Category Archives: jornalismo

Wave Magazine

A Wave Magazine é uma revista eletrônica internacional mensal dedicada aos jovens. Escrita por jovens jornalistas e estudantes de jornalismo de diversos países do mundo, a proposta é abordar temas como Política, Sociedade e Economia a partir de uma perspectiva… ahm… jovem.
O projeto iniciou em novembro de 2006 a partir de um grupo de estudantes em parceria com a organização Word Youth Wave – Sérvia, de Belgrado. O presidente da organização é Marko Andrejić, um jovem sérvio estudante de jornalismo. Ele decidiu reunir um time internacional de jovens repórteres que tivessem interesse em escrever para a revista.
O público-alvo da publicação são jovens de todas as partes do mundo. No começo, Marko convidava seus amigos jornalistas a contribuírem com matérias especiais. Mas aos poucos ele foi sentindo a necessidade de contar com uma equipe específica para a produção de conteúdo para a revista.
Atualmente, um grupo no Yahoo funciona como “sala de redação” virtual para a revista. É lá que são discutidos temas como pautas e prazos. Marko é o editor-chefe da revista, e conta com uma equipe de jovens repórteres espalhada geograficamente. A revista está em busca de novos colaboradores. Tenho ajudado como free lancer, em textos sobre o Brasil – e aproveitado para aprimorar um pouco o inglês.

Prometo que este é o último post de “auto-promoção” que faço neste blog. Já está ficando chato isso…

O fim do jornal em papel?

Segundo dados divulgados pela WAN no 60th World Newspaper Congress – e contrariando todos aqueles que ainda acham que a tecnologia vai transformar radicalmente nossa forma de se relacionar com o mundo –, a circulação de jornais impressos no mundo aumentou em 2,3 pontos percentuais em 2006. Se considerados os últimos cinco anos, o aumento acumulado foi de 9,48%. Pode ser que um dia o jornal em papel, tal qual o conhecemos hoje, possa vir a acabar. Mas, pelo visto, esse dia ainda vai demorar muito para chegar…

O congresso anual da associação mundial de jornais segue até amanhã, em Cape Town, na África do Sul. O evento reúne profissionais do mundo inteiro para discutir o atual estado da mídia impressa ao redor do globo.

O crescimento na circulação de jornais tem sido observado em quase todos os continentes, inclusive na América do Sul. Apenas na América do Norte é que os jornais impressos estão em baixa.

Se considerados os índices de circulação de jornais distribuídos gratuitamente (o que hoje representa 8% do total da circulação global de impressos), a taxa de crescimento em 2006 sobe para 4,61%. A renda publicitária com anúncios em impressos também tem aumentado. Basicamente, os números dos jornais impressos são só positivos.

Os cinco maiores mercados mundiais de jornais impressos são, em ordem, China (com 98,7 milhões de cópias vendidas diariamente), Índia (88,9), Japão (69,1), Estados Unidos (52,3 – mesmo com a queda na circulação, os EUA ainda têm a maior circulação do mundo ocidental) e Alemanha (21,1). Há muitos outros dados interessantes que podem ser consultados diretamente no site da entidade.

Para os céticos que, mesmo com a divulgação de todos esses números, ainda acreditam que o jornal impresso vai acabar, vale a pena dar uma conferida na campanha preparada pela WAN para circular em jornais impressos no mês de maio (o anúncio pode não fazer mudar de idéia, mas pelo menos contribui para divertir um pouquinho).

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Direito e jornalismo

A coluna do Ombudsman do Comunique-se desta semana menciona a importância de um jornalista saber usar adequadamente os termos jurídicos. Mesmo que só tenha noções gerais de Direito, um bom jornalista deveria ter o telefone de um advogado sempre por perto, para tirar as dúvidas mais freqüentes. O que não dá é para esbarrar em terminologias obscuras ou juridiquês barato. Um exemplo clássico é quando algum artigo de uma lei qualquer diz ser “defeso” o direito de fazer alguma coisa. A tendência natural do ser humano é achar que algo que é defeso é proibido, quando, na verdade, o significado da palavra remete a algo que é o completo oposto. Um dos exemplos citados pela coluna (confundir mandato por mandado) aconteceu até na prova do concurso para o TRF da 4ª região, supostamente elaborada por Operadores do Direito. O pessoal estava querendo anular uma questão inteira porque dizia mandato ao invés de mandado em uma das alternativas.
Depois dizem que Direito e Jornalismo não têm nada a ver. Os dois cursos são, sim, muito similares. Basta ter a chance de conviver com ambos para perceber… 😛

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Jornalismo interpretativo

Ainda na mesma linha do post sobre o mundo sem jornalistas

“Está claro que o rádio não acabou com o livro, a TV não acabou com o rádio e nem a TV e o rádio juntos acabaram ou vão acabar com os jornais, muito menos a internet. O suporte de papel é insubstituível em sua especificidade, pelo menos no modo conhecido. As mídias se complementam e todas se voltam para a conquista do leitor com serviços de qualidade.
O diferencial é exatamente a qualidade.”

(trecho de “O texto interpretativo”, de Pedro Celso Campos, no Observatório da Imprensa)

O artigo completo trata-se de uma verdadeira aula de jornalismo interpretativo, que explica como, quando e por que interpretar e em que situações o jornalista deve fazer isso. A essência do jornalismo impresso estaria na interpretação. Em um mundo no qual os avanços tecnológicos permitem que se transmitam os acontecimentos enquanto ainda estão acontecendo, seria um engano relegar ao jornal impresso a tarefa de simplesmente informar sobre os fatos do dia-a-dia. A informação dada pela imprensa chega com até um dia de atraso em relação aos meios eletrônicos (tevê, rádio e Internet). E para compensar isso, para dar um motivo para o leitor comprar o jornal do dia seguinte após ter visto o fato ao vivo pela televisão, escutado a informação pelo rádio, ou acompanhado minuto a minuto pela web, um dos caminhos é apresentar a informação interpretada, com análises, cruzamento de fatos, analogias, comparações, dados que ajudem a contextualizar o fato e conclusões. Só assim o jornalismo impresso não estará perdido.

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Um mundo sem jornalistas?

Nos dias 7, 8 e 9 de março de 2007 foi realizado na França a primeira edição do Assises Internationales du Journalisme (algo como “alicerces internacionais do jornalismo”). A questão que permeou os debates dessa edição do evento era “Un monde sans journaliste?”.

Logo na abertura, Hervé Bourges, presidente da União internacional da imprensa francófona, falou sobre a Web 2.0 e da facilidade que qualquer pessoa tem para poder publicar uma matéria na Internet, o que poderia levar a uma mídia sem jornalistas.

Embora haja o temor de que no futuro a figura do jornalista (enquanto profissional formado em uma universidade) se torne dispensável, é preciso levar em consideração que o webjornalismo cidadão ainda está dando os primeiros passos. Não sei se já existem estatísticas quanto a isso, mas, pelo que tenho observado, muito pouca gente possui o hábito de colaborar em espaços participativos. Os espaços seriam restritos a alguns poucos interessados, o que seria incapaz de acabar com a grande mídia. Como fonte alternativa e complementar, entretanto, o jornalismo cidadão pode se mostrar bastante eficaz. Nem sempre o jornalismo tradicional é capaz de cobrir todos os acontecimentos do mundo (há interesses os mais diversos, notadamente comerciais, organizacionais, políticos e econômicos, que cerceiam a “liberdade” da imprensa tradicional)

Há diferentes formas de um cidadão poder colaborar com a veiculação de conteúdos midiáticos pela Internet. A forma mais básica é através de um blog. Mas não um blog que faça reverberação midiática (aquele que só repete o que já disse a grande mídia – é mais ou menos isso o que eu faço :P), e sim uma página que crie seu próprio conteúdo, busque suas próprias fontes, produza sua própria informação. Também é possível atuar em espaços colaborativos junto a sites de grandes veículos (Minha Notícia do IG, Citizen Journalist do MSNBC, vc repórter do Terra, FotoRepórter do Estadão, Cidadão Jornalista da Folha, e assim por diante). Nesses lugares, há uma certa restrição da liberdade, pois os sites se reservam no direito de publicar ou não publicar o conteúdo colaborativo, e, mesmo que escolham publicar a matéria do “cidadão”, muitas vezes também podem editá-la. Há ainda páginas específicas de conteúdo construído de e para cidadãos, em que eles mesmo se auto-organizam (Overmundo), ou com intervenção jornalística para seleção e hierarquização das informações (BrasilWiki). Por fim, há páginas construídas colaborativamente que repetem informações dadas pela mídia tradicional (Wikinews) e lugares onde é possível sugerir links para matérias interessantes que tenham saído em qualquer tipo de mídia (Linkk, Rec6, Digg).

Entretanto, pelo que tenho observado nesses sites, por mais que o cidadão possa criar, redigir e até publicar a sua matéria, isso não dispensaria a atuação de um jornalista enquanto profissional apto a adaptar o texto ao estilo jornalístico ou para hierarquizar as informações. O cidadão pode ter a criatividade, a curiosidade e uma boa redação. Mas ele não terá o nível de técnica suficiente que se aprende com a prática profissional associada à experiência universitária.

A nova geração de serviços de Internet (sintetizados no termo “Web 2.0”) pode contribuir para que cada vez mais pessoas possam colaborar na difusão de informações isentas e despretensiosas. Mas talvez não seja caso de dizer que o fim do jornalista está próximo. No máximo, ele terá que aprender a conviver com a concorrência de jornalistas cidadãos cada vez mais dedicados à produção amadora de notícias. Espaços para discussão como o proporcionado pelo evento da França são necessários para que os jornalistas desenvolvam a consciência crítica de que precisam ir além do fato noticiado se não quiserem perder espaço para o cidadão.

Para mais informações sobre o jornalismo cidadão, a revista Link do Estadão fez uma série de matérias sobre o assunto. (Aliás, o tema desta edição é o Second Life. Vale a pena conferir também). Há ainda o livro “We the media” e o site do Center for Citizen Media, ambos criados por Dan Gillmor.

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A supervelocidade das informações

A Petrobrás organizou uma palestra que aconteceu simultaneamente no mundo real e no mundo virtual. Era possível acompanhar o evento ao vivo em dois lugares: no estande da Petrobrás no Proxxima (Encontro Internacional de Comunicação Digital), ou no auditório virtual da empresa dentro do Second Life.

Inicialmente, iriam ser realizados dois eventos. Um hoje, das 13h10 às 14h10, e outro amanhã, no mesmo horário. Mas como havia a previsão de que o sistema do SL ficaria fora do ar nesse período na quarta-feira, o conteúdo das duas palestras foi condensado e transmitido em um só dia.

Resumindo ao máximo, o evento já aconteceu, e a palestra foi muito interessante. E antes que alguém me culpe por não ter avisado antes, até o Terra esbarrou na velocidade de transmissão das informações pela web e deu a informação 3 minutos depois de ter acabado. Quem duvida pode conferir no site.

A data atesta que a notícia foi publicada às 14h13 de hoje. Logo abaixo, há a informação de que a palestra terminaria às 14h10, e que era preciso chegar com 15 minutos de antecedência. Também não há a ressalva de que a palestra de amanhã foi cancelada. Nada como o jornalismo online, mais ágil, mais rápido e mais interativo do que as outras mídias…

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