Journalism Enterprise

Paul Bradshaw, do Online Journalism Blog, lançou oficialmente ontem o Journalism Enterprise, um blog coletivo voltado à crítica de empreendimentos na área de Jornalismo na Internet. A idéia é lançar um olhar crítico sobre o potencial das novas empresas jornalísticas da era pontocom – ou, como o próprio Bradshaw diz, mais ou menos como um TechCrunch para iniciativas jornalísticas:

“There are so many experiments by so many people in so many fields – from journalists going it alone to large news organisations trying new projects, from amateurs who feel passionately about their field to non-profit organisations who see the potential of the web, and from internet startups to established new media players, I thought we needed a blog to keep track of it all and provide a place for debating the issues involved”

As críticas seguem um padrão fixo de seis perguntas (inspirado no blog New Music Ideas):
What do they say it is? (O que eles dizem que é?)
What do I say it is? (O que eu digo que é?)
What’s great about it? (O que é interessante sobre isso?)
What could be better? (O que poderia ser melhor?)
How is it going to make money? (Como irá fazer dinheiro?)
Should I pay it any attention? (Devo prestar alguma atenção?)
(O jornalista Alex Gamela, de Portugal, teve a idéia de aplicar essas perguntas ao próprio Journalism Enterprise. O resultado é interessante.)
A equipe do blog é formada por blogueiros de várias partes do mundo (inclusive esta que vos fala), e está aberta à participação de todos que queiram colaborar, sugerindo sites para serem analisados, ou então analisando sites.
Em dezembro, fiz uma crítica ao Yoosk?, um site de origem britânica cuja proposta é realizar entrevistas colaborativas – qualquer um pode sugerir e votar nas perguntas, além de poder escolher quem será o entrevistado. Como contrapartida, o site se encarrega de tentar obter as respostas do entrevistado – desde que as perguntas atinjam um número mínimo de votos. A parte mais interessante é que a versão da crítica postada no OJB (antes de o Journalism Enterprise ser lançado oficialmente, as críticas eram postadas no próprio Online Journalism Blog) obteve uma resposta. E, ao entrar no Yoosk dias depois, foi possível notar que algumas das mudanças anunciadas no comentário à crítica foram efetivamente implementadas 🙂

Assunto paralelo: ficaram sabendo da última do judiciário brasileiro, envolvendo os jovens cariocas Fernando Mattos Roiz Júnior e Luciano Filgueiras da Slva Monteiro? O juiz Joaquim Domingos de Almeida Neto atribuiu uma multa de R$ 10 mil para os veículos de comunicação de massa que divulgarem os nomes ou a imagem dos rapazes (há ainda um terceiro, menor de idade). O crime? Os três playboyzinhos agrediam prostitutas e travestis com extintores de incêndio. A idéia da restrição à divulgação dos nomes seria proteger as vítimas de possíveis represálias. Seria. Não há como conter a blogosfera. Além do mais, o Judiciário brasileiro (e a própria mídia de massa, que não reagiu de forma veemente ao caso) precisa entender que censura prévia não combina com uma democracia – ao menos nesse caso, a liberdade de imprensa parece ser um bem mais valioso a ser considerado. [Ok, paro por aqui, antes que o assunto paralelo fique maior que o próprio post…]

4 thoughts on “Journalism Enterprise

  1. A alma de rigorosamente tudo que se faz na internet, tudo, é a capacidade que o meio demonstra em entre os seus pares e qualquer um que venha a ter acesso ao conteúdo, é a capacidade de existir a crítica, o conflito de idéia. No caso aqui, quem mexe com jornalismo vai se ver no espelho junto com outros tantos e vai desenvolver espírito crítico em cima do que se faz, que se publica, o que for.

  2. Gabi, estou me esforçando para aprender a escrever decentemente em espanhol (e, além do mais, meu inlgês é very bad). Manja alguns links legais de jornalismo em espanhol (além, é claro, de El Pais, 20Palabras, etc)?
    A.P.: bem que o Juiz podia tentar impedir a divulgação de nomes e fotos em toda a internet… situação patética que renderia boas gargalhadas.

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