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Door

Animação meio kafkaniana na qual um rapaz faz de tudo para tentar passar por uma porta. A animação é em flash, e sem áudio. O homem tenta tudo o que pode fazer para abrir e entrar por uma porta, mas muitos obstáculos surgem em seu caminho. Até a própria porta o impede de passar para o outro lado.

— A porta seria uma metáfora para os empecilhos que aparecem em nossas vidas?

Encontrado via StumbleUpon

(Clique na imagem para abrir)

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Leituras de férias

Tenho a estranha (não sei até que ponto isso é estranho…) mania de ler vários livros ao mesmo tempo. Não consigo me concentrar em uma única história – preciso ter diante de mim uma multiplicidade de opções, de modo que, se me entedio com alguma, posso continuar lendo outra e, ao me cansar desta, posso voltar para a anterior, ou então prosseguir a leitura de uma terceira obra já previamente iniciada – ou começar a ler outra história completamente diferente. Nessa bagunça, às vezes chego a ler concomitantemente mais de um livro de literatura (e não, por exemplo, um livro técnico junto a um livro de literatura, o que não geraria tanta confusão), o que às vezes cria uma dificuldade para determinar, por exemplo, em que lugar se passa cada história, ou quem são os personagens principais. Nessa sistemática, eu acabo demorando mais tempo para terminar de ler os livros. Mas, eventualmente, termino.
Por enquanto, nessas “férias”, só li até o fim dois livros (Cidades Invisíveis e Visconde Partido ao Meio, ambos do Calvino). Mas já comecei a leitura de pelo menos outros cinco (incluindo um que comprei pela Internet e ainda não chegou – mas que trazia a opção de ler o primeiro capítulo online).
Semana que vem vou para Bagé. Lá não me restará outra opção do que fazer senão ler o dia inteiro. Então é melhor mesmo que eu não termine mais nenhum livro esta semana 😛

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As Cidades Invisíveis

As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino, é uma obra composta de cinqüenta e cinco breves descrições de cidades, intercaladas com diálogos entre o veneziano Marco Polo e o imperador oriental Kublai Khan. As cidades são descritas por Marco Polo, a partir de suas andanças pelo império de Kahn. Mas Polo não descreve as cidades fisicamente, como seria de se esperar, mas sim de uma forma metafórica, explorando aspectos como as cidades e os símbolos, as cidades e o desejo, e as cidades e a memória – enfim, Calvino humaniza as cidades (e isso fica ainda mais explícito quando se percebe que os nomes das cidades são, na verdade, nomes de mulheres).
Kublai Khan, apesar de ser imperador, não conhece grande parte de seu reino, e por isso se interessa pelos relatos de Marco Polo sobre as cidades por ele visitadas. Nos diálogos que abrem e fecham os “capítulos” (na verdade, blocos de cinco a dez cidades, aparentemente reunidas ao acaso, sem que haja algum elo ligador entre elas), Polo e Khan discutem sobre assuntos os mais diversos, como a condição humana ou lingüística, num duelo intelectual interessante, mas que não chega a ser o ponto alto do livro. O principal mesmo são as descrições das cidades, todas elas feitas na forma de narrativas breves, em tom poético, com aspectos que nos fazem lembrar de cidades que conhecemos, ou que então nos fazem parar para refletir como seria se um lugar tal qual o descrito na obra realmente existisse. Embora as cidades pareçam à primeira vista sistematizadas em uma determinada ordem e agrupadas por estilo, não é preciso percorrer o livro em uma ordem predeterminada. Cada breve narrativa (de cerca de três páginas) encerra em si própria toda a descrição necessária, de modo que se torna possível ler as descrições em uma outra ordem, e faz com que a obra se aproxime de noções como o hipertexto (numa noção beeem ampla, por conta da não-linearidade da leitura, no sentido de que o caminho de leitura pode ser criado e percorrido de uma forma diferente por diferentes leitores – embora na prática, para que fosse hipertexto de verdade, talvez fosse preciso haver remissões internas a outras partes do texto – tipo uma cidade indicar a outra) ou obra aberta (o leitor/intérprete participa e preenche os espaços).

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McDonald’s VideoGame

O jogo McDonald’s VideoGame é, como o próprio nome sugere, e a primeira tela do jogo afirma, uma “paródia digital” da rede de fast food originalmente norte-americana (mas hoje globalizada) McDonald’s. O objetivo do jogo é aumentar o índice de vendas dos produtos do McDonalds, provocando um crescimento nos ativos da empresa, mesmo que para isso se tenha que recorrer a meios ilícitos de aumento de produtividade.
A animação, em flash, é fácil de jogar. A graça reside nas opções que estão disponíveis ao usuário no decorrer do jogo.
A tela do jogo é dividida em quatro cenários. No primeiro deles, há uma área verde onde é preciso plantar soja – que servirá de alimento para as vacas – e criar vacas. Obviamente, essa plantação é feita em países de terceiro mundo (porque lá a mão de obra é mais barata).
Já na primeira tela há opções felizes, como destruir áreas de floresta tropical para plantar soja no lugar, superlotar espaços de terra com um número excessivo de vacas, ou subornar o prefeito da cidade para poder usar terras mais produtivas. Outra opção é plantar soja geneticamente modificada – ela crescerá mais rápido, mas as conseqüências na população poderão ser negativas. Mas tudo bem, mais adiante tem-se a opção de subornar nutricionistas e agentes de saúde.
Na segunda tela, há o curral. Para ele são transportadas as vacas que já cresceram o suficiente lá nas terras do país de terceiro mundo. Á medida que a soja vai sendo colhida, ela vai enchendo o alimentador mecânico das vacas. Há duas opções extra: injetar hormônios nas vacas (assim, elas crescerão mais rápido) e utilizar os restos que sobram das vacas para produzir farinha para alimentar outras vacas. Essas duas opções trazem como conseqüência o surgimento de vacas doentes (que precisarão ser eliminadas, caso contrário poderão provocar doenças nos consumidores do McDonald’s, e isso poderá resultar numa imagem negativa da cadeia de lanches rápidos), ou então a disseminação da doença da vaca louca. A recomendação, para o caso de vaca louca, é reduzir as taxas de hormônios misturada ao alimento das vacas.
Das vacas, faz-se o hambúrguer. A terceira tela do jogo representa um restaurante da cadeia do McDonald’s. Tem-se tanto que contratar funcionários para produzir os hambúrgueres quanto contratar pessoal para atender os clientes no caixa. As opções nessa tela dizem respeito aos funcionários. Dá para “disciplinar” funcionários que trabalham em ritmo menos acelerado, distinguir com o prêmio de funcionário do mês aqueles que são dedicados, ou então demiti-los e substitui-los por mão-de-obra mais barata. É tudo uma questão de produzir mais, da melhor forma. Os recursos humanos praticamente não importam.
Por fim, a tela final é a mais divertida de todas. Nela, há três salas de controle da empresa. Na frente, há o escritório de relações públicas. Uma das atribuições desse grupo simpático de pessoas é subornar políticos, nutricionistas e agentes de saúde. Isso é importante para quando as pessoas começam a se sentir mal após comer carne estragada nos restaurantes do McDonald’s. Na sala da esquerda, há o pessoal da publicidade. Eles são lunáticos que passam o tempo todo bolando estratégias para atrair clientes para a empresa. Um exemplo de campanha é a “McDonald’s for the third world”. A descrição diz que “se nós investimos uma soma ridícula de dinheiro em pessoas do terceiro mundo, nós podemos ganhar a compaixão da classe média e diminuir o movimento antiglobalização. Os anúncios mostrarão negros com olhar triste e Ronald McDonald combatendo a pobreza, representado como um monstro de outro planeta”. Por fim, na sala da direita, há o quadro de diretores da empresa. Nela é possível ver gráficos sobre os rendimentos da empresa, e também uma tabela que mostra o grau de satisfação com o McDonald’s de grupos como o movimento anti-globalização, a associação de consumidores e a associação de obesidade.
Enfim, um jogo completo para experienciar o mundo dos negócios capitalistas 😛
Encontrado via StumbleUpon.

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Mídia sensacionalista

É incrível o quanto a mídia gosta de exagerar a proporção dos fatos. Até agora, todas as notícias que li sobre o assalto ao carro da ministra presidente do Supremo Tribunal Federal ressaltavam o fato incrível de que até mesmo a ocupante do quarto cargo mais importante do país (considerando-se a linha de sucessão presidencial) possa ser vítima da violência. Ora, não somos nós todos suscetíveis à ação da violência? E por que com uma ministra seria diferente? Ela acaso gozaria, além das inúmeras imunidades decorrentes do cargo, de alguma espécie de presunção absoluta de inviolabilidade da segurança pessoal? Ou pior: o carro dela teria superpoderes ou seria imune à ação de bandidos? No caso, havia reforço na segurança. Mas, no Rio de Janeiro, isso não basta. Qualquer pessoa pode ser vítima do crime organizado. Até mesmo os ministros (os quais, ao que consta, também são pessoas)…

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Direito-dever de agir

Tem vezes que a gente pensa que seria bom se existisse uma espécie de máquina do tempo que nos permitisse voltar atrás para mudar tudo o que está dando errado no presente. Assim, poderíamos voltar no tempo para desfazer escolhas erradas, mudar nossas atitudes, e até mesmo atuar em benefício da sociedade, batalhando para “despromulgar” leis que não deram certo ou para modificar a escolha dos nossos governantes.
Mas, como ainda não há uma máquina dessas, parece que as pessoas simplesmente se acomodam e aceitam a realidade tal qual ela se apresenta diante de nós. Está tudo dando errado, mas, mesmo assim, as pessoas simplesmente cruzam os braços e aceitam, resignadas. Mal elas percebem que, se algo está dando errado, também é culpa delas. É culpa de todo mundo!
Quando algo não está indo bem, o que o brasileiro geralmente faz é cruzar os braços e esperar. Esperar sabe-se lá o quê: que tudo se resolva com a próxima Lua, com o próximo governante, com o próximo aumento, com a próxima taxa de juros. O indivíduo egoísta declara que não é problema seu e espera que os outros atuem. Mas, ao fazer isso, está contribuindo para que a dificuldade se agrave.
É preciso criar no Brasil uma cultura de ação. Há vários instrumentos postos à disposição pela legislação brasileira para que a sociedade organizada atue. Uma pessoa agindo sozinha talvez não consiga atingir resultados satisfatórios. Mas, se atuar em conjunto, pode até mesmo mudar o mundo.
A Constituição Federal, em seu artigo 5°, inciso XVII, assegura o direito de livre associação. As pessoas são livres para se associarem em busca de um objetivo comum, desde que esse objetivo seja lícito. Dentro do rol de instrumentos políticos de atuação, há ainda a ação popular, prevista no art. 5° da Constituição e que permite ao cidadão propor ações judiciais, isentas de qualquer tipo de ônus, sempre que houver ato lesivo à Administração Pública, e a iniciativa popular, que permite que um grupo de cidadãos consiga até mesmo iniciar projetos de lei, nas esferas municipal, estadual e federal.
Não adianta achar que não vai dar certo, ou que será impossível conseguir fazer alguma coisa. Pior é ficar parado e esperar que os outros promovam as mudanças. Para quase tudo na vida há como se encontrar uma solução, basta procurar. Se cada um agisse, fizesse uma parte, com certeza todos estariam contribuindo para a construção de um mundo melhor.

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Meme

Meme descaradamente copiado do blog da Alessa.

Eu sou: estúpida (seguindo a linha do post anterior :P)
Eu estou: em férias
Eu sei: que essa situação é transitória (mas)
Eu quero: a volta às aulas! (detesto não ter o que fazer! — se bem que basta chegarem os livros que comprei para ler nas férias para eu mudar totalmente de idéia)

* migrei para o blogger beta… espero não me arrepender da mudança

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Cretinos, imbecis, estúpidos e loucos

Diálogo entre Belbo e Causabon no livro “O Pêndulo de Foucault”:

“No mundo existem os cretinos, os imbecis, os estúpidos e os loucos.”
“Sobra alguém?”
“Sim, nós dois, por exemplo. Ou pelo menos, sem querer ofender, eu. Mas em suma, todos, a bem dizer, participam de uma destas categorias. Cada um de nós vez por outra é cretino, imbecil, estúpido ou maluco. Digamos que a pessoa normal é aquela que mistura em proporções racionais todos esses componentes, estes tipos ideais.”

(Umberto Eco, 1989, p. 66).

Pelas descrições do livro, se não for possível ser normal, prefiro ser estúpida 😛 O estúpido pelo menos acha que está fazendo a coisa certa (e algumas pessoas poderão até mesmo acreditar que assim o seja). As outras três categorias são compostas por indivíduos totalmente alienados.

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Nano Novel

Até parece um livro de verdade… 😛

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A mídia como violadora dos direitos humanos

Uma discussão recorrente nessas três primeiras semanas de Edhuca (Escola de Direitos Humanos e Cidadania, projeto de extensão da faculdade de Direito da UFPel) diz respeito ao quanto a mídia contribui para o desrespeito aos direitos humanos. Fora as críticas que já eram de se esperar, como o fato de que a mídia não se preocupa tanto com assuntos ligados a pequenas violações de direitos humanos, mas quando a violação é grande, ela transforma em espetáculo midiático (exagerando as proporções do fato), havia também um tipo de crítica diferente. Em mais de uma oportunidade, a mídia foi acusada de ela mesma também violar os direitos humanos. E de formas bastante sutis. Como exemplo, quando um jornal coloca em uma manchete, ou até mesmo no texto de uma pequena nota da página policial, que “um pivete atacou uma criança”, a mídia está, ela própria, cometendo uma violação de direitos humanos. Ora, quem é o pivete e quem é a criança? O “pivete” não é ele mesmo uma criança? Outro caso, bem mais freqüente, ocorrequando algum jornal menciona algo como “extremistas muçulmanos jogam bomba no prédio X” – mas quando o violador é, digamos, Bush, atacando países islâmicos, ninguém diz “cristão enfurecido manda jogarem bomba no Iraque”. Assim, até mesmo pela má escolha de palavras um jornalista pode se transformar em um violador dos direitos humanos, e contribuir para perpetuar as graves discriminações que determinadas parcelas da sociedade recebem, visto que a mídia, com seu alto grau de penetração nos lares, é capaz de influenciar a opinião das pessoas. Talvez os cursos de Jornalismo estivessem precisando buscar uma maneira de incutir em seus alunos algumas noções de direitos humanos…

Em tempo: até no curso de Direito a disciplina de direitos humanos não é obrigatória :/

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