirigir uma mensagem em um blog – a uma massa de anônimos provenientes de sistemas de busca, que entram, interagem minimamente com o conteúdo, e vão embora, sem deixar nada (exceto, talvez, como ocorre em certos blogs, algum rendimento financeiro, advindo muitas vezes da exploração da capacidade intelectual dos visitants), ou a um grupo específico, que, ainda que pequeno, reaja às mensagens, e possa nos permitir iniciar uma conversação?
(quanto a essa discussão, vale a pena conferir os últimos posts de Ana Brambilla sobre monetização).

Assunto paralelo: a possibilidade de criar formulários associados a planilhas do Google parece ser extremamente útil (Jeff Jarvis, do Buzz Machine, mostrou-se particularmente entusiasmado com a idéia). Aliás, aqui vai uma pergunta teste: como você chegou a este blog?

6 thoughts on “Pensar pequeno

  1. Oi Gabriela! Achei fantástica essa visão do Spike Jones. Ele conseguiu sintetizar tudo aquilo que escrevi lá pelo Libellus 😀
    E, olha… esse lance de pensar pequeno levar-nos mais longe é a lógica perfeita para ambientes colaborativos organizados. Ou seja: receber um e-mail do editor do OhmyNews fazendo observações sobre meu artigo funciona quase como assinar um contrato de fidelidade de colaboração. O impacto humano é incomensurável!
    Assim tenho tentado agir no Orkut: busco pessoas com perfis próximos aos canais colaborativos da Abril e mando scraps individuais. Dá trabalho? Puxa! E como! Toma um tempo grandão! Mas vale a pena! A satisfação com que aquelas pessoas te respondem é muito mais intensa e benéfica ao projeto do que uma newsletter caída à lá louca nas suas caixinhas de e-mail.
    Abraço!

  2. Gosto de saber que há informação útil para os que buscam respostas no Google sobre uma diversidade de assuntos. Este é meu público. Por outro lado, o fato de viver fora do Brasil e ser absolutamente independente de qq tendência faz meu blog singular.
    Acho importante que possa ganhar uns caraminguás com meu blog assim como se na verdade a Revolução Russa fo iniciada por um grupelho, os bolcheviques, a massa estava os apoiando. Ou seja, ainda fecho com o “The means is the message.”

  3. Hey, Spike! Thanks for stopping by and trying to make contact! 🙂
    Ana: realmente, os ambientes colaborativos só têm a ganhar se procurarem se diferenciar também na forma de se relacionar com os colaboradores. Uma mensagem personalizada, mais direta, focada, tem mais chances de gerar uma reação. O trabalho que vocês fazem na Abril deve tomar tempo, mas, com certeza, o retorno é bem maior que se se tentasse buscar colaboradores apenas por ‘meios tradicionais’… Hoje em dia é tanta publicidade ‘tradicional’, que acabamos nos tornando meio que imunes a grande parte desse apelo.
    E, pelo visto, o próprio Spike tem tentado colocar em prática a idéia de pensar pequeno… 🙂

  4. Tina: mesmo assim, tu tens um público específico, um grupo de pessoas que acompanha o blog, independente de qualquer coisa. E volta e meia te referes a essas pessoas no teu blog. Assim, embora o pessoal que chega pelo Google também seja público do blog… parece mais sensato escrever para aqueles que vão lá e voltam sempre, e não para os pára-quedistas que entram, pegam a informação que queriam, e, muitas vezes, vão embora sem nunca mais voltar (embora esses também poderão desfrutar do conteúdo, e, quem sabe, gerar algum rendimento). O problema é quando se escreve apenas tendo em vista os pára-quedistas… está cheio de blogs por aí que procuram o máximo lucro com o mínimo de esforço, e isso não é legal :/ 😛

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