Monthly Archives: July 2006

Troca de nome

Depois de quase duas décadas expondo seu filho ao ridículo, o pai de um garoto vietnamita concordou em mudar o nome do filho, que até então se chamava “Fined Six Thousand and Five Hundred” (Multado em Seis Mil e Quinhentos), a quantia que ele teve que pagar em moeda local por ignorar a regra de se ter no máximo dois filhos no Vietnã. “Fined” era o quinto filho de Mai Xuan Can. A regra que proibia mais de dois filhos não existe mais no Vietnã, mas o governo segue estimulando seus cidadãos a constituírem famílias pequenas.
Desde 1999 autoridades locais vinham tentando convencer o pai a mudar o nome do filho por conta das constantes provocações que este recebia na escola. Recentemente, as tentativas surtiram efeitos. De “Mai Phat Sau Nghin Ruoi” o garoto, atualmente com 19 anos, passou a se chamar Mai Hoang Long (“Dragão Dourado”). Segue sendo um nome bizarro, mas ao menos é bem menos bizarro que o valor da multa. Detalhe: esta versão da notícia apresenta 6,500 dong como equivalente a 50 cents! Isso quer dizer que, com a cotação do dólar de hoje, o nome do garoto seria “Multado em Um Real e Nove Centavos”? 😛 Pobre garoto…

Se fosse no Brasil, a mudança de nome seria relativamente mais simples – e ele poderia ter seu nome alterado mesmo à revelia do pai. Ao menos esse é o resultado da “pesquisa” que fiz ano passado sobre a alteração do nome, para um trabalho de Direito Civil I realizado em grupo:

“Tendo em vista a importância do nome, o Estado preza pela sua permanência, aceitando modificá-lo só em apenas determinadas situações, como quando o nome é muito comum, e, por isso, a pessoa pode ficar sujeita a confusões com seus documentos ou com outras pessoas que possuem seu mesmo nome, ou quando o nome periodicamente expõe a pessoa ao ridículo”.

Os oficiais de Registro Público podem até mesmo se recusar a registrar um nome que possa vir a expor futuramente a pessoa ao ridículo. Os casos controversos poderão ser submetidos à avaliação de um juiz (art. 55 da lei n° 6.015/73).
Além disso, a lei assegura ao indivíduo que tenha 18 anos o direito de trocar o seu nome, desde que haja um fundado motivo para tal (art. 56 da lei n° 6.015/73). Essa prerrogativa se estende por um ano após a pessoa atingir a maioridade civil (ou seja, quem faz 18 anos tem um ano para decidir livremente se troca ou não de nome). O garoto do Vietnã, se fosse brasileiro, poderia ter trocado de nome antes mesmo que seu pai resolvesse tomar uma atitude 🙂
Tem também a possibilidade de se poder adicionar ao nome um apelido, desde que a pessoa consiga provar (prova testemunhal) que é mais conhecida pelo apelido do que pelo próprio nome (exemplos notáveis podem ser o próprio presidente do país, Luís Inácio Lula da Silva, e a rainha dos baixinhos, que incorporou o nome Xuxa ao seu nome verdadeiro).
A seguir, eis um excerto de uma lista de nomes provavelmente ridículos, divulgada pelo INPS na década de 80, e realizada a partir de pesquisas em cartórios (A lista completa pode ser acessada neste endereço). Na época de elaboração do nosso trabalho de Direito Civil (sim, isso fazia parte do trabalho!), fiz uma espécie de seleção, e procurei incluir apenas os nomes realmente muito ridículos…

Abc Lopes, Açafrão Fagundes, Adolpho Hitler de Oliveira, Aeronauta Barata, Agrícola da Terra Fonseca, Alce Barbuda, Amado Amoroso, Amável Pinto, Amazonas Rio do Brasil Pimpão, América do Sul Brasil de Santana, Amin Amou Amado, Antônio Americano do Brasil Mineiro, Antonio Dodói, Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado, Antônio Morrendo das Dores, Antônio Querido Fracasso, Antônio Veado Prematuro, Armando Nascimento de Jesus
Bandeirante do Brasil Paulistano, Bemvindo o Dia do Meu Nascimento Cardoso, Bispo de Paris, Bizarro Assada, Brandamente Brasil
Cafiaspirina Cruz, Carabino Tiro Certo, Céu Azul do Sol Poente, Charles Chaplin Ribeiro, Chevrolet da Silva Ford, Colapso Cardíaco da Silva, Comigo é Nove na Garrucha Trouxada
Deus É Infinitamente Misericordioso, Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco, Dignatario da Ordem Imperial do Cruzeiro, Dolores Fuertes de Barriga, Domingão Sabatino Gomes
Elvis Presley da Silva, Errata de Campos, Esdras Esdron Eustaquio Obirapitanga, Esparadrapo Clemente de Sá, Espere em Deus Mateus, Éter Sulfúrico Amazonino Rios
Faraó do Egito Sousa, Felicidade do Lar Brasileiro, Francisoreia Doroteia Dorida
Garoto Levado Cruz , Gerunda Gerundina Pif Paf, Graciosa Rodela D’alho
Hericlapiton da Silva, Himineu Casamentício das Dores Conjugais, Holofontinas Fufucas
Ilegível Inilegível, Inocêncio Coitadinho, Isabel Defensora de Jesus, Izabel Rainha de Portugal
Jacinto Leite Aquino Rego, Janeiro Fevereiro de Março Abril, Japodeis da Pátria Torres, João Bispo de Roma, João Cara de José, João da Mesma Data, João de Deus Fundador do Colto, João Sem Sobrenome, Joaquim Pinto Molhadinho, José Amâncio e Seus Trinta e Nove, José Casou de Calças Curtas, José Maria Guardanapo, José Teodoro Pinto Tapado, Jotacá Dois Mil e Um
Lança Perfume Rodometálico de Andrade, Leão Rolando Pedreira, Liberdade Igualdade Fraternindade Nova York Rocha, Ludwig van Beethoven Silva, Lynildes Carapunfada Dores Fígado
Magnésia Bisurada do Patrocínio, Maicon Jakisson de Oliveira, Manganês Manganésfero Nacional, Manoel de Hora Pontual, Manoel Sovaco de Gambar, Manuel Sola de Sá Pato, Marciano Verdinho das Antenas Longas, Maria Constança Dores Pança, Maria Máquina, Maria Passa Cantando, Maria-você-me-mata, Marili Monrói ,Marlon Brando Benedito da Silva, Mijardina Pinto
Naida Navinda Navolta Pereira, Nascente Nascido Puro, Natal Carnaval
Oceano Atlântico Linhares, Oceano Pacífico, Otávio Bundasseca
Pacífico Armando Guerra, Padre Filho do Espírito Santo Amém, Pália Pélia Pólia Púlia dos Guimarães Peixoto, Pedrinha Bonitinha da Silva, Percilina Pretextata Predileta Protestante, Plácido e Seus Companheiros, Pombinha Guerreira Martins, Primavera Verão Outono Inverno, Produto do Amor Conjugal de Marichá e Maribel
Remédio Amargo, Renato Pordeus Furtado, Restos Mortais de Catarina, Rolando Caio da Rocha, Rolando Emídio da Torre da Igreja, Rolando Escadabaixo Safira Azul Esverdeada, Sete Rolos de Arame Farpado, Simplício Simplório da Simplicidade Simples, Sherlock Holmes da Silva
Última Delícida do Casal Carvalho, Último Vaqueiro, Um Dois Três de Oliveira Quatro
Veneza Americana do Recife, Vicente Mais ou Menos de Souza, Vitória Carne e Osso, Voltaire Rebelado de França

Outros nomes estranhos (provenientes de outras listas):
Ava Gina (em homenagem a Ava Gardner e Gina Lolobrigida)
Letisgo (de Let’s Go)
Óliude (jogador de futebol, que atuou no Portuguesa e no Vasco, com o apelido “Capitão”, e seu filho, de mesmo nome)
Tospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho)
Antônio Cacique de New York (juiz-presidente do TRT da 22ª Região)

P.S.: Eu não deveria estar aqui postando, e sim fora do computador estudando para a prova de Direito Civil II de amanhã o.0 Por que a matéria de obrigações é tão tediosa?

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Três telefonemas

– Você tem direito a três telefonemas.
– Como três? Não era só um?
– Isto aqui não é um filme americano. Se reclamar, perde o direito.
– Ei cara, não esquenta. Só deixa eu pensar um pouco.

Hm, vejamos. Minha mãe, definitivamente. Ela vai ficar preocupada se eu não aparecer em casa até as nove. Meu chefe. Se bem que… qual o sentido de ligar para o chefe? Ele vai perceber que algo aconteceu comigo quando eu não aparecer para o trabalho amanhã. E também ia ser meio idiota; “Alô, chefe, tô ligando para dizer que não vou aparecer no trabalho amanhã porque fui preso”. Patético. Além do mais, provavelmente alguém lá do serviço vai ficar sabendo e se encarregará de espalhar a ‘boa nova’. Serei alvo das piadinhas e fofocas do escritório por pelo menos uma semana. Depois disso vão até esquecer que eu existo, ainda bem que a memória humana não é lá essas coisas. Ahh. Maldita hora em que fui concordar em participar do assalto…
Ah, droga. Preciso ligar também para um advogado. Dizem que é para isso que permitem fazer uma ligação. Ou melhor, três. Isso é novidade para mim. Se bem que nunca fui preso antes para saber… Mas sempre achei que fosse só uma. Daí era só ligar para minha mãe, e pronto. Ter opções nem sempre é uma boa saída. Eu sempre odiava as questões de múltipla escolha em provas da escola. Principalmente quando uma das alternativas era a tal de n.d.a. E o pior é que não sei o número de nenhum advogado. Será que minha mãe sabe de algo? Se ela souber, ainda me sobra um telefonema.
Tem também a Odete e a Elisete. Por que fui inventar de sair com as duas ao mesmo tempo? Não avisar uma fica chato. Avisar as duas é impossível – só se eu abrir mão do advogado. E se eu pedisse para minha mãe avisar as duas? Ela ia achar estranho, mas.. não! A situação seria ridícula!
E se minha mãe ligasse para o advogado? Até que faz sentido. E ainda me sobrariam 2 telefonemas, o que me permitiria falar com a Odete E a Elisete. É isso, perfeito.

– Ei, amigo!
– Quem, eu?
– Não, o terceiro cara de vermelho à esquerda na cena do shopping center no filme Esqueceram de Mim 2. É, você sim. Só estamos nós dois aqui. Estou pronto para fazer os telefonemas.
– Certo. Anote os 3 números neste papel antes de ligar, para termos um registro. Vou levá-lo até o telefone. Você tem um minuto para cada ligação.

Putz. Um minuto é muito pouco.

O cara disca o primeiro número e passa o telefone para o presidiário:
“Tu… tu… tu… tu… Beep. Você ligou para a casa do Marcão”

Nãão. Minha mãe não está em casa. Pensa rápido, Marcos. Recado na secretária?

“Beep”.

– Ahm. Er- Mãe, tudo bom? Aqui sou eu, o Marcão, teu filho. Ta, tu deve saber disso. Ou ao menos desconfia, já que não é qualquer um por aí que sai te chamando de mãe. Uma das vantagens de se ser filho único é ter o monopólio de chamar uma determinada pessoa de mãe. Enfim, chega de sentimentalismo barato, não é verdade? Olha só, não tenho tempo para dar muitos detalhes, mas, lembra daquele cara que apareceu aí em casa ontem de noite? Pois é, isso vai até parecer que é piada, mas não é. Ele me meteu numa enrascada. Vou precisar da tua ajuda. É caso de vida ou morte! Se tu não fizer o que estou te pedindo posso não sair vivo daqui. E não estou exagerando! Faz o seguinte, p- [cai a ligação].

Já? Droga. Droga! Ah, a Odete que me perdoe, mas sempre preferi a Elisete mesmo…

– Liga de novo para esse primeiro número, faz favor.

“Tu… tu…. tu… tu… Desculpe, a fita desta secretária eletrônica está cheia. Tente novamente mais tarde”.

Não!!! E agora? O que eu faço? O que minha mãe vai pensar de mim? Será que eu disse o suficiente na primeira mensagem?

– Ahm, por obséquio, amigo, se o número estiver ocupado, eu posso repetir a ligação?
– Óbvio que não. É por isso que são dadas três oportunidades.
– Ah, entendi.

Pior é que faz sentido.
Último telefonema. O que eu faço? Tento ligar para casa e rezar para que alguém tenha chegado? – Pouco provável. Ligo para a Odete? Elisete? Ligo para o meu chefe? Para o Coelho? – Ele poderia avisar minha mãe, a Elisabete E a Odete. Mas não, ele avisaria o chefe também, e de quebra toda a repartição, porque o cara é fofoqueiro demais. E agora, o que eu faço? Um advogado seria uma boa – ele poderia servir para contatar todo mundo por mim. O problema é que não sei o número de nenhum. Aliás, nunca precisei dos serviços de um. E quando a gente precisa de um serviço, mas não tem um número… Já sei!

– Amigo. Esquece os números que estão aí na lista. Liga aí para o 102.

Após a discagem…

– Alô, telefonista? Eu preciso falar com um advogado…


* legenda das onomatopéias:
Beep = sinal sonoro genérico para iniciar a fala.
Tu… tu… tu… tu… = barulho de telefone chamando (cada “tu” = um toque). Se o telefone estivesse ocupado, o ruído a ser ouvido seria “tu tu tu tu tu tu”, sem intervalos ou interrupções. E, sim, são quatro porque a secretária eletrônica imaginária atende antes do quinto toque 🙂

O que é “google”?

A dica é da Carol (minha fonte inesgotável de links interessantes): a próxima edição impressa do dicionário Merriam-Webster’s Collegiate trará a definição do termo “google”. Por enquanto, a palavra já pode ser encontrada na versão online do dicionário. A definição de “google” é algo como “usar o site de buscas do Google para encontrar alguma coisa”. Google é definido como um verbo transitivo (ora, quem “googleia”, googleia alguma coisa), e tem sua origem etimológica no nome do site de buscas. No site do dicionário dá até para ouvir a pronúncia correta da palavra.
Outras palavras que fazem parte do nosso dia-a-dia tecnológico também serão incluídas na nova versão do dicionário, como o termo “spyware”.
Pergunta: quanto tempo até o verbo ser definitivamente incorporado ao português? A versão brasileira será “googlear”, “googlizar”, “googlar”, “googlir”, “googlezar”, ou googl-o-quê?

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Seleção brasileira

O tema já está mais batido que milkshake requentado (não que se costume requentar milkshakes, mas…), mas vale a pena colocar aqui porque a piada é boa. Não sei onde encontrei esta lista, só sei que foi num blog, alguns dias atrás, quando resolvi ir de blog em blog, sem rumo, só para ver onde ia dar. Peço desculpas por não estar dando os devidos créditos a seja lá quem tenha postado isso antes em seu blog (só lembro que o blog era bem legal… e que a pessoa disse que tinha recebido a lista por e-mail – EI! quem garante que eu também não recebi por e-mail e estou colocando aqui por ter recebido diretamente da fonte primária? Brilhante! Como não pensei nisso antes?). Se alguém quiser refazer o caminho e tentar descobrir de onde tirei esta lista, fica o convite 🙂 Parti do meu próprio blogroll, e considerando-se uma média arbitrária de 12 outlinks fornecidos a cada blog, você terá pela frente no mínimo 12¹² blogs para visitar. Vai lá, um dia você acha 🙂 (e depois pode ainda entrar pro Guinness como pessoa que mais visitou blogs em busca de uma determinada postagem). E me perdoem se acharem a piada sem graça depois de tudo o que eu disse aqui (há sempre o risco de o humor não ser compatível, ou de alguém achar de mal gosto estar falando do Brasil na Copa quando, bem, o Brasil já não está mais na Copa. Rá! – aliás… eu tenho sangue relativamente italiano… a Itália foi para a final… como a Itália adota o critério do ius sanguinis… isso me autoriza a dizer que sou Itália desde criancinha? :P).

Eis a piada (que já deve ter perdido metade da graça depois dessa introdução idiota):

Escalação da seleção brasileira:
1 – Did are
2 – Car full
3 – look see you
4 – who one
5 – when mear son
6 – who bear to car loss
7 – add dream an no
8 – car car
9 – Who now do ( Few now mem no )
10 – Who now dream you gay you show
11 – Zero bear to
12 – who jerry scene
13 – see seen you
14 – Crisis
15 – lowis on
16 – G you bear to
17 – June in you
18 – Mean arrow
19 – G you bear to silver
20 – Rich are dream you
21 – Fried
22 – July scissor
23 – Who bean You
Treinador – Car loss all beer to pair here a

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Aula virtual

Estou fazendo a disciplina optativa de inglês para leitura via Internet numa universidade pública. Se isso não é efeito colateral da globalização, alguém me diga o que é…

O ambiente virtual das aulas é o Moodle. O lugar é bem bacana, tem até emoticons e textos coloridos em flash. O único inconveniente é ter de se deslocar cerca de 3km para ter as aulas presenciais (pelo menos 30% do curso precisa ser presencial, conforme legislação brasileira para cursos ofertados pela Internet – e isso inclui as provas, e orientações iniciais, intermediárias e finais de procedimento – afinal, em algum momento eles tinham que nos ensinar a usar a Internet :P).
A cadeira é inglês para leitura (óbvio que conversação ia ser meio difícil de fazer pela Internet 😛 – ao menos no estágio atual de tecnologização e largura de banda – num futuro não muito remoto, talvez?). A página tem um visual meio Orkut: perfil dos alunos, fóruns de discussão, calendário, notícias, chats. O bom é que nos dão um prazo tri elástico (uma semana, nem é tão elástico assim) e dá para fazer cada aula no horário que para nós for mais conveniente. O ruim é que a gente é obrigado a participar nas discussões dos fóruns (de pelo menos a metade delas, actually) e tem que entrar toda semana para fazer as “aulas” 🙂 E tem também toda aquela história de ter de encontrar maneiras efetivas de se autopoliciar, já que em tese não há nenhum professor (há tutores online em vários horários por semana!) para nos obrigar a fazer as tarefas em um tempo determinado.
Mas até que é divertido (palavra de quem até agora fez uma única aula, e sequer tem certeza de que fez tudo como deveria ter sido feito). E a gente não precisa se sentir como os ratinhos brancos de laboratório a girar numa roda sem fim, porque isso já foi testado antes (ufa!) e deu certo (ufa!²).
Em tempo: consigo pensar em pelo menos 3 matérias regulares extremamente chatas que não me deixariam nada triste se fossem convertidas em aulas virtuais…

— Update: Acho que nunca tinha escrito um post com tantos parênteses. Capacidade discursiva diminuída? Estou enferrujando por estar em férias em um dos cursos? Não sei nem nunca soube escrever? Todas as alternativas anteriores somadas e multiplicadas pelo número de Avogadro?

Viagem em silêncio

Não sei se é porque fazia tempo que eu não viajava de ônibus (ou talvez eu tenha me tornado menos crítica com o tempo), mas o fato é que na minha última ida para Bagé achei que a viagem foi demasiado tranqüila.
Antes, parecia que o ônibus tinha o poder de reunir todas as categorias possíveis de pessoas chatas em um mesmo local. Crianças choravam histericamente, pessoas sem noção conversavam em altíssimo tom de voz, o veículo parava a cada quilômetro para pegar e largar gente. O resultado disso tudo é que se tornava praticamente impossível aproveitar a viagem para colocar a leitura em dia, e no fim eu gastava 6 horas da minha vida (tempo que leva para ir e voltar de Pelotas a Bagé de ônibus) sem fazer absolutamente nada – no máximo, ouvindo inadvertidamente absurdas conversas alheias.
A viagem deste fim de semana não foi assim. Levei um livro, como de costume. E tanto na ida quanto na volta me surpreendi com um ônibus morbidamente quieto. Nenhuma criança chorando. Nenhuma paragem desnecessária. Nenhuma conversa às alturas. Ao invés de aproveitar o tempo para ler (como seria de se esperar, afinal, o ônibus estava em silêncio), resolvi utilizá-lo para refletir. Fazia tempo que não reunia todas as condições (tempo livre, silêncio absoluto, inexistência de outra opção do que fazer) para estabelecer um diálogo com minha consciência – e a viagem serviu para que metas e prioridades fossem revistas e traçadas para a minha vida.
No meio disso tudo, percebi o quanto valorizo o silêncio. Quando eu morava sozinha (e apesar das inconveniências de se morar sozinha :P), eu gostava de poder estudar a hora que eu bem entendesse, sem que ninguém pudesse interferir na minha vontade. Parei de ver televisão porque eu me irritava com o barulho. Aprendi a apreciar os momentos – cada vez mais raros – de total inércia e solidão.
Hoje, não tenho essa total liberdade. Não que a minha irmã seja uma metaleira ou algo do tipo, mas, como toda mortal normal, ela assiste televisão e escuta música de vez em quando. Já não tenho total silêncio o tempo todo. Além disso, há outras atividades a desempenhar, outras coisas para se fazer… as horas dedicáveis a leituras ou estudos ficam cada vez mais escassas. E tenho ido cada vez menos a Bagé – o que em tese, exceto por hoje, se traduziria em menos tempo para ler e refletir. Acho que estou precisando de maiores doses diárias de silêncio. Por que o mundo é assim tão barulhento? Por que temos que ser produtivos o tempo todo?

TV Digital no Brasil

O presidente Lula (finalmente) assinou nesta quinta-feira, dia 29 de junho, um decreto formalmente reconhecendo a escolha do padrão japonês como base da implementação da televisão digital no Brasil. O decreto cria o SBTVD, o Sistema Brasileiro de Televisão Digital, que utilizará como base o padrão japonês. Entretanto, muitas medidas ainda deverão ser seguidas até que as transmissões digitais possam ser efetivamente iniciadas.
Embora já se falasse em televisão digital há um bom tempo no país, foi só no último ano que o debate se tornou acirrado. O governo brasileiro estava dividido entre os padrões japonês (ISDB), europeu (DVB) e americano (ATSC). Essa indefinição já estava se prolongando por tempo desnecessário, pois há muito tempo já se reconhecia que o padrão japonês era o que melhor atendia às necessidades que o governo brasileiro pretendia suprir com a televisão digital (possibilidade de transmissão em movimento, utilização de tecnologia local, entre outros fatores).
A proposta é de que em até 10 anos seja realizada a total transição do padrão analógico para o digital. Até lá, os dois sistemas irão coexistir, e os brasileiros deverão ter a opção de comprar novos televisores já adaptados para a tecnologia, ou então adaptar os aparelhos que possuem, através da aquisição de retransmissores, que deverão custar em torno de 100 reais. A venda dos adaptadores deverá ser iniciada em até um ano. Dentro do mesmo prazo, deverão ser iniciadas as primeiras transmissões de TV Digital no país, inicialmente em São Paulo. A previsão é de que até julho de 2013 a TV Digital atinja todo o país, e até 2016 o sinal analógico deverá ser extinto.

(Será este o) fim da novela da TV Digital(?)

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Propaganda do guaraná

Fatos absurdos e interpretações possíveis a partir de uma observação inocente da propaganda do Guaraná Antártica:

1. Jogar na seleção brasileira é ruim (e, por isso, ao invés de sonhos, os melhores jogadores do mundo têm pesadelos).
2. Guaraná Antartica é ruim (faz a pessoa ter pesadelos).
3. Maradona é ruim (porque não joga na seleção brasileira).
4. Guaraná Antartica em excesso pode ser prejudicial (causa alucinações).
5. Guaraná Antartica é um tradutor simultâneo (sob o efeito deste, qualquer um fala português).
6. [Ou, o que é pior…:] Maradona fala português.
7. Maradona cantando o hino nacional brasileiro.
8. Maradona vestindo a camiseta da seleção brasileira.
9. Qual o nexo de causalidade que se pode estabelecer entre sonhar em jogar na seleção e beber guaraná Antártica? (quem bebe sonha, ou quem sonha bebe? Mas, em ambas as hipóteses, onde entra o fator “ser um dos melhores jogadores do mundo”?)

A propaganda é divertida, apesar de tudo.
Parece meio sem sentido falar de futebol depois que o Brasil foi eliminado da Copa, mas…. Ah, enfim… o Brasil que Zidane!

Obs.: o que (ainda) não tem no YouTube?