O terceiro

O terceiro é meu personagem favorito no mundo jurídico. Ele não é nem eu, nem você, mas outro, terceiro em relação a nós. O terceiro é aquele que sem querer se mete na relação estabelecida – seja por contrato, seja em decorrência da lei – entre o primeiro e o segundo. Num processo, há autor, réu, e terceiros. Num contrato, tem-se contratante, contratado, e terceiros. Num blog ou em qualquer texto escrito, há um autor, um leitor, e os terceiros – aqueles, além de você, que deixaram comentários, ou até mesmo aqueles que leram antes mas não deixaram rastro algum.
Há sempre uma competição no mundo jurídico. Dizem por aí que o terceiro quer sempre ser primeiro, ou segundo. Se você vende uma casa e depois descobre que ela não era sua, mas estava em nome de terceiro, o terceiro vira primeiro e você se torna o terceiro. Da mesma forma, se decide dar a palavra para o terceiro em algum processo ele pode vir a se tornar segundo – quiçá primeiro – junto ou no lugar do primeiro ou do segundo.
O terceiro é aquele que impele você a escrever cada vez mais em seu blog. O terceiro é o que indiretamente se beneficia de tudo, mesmo que não precise fazer qualquer coisa para que esse benefício o alcance – basta deixar agir o primeiro e o segundo.
A posição do terceiro é bastante cômoda. O problema é quando nos acostumamos a ser terceiros e deixamos de ser protagonistas de nossas próprias vidas…

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8 thoughts on “O terceiro

  1. ( Resposta Non Sense )
    Depois que vi dois sujeitos que depois de formados estão há 10 anos na universidade, o que no Direito é um pecado mortal, vi estas bestinhas ( filhotes da acadêmia e com 0 de rua nas costas ) falando em antropologia, cultura e filosofia com direito a inventar Oscar Wells, um grande cineasta e conectar a obra do senhor Oscar Wells com o direito. Orson Wilde adoraria ser inventado nessa mesma manhã…
    Me desapontou. O tema do terceiro e como ele vira protagonista jurídico ou de vida real talvez tenha a ver com a porra da palestra que desde ontem me irrita profundamente( quando começaram a falar em criar um ” link ” e que era importante ter um objeto para ser ” focado “, basta de neologismos de quarta ). O que é mundo de direito nasce e morre na universidade, com juridicidade em cima mas se feito na rua é real e aí o coitado do terceiro que não atentou pro próprio rabo perde o protagonismo…. ainda mais depois da porrada do último parágrafo. O Direito é ótimo custei pra descobrir isso mas fora da universidade, sempre.

  2. ( Resposta Non Sense )
    Depois que vi dois sujeitos que depois de formados estão há 10 anos na universidade, o que no Direito é um pecado mortal, vi estas bestinhas ( filhotes da acadêmia e com 0 de rua nas costas ) falando em antropologia, cultura e filosofia com direito a inventar Oscar Wells, um grande cineasta e conectar a obra do senhor Oscar Wells com o direito. Orson Wilde adoraria ser inventado nessa mesma manhã…
    Me desapontou.
    O tema do terceiro e como ele vira protagonista jurídico ou de vida real talvez tenha a ver com a porra da palestra que desde ontem me irrita profundamente( quando começaram a falar em criar um ” link ” e que era importante ter um objeto para ser ” focado “, basta de neologismos de quarta ). O que é mundo de direito nasce e morre na universidade, com juridicidade em cima mas se feito na rua é real e aí o coitado do terceiro que não atentou pro próprio rabo perde o protagonismo…. ainda mais depois da porrada do último parágrafo. O Direito é ótimo custei pra descobrir isso mas fora da universidade, sempre.

  3. Olá, Gabriela! Tudo bem? Gabriela eu tenho um twitter com meu nome, como a maioria dos brasileiros que tem a sorte de poder usar o próprio nome no microblog. Acontece que eu sou “xará”, homônimo do Wagner Moura, o ator e por conta disso estão me denunciando como fake. Eu uso minha própria foto no twitter, eu falo sobre mim no twitter. Enfim, é a minha vida, não é a vida do ator. Gostaria de saber se você tem como me ajudar a continuar com minha conta no microblog! Obrigado.

  4. Lembro de uma piada de um professor meu de faculdade que dizia que o dono de um posto, ao receber um cheque o apresentou para pagamento e, questionado se era ‘terceiro’ respondeu: “eu sou o segundo, recebi o cheque do próprio emitente”…

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