Saiu ontem o relatório do Pew Internet & American Life Project sobre o uso do Twitter e outras ferramentas parecidas nos Estados Unidos, conduzido por Amanda Lenhart e Susannah Fox. O que mais me chamou a atenção, entretanto, não foi o fato de que 11% dos usuários daquele país afirmam usar um serviço tipo o Twitter, ou que seja crescente o uso móvel, que a idade média dos usários seja de 31 anos, ou ainda a forte relação apontada entre uso de blogs e sites de redes sociais com o uso do Twitter, e sim o fato de que eles já tenham deixado de se referir ao Twitter como “microblogging”.
No relatório, o Twitter e as tais outras ferramentas parecidas aparecem como modalidades de “status update”, ou atualização de estado, ou mudança de status, ou “serviços que permitem aos usuários compartilhar atualizações sobre si mesmos e ver as atualizações dos outros“. Isso englobaria qualquer ferramenta que permita acompanhar ações de amigos e coisas do tipo – desde o “status update” do Facebook (no qual, diga-se de passagem, os usuários são convidados a responder à pergunta “What are you doing now?”, praticamente a pergunta padrão do Twitter – “What are you doing?”) até, por exemplo, aquela caixinha que aparece ali no Orkut com as últimas movimentações de seus amigos. Com isso, o Twitter estaria sendo comparado mais a um site de rede social do que propriamente a um blog, o que de certa forma faz sentido. O caráter de “blog” da ferramenta só fica mais evidente quando se acessa o perfil de alguém individualmente (porque aí sim as mensagens são exibidas em ordem cronológica inversa, tal qual um blog). No mais, ao se exibir tudo junto misturado, tem-se algo mais próximo a qualquer outra coisa do que propriamente a um blog.
Há um texto do Jose Luis Orihuela, de 2007, que se refere aos microblogs como uma mistura de blogs, redes sociais e mensageiros instantâneos. Ainda acho que o caminho seja mais ou menos por aí. E na real não importa tanto como chamamos o fenômeno, e sim como o compreendemos. Parafraseando o argumento de uma professora em uma lista de discussão acerca de uma discussão sobre a grafia de uma determinada palavra, “A rose, by any other name, would smell as sweet” (Shakespeare) [“Se a rosa tivesse outro nome, ainda assim teria o mesmo perfume”.]
Enfim, caso tenha interesse em saber mais sobre o uso do Twitter e ferramentas do tipo nos EUA, não deixe de acessar o relatório do Pew Internet.
Gabriela,
Parece que o twitter, por sua simplicidade, pode ser considerado como sendo útil em todos esses variados sentidos que você mencionou. Às vezes, acho que o twitter até poderia ser uma espécia de feed pessoal, não apenas para informar os followers sobre o que estamos fazendo, mas para direcioná-los a fazer a mesma coisa, especialmente quando se trata de indicar um link ou “blipar” um música.
Acho que o Jonny Ken sacou muito bem essa idéia, quando ele criou o migre.me, inclusive incentivando o “retwit”.
Abraços!
Gustavo D’Andrea
Forên{J+}
ó, pra vocÊ 🙂 http://raquelcamargo.com/blog/2009/02/coisas-secretas/
Olá Gabriela…
estou pesquisando sobre twitter para monografia e gostaria de saber se podes me enviar os teus trabalhos citados no artigo “O twitter como suporte para produção e difusão de conteudos jornalisticos”, quais sejam, “Dos blogs aos microblos: …” e “Jornalismo em Microblogs: …”
Aguardo resposta…
Valeu!