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Blogs influentes

A Revista Bula fez uma pesquisa com usuários da Internet para tentar descobrir quais são os blogs mais influentes do Brasil. Sem caráter científico, foram enviados 400 questionários para jornalistas, escritores, professores e estudantes universitários de todo o país. Como resultado, o blog Pensar Enlouquece aparece no topo da lista.

Há uma grande presença de blogs de jornalistas. Tem até blog daquele jornal que não gosta de blogs (um só, mas tem). Aliás, o destaque fica por conta da diversidade de blogs que compõem a lista dos 21 mais influentes do país.

(Via o próprio Pensar Enlouquece)

Em tempo: Blue Bus conta, efetivamente, como um blog?

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Todo dia é dia de blog

(ou BlogDay, 4 dias depois…)

Como hoje não é o dia cujos números formam a palavra Blog (31/08), sinto-me no direito de subverter as regras e simplesmente indicar 5 blogs, genericamente considerados. Talvez o único referencial para que não seja completamente qualquer coisa menos um BogDay seja o fato de que são 5 blogs. E que são blogs. O resto… nem sequer consegui entender (e isso desde o ano passado) se precisam ser 5 blogs ‘novos’ no sentido de que a própria pessoa que indica não os conhecia antes, ou apenas novos no sentido de que não constaram na lista do ano passado. E, ao menos em tese, deveriam ser blogs espalhados geograficamente. Mas a maior parte dos blogs estrangeiros que leio já foi citada no ano passado. Enfim, sem maiores enrolações… eis a lista: (em ordem aleatória, e constando apenas blogs que eu não costumava ler em agosto do ano passado – ou porque não existiam, ou porque ainda não os conhecia)

Universo Anárquico – blog da Tina Oiticica Harris. O ponto forte são os relacionamentos que a Tina, blogueira-anfitriã de mão cheia, estabelece com seus leitores.

Marmota – blog do jornalista André Rosa (e que atualmente está em férias). Foge da idéia de que jornalista-precisa-ter-blogs-jornalísticos. O Marmota fala de tudo, e fala de tudo muito bem .

Dossiê Alex Primo – blog do professor e pesquisador Alex Primo. Promove verdadeiras conversações na blogsfera.

Atmosfera – blog coletivo. Impressões sobre o clima, a partir de várias partes do mundo.

Read/WriteWeb – só para não dizerem que não tem nenhum blog estrangeiro na lista (embora, tecnicamente, a Tina more nos States, e o Atmosfera receba contribuições eventuais de fora do país). Blog coletivo sobre novidades na web. Média de 2-3 posts por dia. Lots of geek stuff.

Aliás, agosto teria sido um verdadeiro BlogMonth, dada a quantidade de acontecimentos ligados à blogosfera, como a discussão a partir da veiculação da infeliz campanha publicitária do Estadão, ou a realização do BlogCamp.

Sobre o BlogDay
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Em tempo: não fui só eu que perdi a data. O Tiagón, por exemplo, fez um divertido BlogOntem.

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Identidade revelada

Sei que levei tempo demais para confessar isso, mas agora que fomos descobertos, é melhor revelar logo o problema. Nesses dois anos de blog, fui aos poucos instalando em mim a (vã) certeza de que nunca descobririam minha real identidade. No começo, cheguei a ensaiar mentalmente posts sobre como traria essa revelação. Alguns ficariam surpresos, eu sei. Mas seria melhor anunciar tudo de uma vez só, assim, de baque, e sem aviso prévio. Assim como eu, deveria existir outros tantos por aí na mesma situação. Mas aos poucos fui pegando gosto pela coisa. E percebendo, através dos comentários, que as pessoas acreditavam no que eu dizia. De uns tempos para cá, passei a ter total confiança. Confiança de que nunca descobririam minha identidade. Só que agora é tarde. O Estadão descobriu tudo. E ainda revelou para toda a mídia de massa: eu sou, na verdade, um macaco. Assim como todos os blogueiros.

Todo mundo sabe que nós, macacos, ficamos em laboratórios digitando aleatoriamente caracteres, em busca de uma perfeição textual superior a dos humanos (exemplo prático, em versão 5k). Temos um cérebro menor. Entretanto, nossa capacidade de repetir ações mecânicas é insuperável, pois não temos a consciência, inerente aos humanos, de que estamos sendo explorados para desenvolver atitudes repetitivas. E não temos medo de repetir palavras. De repetir idéias. De dizer mais de uma vez a mesma coisa. De falar de novo o mesmo em outras termos. Até porque não temos a mínima noção do que escrevemos. E também não temos a menor preocupação com a qualidade – afinal, escrevemos blogs. E somos macacos. Macacos que escrevem blogs de e para seres humanos. Óbvio que é impossível que dessa combinação saia algo de qualidade… Informação confiável as pessoas têm na mídia de massa. Informação confiável, na internet, só tem no Estadão.

Portanto, não acredite em nada do que diz este blog. A começar por este post. Macacos não são nada confiáveis.
(Ou pare de ler o Estadão, como preferir).

Mais sobre a guerra declarada entre Estadão e Blogs

Estadão faz campanha contra os blogs (Brainstorm #9)
Estadão contra os blogs? (Pensar Enlouquece)
Comercial da campanha (YouTube)
Primeiro encontro de blogueiros depois do top 100 (O Fim da Várzea)
estadão e a cretinice (Bereteando)

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Post-calhau

A probabilidade de se ter uma idéia original do que escrever em um post é inversamente* proporcional ao tempo livre disponível. (Mas diretamente proporcional à vontade de se encontrar um assunto).

* A justificativa é simples:
Quanto mais tempo se tem, mais chance se tem de ser acometido repentinamente por uma crise crônica de síndrome do cursor piscando na tela vazia (tipo eu, agora) – o que, em casos extremos, pode levar a posts estranhos (como este).

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Lista de feeds em OPML

Fiz algumas modificações básicas no blogroll (tirei links, incluí links, voltei para o ‘modo manual’) e já aproveitei e acrescentei um pedaço da minha lista de feeds em um arquivo OPML. Ainda falta incluir e categorizar vááários blogs, mas já é um começo. Para alguém que até três dias atrás não tinha nem idéia do que era OPML, até que isso foi um grande avanço.
(Para entender o que é OPML e como disponibilizar sua lista de feeds em um blog, leia este post do Donizetti)

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Post-comentário

A Tina, do Universo Anárquico, fez um post sobre o aniversário dela. Empolguei-me com o assunto e fiz um comentário gigantesco sobre a passagem do tempo. Praticamente um post dentro do comentário. Para não perder o “fio da meada”, resolvi reproduzir minhas palavras aqui, transformando o comentário em um post de verdade.

Então, falemos sobre aniversário…
É importante comemorar a data e tudo o mais, pois assinala a passagem do tempo. Mas, mesmo assim, acho um pouco estranho o fato de que a gente admite a falsa-linearidade do tempo a tal ponto que, de um dia para o outro, da noite para o dia, passamos a ter outra idade. É como se o tempo passasse de repente, como se a nossa idade mudasse do nada, quando, na verdade, estamos ‘crescendo’, ‘envelhecendo’ a cada dia.
Temos uma idade em número absoluto, dedicamos um certo tempo para nos acostumarmos à idéia de que essa é a nossa idade, internalizamos o número a tal ponto que conseguimos responder com prontidão e quase sem pensar à pergunta “Qual a sua idade?” em um formulário qualquer proveniente da burocracia do mundo. Daí, sem mais nem menos, chega um determinado dia do ano a partir do qual todo o esforço em decorar a nossa idade simplesmente é perdido. Passamos a ter uma nova idade e a ter de decorar um novo número.
O aniversário assinala a data dessa mudança de idade. Mas talvez a mudança não fosse assim tão sem sentido se já tivéssemos a cultura de contar a idade não por dezenas exatas, mas com números quebrados. Algo como ter 31,5 anos, ou 57,8. Ou se, ao invés de medir o tempo por anos, contássemos a nossa idade por conhecimeto adquirido, ou por vivências e experiências. Ou talvez a idade pudesse ser medida por estado de espírito. Ou até mesmo a partir de uma média ponderada entre a idade física e a idade do espírito (com peso maior para a idade que sentimos ter; não importa muito o tempo vivido – este só serve de baliza para termos a noção de há quanto tempo estamos vivos).

Update 12/07 – a Tina também transformou o comentário em post.

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Sobre a luta de egos na blogosfera

Não sou uma blogueira lá muito experiente – basicamente, tudo que sei vem de observar outros blogs, porque meu blog é quase um nada frente à imensidão da blogosfera. Mas vou me arriscar a falar sobre um assunto espinhoso: o ego dos blogueiros.

Partindo-se do pressuposto de que todo mundo bloga por algum motivo, vou me ater a um único aspecto: quem bloga, busca fama ou reputação?

Fama é associado a celebridades, tem a ver com ser reconhecido pelo público em toda e qualquer circunstância da vida social. Para ter fama, é preciso ter presença ativa na mídia de massa tradicional.

Na Internet, o que se tem é uma espécie de ciberfama. Alguns conseguem se destacar dos demais, mas no geral essa fama só existe na Internet. Experimente falar sobre um blogueiro famoso para alguém que nunca leu um blog. A pessoa vai fazer uma cara de “quem é esse ser?” e você vai se sentir extremamente idiota tentando explicar de quem se trata (sim, eu já tentei fazer isso antes).

Mas se você falar sobre a moça que dormiu com o jogador de futebol do Flamengo e que apareceu no programa de domingo na tevê, pode ter certeza que a probabilidade de alguém saber de quem se trata é bem maior, dentro ou fora da Internet. Aí é fama. Fama instantânea, ninguém vai saber quem é essa moça daqui uma ou duas semanas, mas é fama. O que importa é que ela é passível de ser reconhecida na rua. É mais ou menos isso que define o que é ou não fama.

A fama é o que move celebridades da mídia tradicional. É aquilo que levou Andy Warhol a dizer que todo mundo terá seus 15 minutos de fama. É querer aparecer na tevê, no rádio, no jornal impresso, ou em qualquer outra manifestação da mídia de massa.

Entretanto, nem todo blogueiro quer fama. Fora alguns que possuem um ego quase lá na Lua, a maior parte das pessoas que posta na Internet procura reputação. A reputação é um conceito um tanto mais vago, que se refere à capacidade de ser reconhecido por seus pares (ou seja, outros blogueiros) como uma autoridade em um determinado assunto (aquele que é objeto do blog), mesmo que seja ser reconhecido como o maior especialista do mundo para falar sobre a sua própria vida (no caso, em blogs pessoais). A reputação do blogueiro seria uma espécie de “fama” que se estende dentro de sua própria rede social. O tanto que alcança sua própria blogosfera determinará o alcance de sua fama. Fora disso, ele é um ser comum, que tem uma vida comum, e pode andar na rua sem um monte de paparazzi na volta.

Adquirir reputação entre outros blogueiros não é fácil. É preciso visitar outros blogs, comentar outros posts, escrever sobre outros assuntos… Enfim, é preciso penetrar em todo um universo próprio em que page rank, technorati, feeds, trackback e tags são termos corriqueiros. Dependendo do alcance que se quer dar a um blog, construir uma reputação demanda tempo e dedicação.

Como se vê, a distinção entre fama e reputação é por vezes sutil. Mas, ao menos em termos gerais e extremamente vagos, a fama seria a opinião dos outros sobre você, ao passo que na reputação vale o que você acha que os outros pensam sobre a sua pessoa. Tem gente que pode se contentar em ter um blog com alcance de dois, três leitores (e terão de trabalhar para construir sua reputação perante eles). Mas tem outros que vão procurar dar vôos maiores. Só uns tantos felizes irão buscar a fama com um blog. E a maior parte acabará tendo que se contentar com um simulacro de ciberfama.

Seja em busca de fama, ciberfama ou reputação, o que importa é que todo e qualquer blogueiro, por mais que negue, por mais que esperneie e bata o pé, sempre bloga em busca de status social. E é mais ou menos isso que o faz tratar os outros cordialmente, responder a todos os comentários e e-mails e fazer de tudo para ter uma boa imagem frente aos demais. Também pode ser isso o que faz com que as pessoas pensem várias vezes antes de deixar um comentário não concordando com a opinião de um blogueiro que supostamente tem uma reputação maior (ou não). E esse medo de discordar acaba fazendo com que o blog não cumpra sua função de gerar conversação. E, ao não gerar conversação, ficamos condenados a um eterno embate vazio de egos, em que uns elogiam os outros e se colocam, uns aos outros, em pedestais. A blogosfera acaba sendo um ambiente em que todos se amam, ou fingem que se amam, quando, por dentro, o sonho de todo blogueiro é eliminar o próximo para poder, sozinho, triunfar.

Espero não perder minha micro-reputação por conta desse post 😛 A caixa de comentários está aberta para quem queira discordar, ou contribuir, de alguma outra forma, para o debate 🙂

Disclaimer: como, infelizmente, nem toda idéia é original, a discussão original entre fama e reputação em blogs surgiu em uma mesa redonda sobre Internet no Celacom, em maio deste ano.

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