Category Archives: internet

Web móvel

screen-capture2.jpg De tempos em tempos, Mark Glaser, do Media Shift, faz posts com conceitos, histórico e links que funcionam como verdadeiros guias para determinados temas relacionados à mídia digital. O tema do guia de hoje é a web móvel (outros temas que já viraram posts guia por lá foram mundos virtuais, notícias hiperlocais, entre outros). Dentre outras coisas, o post ressalta a contribuição do iPhone para a popularização na navegação móvel – já que a ferramenta zoom (aquela que funciona com o movimento de pinça dos dedos) permite acessar facilmente não apenas as versões móveis dos websites, como também a versão original das páginas.
Pelo post, percebe-se que um dos grandes problemas para a popularização da web móvel é o ainda reduzido número de sites adaptados para o formato (o que afeta, em especial, os pobres mortais que ainda não possuem um iPhone). Como exemplo, eles mostram os resultados de uma pesquisa com 50 jornais e 50 blogs, que constatou que há mais blogs do que sites de notícias que ainda não possuem uma versão adaptada para dispositivos móveis (se bem que disso também daria para levantar o questionamento de se as pessoas realmente teriam interesse em ler blogs na tela do celular…)
Para saber mais, visite o post. Lá tem várias dicas de links interessantes sobre o tema.
Via Ponto Media.

Um assunto diretamente ligado a isso é o jornalismo móvel. Produzir notícias adaptadas para a tela de um celular ou pda é uma tarefa bastante complexa – idealmente, até mesmo os links precisam apontar para versões móveis de outras páginas ou outras notícias. Por outro lado, a produção jornalística feita a partir de dispositivos móveis garante agilidade na publicação das informações – com um bom smartphone, é possível tirar fotos ou produzir vídeos e postá-los diretamente do local do acontecimento (dá para postar vídeos e fotos diretamente pelo celular até mesmo por serviços gratuitos, como o Flickr móvel ou YouTube mobile). Sobre o tema, o jornalista Fernando Firmino da Silva, professor da UEPB e doutourando na UFBA, mantém o excelente blog Jornalismo Móvel.

Por fim, para quem quiser “brincar” de Internet móvel, aí vão duas dicas de sites que permitem criar páginas adaptadas para a leitura em dispositivos móveis: MoFuse e Zinadoo. O Zinadoo tem um visual bastante customizável, e um editor bem prático para montar as paginazinhas. Já o MoFuse permite criar muito rapidamente uma versão móvel de um blog, a partir do endereço do feed, mas tem menos opções de customização. Fiz duas páginas testes para exemplificar. O iuscommunicatio.mofuse.mobi é uma versão móvel do conteúdo do feed deste blog (conforme pode ser visto na imagem que ilustra este post). Já o ius.zinadoo.mobi é uma versão extremamente simplificada deste post (ambos os endereços podem ser acessados a partir de um navegador convencional).

Dia Internacional pela Liberdade de Expressão na Internet

rsf
As constantes restrições de acesso à Internet em países como Birmânia (Myanmar) e China levaram a organização Reporters Sans Frontiers a promover, em parceria com a Unesco, o primeiro Dia Internacional pela Liberdade de Expressão na Internet, que será realizado nesta quarta-feira, 12 de março. Sob o mote “24 horas contra a censura”, a organização convoca os moradores dos países Birmânia, China, Coréia do Norte, Cuba, Egito, Eritréia, Tunísia, Turcomenistão e Vietnã a se juntaram às cibermanifestações que ocorrerão ao longo do dia 12.
A entidade também aproveitará a data para publicar uma nova lista com os “inimigos da internet” (a lista atual é composta pelos nove países citados acima), e disponibilizar uma versão atualizada do “Guia do dissidente cibernético“.
Só para dar um exemplo do que realmente sinifica ter a imprensa – e o acesso à Internet – censurados, basta relembrar os protestos dos monges budistas na Birmânia, que viraram notícia no mundo todo no ano passado. Devido à censura, as notícias sobre o país precisam ser publicadas por repórteres instalados nos países que fazem fronteira com a Birmânia. Mesmo assim, a população resiste e luta, e usa blogs e outros veículos de midia cidadã para informar o resto do mundo sobre o que acontece por lá.
Vale lembrar ainda que o Brasil também não é um verdadeiro primor em termos de liberdade de expressão na Internet – nosso país figura no mapa da censura online elaborado pelo Global Voices Online (e por um motivo no mínimo bizarro, diga-se de passagem).
Embora a idéia seja protestar contra restrições à liberdade de expressão na Internet nos nove países listados acima, blogs e sites do mundo inteiro são convidados a participar das manifestações. Segundo a entidade, atualmente são ao todo 63 dissidentes cibernéticos que estão presos em várias partes do mundo em virtude do exercício do direito à liberdade de expressão na Internet.
Via Monitorando.

Blogs e blogueiros: estive em Porto Alegre no final de semana para conhecer alguns dos meus ídolos na blogosfera: Milton Ribeiro, Idelber Avelar, os verbeaters Tiago Casagrande e Gustavo Brigatti, dentre outros. É completamente estranho, mas ao mesmo tempo interessante, conversar com outros blogueiros sem a intermediação de uma caixinha de comentários (talvez por isso tenha predominado em mim, ainda que involuntariamente, o lado monossilábico e reticente).

Assunto paralelo: para o pessoal que anda reclamando nos bastidores da infreqüência dos posts neste blog, aí vai um paliativo: montei, via Yahoo! Pipes, um feed que reúne os posts deste blog com alguns dos meus bookmarks do del.icio.us.

Em cartaz: sua vida online

O YouTube tem planos de lançar, até o final do ano, uma ferramenta que permita live streaming de vídeo (à maneira do que já fazem Ustream.tv e Yahoo! Live). O MyBlogLog, adquirido há algum tempo pelo Yahoo!, incorporou recentemente uma função de streaming de conteúdo produzido em outros sites. O Pownce permite colocar link para o perfil do usuário em outros serviços, o Jaiku traz um streaming incorporado às micropostagens (dá até para puxar as atualizações do Twitter para o Jaiku). No Brasil, há o MeAdiciona, uma iniciativa interessante para quem está à beira de uma crise de identidade virtual. Mas para não perder nada mesmo, há o Profilactic, já mencionado por aqui, e que tem suporte para 135 sites diferentes – você coloca o seu nome de usuário em cada site, aperta alguns botões, e pronto, tem uma página única que reúne todo o conteúdo produzido por você na Internet: textos, imagens, vídeos. Prático, e ao mesmo tempo assustador – mais informação reunida, menos privacidade. Quer mais? Este post do ReadWriteWeb lista ao todo 35 serviços de lifestreaming.
Mas nem tudo é caos e destruição. Imagine o potencial jornalístico de uma ferramenta que agregue textos, vídeos e imagens produzidos sobre um determinado assunto, distribuídos por várias mídias, mas reunidos em um só lugar. Dá para, por exemplo, fazer a cobertura de um evento por vídeo no YouTube, em micropostagens no Twitter, com fotos no Flickr, com textos mais longos em um blog, com áudio em um podcast, e, com a ajuda de um desses simples aplicativos, agregar tudo automaticamente em um único endereço.

Estudantes 2.0

A Web 2.0 abre potenciais inegáveis para a comunicação. A abertura à participação permite que, ao menos em tese, todo mundo possa se expressar em um mesmo suporte, o que faz com que a fronteira entre emissão e recepção se torne nebulosa. Além disso, o fato de que essas informações estão disponibilizadas na Internet faz com que elas possam ser acessadas e alteradas em qualquer parte do mundo.
Isso acaba abrindo um potencial enorme para os estudantes. Seus atos, anseios, opiniões e reivindicações não precisam ficar restritos a um único curso, a uma única universidade. Pela Internet, é possível mobilizar outros estudantes em prol de uma causa, ou discutir com alguém do outro lado do mundo as políticas estudantis de um determinado país.
juicy1.jpg

Mas o mesmo meio que permite um potencial democrático, também pode trazer como conseqüência um verdadeiro caos, dependendo do uso que se faça. O João Barreto sugeriu um link para uma matéria da BBC sobre o site JuicyCampus.com. O site tem gerado uma série de protestos nos EUA. Criado originalmente para ser um fórum em que universitários de diversas partes dos Estados Unidos pudessem expressar suas opiniões de forma anônima, a coisa descambou a tal ponto que, atualmente, o que mais se encontra por lá são fofocas e denúncias a respeito da vida privada de estudantes, funcionários e professores de universidades americanas. Como em um típico site de Web 2.0, dá para votar e comentar nas fofocas. E, é óbvio, as mais populares são as mais suculentas, principalmente as que envolvem drogas ou sexualidade. Já há grupos de estudantes buscando barrar o acesso ao site a partir de algumas universidades.
descolando 1.jpg

Entretanto, nem toda rede social para estudante precisa necessariamente virar uma bagunça total. Depende do modelo, depende do uso. No Brasil, há o Descolando. A proposta do site é os alunos avaliarem seus professores – dizendo se costumam faltar aulas, fazer provas difíceis, ou não explicar bem a matéria descolando - prova.jpg (também dá para avaliar coisas felizes e realmente úteis para um estudante, como: se é fácil de colar, se o professor repete provas de um semestre para outro, e se cobra presença). A idéia é permitir que os alunos possam conhecer um pouco dos professores antes de terem aula com eles, até para poder, quando possível, optar por cursar a disciplina em outra turma. Claro que algumas críticas são bem cruéis (como chamar um professor de ‘sonífero’), mas em geral não se parte para agressões pessoais. Avalia-se o tipo de aula. É possível denunciar comentários abusivos, e votar nos comentários mais pertinentes. A comunidade se auto-organiza. Diferentemente do Juicy Campus, o acesso ao Descolando se dá mediante cadastro. Para se cadastrar, todo aluno precisa estar vinculado a uma universidade (óbvio). E o acesso funciona mediante convite (aliás, tenho ainda alguns convites se algum estudante quiser testar; professores são proibidos :P). O site foi criado por quatro alunos da PUC-Rio (não é à toa que a maior parte das críticas disponíveis são sobre professores dessa instituição), mas está aberto a estudantes universitários de todo o país. Problema prático: assim que tiver muitos usuários, é bem provável que acabe tendo o mesmo destino do Classe a Limpo, da Ufrgs (outra sugestão do João), que saiu do ar esta semana, depois de inúmeras críticas que partiram para o lado pessoal.
A idéia do 2.0, a colaboração em tese, é muito boa. Pena que muitas vezes as coisas acabam desandando para a bagunça nas mãos de estudantes mal intencionados (como no caso das fofocas no site norte-americano).

Assunto paralelo: o Daniel Bender iniciou uma campanha interessante com relação à revista Veja: ele propôs uma Googlebombing associando a Veja às denúncias que vem sendo feitas pelo jornalista Luis Nassif. Saiba mais sobre o bombardeio aqui.

Pirataria online é crime também no Brasil

A Justiça de São Paulo condenou um homem por vender CDs piratas com músicas dos Beatles pela Internet em 2003. A Justiça do país é tão lenta que, De acordo com a APCM, esta é a primeira vez que alguém é condenado por esse tipo de crime no país.
A defesa apresentada é no mínimo interessante. O réu alegou que era fã de Beatles e que o site em que vendia os CDs era na verdade um fã clube que distribuía, gratuitamente, as cópias dos discos. (A sentença completa pode ser acessada no blog do advogado Marcel Leonardi.)
A decisão foi em primeira instância, o que significa que o condenado ainda pode recorrer. A pena, de um ano e oito meses de reclusão, foi substituída por uma pena restritiva de direitos (isso pode acontecer quando o réu preenche uma série de requisitos, dentre os quais, não ter sido condenado por nenhum outro crime nos últimos 5 anos).
Tudo bem, vender cópias de CDs pirata é um exemplo claro de violação à lei. O que muda é que a situação já não fica tão impune assim, a decisão abre precedentes para que outros também possam ser condenados pelo mesmo motivo.
Apesar de ter apenas 10 anos, nossa Lei de Direitos Autorais já anda um tanto defasada, principalmente por não prever muitos dos usos advindos da popularização e do crescimento da Internet. Um exemplo mais específico: no Brasil, não se tem o direito à cópia privada (nossa legislação não prevê a figura do fair use), o que torna a simples operação de passar as músicas de um CD comprado legalmente para mp3, para poder ouvir em um iPod, uma atividade contra a lei. (Para saber mais sobre isso, vale a pena conferir a entrevista em vídeo que Juliano Spyer, autor de Conectado, fez com Ronaldo Lemos, advogado representante da Creative Commons no Brasil – a primeira parte da entrevista trata especificamente dessa questão do fair use).

A renúncia de Fidel Castro e a mídia

Uma postagem de Marshall Kirkpatrick no ReadWriteWeb analisa o papel desempenhado pelas mídias sociais na cobertura da renúncia de Fidel Castro. A idéia geral é a de que, na Web 2.0, as pessoas consomem cada vez mais notícias de forma social (através de redes sociais, de indicações de amigos, em blogs), e, por isso, uma análise de como foram essas coberturas seria algo pertinente. O post segue a linha do Uncov, que faz divertidas críticas a empreendimentos de Web 2.0.
Os sites Digg, Mahalo, Memeorandum (não conhecia, é uma espécie de agregador da blogosfera política), Slashdot, Technorati, Twitter e Wikipedia foram analisados. Como considerações gerais, Kirkpatrick constata que o Twitter é o melhor lugar para ficar sabendo primeiro dos fatos (as informações fluem de forma rápida), porém não é bom para acompanhar os desdobramentos do acontecimento (okay, nenhuma novidade nisso – vide a categoria microblogging ali no menu ao lado). Já o Mahalo, com suas páginas de resultados construídas manualmente, fornece uma boa quantidade de links para quem busca informações básicas sobre o fato, já no meio do desenrolar do acontecimento. Por fim, a Wikipedia seria o melhor caminho para acompanhar os desdobramentos de um fato (numa espécie de megajornal em tempo real).
A partir do questionamento “What social news site can break the news, offer quality background resources and stay relevant for a global 24 hours news cylce? So far, no one but mainstream media has proven able to do that”, Kirkpatrick analisa site por site, vendo o destaque conferido ao fato logo que a renúncia foi anunciada, e mais tarde, algumas horas depois. Com isso, ele percebeu que a maior parte desses sites não continuou a dar destaque a Fidel Castro ao longo do dia. A conclusão a que ele chega é no sentido de que o potencial da Web 2.0 para notícias é imenso, mas que nenhum dos sites analisados teria conseguido fazer uma cobertura completa por si só.
Mas, espera aí… quem disse que a mídia social precisa fazer exatamente a mesma coisa que a mídia tradicional? Qual é a graça de imitar o que já faz a grande mídia??? Outro problema é que a análise leva em consideração o número de notícias, a quantidade de tempo que o fato permaneceu em destaque nas redes sociais, e não tanto o que foi dito e como foi dito. E conclui que a cobertura social foi um fracasso, sem nem ao menos analisar o conteúdo do (pouco) que foi dito. Será que as pessoas realmente queriam mais informações sobre o caso? Será que o tempo que o fato ficou em destaque nas redes sociais não demonstra o grau de importância que as pessoas realmente deram ao fato (em contraposição ao tempo excessivo que a mídia tradicional achou que ele mereceria)? E tem mais… nos comentários ao post, as pessoas se deram conta do fato de que a análise feita pelo ReadWriteWeb desconsiderou completamente a cobertura em espanhol sobre o caso – provavelmente a maior e mais completa.
Bom, de qualquer modo, passadas mais de 24 horas do fato, lanço a pergunta: como você tomou conhecimento da renúncia de Fidel Castro? Foi por blogs, pelo Twitter (enfim, pelas mídias sociais), por um site de notícias tradicional, ou por algum outro meio? E o meio escolhido foi suficiente, ou você precisou procurar mais dados por outra via?

Quer uma solução mágica para a pirataria? Expulse os infratores da Internet!

pirataria.jpgUma matéria do The Guardian informa que o Departamento de Mídia, Cultura Esportes do Reino Unido pretende criar uma lei para reprimir o download ilegal de músicas e filmes no Reino Unido. A lei imporia como punição máxima, a partir de um acordo com os provedores, a expulsão da Internet dos usuários que reincidirem no crime de baixar arquivos ilegais, em um sistema de três “chances”:
– Na primeira infração detectada, o usuário receberia um e-mail de alerta para que não repita a prática;
– Se reincidir, recebe uma suspensão do serviço de Internet;
– Caso insista, o contrato de acesso à Internet é encerrado.
Segundo estimativas do governo britânico, cerca de 6 milhões de usuários fazem downloads ilegais a cada ano no Reino Unido. (No Brasil, de acordo com um relatório da Federação Internacional de Produtores Fonográficos, são 1,8 milhão de downloads ilegais por ano.)
Bom, vejamos… Primeiro, impedem a pessoa de converter as músicas de um CD para mp3. Daí o cidadão recorre à web para conseguir alguma coisa para ouvir em seu iPod, e acaba ficando sem acesso à Internet. Fica complicado escutar música assim, não?
Alguém dúvida que, caso essa lei seja posta em prática, surgirão muitas alternativas para burlar o sistema? (vide caso do Hulu, teoricamente restrito a usuários norte-americanos) A lógica P2P simplesmente não tem mais como ser controlada (embora haja caminhos para reduzir a pirataria).
Digamos que a lei do Reino Unido seja criada, e eles até consigam suspender o serviço de algum usuário, mas o que impediria essa pessoa de contratar conexão por outro provedor, ou acessar a Internet a partir de outros computadores? Impedir a conexão à Internet de um indivíduo que faz download ilegal requereria um esforço tremendamente absurdo, que poderia ser melhor empregado para reprimir outros tipos de crimes virtuais.

Tradução colaborativa do Facebook

O Facebook anunciou ontem a versão em espanhol do site. A partir de segunda-feira, todos os usuários provenientes de países de língua espanhola passarão a acessar o Facebook em espanhol automaticamente. Quem quiser, pode mudar o idioma em Accounts > Language.
Lembram o que escrevi algum tempo atrás sobre a tradução colaborativa do Facebook? Bom, esqueçam. O post tinha sido feito sem saber muitos detalhes sobre como efetivamente funcionaria a tradução. Na verdade, ela funciona assim: alguns usuários (ou todos, não sei) de países que possuem o espanhol como língua nativa foram convidados a adicionar o aplicativo Translations. Esse aplicativo não está disponível em uma busca pelo site, e, ao menos em tese, só é possível acessá-lo mediante o recebimento do convite.

Dentro do aplicativo, há uma lista de expressões que ainda precisam ser traduzidas, uma lista para votar nas traduções já feitas (no sistema positivo/negativo; o que permite que traduções toscas possam ser facilmente removidas), e um quadro com o ranking dos tradutores (sim, quem traduz mais fica em primeiro, quem traduz menos vai lá para o fim da lista – nada como estimular a competitividade entre colaboradores).
Quem tem o aplicativo Translations em seu perfil já pode acessar há um bom tempo não só a tradução para o espanhol, finalizada, como também as traduções em andamento para francês e alemão – estas últimas previstas para estarem prontas até abril. A tradução mais perto de ser finalizada e com mais colaboradores é a para o francês. E não, ainda não tem português na fila de tradução.
O Facebook foi traduzido para o espanhol por cerca de 1.600 pessoas. Cada um podia sugerir traduções para os textos do site, ou então votar nas traduções já realizadas. Até onde sei, a minha única tradução aceita foi “Mejores Carreras” para “Top Races” (?), o que não parece ser uma contribuição lá muito relevante, até porque não tenho nem idéia de onde deveria aparecer isso. Fiz outras sugestões, mas elas acabaram ficando para trás nas votações. Também votei em muita coisa. Como era possível pré-visualizar o Facebook em espanhol ainda durante o processo de tradução, ficava mais fácil de perceber alguns absurdos, e correr para a votação para tentar resolvê-los.
A tradução colaborativa parece ter dado tão certo que o Facebook planeja disponibilizar a tecnologia para outros desenvolvedores.
Via Mashable.

2008, o ano dos mashups?

Anteontem, na Super Terça (dia decisivo nas prévias das eleições norte-americanas, em que 24 estados iriam decidir seus candidatos do lado democrata e republicano), Google, Twitter e Twittervision anunciaram uma ferramenta que permitia acompanhar ao vivo, em um mapa, os comentários que estavam sendo feitos no Twitter sobre as votações (além de agregar notícias do Google News sobre o assunto). O resultado do cruzamento de dados era/é algo que mistura informação hiperlocal (é possível saber o que pensam os eleitores em cada ponto dos Estados Unidos, e do resto do mundo), com a lógica do tempo real (as atualizações do Twitter vão pipocando sobre o mapa, e ao lado, era possível acompanhar, ao vivo, o andamento da apuração da votação em cada estado – os dados da apuração também eram fornecidos em um gadget), a partir do cruzamento de informações provenientes de mais de uma fonte (ou seja, um mashup). O resultado é um grande volume de dados expostos de uma forma visualmente interessante.

Como se não bastasse isso… os vídeos relacionados às eleições postados no YouTube também foram posicionados em um mapa – o que permitiu acompanhar em vídeo as reações à votação Internet afora. No mapa, há ícones que diferenciam os vídeos postados por usuários do YouTube, por empresas jornalísticas, e por candidatos democratas ou republicanos. Significado disso tudo: um volume imenso de informação sintetizado e apresentado com uma boa dose de criatividade. (Ou, na fórmula sintetizada do Google Maps Mania: Google Maps + Twitter + Twittervision + YouTube + Google News = The Google Super Tuesday Map).

Não é à toa que Paul Bradshaw do Online Journalism Blog chamou a Super Tuesday de “Mashup Election” (“If 2004 was the blogged election, and 2006 the YouTube election, 2008 is the mashup election. The bar has just been raised. Again”). Ele também levanta questionamentos quanto ao modo como as pessoas consomem informações atualmente (para onde é mais provável se dirigir um jovem eleitor – para o site de um jornal, ou para YouTube ou Twitter, para um texto seco e sério, ou para algo dinâmico e divertido? A gente chega à informação de forma tradicional, entrando na home page de um megaportal, ou de uma forma mais social/viralizada, indo de site em site a partir de sugestões de amigos?).
Mas os dois mapas não foram algo isolado. A tendência parece ser produzir cada vez mais infográficos e mashups, cada vez mais conteúdo multimídia. As próprias prévias das eleições norte-americanas já foram objeto de inúmeras outras “experiências jornalísticas”, por assim dizer. De jogos a mapas, de infográficos multimídia a mashups. Quer mais? O Mashable trazia ontem uma lista com 40 fontes para acompanhar a Super Terça, muitas delas realmente interessantes.
É esperar para ver o tanto que a criatividade de empresas jornalísticas e empresas de Internet (o que seria o Google?) serão capazes de produzir ao longo deste ano. (E tomara que o material produzido nas eleições regionais aqui no Brasil seja no mínimo remotamente parecido com o que tem aparecido lá nos Estados Unidos).

Via Blog da Raquel.

Em tempo, a pergunta que não quer calar: qual é o plano secreto do Google para o Jaiku??? — porque ninguém, em sã consciência (empresas têm consciência?), compra uma ferramenta de microblogging para fazer parcerias gratuitas com o concorrente direto dessa ferramenta…

Atualização — percorrendo a barreira de feeds acumulados dos últimos dias, vi que O Biscoito Fino e a Massa tem feito uma cobertura completa das votações, inclusive tendo realizado uma interessante cobertura em tempo real das primárias da Super Terça. Os posts são uma fonte excelente para quem quiser compreender um pouco mais a fundo como funcionam as eleições nos EUA. (Não sabe por onde começar? Que tal partir de um ABC das eleições americanas, e ter uma aula rápida sobre cada um dos principais pré-candidatos?)

Microsoft oferece US$44,6 bilhões pelo Yahoo!

REDMOND, Washington (AFP) — A Microsoft fez uma oferta de compra da Yahoo! por 44,6 bilhões de dólares em dinheiro e ações, informou a gigante da informática em um comunicado nesta sexta-feira (daqui; veja o press release aqui)

Os rumores se confirmaram. A Microsoft acaba de oferecer US$ 44,6 bilhões para comprar o Yahoo!
microhoobn1.png Questionamentos, especulações:
– Foi um ato de desespero da Microsoft para poder competir de igual para igual com o Google? (mais uma batalha na guerra pela liderança do mercado online…)
– A Microsoft está mais interessada nas ferramentas online do Yahoo!, ou na base de usuários?
– Qual o futuro de sistemas como Flickr e del.icio.us? (será preciso ter algo como uma “Microhoo! account” para acessar qualquer coisa, a la Google?)
– Tudo bem que a informação ocupa um lugar central na sociedade. Mas US$44,6 bilhões não é um valor astronômico se considerarmos o quanto valiam “empresas de Internet” há poucos anos?

45 bilhões?? Ok, quase.
– A título de comparação, de acordo com a Forbes, a fortuna pessoal de Bill Gates era de US$59 bilhões em 2007.
– Só o anúncio da compra já bastou para colocar as ações do Yahoo! em alta (e as do Google em baixa).
– O Mahalo já tem uma página de resultados para o caso.
– Provavelmente esse será o assunto do dia no Twitter.
Análises da Forbes indicam que a compra não vai resolver o problema da Microsoft.
– Será que a aquisição, se confirmada, fará com que as pessoas mudem a imagem que têm, atualmente, da Microsoft? (Difícil…)
** Atualização, 22:25 — e parece que já tem usuários do Flickr protestando contra a possível aquisição.