Category Archives: amenidades

Piada de 1° de abril

Everyone loves Gmail. But not everyone loves email, or the digital era. What ever happened to stamps, filing cabinets, and the mailman? Well, you asked for it, and it’s here. We’re bringing it back.

Eu não tive tempo de fazer piadas de primeiro de abril com ninguém ontem. Mas o Gmail conseguiu pregar uma peça com milhares. Quem entrasse no site para fazer o login ontem via uma página anunciando uma nova ferramenta para o programa de e-mails do Google: o Gmail Paper. Com ele, seria possível receber em casa cópias impressas das mensagens com apenas um clique. Mesmo quem desconfiasse que se tratasse de uma piada era levado a clicar em “Learn more about Gmail Paper“, e chegaria em uma página que tem até mesmo fotos do produto e depoimentos de supostos usuários que teriam testado a versão beta do sistema. Pela descrição, o produto viria acomodado em caixas com anúncios de texto relevantes, não haveria limite de cópias, e eles imprimiriam apenas texto e fotos (não seria possível imprimir arquivos de áudio). Bela piada de primeiro de abril.

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Controle do tempo

Por que é tão difícil controlar a relação atividades por fazer / tempo disponível?

Possíveis razões – é inerente à natureza humana tentar considerar o tempo como uma medida linear, como algo que possa ser ‘medido’. Assim, na ânsia de atingir a máxima produtividade, muitos crêem veementemente que trabalhar mais horas traz como conseqüência lógica uma maior produtividade. Entretanto, não é bem assim que funciona. Muitas variáveis entram em cena para determinar a produtividade. Esses fatores podem ser de ordem pessoal, psicológica, institucional, econômica, entre outros. Na prática, até o ambiente onde se está realizando a atividade pode influir no tempo a ser despendido para realizá-la.
Outro motivo que nos mantém na ilusão de que o tempo é controlável é tentar usar como parâmetro para a produtividade a experiência dos outros, desconsiderando o fato de que cada ser humano vive em um contexto diferente e realiza ações diferentes, de modo diferente, em momentos diferentes, o que os leva a ter predisposição em níveis diferentes para fazer cada coisa.

Okay, a teoria está devidamente assimilada. Mas, na prática, não consigo entender por que não está dando tempo para fazer as coisas! Estou tendo dificuldades em administrar meu tempo desde o início do semestre. Gasto tempo demais com atividades improdutivas (entenda-se por improdutivo algo que se faça em momentos de ócio, mas em sentido oposto à noção de ócio criativo), e, como conseqüência, não sobra tempo para outras coisas também interessantes, como, por exemplo, participar mais ativamente na blogosfera (isso sim seria ócio criativo). Estou atrasada nas leituras jurídicas, não consigo achar tempo para fazer as coisas, estou sempre cansada e sem paciência, mas, proporcionalmente, tenho três vezes mais tempo livre que no ano passado (tomando-se como critério de comparação eu mesma no ano passado, vou precisar correr muito para conseguir me atingir 😛 A pior competição é contra si próprio…).

Se alguém aí souber uma fórmula para melhor aproveitamento do tempo, me avise – estou precisando desesperadamente de uma 😛 (mesmo sabendo que fórmulas para controlar o tempo não existem… mesmo sabendo que o tempo não tem controle…)

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Easter Egg

Eu provavelmente devo ser a última cidadã sobre a face da Terra que ainda usa a versão 97 do Pacote Office. O programa é de 10 anos atrás, mas, incrivelmente, ainda funciona.
Sabia que tinha um pretenso simulador de vôo nos créditos do Excel 97, mas nunca tinha visto o:

”Pinball” (ou algo que lembra remotamente um jogo tipo pinball) no Word 97

Passos para acessá-lo:

1. Viaje no tempo e compre um 486 com Windows 98.
2. Abra o Word. Crie um novo arquivo.
3. Digite “Blue”. Sem aspas.
4. Selecione a palavra digitada.
5. Vá em Formatar > Fonte. Escolha o estilo Negrito e a cor Azul.
6. Volte para o documento, e digite um espaço após a palavra “Blue” (ficará “Blue ”).
7. Vá em Ajuda > Sobre o Microsoft Word
8. Aperte concomitantemente as teclas ctrl, shift, setinha para esquerda enquanto clica com o botão do mouse em cima do logo do Word.
9. Divirta-se. Se conseguir. Os comandos são Z para a barrinha da esquerda, M para a da direita e ESC para sair. Assim como no Excel, também aparecem os créditos do programa junto ao “jogo”.

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A difícil tarefa de dar nome a um bichinho

As pessoas costumam adotar as estratégias mais absurdas para escolher os nomes de seus animais de estimação. Alguns aproveitam a oportunidade para exercer a criatividade e escolhem nomes muito bacanas. Outros, menos afortunados em termos de inventividade, escolhem um dos nomes já clássicos para animaizinhos. Tem ainda gente que pede ajuda para os amigos, ou que mantêm o nome provisório dado pela Petshop, ou até mesmo aqueles que pedem ajuda para o Santo Google das Causas Impossíveis.
Comecei a pensar no processo de escolha dos nomes dos animaizinhos depois que ouvi uma colega de aula contando que fez uma lista das pessoas que ela mais odiava para escolher um desses nomes para usar como alcunha de sua mais nova cachorrinha. Cruel, pode-se dizer. Mas o fato é que temos total liberdade para batizar nossos bichinhos.
Um deputado já tentou passar pelo Congresso um projeto de lei proibindo colocar nomes de seres humanos em animais. O resultado foi desastroso. Até o bichinho de estimação do presidente Lula tem nome de humano (“Michelle”). E, é claro, há muitas outras questões mais relevantes a serem discutidas pelos representantes do povo lá em Brasília.
Em geral, as pessoas escolhem o nome do animal com base em critérios de afetividade. Desse modo, predominam diminutivos e nomes associados a coisas fofas. Os termos que designam os animais não costumam ultrapassar duas ou três sílabas – mais do que isso o próprio animal será incapaz de assimilar, fazendo com que ele não entenda o próprio nome, ou, no máximo, fazendo com que o animal retenha apenas a sonoridade das sílabas mais fortes da palavra. Isso, é claro, só vale para animais que tenham alguma capacidade de escutar seus nomes (como exemplo, não é preciso chegar ao extremo de se nomear um peixe com uma palavra de duas sílabas, visto que dificilmente ele será capaz de responder a um chamado por seu nome).
Dentro do universo de escolhas possíveis, tem até pessoas que utilizam um daqueles nomes que demonstram total falta de criatividade (ou total criatividade, se se considerar que o nível de falta de criatividade é tão intenso que chega a ser criativo escolher um nome não-criativo). Isso seria algo do nível de chamar de “Preta” uma cachorra escura. Claro que tem também aqueles nomes que chegam a ser hors-concours no critério de (falta de) criatividade, como Totó ou Rex – se bem que de tanto que esses nomes eram considerados incriativos algum tempo atrás, já deve dar até para considerar que se cruzou o limiar da criatividade, e nomear um cão macho de “Totó” voltou a ser sinônimo de alto grau de inventividade.
Para quem está em dúvida, o Site do Cachorro traz uma lista de nomes para colocar em cãezinhos. Para nome de gatinhos, há outra lista. Na prática, não consigo entender qual seja a diferença entre uma lista e outra (tipo, existem nomes que sejam exclusivos para gatos ou para cachorros?). Como exemplo, na lista de nome de cães consta a sugestão “Garfield”. Na lista de gatos o nome não é sugerido.
Para quem quer fugir dos convencionalismos, vale colocar nome do ator ou personagem de seriado favorito (aliás, a dica “Alcapone” do Site do Cachorro chega a ser divertida), adotar nomes de personagens de desenho animado, ou até propor algo mais enigmático como as inicias do nome do seu irmãozinho. Por fim, há quem confie tanto na criatividade alheia que chega a pedir ajuda no Yahoo! Perguntas.
Qualquer que seja o critério de escolha do nome, o importante é que ele seja a cara de seu bichinho. Basicamente, para quem quer exercer a criatividade na escolha do nome, o céu é o limite.

(Palavra de quem: a) manteve o nome fornecido pela Petshop e b) tem o mesmo nome que o cachorro)

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A hora de volta

Daqui a pouco o governo vai nos devolver a hora que nos tomou no início de novembro do ano passado. Logo agora que estou com uma gripe incômoda que já dura uns dois dias, uma gripe tão forte que seria capaz de derrubar um dinossauro. (Aliás, quem garante que os dinossauros não foram extintos depois de uma supergripe de efeito cavalar – ou de efeito mamutal,ou seja lá qual fosse o animal mais famoso pela imponência naquela época -, hein, hein, hein?) Mas é muito cruel isso que o governo fez de nos tirar uma hora no momento mais crucial (final de ano; no meu caso, começo da semana de provas) para devolver justo em uma época em que menos se precisa (fim de férias). Uma hora a menos de estudo, uma hora a mais de gripe. Yay.

Em tempo: a economia de energia, objetivo-mor do horário de verão, para variar, foi atingida. Tudo bem. Pelo menos esculhambam nossos relógios biológicos duas vezes ao ano por um bom motivo.

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De volta ao mundo real

Passei os últimos dias em outro “país” (se é que dá para considerar o Uruguai como exterior – em tese, a fronteira fica a menos de 60km daqui, embora na prática a gente tenha viajado quase 500km), totalmente desplugada do resto do mundo. Não é que fosse impossível habilitar o celular para funcionar por outra operadora, que o quarto do hotel não tivesse televisão, ou que não houvesse cibercafés por lá, mas simplesmente preferi passar o período inteiro longe de toda e qualquer bugiganga hightech. Nos primeiros dias foi difícil resistir à tentação de entrar em contato com o resto do mundo. Mas lá pelo terceiro dia já parecia que a existência do computador, do telefone e da Internet já não faziam mais sentido. No quarto dia, comprei um El País para saber o que acontecia ao meu redor (no fundo, queria desesperadamente saber sobre os fatos do mundo). Ainda bem que no jornal predominava a narração de fatos ocorridos no próprio Uruguai, praticamente ignorando o que acontecia nos outros países – tinha uma breve nota sobre o Carnaval no Rio, e uma que outra linha sobre as insanidades que as celebridades cometem para chamar a atenção da mídia. No quinto dia (também conhecido como “hoje”), voltei. E percebi que ficar cinco dias longe de tudo faz uma baita diferença em termos de organização e de produtividade.

Conseqüências bizarras da escapada tecnofóbica:
– Pela primeira vez em quatorze anos de estudo faltei a um primeiro dia de aula. Eu acho divertido ir a primeiros dias, primeiro porque ninguém vai, e também porque geralmente é nesse dia que são mostradas as diretrizes gerais que irão nortear o período letivo (okay, desisto… ir ao primeiro dia é completamente inútil);
– Absolutamente ninguém me telefonou ou mandou mensagem durante o período em que meu celular permaneceu fora da área de cobertura (ao menos é isso que atesta a total ausência de mensagens de aviso de ligação perdida ou algo parecido ao ligar o telefone quando estava no Brasil). Em compensação, bastou eu ligar o aparelho para que ele tocasse umas três ou quatro vezes na corrida. Lei de Murphy ao contrário?
– Um zilhão de e-mails não lidos, dos quais pelo menos 70% é puro entulho propagandício. E preguiça total para lê-los (melhor: falta de ânimo para tentar – como diria o presidente Lula – separar o joio do trigo).
– Uma péssima notícia de falecimento ocorrida no período. Embora fosse parente relativamente distante (tia avó, mas com nível de afetividade e idade para ser simplesmente tia), tratava-se de uma pessoa muito bacana, o que permite refletir: por que as pessoas boas morrem por motivos cruéis? (no caso, foi câncer – com direito a sofrimento longo e tortuoso).

Enfim, a vida continua. Amanhã (re)começa o retorno à rotina, tanto acadêmica quanto do blog. Por que a primeira lei de Newton insiste em atacar em fim de férias?

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O papel das ONGs

O Estado do bem-estar social tem por razão de ser a tentativa de resolver os problemas sociais de seus cidadãos. Mas nem sempre as prefeituras e os estados (a quem incumbe a tarefa de realizar ações sociais) conseguem lidar com todas as situações que necessitam de amparo. Assim, o governo delega a função às ONGs, que atuam nas brechas deixadas pela atuação dos municípios e dos estados, em busca da promoção social das parcelas da população menos favorecidas.
Segundo a Wikipedia, as ONGs, ou organizações não governamentais, são associações do terceiro setor (da sociedade civil), que desenvolvem ações, sem fins lucrativos (com finalidade social), em diferentes áreas, em busca da promoção social.
Simplificando ao máximo, na prática, funciona assim…Você cria uma ONG, pede dinheiro para o governo, ajuda os necessitados – muitas vezes, são os próprios necessitados que se ajudam mutuamente – gasta o dinheiro público e, salvo raras exceções, nem sequer precisa prestar contas ao governo.
Ontem passou um programa sobre o terceiro setor na TV Senado, explicando toda a situação. Na ocasião, foi dito que os recursos federais repassados anulamente às ONGs são da ordem de bilhões de reais. Mas, mesmo envolvendo grandes somas de dinheiro público, não há um controle rígido dos gastos – o controle das contas é feito apenas por amostragem, sendo que as ONGs não selecionadas para prestar informações financeiras podem gerir livremente os gastos do dinheiro público.
A solução apontada seria a criação de uma legislação específica para regular a atuação das organizações não governamentais. Assim, deveria haver processo licitatório para decidir qual ONG tem competência para atuar em uma determinada questão social, além da exigência de se prestar contas ao Ministério Público.
De qualquer modo, é inegável o papel desempenhado pelo terceiro setor na promoção do bem estar social. Não fosse as ONGs, talvez grandes parcelas da população permaneceriam às margens da sociedade.

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Produção de significado

É interessante o modo como a mídia (toda, em geral, a televisão, em particular) tenta produzir sentido a partir da justaposição de fatos sem conexão alguma, de modo que, ao mostrarem uma coisa após a outra, a sucessão dos acontecimentos produz um efeito de que se tratam de assuntos relacionados. Às vezes a mídia chega a fazer conexões absurdas. Isso é feito o tempo inteiro nos telejornais. Passa-se de uma manchete a outra sem que a relação entre elas seja estabelecida, de modo que cabe ao espectador, sem subsídio algum, conectar os fatos. Assim, vai-se da reportagem de um macaco no zoológico à cena de um prédio em chamas, ou da vitória de um time azarão em um campeonato importante para um marido que mata a mulher.
Um exemplo de tentativa de conexão explícita de fatos é o que aconteceu na abertura do Jornal Nacional de sábado, que tentava a todo custo fazer ligações mirabolantes entre o menino morto ao ser arrastado do lado de fora do carro e o pai que foi baleado na frente do filho e dos sobrinhos. Exceto pelo fato de que ambos os crimes aconteceram no Rio, e que ambos tiveram como resultado a destruição brutal de famílias, qualquer outra tentativa de conexão pareceria extremamente forçada. Algo como “o pai baleado provavelmente tenha visto o menino ser arrastado, já que morava nos arredores” não parece fugir dos limites do razoável?
Enfim, muitas vezes o objetivo dos jornais é exatamente produzir sentido a partir da justaposição de fatos inicialmente estranhos entre si. O que os jornais muitas vezes (nem sempre) falham em repassar aos telespectadores é algum elo que junte todos os fatos, como dizer que as demissões de uma fábrica e a alta no dólar têm a ver com um recesso que se está tendo na economia, ou, forçando ao máximo, passar aos espectadores a idéia de que todas as notícias ali descritas nada mais são do que um verdadeiro panorama da cultura contemporânea. (Se bem que a cultura, como muitas outras coisas do mundo, só adquire significado dentro de uma perspectiva histórica – é preciso passar algum tempo para que se dê valor ao que era produzido até então.)

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Só faltava essa

A notícia é “velha”, mas… só falta a Cicarelli inventar de tentar tirar a Wired do ar também. Para quem conseguiu deixar o YouTube fora do ar, bloquear o acesso à Wired não ia ser nada difícil. E dessa vez a revista tem sua parcela de culpa, porque, ao menos tecnicamente, a modelo não estava fazendo nada de errado (não que ela estivesse fazendo algo errado para causar a polêmica no YouTube, mas, dessa vez, um processo judicial pareceria justo).

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