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No relógio: 6h40

Tenho gostado cada vez mais desses meus dias em que as horas são sempre iguais. A grande vantagem de se ter um relógio que só marca os minutos é poder viver na ilusão de que o tempo simplesmente não passa (o mundo [e o ponteiro] apenas “gira”, mas a cada hora retorna, invariavelmente, a seu ponto inicial).

Feira do livro

A visita à Feira do Livro de Porto Alegre contribuiu para tornar minha lista de leitura ainda mais interminável:
Se um viajante numa noite de inverno (Italo Calvino)
O homem que confundiu sua mulher com um chapéu (Oliver Sacks)
Oliver Twist (Charles Dickens) — meu primeiro Penguin Classics 😀
The Picture of Dorian Gray (toscamente retold para iniciantes em estudos da língua inglesa )

Nunca tinha visto tanto livro reunido em um único lugar. Fica difícil tomar uma decisão de compra eficaz quando você dispõe de tempo e recursos financeiros limitados e opções as mais variadas 😛

E eu ia escrever sobre a viagem em si, mas não encontrei nada muito interessante para contar.
O ambiente interno da van escolar (dessas com faixa amarela e tudo o mais) estava tão divertido que traduzi-lo em discurso acabaria com o encanto.
Na saída de Pelotas, pegamos um desvio bizarro — era uma estrada de chão que percorria uma vila onde o tempo parecia ter se esquecido de acontecer, com olarias, velhas chaminés ainda operantes e casebres de madeira. Como o sistema de ar defenestrado da van não era lá muito eficaz, a gente literalmente comeu muita poeira.
De resto, a paisagem era bem… verde (no sentido lato da palavra :P).
E da viagem de volta as lembranças incluem um pôr-do-sol maravilhoso, indizível, e que minha máquina fotográfica (encostada no vidro a 80km/h) foi incapaz de captar em seu total esplendor.

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Matemática simples

Amanhã = Feriado = Porto Alegre = Feira do Livro \o/

P.S.: Entenda amanhã como hoje, mas mais especificamente como um ontem de alguém que ainda não dormiu 😛

Tirinha do Snoopy

Indo em busca de um produto midiático para fazer o trabalho de Semiótica (“aplicar a teoria de Barthes, Eco ou Peirce a um produto midiático qualquer”), acabei caindo sem querer na página de tirinhas em outros idiomas do site dos Peanuts (esqueci o nome do desenho em português… só lembro os personagens… Snoopy, Charlie Brown…). No site, fixei-me na primeira tira apresentada. Era uma cena do Charlie Brown e do Snoopy, numa poltrona. Com o texto em alemão.
Como meu conhecimento do alemão é, literalmente, o de alguém que faz o curso “por correspondência” (no caso, pelo site da Deutsche Welle), encarei durante alguns instantes o primeiro balãozinho, para tentar entender o que o personagem dizia — ou seja, comecei a aplicar a teoria do Umberto Eco, instintivamente. Ele diz que as coisas só são signos quando alguém as interpreta, colocando todo o peso da semiótica nas costas do intérprete. Então eu estava empenhada em fazer com que aquelas palavras virassem um signo, que elas significassem algo para mim. A primeira grande interpretação que fiz da tirinha foi perceber que se tratava de uma tirinha em alemão. Talvez se eu nunca tivesse tido contato com a língua eu falhasse em perceber o fato — mas mesmo assim o site me ajudaria a recordar, visto que acima da tira há uma legenda indicando de que idioma se trata 😛
Eco também diz que, ao interpretar, a gente faz inferências e abduções. A inferência seria captar o sentido óbvio das coisas, através dos sentidos. Aquilo que salta aos olhos. Já a abdução ocorreria sempre que tivéssemos que decidir por algo diante de uma regra prévia, ou inventar algo de novo. A abdução pode ser supercodificada, quando todos os elementos necessários para a interpretação já estão disponíveis (de cara, ao olhar a tirinha, percebi que o Snoopy estava dormindo no colo de seu dono, e o fato da tirinha ser em alemão não muda em nada essa situação — supõe-se que, na Alemanha, os cachorros também durmam no colo das pessoas :P). Mas também pode ocorrer uma abdução subcodificada, quando poderíamos entender do que se trata, mas falta-nos o contexto correto — imagine como se eu estivesse olhando a tirinha pela primeira vez, e não soubesse quem sejam Snoopy e Charlie Brown. Também não soubesse de que contexto a tirinha tinha sido extraída. Se num livro de protesto contra os animais, provavelmente eu poderia aduzir que o mocinho está prestes a estrangular o cão. Pelo fato de o menino estar falando com o rosto virado para a esquerda, poderia também crer tratar-se de um gesto de repúdio ao animal… No entanto, minhas experiências de infância (eu adorava o desenho do Snoopy) acusam que se trata de uma cena de afeto entre um dono e seu cão. Há também a possibilidade de se fazer abdução ex novo, ou seja, quando o intérprete cria, inventa algo a partir do que está diante de si, quando lhe falta o contexto e a regra. Eu poderia inventar uma série de diálogos para o menino e o cão. Como no caso de se a tirinha estivesse numa revista de repúdio aos animais, Charlie Brown poderia dizer: “Cachorros são malvados e merecem morrer”, e Snoopy responder “Oh, não, tende piedade de mim!” (considerando-se a hipótese de o cão ser como um daqueles toscos animais antropomorfizados de historinhas infantis bestas). Charlie Brown está com uma cara de preocupado. Poderia também pensar que ele está dizendo “Eu não sei cuidar de cachorros, alguém pode me ajudar?”, e o cachorro pensar “Que idiota!”… Enfim, há várias possibilidades 🙂
Mas há um fato que saltou-me aos olhos em seguida, assim que parti para a leitura dos balõezinhos… A palavra “telefon” encontra-se no meio da frase de Charlie Brown. Telefon deve ser o nosso telefone… (dedução feliz :D). Então há um telefone envolvido na história. E talvez o fato de o personagem estar olhando para a esquerda possa significar que ele está falando com alguém que se encontra fora da cena. Opa.. Dois dados novos: Há um terceiro indivíduo e um telefone envolvidos na história.
E então eu parti para um nível um tanto mais avançado da leitura da tira, e comecei a reconhecer algumas palavras do idioma alemão (minhas aulas virtuais não foram de todo vãs, afinal!)… Charlie Brown fala “ich” (eu) três vezes. Deve haver algo relacionado a ele, que envolva o telefone e o cachorro. Também percebi a presença dos verbos kommen (ir) e schläft (dormir). Antes de telefone há uma negação (nicht). Qualquer que seja o papel do telefone na história, ele está sendo negado. Ora, quem dorme é o cachorro. O verbo ir provavelmente refere-se ao telefone. Ir ao telefone? Ou não ir ao telefone? A negação de repente passou a fazer sentido! — Não ir ao telefone. E que tal estabelecer uma relação causal com a frase seguinte? Não ir ao telefone porque algo dorme. O cachorro está dormindo, logo, Charlie Brown não quer ir ao telefone porque Snoopy dorme. Uau. Para quem não sabia nada ao ver pela primeira vez o quadrinho, isso já é um grande avanço! 😀
Na segunda vez que passei os olhos pela frase, tentei deduzir novos significados de palavras. A primeira palavra da tira, wer, provavelmente, é quemSag deve ter algo a ver com o verbo sagen (dizer). Ist é o verbo ser. Quem – ser – dizer… Diga quem é? — Bom, deixemos essa frase para depois…
Na fala do cão (sim, ele também fala! — ou melhor, pensa — o mais legal no personagem do Snoopy é que o tempo todo ele tem consciência de sua condição de cachorro :P), consegui identificar a palavra tag (dia), repetida e separada pela partícula zu. E sua frase termina em reticências, o que demonstra não se tratar de um pensamento acabado (ou, sei lá, Schulz talvez tenha usado o recurso para demonstrar que o cão está em estado hipnótico de sono…).
Voltando novamente ao primeiro balão, notei um verbo novo: kann (poder). Na verdade, a segunda frase (após o ponto) começa com “Ich kann nicht”. Eu não posso! O que Charlie Brown não pode? Telefone! Ele não pode telefone. Telefonar? Opa. Mas tem o verbo ir. Ir ao telefone? Ele não pode ir ao telefone!
Enfim, resumo da ópera… quando eu estava talvez prestes a deduzir o significado global da história (para finalmente poder partir de uma abdução subcodificada, à primeira vista, para uma supercodificação futura da tira…)…. tchanrãn… Rolei a página e vi que logo abaixo encontrava-se a tradução
Então, o que Charlie Brown dizia era algo como “Quem quer que seja, diga que não posso atender o telefone, porque meu cachorro está dormindo no meu colo, e não quero incomodá-lo”. Então, sim… há alguém fora da tirinha. E sim, há uma relação causal entre o telefone e o cachorro!
A fala do cão talvez eu nunca fosse aduzir corretamente… É algo do tipo “A vida fica melhor a cada dia…”
P.S.: A versão da tirinha em português, disponível no site, na mesma página, logo abaixo, diz bem menos que a versão em alemão. Charlie Brown pronuncia apenas: “Diga que não posso atender o telefone porque meu cachorro está dormindo no meu colo!”. Observa-se uma considerável redução em termos de significação… Em alemão, o dono do Snoopy se preocupa também em não incomodá-lo… Isso quer dizer que os alemães são mais sociáveis? (Se a é b, e b é c, logo, a é c 😀 Viva o modus ponens!! \o/)
Ah, mas mesmo sabendo o texto da tirinha… cada um ainda pode interpretá-la a seu jeito. Para mim, o fato de Charlie Brown não querer se levantar demonstra o tanto que ele tem
de afeto por seu cão. Eu mesma me reconheceria no papel do menino se o cão em questão fosse a Lia (ou o Snoopy mesmo :P). Mas talvez quem não tenha uma relação tão íntima com cachorros falhe em perceber esse laço… E isso nos leva de volta para a idéia inicial do Umberto Eco, de que tudo o que significa só tem sentido em função de um intérprete…

No fim, depois de toda essa viagem, eu ainda não encontrei um elemento para a análise. Eu e a minha dupla (o trabalho é em dupla :P) ficamos de pensar em algo até sexta-feira. Alguém aí tem alguma dica de algo produzido pela mídia que possa ser analisado? 🙂

P.S.: Fui parar no site do Snoopy depois de ler o capítulo “O Mundo de Minduim”, na obra “Apocalípticos e Integrados“, de — adivinha quem! — Umberto Eco… =)

Já é Novembro!

A sensação que tenho é que a primeira metade do ano passou lenta e vagarosamente, enquanto o semestre atual voa como um pássaro. À medida que o tempo avança parece que ele o faz cada vez mais rápido. Talvez seja por conta dessa estúpida idéia que alguém teve um dia de contar o tempo de trás para frente (faltam X dias para tal coisa) ao invés de apreciá-lo na ordem em que aparece (hoje é dia X). Claro que seria complicado deixar de perceber que “faltam só 20 dias para acabar as aulas”, mas também posso adotar uma visão um tanto mais otimista e considerar que hoje é a recém dia 1°. Tenho a opção de entrar em desespero por ter uns 10 trabalhos para fazer e entregar nesses próximos 20 dias. Mas tenho também a alternativa de começar a fazê-los, e só se realmente faltar tempo, reclamar. Tenho a opção de me irritar por ter tanta prova marcada para as próximas semanas, mas também posso me redimir e começar a estudar. (Já notaram como a vida é toda feita de escolhas? 😛)
É preciso ser otimista. Mas também não preciso ser tão feliz — como o meu relógio — ao ponto de dizer que toda hora é 6 horas, e que o tempo simplesmente não passa…
Ainda não sinto necessidade de férias (mas isso não é nada que umas 5 ou 6 provas na corrida não resolvam :P), tenho a sensação de que não aprendi nada de novo nos últimos meses e parece que nunca dá tempo de fazer nada direito (fica tudo pela metade). Paradoxalmente, a disponibilidade de tempo livre tem se apresentado como inversamente proporcional à capacidade de fazer tudo o que se quer/precisa. Queria poder ler mais, estudar mais, dormir mais… E, no entanto, parece que estou presa num mundo bizarro onde todo dia é hoje e toda hora é 6 da tarde. É como se o tempo não avançasse, e, ao mesmo tempo, corresse sem parar.

Digressão falha

Fim de noite perfeito: chá com bolachinhas, sentada no pufe, lendo…

Pena que o livro era ruim, o chá estava quente demais, e fui interrompida pelo interfone quando estava prestes a começar a divagar… 😛

(Garanto que o resultado seria diferente se eu tivesse sucumbido à ditadura da alienação e estivesse com um copão de coca-cola, uma generosa fatia de pizza e uma revista de fofocas… 😉

Gilmore Girls

Mais ou menos plagiando quem mais ou menos me plagiou, o assunto de hoje é Gilmore Girls. Na verdade não é bem um plágio, pois ao plagiar quem me plagiou estou de fato anulando o plágio, posto que é impossível plagiar-se a si mesmo, sob pena de chegar-se ao cúmulo de realizar um auto-processo por indenizações morais [?!] (Estou confusa :P)
Enfim, o objetivo deste post é sensibilizar um eventual fã para que me ajude a retomar o projeto do site sobre a série, que há quase dois está completamente abandonado. Se você se reconhecer em alguns sintomas abaixo… parabéns! Você tem sangue Gilmore correndo nas veias (e ainda não sei como fazê-lo crer que, por isso, deve me ajudar… talvez por alguma tosca alusão à necessidade de solidariedade humana! 😀 pense nas crianças pobres da África e no quanto o mundo seria mais belo se todos ajudassem-se uns aos outros \o/).
Portanto, caros leitores (escrevo no plural, com medo de represálias :P), espero vosso apoio nessa engrenada.
Aliás, foi mexendo no site (entrevistas, traduções, colunas, matérias) e escrevendo sobre Gilmore Girls (e sobre “Ed” e “Maybe It’s Me” também) para o Séries Online que comecei a me interessar pelo Jornalismo. Devo meu futuro profissional às garotas Gilmore! (ou não, caso o destino dê uma reviravolta doida e eu passe a gostar de Direito e vire uma advogada insensível e inescrupulosa).
Então, eis a lista:

Você sabe que assiste Gilmore Girls demais quando…

– Começa a falar como a Lorelai.
– Começa a se livrar do dinheiro porque a Rory disse que ele torna as pessoas fúteis.
– Faz duas festas no seu aniversário.
– Se recusa a comer abacate e qualquer outra comida que tenha “confraternizado com o inimigo”.
– Sempre que alguém te beija, você diz “Obrigado(a)”.
– Passou a tomar café o dia inteiro, esperando que isso a torne uma Gilmore.
– Vai numa cafeteria todos os dias às 16:12 [essa é antiga; a Lorelai fazia isso nas primeiras temporadas]
– Começa a só sair de casa com um livro na bolsa.
– Sonha em ir à Stars Hollow, mesmo sabendo que as Gilmore Girls não moram lá de verdade. [e que Stars Hollow não existe… :P]
– Na hora de comprar frutas no supermercado, rola elas no chão para ver se estão aguadas.
– Passou a achar que franceses têm medo de cisnes.
– Fica surpreso quando alguém chega na hora certa para um encontro.
– Chama seus professores de Norman.
– Num momento difícil, diz que um derrame seria providencial.
– Compra um franguinho e põe o nome de Stanley se for macho ou Stella se for fêmea.
– Mettalica passou a ser sua banda favorita. [é a banda favorita de Lorelai]
– Passou a guardar seus CDs embaixo do chão.
– Passou a achar que remoer mágoas queima calorias.
– Fez a lista dos seus 5 maiores inimigos.
– Coloca seu nome na sua filha.
– Quer fazer um enterro para o seu gato quando ele morrer.
– Não quer internet a cabo, porque prefere dançar e fazer sanduíches enquanto espera pela conexão convencional.

– Quer mais? Visite o site 😀

Se você não se identificou com os sintomas, não fique triste… dá para acessar a [tosca] lista de dicas de como se tornar uma garota Gilmore! E se, mesmo assim, você ainda não estiver satisfeito com o resultado (pombas, você é chato ein? :P), na seção de testes há outros métodos [felizes] para determinar se você é uma garota Gilmore 😀

E.. er… mesmo que você chegue a conclusão que não tem nada de Gilmore na veia… Se estiver a fim de ajudar, entre em contato 😉 Os fãs da série agradece[ria]m =)

Anedotas de relógios

Estou com medo do meu relógio de parede da sala. Ele fazia um tique-tique macabro e nunca marcava a hora exata. Então resolvi mexer nos ponteiros para ver se melhorava, e a coisa só piorou. Agora, o ponteiro das horas fica imóvel, inerte, abandonado à própria sorte no número 6 (que é o número mais ao sul do relógio). E o rotineiro tique-tique deu lugar a um barulho mais bizarro, como se o ponteiro dos segundos tremesse de pavor a cada vez que passasse pelo número 6. É um silvo semelhante ao de uma chaleira fervente. Assustador. Se o relógio fosse digital, eu acharia que é uma bomba! Aliás, preciso me preocupar com quando for o dia 06/06/06, às 6 horas e 6 minutos e 6 segundos??
Mas apesar de tudo, ainda acho que vale muito mais a pena usar minha única pilha para manter um relógio que só marca os minutos do que usá-la no controle remoto de uma televisão que só pega canais abertos — aliás, por que o nome do controle é controle, se no fundo o cidadão telespectador não tem a mínima liberdade de escolha; ele não decide o que ver pelo que gostaria de assistir, e sim pelo que está disponível para que se veja..
Enfim… como o medo do relógio era tanto, resolvi procurar sobre relógios no Google, e ver se me tranqüilizava (afinal, eles nada mais são que seres inanimados que giram). Minha pesquisa encontrou desde o tosco e famoso conselho atribuído a Paulo Coelho, em Brida, que diz:

“Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia”

No caso do meu relógio, ele consegue estar certo durante 2 horas por dia. Ele é superior ao relógio de Brida! Durante 8% do dia ele está certo. Mas como eu não estou acordada às 6 da manhã para saber, é como se o relógio só estivesse certo durante os 4 dias da semana em que estou em casa às 18h para presenciar o “fenômeno”… Então é como se em somente 2% do total de tempo da semana eu pudesse perceber que ele está certo. E esses dois por certo ainda o tornam bem mais útil que a televisão…

A frase abaixo é interessante, mas não consegui contextualizá-la (é incrível como esses sites de frases conseguem jogar um monte de citações aleatoriamente em uma página, sem se importar em dizer de onde elas surgiram!!)

“Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.” (Marcel Proust)

Uma piadinha clássica da turma dos relógios é a que diz:

“Que horas são quando o relógio bate treze badaladas?”
Uma hora? Duas horas? Nããão… São horas de mandar o relógio para o conserto… 😛
(por algum estranho motivo, eu adorava essa piadinha na infância… )

Em uma “antologia de leis de Murphy“, a lei 141 estatui:
141. Lei de Segal
Um homem com um relógio sabe que horas são. Um homem com dois relógios nunca tem certeza.

E é verdade… palavra de quem sai de casa sempre com dois relógios (o de pulso e o do celular). Acho que eu nem preciso do da sala…
Há também uma versão “estatística” da piada acima num site de anedotas de matemática… A diferença é que o estatístico faz a média entre as horas 😛

Para os mais científicos, este site explica como funciona um relógio de sol. Desisti de tentar entender lá pelo terceiro parágrafo… 😛

Algumas piadinhas aleatórias:

Daquelas do tipo “Qual é o nome do filme?“:
A namorada deu um relógio com sua foto para o namorado. Qual é nome do filme?
“Quem vê cara não vê que horas são!”

P: Sabem por que é que não se pode ir a selva às 6 horas?
R: É a hora em que os elefantes praticam paraquedismo.

(Alguém me explica o humor dessa piada? — ela é fruto da pesquisa por “piada às 6 horas“)

Como se diz “relógio de pulso” em somaliano?
Relógio de cintura

Eu não sabia que existia uma categoria de “Piadas de Somaliano“. Somália é meu país no Orkut 😀

Frase feliz (e sem graça):
Se tempo fosse dinheiro, meu relógio seria milionário!

Uma piada relativamente sem graça (mas que envolve relógios):
Um americano, um japonês e um português estavam no alto de um prédio e combinaram que tacariam seus relógios e quem conseguisse pegar o relógio antes de cair e quebrar no chão ganharia a disputa. Daí o americano tacou, desceu mas quando chegou já era tarde demais. Daí o japonês tacou, desceu e deu na mesma. Aí o português tacou, foi pra casa, jantou, dormiu, tomou café, voltou para o prédio e quando estava lá embaixo ele pegou o relógio caindo. O americano e o japonês perguntaram como ele fez aquilo e o português respondeu:
– Eu atrasei meu relógio 12 horas.

A piada a seguir tem diversas variantes, conforme o site de piadas que se acessa… No lugar do Bush no terceiro relógio, há até versões mais recentes que colocam o Marcos Valério!
Um cidadão morreu e foi para o céu. Enquanto estava em frente a São Pedro nos Portões Celestiais, viu uma enorme parede com relógios atrás dele.
Ele perguntou:
– O que são todos aqueles relógios?
São Pedro respondeu:
– São Relógios da Mentira. Todo mundo na Terra tem um Relógio da Mentira. Cada vez que Você mente, os ponteiros de seu relógio movem-se.
– Oh!! – exclamou o cidadão – De quem é aquele relógio ali?
– É o de Madre Teresa. Os ponteiros nunca se moveram, indicando que ela nunca mentiu.
– E aquele, é de quem?
– É o de Abraham Lincoln. Os ponteiros só se moveram duas vezes, indicando que ele só mentiu duas vezes em toda a sua vida.
– E o Relógio do Bush, também está aqui?
– Ah! O do Bush está na minha sala.
– Ué – espantou-se o cidadão, – por quê?
E São Pedro, rindo-se:
– Estou usando-o como ventilador de teto.

Três anedotinhas felizes:

Q: Why did Silly Billy sit on a clock?
A: Because he wanted to be on time!

Q: Why did the man throw the clock out the window?
A. Because he wanted to see time fly.

Pearl: When the clock struck 12 last night, I said to myself, “Pearl, everything is coming your way!”
Earl: That’s a great way to start the New Year! What did you do after that?
Pearl: I quickly pulled into the corre
ct lane!

A página diz que são piadas enviadas por crianças de 9 a 14 anos… Dê um desconto pela falta de humor 😛

Essa é fraquinha também:

The talking clock
While proudly showing off his new apartment to friends, a college student led the way into the den.
“What is the big brass gong and hammer for?” one of his friends asked.
“That is the talking clock”, the man replied.
“How’s it work?” the friend asked.
“Watch”, the man said then proceeded to give the gong an ear shattering pound with the hammer.
Suddenly someone screamed from the other side of the wall…
“KNOCK IT OFF, YOU IDIOT! It’s two o’clock in the morning!

Outra bem básica (e intraduzível!):

Why shouldnt you tell a secret around a clock?
Because time will tell.

Mais uma sem graça

Un policía le pregunta al ladrón:
¿Usted por qué le robó el reloj a la señora?
Y el ladrón contesta:
Yo no le robé ningún reloj, ella me lo dio.
¿En qué momento ella le dio el reloj?
Y el ladrón responde:
En el momento que le mostré la pistola.

Esta talvez ganhe no quesito ‘falta de humor’… Ou de tão idiota consiga ainda provocar risos 😛

– Mirá allá adelante… ¡hay un reloj en el suelo!
– Es mío. ¡Siempre se me adelanta!

Neste link há uma crônica terrivelmente conformista, profundamente ideológica, não recomendável para pessoas sensíveis e acríticas 😛 — mas é bonitinha e fala de relógios 😀

Também encontrei um livro muito legal de Lewis Carroll (pseudônimo de Charles L. Dodgson, autor de “Alice no País das Maravilhas“) sobre lógica. Um problema de relógios:
Os Relógios Loucos de Carroll – Qual dos relógios regista o tempo mais fielmente? Um que se atrasa um minuto por dia ou um que não funciona?
Solução:
O relógio que se atrasa um minuto por dia dá a hora exata de dois em dois anos, pois como se atrasa um minuto por dia só voltará a estar certo depois de se atrasar doze horas, o que só acontece ao fim de 720 dias.
O relógio que está parado está certo duas vezes em cada vinte e quatro horas. Por isso o relógio que melhor regista o tempo é o que está parado.

(Meu relógio tá com tudo então, os minutos e os segundos ainda estão funcionando!)

E, para finalizar, a obra clássica surrealista de Salvador Dalí:

A propósito, alguém aí pode me informar que horas são?

Novo livro

Após uma volta recorde de 3 min e 17 segs em torno da Feira do Livro de Pelotas, saí de lá com “Memória de minhas putas tristes“, de Gabriel García Márquez. Foi a decisão de compra mais rápida que já tomei na vida 😛
Mas vou ter de esperar um pouco para começar a ler. Há outras 4 obras inarredáveis no topo da minha eterna lista de leituras :~ 🙂

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Viva o meio-termo!

Senado aprova texto, mas interpretação dada pelo governo federal garante a manutenção do cultivo do fumo.” (ZH, 28/10/05)

Interessante a saída encontrada por nossos felizes e descansados parlamentares quanto a adesão do Brasil à Convenção-Quadro contra o tabagismo. Depois de ter deixado nas mãos da população uma decisão crucial (mas inútil) como a questão do comércio de armas de fogo e munição no país, desses deputados e senadores podia se esperar de tudo…
Uma das poucas coisas [de útil e relevante para a vida] que aprendi na disciplina de Direito dos Tratados na faculdade foi que não basta ao país signatário assinar uma determinada convenção internacional; toda assinatura precisa passar ainda pelo crivo dos parlamentos nacionais.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
” (CF/88)

O Brasil já havia assinado o acordo em 2003, e recentemente o ratificou. Mas o fez de forma inusitada: ao invés de concordar ou discordar do que estava escrito, encontrou uma maneira de interpretá-lo de forma diferente, de modo a possibilitar que o cultivo de tabaco continue no país, embora concorde em estimular o fim do tabagismo… (Vá entender esses parlamentares…)

“A aprovação no Senado só foi possível graças a um compromisso assumido pelo governo federal de manter as políticas de incentivo à fumicultura e o direito dos agricultores de plantarem o produto”. (ZH)

Para tanto, valeram-se de uma brecha no acordo, visto que em nenhum momento ele dispõe expressamente sobre a proibição do plantio do fumo, ou de políticas que incentivem o cultivo do mesmo. Assim, nosso feliz país não deixará de incentivar o plantio de tabaco… embora tenha acordado que lutará para fazer com que cada vez menos pessoas fumem (redução da oferta e do consumo, com medidas simples como a proibição do fumo em lugares fechados e restrições à publicidade de cigarros — coisas, aliás, que o Brasil já vem fazendo desde a assinatura do acordo). Ou seja, valeram-se do famoso “jeitinho brasileiro” para resolver a questão. Pelo menos o país também apoiará produtores que pretendam trocar de cultura.
No final das contas, agradaram a todos e a ninguém — nem as pessoas deixarão de fumar, nem o plantio deixará de se realizar. Mas tudo bem. Nenhum país deveria ratificar plenamente (sem interpretações felizes) esse acordo até que o tio Bush concordasse em acabar com o plantio de fumo e a indústria de cigarro em seu país. Do contrário os EUA ficarão livres para deter o monopólio do cigarro no mundo, sem concorrências. Sim, porque acabar com as culturas de tabaco em países [eternamente] “em desenvolvimento” é fácil. Mas acabar com o consumo de cigarros não é tão simples assim. O constante aumento no preço das carteiras de cigarro mostra que, não importa o preço, quem fuma paga o quanto for necessário. Mesmo que tenha de importar de forma ilegal o produto (pense nos consumidores de drogas ilícitas, como a maconha… será que alguém se importa com a origem do narcótico que está comprando?). Então é melhor mesmo manter, ao menos por mais algum tempo, o plantio de tabaco no país e a indústria nacional de cigarros (subsidiárias das americanas… diga-se de passagem… ao menos geram empregos para o país 😀 e sustentam várias famílias que vivem do plantio).

Só não entendi ainda como o governo pretende reduzir a oferta e o consumo de tabaco e ao mesmo tempo manter os incentivos para a produção e o cultivo do mesmo[?!] Porque alguém vai ter de consumir o que for produzido… E exportar para os outros 167 países signatários do acordo também não é solução…